quarta-feira, 31 de julho de 2013

Vitivinicultores voltam a manifestar-se na Régua

ÁudioViticultores do Douro em protesto nas ruas da Régua

O protesto vai decorrer durante todo o dia, com concentração e vigília
junto à sede do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), na
Régua.
31-07-2013 8:18 por Olímpia Mairos
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Os vitivinicultores do Douro realizam, esta quarta-feira, no Peso da
Régua, um dia de protesto pelo aumento do preço dos vinhos, o
saneamento financeiro da Casa do Douro (CD) e contra as novas medidas
fiscais.

"A Região Demarcada do Douro continua mergulhada numa profunda crise",
lamenta a dirigente da Associação dos Vitivinicultores Independentes
do Douro (AVIDouro), Berta Santos, salientando que "os pequenos e
médios produtores durienses perderam 60% dos seus rendimentos nos
últimos anos".

No que diz respeito aos preços, os vitivinicultores reclamam 1.100
euros por pipa para o vinho generoso, "em função das letras", e 300
euros para o vinho de mesa.

Outra reivindicação prende-se com a produção de aguardente a partir da
destilação, com prioridade para os vinhos produzidos na Região
Demarcada do Douro. "Reclamamos que o Ministério da Agricultura, o
Governo e a União Europeia tenham em conta as especificidades da
região e estabeleçam apoios para destilação da aguardente", explica
Berta Santos.

Os vitivicultores pedem, ainda, a "suspensão ou mesmo anulação" das
novas regras fiscais, um conjunto de medidas que vai fazer com que
"milhares de pequenos e médios vitivinicultores" desistam da
actividade, o que terá reflexos na desertificação da região e na
economia do país.

Quanto à Casa do Douro, uma associação privada de direito público e de
inscrição obrigatória, que há anos se debate com uma asfixia
financeira, com uma dívida que ultrapassa os 100 milhões de euros, e
salários em atraso, a AVIDouro reivindica um "saneamento justo" da
instituição.

"Querem alterar os estatutos da Casa do Douro e passarem-na a
instituição privada sem inscrição obrigatória. Se já temos um
desequilíbrio muito grande, essa situação vai afectar ainda mais a
produção, uma vez que apenas vai de encontro aos interesses dos cinco
grandes grupos", explica Berta Santos, revelando que, apesar de muitos
vitivinicultores já não terem as suas cotas em dia, essa medida vai
afastá-los ainda mais.


Flavescência dourada já chegou à região
Outro problema que "preocupa bastante" a AVIDouro é a flavescência
dourada, uma praga inicialmente detectada na região do Minho, mas que
já foi encontrada também no Douro.

A flavescência dourada é uma doença que tem como agente um parasita e
é transmitida por um insecto que se alimenta da seiva da videira e
propaga o fitoplasma contaminado. Quando é detectada numa vinha, não
há outra solução se não arrancar as videiras e esperar um período de
cinco anos, antes de voltar a produzir no terreno afectado.

"Não quero alarmar, mas, se não houver precaução, se não forem tomadas
as devidas medidas de prevenção, podemos estar perante uma segunda
filoxera", alerta Berta Santos, defendendo "mais informação, apoio
técnico e financeiro para os tratamentos".

A acção de luta dos vitivinicultores vai decorrer durante todo o dia,
com concentração e vigília junto à sede do Instituto dos Vinhos do
Douro e Porto (IVDP), na Régua.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=116624

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