domingo, 6 de outubro de 2013

Roboredo Madeira. Reinventar o Douro, misturar e dar-nos o melhor

Depois de 12 anos a contrariar a vocação, Rui cedeu e fez dos vinhos
um negócio. Os anos em Engenharia e Economia ajudaram-no a criar



O seu nome virou uma marca de vinhos
D.R.
05/10/2013 | 00:10 | Dinheiro Vivo

Rui Roboredo Madeira é a prova de que quem erra sempre acerta. Quando
todos os amigos queriam ser engenheiros, seguiu-lhes os passos e,
quando o arrependimento chegou, mudou-se para um curso de economia.
Estava quase a terminar quando a vida lhe puxou o tapete. Um acidente
de carro e três dias em coma levaram-no para o Douro, onde ficou em
exílio forçado na quinta dos pais.



Leia mais: Portugal Wine Room: Levar o vinho português ao mundo

A reviravolta custou-lhe mais um curso, mas ajudou-o a descobrir a
vocação: os vinhos. "Em 1987, ano de recuperação, fiz a minha primeira
cultura precisamente onde agora nasceu o Beyra. Foi um bocado por
destino, apaixonei-me", conta.

Doze anos, algumas viagens e projetos depois, a vontade de produzir
vinho ganhou. "Voltei ao Douro para acompanhar a Casa Agrícola
Roboredo Madeira (CARM)" - e enquanto explorava as propriedades da
família para a produção de azeite e de vinho começou vários projetos
pessoais, com novas marcas e castas.

Hoje, tem uma produção anual de 1,2 mil milhões de garrafas e está
entre os dez maiores engarrafadores de vinho D.O.C do Douro. Além
disso, foi um dos primeiros portugueses a apostarem na altitude da
região para a produção de brancos de qualidade - com resultados
premiados. Mas o maior valor está nas várias marcas que fez nascer:
Castello d'Alba, Atalaya, Quinta da Pedra Escrita, Quinta da Cassa,
Quinta de Fafide, Quinta do Côa ou Foral de Melgaço - e mais
recentemente o Beyra. No ano passado resolveu misturar tudo. "Como
faço vinhos na Beira colada ao Douro superior, pensei juntar todas as
marcas num nome. É o meu vinho, Rui Roboredo Madeira. Há muito de mim
nos meus vinhos e agora também o meu nome."

De toda a produção da RRM, 75% servem o mercado nacional e o restante
é para exportação, mas os planos passam por chegar a 60% até 2016. Rui
acredita que os mercados "tradicionais" são os melhores para os
produtos portugueses. "Bélgica ou Suíça, países conhecedores do vinho
e dos aromas, sabem apreciar o produto português. E produzir no Douro
é um fator diferenciador."

E afinal, os anos de engenharia e de economia ainda servem para alguma
coisa: "Sou um enólogo empresário. Se todos arriscássemos, Portugal
era diferente."

http://www.dinheirovivo.pt/Faz/Artigo/CIECO281540.html?page=0

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