terça-feira, 17 de julho de 2012

Em nome do vinho partiram à aventura

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16 de Julho, 2012por José Manuel Moroso

O casal Jorgensen desbravou mares longínquos a bordo de um veleiro, à
procura de um local onde pudessem constituir família e produzir vinho.
Conseguiram-no em terras alentejanas.
A palavra aventura destaca-se no vocabulário dos Jorgensen, que um dia
decidiram partir da longínqua Malásia até terras de Portugal. Hans, um
dinamarquês, e a mulher Carrie, norte-americana, trabalharam durante
20 anos numa plantação tropical na Malásia até partirem num veleiro
para outras paragens. O objectivo era descobrir uma propriedade onde
pudessem assentar, constituir família e produzir vinho.

Navegaram durante dois anos, ao largo da Europa, e atracaram em
Lisboa, em 1988. Rumaram ao Alentejo onde foram visitar a herdade de
Cortes de Cima, dedicada à agricultura de sequeiro. De imediato,
deixaram-se seduzir pela região e Hans, contrariando a tradição da
zona, conhecida pela produção de vinhos brancos, viu ali a
oportunidade de produzir bons tintos. Adquiriram a propriedade e
instalaram-se no Alentejo.



Vinte anos mais tarde, chegou outra etapa: a vontade de produzir
brancos de grande qualidade. E Hans procurou outra propriedade na
mesma região.

Mais uma vez, a aventura levou-o para a busca de terrenos ao longo da
costa vicentina, com o propósito de trabalhar em condições
climatéricas mais apropriadas para as castas brancas, pois que o
intenso calor do interior alentejano inibe, em algumas variedades, a
capacidade de originar vinhos de grande complexidade.

A escolha recaiu numa propriedade perto de Vila Nova de Milfontes, o
Zambujeiro Velho, situada num planalto e cujos terrenos eram ocupados
por horticultura e pastoreio de vacas. A três quilómetros do mar e
ladeada pelo rio Mira, a nova herdade dos Jorgensen está localizada
numa zona onde não existe vinha, o que faz dos novos brancos das
Cortes de Cima os primeiros vinhos do litoral alentejano. No terreno
arenoso foram plantados 36 hectares com cepas das castas Alvarinho,
Sauvignon Blanc, Gouveia, Verdelho e Chardonnay.

Este Cortes de Cima Sauvignon Blanc 2011 é o primeiro vinho varietal
da propriedade a ser engarrafado e é muito fresco e vivo, com aromas
que fazem lembrar a lima e o maracujá, e que revela enormes aptidões
gastronómicas. Produziram-se 3.240 garrafas.

jmoroso@netcabo.pt

http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=54472&opiniao=Opini%E3o

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