quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Distribuição prevê "quebra acentuada" no consumo em 2013

2012.12.24 (00:00) Portugal
A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) prevê um
agravamento da crise na área de consumo em Portugal no próximo ano,
devido à "quebra acentuada do poder de compra dos consumidores". De
acordo com o barómetro de vendas da APED, divulgado na semana passada,
"o setor da distribuição está a ser fortemente afetado pela crise
económica, sobretudo a área não alimentar".



As empresas do sector vão continuar a desenvolver no próximo ano "uma
forte política de promoções e apostar nos descontos para ajustar as
propostas de valor ao bolso das famílias", refere a APED no relatório.

As vendas na área da distribuição recuaram 1,5% no terceiro trimestre,
face a igual período de 2011, para 6.269 milhões de euros, com o
segmento alimentar a evitar uma maior quebra. A área alimentar subiu
1,1% para 3.962 milhões de euros, enquanto o segmento não alimentar
recuou 5,8% para 2.307 milhões de euros.

Neste segmento, as vendas de bens de equipamento caíram 4% (para 479
milhões de euros), as de entretenimento e papelaria recuaram 12,2%
(102 milhões de euros), o vestuário perdeu 8,3% (487 milhões de euros)
e as de medicamentos não sujeitos a receita médica registaram uma
quebra de 0,9% (107 milhões de euros).

A quebra de 12,4% das vendas no segmento de linha branca (para 113
milhões de euros), de telecomunicações (-9,4% para 55 milhões de
euros) e da informática (-3% para 139 milhões de euros) contribuíram
para o recuo registado nos bens de equipamento. Apenas o comércio de
pequenos eletrodomésticos, cujas vendas subiram 9,8% para 47 milhões
de euros, e as de eletrónica de consumo, que aumentaram 0,3% para 125
milhões de euros, foram os únicos itens a registar aumentos.

Grandes superfícies perderam 6 mil postos de trabalho
Desde o início do ano as grandes superfícies já dispensaram 6 mil
trabalhadores, avançou a Associação Portuguesa das Empresas de
Distribuição. A grande queda no consumo está a ter reflexos no volume
de negócios do sector que, entre Julho e Setembro registou uma
diminuição de 1,5% do volume de vendas.

"É mais um reflexo no ajustamento que está a ser feito pelos
operadores. Recordo que em 2012 pela primeira vez houve o encerramento
de um grande hipermercado", disse Ana Isabel Trigo de Morais,
directora geral da associação, referindo-se ao hipermercado Jumbo, da
Auchan, em Santarém.

Entre Janeiro e Setembro encerraram 24 lojas, a maioria na área não
alimentar. Ao mesmo tempo, abriram 43 unidades. Ana Isabel Trigo de
Morais diz que o desemprego no sector não foi motivado apenas pelos
encerramentos registados. Numa altura em que os operadores lutam por
conquistar clientes, o corte de custos e rentabilidade são prioridade.
"Todos olham para a margem com cuidado" e isso "obriga a ajustamentos
na mão-de-obra". "É inevitável", afirma a directora-geral da APED.

FONTE: Agência Lusa/Público

http://www.anilact.pt/informacao-74/6843-distribuicao-preve-qquebra-acentuadaq-no-consumo-em-2013

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