quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Copa e Cogeca recebem favoravelmente medidas adicionais embora as considerem ainda insuficientes

16-09-2015 
  
O Copa e a Cogeca receberam favoravelmente algumas medidas adicionais acordadas pelo Conselho de ministros da Agricultura da União Europeia, mas consideram que continuam a ser insuficientes para resolver a grave situação dos sectores agrícolas, no âmbito do embargo russo às exportações e da actuação desleal da distribuição.

Esta declaração foi avançada no decorrer do debate durante a reunião informal sobre a reforma da política agrícola comum (PAC). Depois do encontro o presidente da COGECA (Confederação Geral das Cooperativas Agrícolas da União Europeia), Christian Pèes, insistiu no grave impacto que o embargo russo está a ter nas exportações da União Europeia (UE), cujo valor ultrapassa os 5.500 milhões de euros. Também destacou a importância das cooperativas agro-alimentares para ajudar os agricultores a comercializarem melhor a sua produção e obterem melhores preços

Pèes sublinhou ainda no impacto das práticas desleais e abusivas nos agricultores, levada sa cabo na cadeia alimentar e referiu que a Comissão tem sido incapaz de colocar um ponto final às mesmas, reforçando que está na hora de colocar de avançar com uma solução que combine a legislação com bons códigos de conduta, ou seja, acordos voluntários, reforçados por uma aplicação que dê credibilidade ao sistema. O responsável disse ainda que a proposta da Comissão de dar aos Estados-membros a possibilidade de recorrer aos fundos adicionais de acordo coma regra de minimis não é «novidade».

O pacote inclui poucas medidas para ajudar a gerir o mercado a enfrentar a crescente volatilidade e os problemas a curto prazo, lamentando a ausência de medidas para os sectores da carne de porco e bovino da UE. O novo regime de ajudas ao armazenamento privado para os queijos, incluído no pacote, é uma medida positiva, mas também lastima que não se tenha revalorizado o preço de intervenção do leite, tendo em conta a subida dos custos das matérias. Primas. Assim, instou os ministros da UE a avançarem com um aumento do preço de intervenção do leite para terminar com a pressão para uma descida do preço no mercado.

O presidente da COGECA frisou que o reforço do regime de ajuda ao armazenamento privado para o leite desnatado em pó pode vir a ter um impacto positivo, mas não é o mesmo e não chega fixar um limite de mercado para que os preços ao produtor não entrem em colapso.

Por seu lado, o presidente do COPA, Albert Jan Maat, declarou que considera positivos, como um passo em frente, alguns elementos avançados pelos ministros ao pacote de medidas, mas ainda aquém dos pedidos da organização. Em particular, é positivo que se apoie os agricultores a resolver os seus problemas financeiros adiantando os pagamentos directos no Outono, medida que deve ser imediata. Considera ainda benéfico a criação de um grupo de alto nível para estudar como assegurar uma concorrência leal para os produtores e as cooperativas agro-alimentares, tal como o reforço dos programas de promoção da UE.

Albert Maat afirma que é importante dispor de uma forte estratégia para a exportação e de seguro à mesma para a carne de bovino, porco e leite da União Europeia, de forma a cobrir alguns dos riscos comerciais e dar prioridade à reabertura dos mercados da carne de porco e do leite na Rússia.

Fonte: Copa-Cogeca

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