segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Seca em Cabo Verde vai afetar 70 mil pessoas, Governo intensifica medidas

9/11/2017, 20:31


O ministro da Agricultura e Ambiente cabo-verdiano disse que a seca no país vai afetar cerca de 70 mil pessoas de forma direta e indireta. O Governo vai intensificar medidas de emergência.

O ministro da Agricultura e Ambiente cabo-verdiano disse esta quinta-feira que a seca no país vai afetar cerca de 70 mil pessoas de forma direta e indiretamente e o Governo vai intensificar a aplicação das medidas do programa de emergência.

"Não são 70 mil pessoas diretamente afetadas pelo mau ano agrícola, mas podemos dizer que indiretamente chegaremos a este número", afirmou Gilberto Silva, na cidade da Praia, após assinar um acordo com as instituições de microfinanças para executar uma linha de crédito de 50 milhões de escudos (453 mil euros) no setor agropecuário.


O acordo para concessão de crédito em condições favoráveis é uma das medidas para mitigar os efeitos da seca e do mau ano agrícola no país, além de um programa de emergência do Governo de cerca de 7 milhões de euros, que deveria, inicialmente, abranger 17.200 famílias.

Mas o ministro avança agora que os feitos poderão atingir 70 mil pessoas, cerca de 13% da população cabo-verdiana.

Os apelos dos agricultores, criadores de gado, famílias afetadas, partidos políticos, organizações chegam de todas as ilhas, pedindo urgência na implementação das medidas no terreno.

Confrontado, o ministro referiu que o plano respeita um cronograma e que é necessário planear as ações.

"Do nosso ponto de vista o programa arrancou, todavia vai ter que ser intensificado e naturalmente desenvolvido junto dos agricultores e criadores de gado", projetou o governante.

Gilberto Silva recordou que esta semana o Governo realizou um encontro com os presidentes de câmaras do país e que na próxima semana iniciará os contratos programas com os municípios, para início de obras para criação de emprego no campo.

O governante deu também conta de que nos próximos dias será lançado o concurso para aquisição de alimentos para animais, para serem postos à venda "em condições favoráveis".

O ministro sublinhou também que há contactos que estão a ser feitos junto dos agricultores e criadores, no sentido da organização das feiras de gado e desparasitação de animais.

Gilberto Silva garantiu que as medidas não vão esperar para a aprovação do Orçamento do Estado para 2018, lembrando, novamente, que se trata de um programa de emergência que já está a ser efetivado.

"O Orçamento de Estado para 2018 vai trazer também medidas", sustentou, indicando haverá isenção de impostos, de taxas aduaneiras e de IVA sobre a importação e comercialização de alimentos e medicamentos para animais assim como material para rega gota-a-gota.

Em comunicado enviado à imprensa esta quinta-feira, a Embaixada dos Estados Unidos Em Cabo Verde, informou que o país já disponibilizou 50 mil dólares do Fundo de Assistência Internacional para Desastres (IDA) a Cabo Verde para apoiar as populações afetadas pela seca.

Questionado sobre outros montantes mobilizados até agora junto de parceiros internacionais, Gilberto Silva disse que serão anunciados "no momento certo".

"Em relação à mobilização de recursos, temos estado a trabalhar de forma estreita com os parceiros, mas não podemos avançar valores e compromissos que têm sido negociados porque ainda não concluímos", respondeu.

Com a seca e o mau ano agrícola, os governantes cabo-verdianos, representantes de organismos internacionais, partidos políticos têm-se desdobrado em vistas no terreno, sobretudo ao interior da ilha de Santiago, a maior do país.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, acompanhado do ministro do Ambiente e Agricultura, estará em alguns concelhos do interior de Santiago para se inteirarem da situação nessa que é a região mais produtiva do país.

Cabo Verde registou este ano níveis muito baixos de chuva, o que comprometeu quase na totalidade a campanha agrícola no país, com os produtos a escassear nos mercados e os que há estão a aumentar de preço.

A falta de chuva afeta também os criadores de gado, que já estão a vender os animais a baixo preço, para evitar ter muitos prejuízos, entre outros efeitos.

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