terça-feira, 5 de setembro de 2017

Incêndios florestais: 2017 o pior ano da última década



05.09.2017 às 9h21

 
PAULO NOVAIS/LUSA
Este ano o fogo já dizimou 213 mil hectares de área florestal, duas vezes mais do que no mesmo período dos últimos 10 anos. Relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza aponta para 12.377 ocorrências até 31 de agosto

Isabel Paulo
ISABEL PAULO
Os incêndios florestais já consumiram até 31 de agosto mais de 213 mil hectares de área florestal, o segundo ano mais severo ano mais severo desde 2013 (425.839) e superado apenas pelo ano de 2005 (339.089). Segundo o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), registaram-se nos primeiros oito meses do ano 12.377 ocorrências de fogo, 2.652 incêndios florestais e 9.725 fogos de pequena dimensão.

O distrito com mais área ardida é Castelo Branco, com 37.234 hectares, o que representa quase 17% da área total consumida pelas chamas em Portugal continental ao longo do ano, seguindo-se os distritos de Santarém e Coimbra. O incêndio com maior espaço ardido foi no distrito de Castelo Branco, deflagrado na freguesia de Várzea dos Cavaleiros, na Sertã, tendo as chamas lavrado cerca de 30.000 hectares de zonas florestais.

O distrito do Porto foi aquele em que se registou maior número de ocorrências (2.969), mais do dobro do que em Braga e quase o triplo de Viseu. De acordo com o documento do INCF, tratou-se, nestes casos, maioritariamente de fogachos, fogos que não ultrapassaram 1 hectare de área afetada.

Segundo o levantamento efetuado pelo ICNF, face às condições meteorológicas suscetíveis à propagação de incêndios, este ano a Autoridade Nacional de Proteção Civil já decretou 66 dias de alerta de nível amarelo ou superior, 28 dos quais em agosto, mês que bateu o recorde de ocorrências (3.921) e com maior área ardida (81.313, o equivalente a 38% da área total consumida).

Até ao início de setembro, o país registou 123 grandes incêndios (área igual ou superior a 100 hectares), que queimaram cerca de 90% da área total dizimada. Apesar de o Instituto Português do Mar e da Atmosfera apontar um ligeiro desagravamento da seca severa, cinco concelhos de Santarém, Castelo branco e Portalegre mantêm-se esta terça-feira em risco máximo de incêndio, enquanto várias concelhos de 18 distritos registam riscos considerados elevados e muito elevados, tipificação feita em função da temperatura, humidade relativa, velocidade do vento e precipitação nas últimas 24 horas.

Este ano a PJ já identificou e deteve 80 pessoas por crime de fogo posto, a última uma mulher em Celorico de Bosto, cinco dias depois de ter ateado um incêndio perto da casa onde vivia com a família.

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