quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Quercus vai alertar para 12 problemas ambientais ao longo do ano


A associação de defesa da natureza Quercus vai alertar para 12 problemas ambientais, um por mês e por região do país, começando pela agricultura intensiva, hoje, em Portalegre, seguindo-se as podas excessivas, na Guarda.

A ação nacional hoje lançada chama-se "12 meses/12 iniciativas" e pretende chamar a atenção e mobilizar as populações para 12 problemas ambientais registados em Portugal e "para os quais urge encontrar soluções", explica a Quercus em comunicado.

Embora reconheça as melhorias conseguidas no ambiente, nos últimos anos, a associação de defesa da natureza alerta que, em áreas tão diversas como os resíduos, a água ou o tratamento de efluentes domésticos, "existem ainda diversos problemas ambientais que teimam em persistir em várias regiões do país".

Os exemplos apontados vão das descargas ilegais de efluentes industriais nos rios, ao excesso de monoculturas agrícolas intensivas, às povoações sem tratamento de esgotos ou à área florestal de eucalipto em expansão, e levam a "impactes gravíssimos", como a poluição no rio Tejo, a degradação do solo, os incêndios florestais e o despovoamento do território.

A primeira iniciativa, de janeiro, está hoje a decorrer no distrito de Portalegre e alerta para o caso do olival intensivo, que, pela sua grande extensão e pelas práticas utilizadas, "coloca em causa a sustentabilidade" daquela área região, nomeadamente nos concelhos de Avis, Fronteira, Campo Maior e Elvas, explica a Quercus.

A Quercus defende a aposta na agricultura menos dependente de grandes quantidades de água e privilegiando variedades autóctones, mais adaptadas ao clima português e mais resistentes a futuros cenários de seca, sendo "fundamental que não sejam autorizadas novas áreas de plantação de olival intensivo".

Os ambientalistas dizem que o olival intensivo depende de rega artificial e utiliza densidades de plantação com entre 10 e 15 vezes mais árvores por hectare do que o olival tradicional, além de receber maior aplicação de fertilizantes de síntese e produtos fitofarmacêutico.

Este tipo de exploração causa "impactes futuros" nos solos, na água e na biodiversidade e, se for feita à custa de floresta autóctone, "com bastantes casos de abate de sobreiros e azinheiras", a situação é ainda "mais grave", acrescenta a Quercus.

A ação nacional "12 meses/12 iniciativas" vai continuar em fevereiro, a chamar a atenção para as podas excessivas na Guarda, em março, será a pesca do meixão em Viana do Castelo, em abril o alerta vai para a utilização de herbicidas em Vila Real, e em maio o tema será o conjunto dos recursos hídricos, com uma iniciativa em Castelo Branco.

Os ambientalistas agendaram para junho uma ação sobre a área de eucalipto no Ribatejo e Estremadura, para julho sobre tratamento de efluentes no litoral alentejano, e para agosto o assunto a tratar será o impacto do turismo com iniciativa no Algarve.

Em setembro, a campanha da Quercus vai dedicar-se ao novo aeroporto de Lisboa, projetado para o Montijo, com ação a decorrer no distrito de Setúbal, em outubro o tema será a desertificação, em Bragança, em novembro as zonas húmidas, em Aveiro, e em dezembro a ação dos ambientalistas vai destinar-se ao consumo excessivo e decorre em Lisboa.

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