domingo, 15 de dezembro de 2013

Investigadores de Vila Real usam caroços de espigas de milho em blocos de betão

09-12-2013 10:15 | Norte
Fonte: Agência Lusa

Vila Real, 09 dez (Lusa) -- Investigadores da Universidade de Vila
Real estão a estudar a utilização de granulado de caroço de espiga de
milho na produção de blocos de betão, uma técnica mais ecológica que
aproveita um resíduo agrícola.

Jorge Tiago Pinto, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD), disse hoje à agência Lusa que os investigadores da
Escola de Ciências e Tecnologias estão a estudar aplicações para o
caroço das espigas de milho ao nível da construção civil.

Depois da sua utilização em material de isolamento térmico e acústico
ou betão leve, usado em camadas de regularização de pavimentos,
prossegue-se agora para a produção de blocos de betão.

E os resultados, segundo o responsável, são "muito positivos".
Atualmente, nos blocos leves de betão são usados materiais como
esferovite, argila expandida ou grânulos de cortiça.

O caroço das espigas de milho é considerado um resíduo agrícola, que
normalmente é queimado, sem ter qualquer aplicação.

Como vantagem desta técnica, Jorge Tiago Pinto destaca a sua
"componente ecológica".

Trata-se, segundo acrescentou, de um material de construção "mais
amigo do ambiente do que o bloco de betão tradicional".

Os investigadores salientam ainda como vantagens deste produto "o peso
específico, a durabilidade, a estabilidade dimensional, a capacidade
resistente à compressão e o comportamento ao nível do isolamento
acústico a sons aéreos".

Nesta investigação foi desenvolvido um processo de granular o caroço
sem "danificar a microestrutura", que confere ao produto, por exemplo,
a capacidade de isolamento térmico e acústico.

Foi ainda reduzida a sua capacidade de absorção de água, que pode ser
uma desvantagem neste tipo de material.

Depois, o processo de produção é idêntico ao fabrico dos típicos
blocos de betão. Só que, neste caso, ao cimento, à areia e brita
junta-se o granulado do caroço das espigas de milho, em vez do
atualmente usado agregado leve.

Este estudo tem sido privilegiado pelas parcerias estabelecidas com
empresas locais, o que permitiu que os blocos já possam ser fabricados
em contexto industrial.

Paralelamente foi feito um estudo de viabilidade económica que,
segundo Jorge Tiago Pinto, "também mostrou que esta solução
alternativa pode ser competitiva".

O investigador acredita que a utilização deste resíduo agrícola
poderia até incrementar esta cultura em Portugal ou até se poderia
exportar esta técnica inovadora para países como os Estados Unidos da
América (EUA), onde a produção de milho é "brutal".

PLI // JGJ

Lusa/Fim

http://portocanal.sapo.pt/noticia/12594/

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