quarta-feira, 4 de junho de 2014

João Machado. "Capoulas Santos era o maior trunfo da agricultura em Bruxelas"


Dinheiro

O presidente da CAP quer que as verbas da PAC comecem a ser utilizadas em Portugal a 1 de Janeiro de 2015
A saída de Capoulas Santos do Parlamento Europeu é vista por João Machado como uma das maiores perdas da agricultura portuguesa, que teve no eurodeputado socialista um aliado de peso na renegociação da PAC para o período 2014-2020. O recém-reeleito presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal considera que os resultados das europeias mostraram claramente que os cidadãos estão fartos de uma política conduzida pela Alemanha, que só tem como objectivo a taxa de inflação e defende para o Banco Central competências idênticas às do Banco de Inglaterra e da FED. E que o governo só devia ter avançado com a reforma do IRC quando pudesse mexer nos restantes impostos. Quanto ao sector, o objectivo é chegar a 2020 com a balança de trocas com o exterior equilibrada.

Como vê o resultado das europeias?

Os dois partidos do governo têm de olhar para os resultados de uma maneira muito séria. O resultado da Aliança Portugal deve levar o PSD e o CDS a equacionarem como poderão inverter esta situação para 2015 e tirar ilações da avaliação que os portugueses têm da política seguida nos últimos três anos. Apesar da falência, apesar da troika, apesar do acordo que nos foi imposto pelo anterior governo, era possível ter feito diferente e melhor. A avaliação está à vista. O pior resultado de sempre do PSD e do CDS. O que não pode ser comparado com o resultado do PS, que também é mau. Os partidos do governo só não têm uma crise idêntica porque estão no poder.

Qual a inversão da política que o governo tem de fazer?

Na CAP tivemos sempre uma postura que sustenta o que vou dizer. Quando foi proposta pelo governo a baixa drástica da TSU para os empregadores e o aumento dessa contribuição para os trabalhadores, a CAP foi contra. Achava que não era altura. Um pouco mais tarde, quando se fez a reforma do IRC, dissemos que não era o tempo certo para o fazer porque a baixa de impostos para as empresas deveria ser acompanhada por uma redução, no mesmo sentido, para as pessoas individuais e para o consumo. A reforma do IRC só deveria ter sido implementada, até de uma forma mais drástica, quando os outros impostos pudessem ser mexidos. Sempre percebemos que quando foi preciso pagar mais impostos todos tínhamos de pagar. O governo foi longe de mais em termos de confisco no IRS, pensões, reformas e diminuição dos vencimentos dos funcionários públicos. Nessa matéria, o que defendemos é que há maneiras de poupar sem ser à custa das pessoas, o que influencia directamente o mercado. O Estado é um grande monstro em Portugal. Todos os dias ouvimos falar de gastos insustentáveis num período de crise.

Pode particularizar?

Há serviços no Estado que não têm nenhuma utilidade. Por exemplo, os pagamentos feitos em outsourcing em consultoria são inaceitáveis. Há grandes desperdícios e depois corta-se cegamente em serviços como a educação e a saúde, em que não advogamos mais cortes. Queremos manter um sistema público de qualidade e um sistema de saúde universal tal como ele existe ainda em Portugal. Vemos que a pressão política foi suficientemente forte para que a reforma autárquica não se fizesse e sabemos que os gastos que as autarquias fazem têm muito a ver com benefícios políticos locais e quase nada com o desenvolvimento das populações. Apoiamos muito o governo quando quer pensar numa reforma do Estado profunda, que deve ir até ao poder local, mas o que se fez não é de perto nem de longe suficiente. Deve ir-se muito mais longe nessa matéria. Quando formos capazes de ver a reforma pelo lado das funções do Estado, conseguiremos triar o acessório e poupar muito dinheiro ao erário público. A opção do governo foi cortar na mesma para todos, nos bons e nos maus serviços. Agora temos medo que haja a tentação eleitoral.

Acha que foram as promessas que penalizaram António José Seguro?

Não conseguiu transmitir a mensagem de um partido com responsabilidades a curto prazo para governar em 2015. Foi esse aviso que recebeu do eleitorado. Em primeiro lugar, é um erro transformar eleições autárquicas ou parlamentares em legislativas. E o PS fê-lo ao limite ao apresentar um programa de governo com 80 medidas. Mas depois não conseguiu convencer os portugueses que conseguia cumpri-las. Houve ainda sinais claros de votação em partidos de franjas político-partidárias que são claramente de protesto. A abstenção também nos deve fazer pensar. Nenhum dos partidos do bloco central ficou numa posição confortável.

Como assiste a este espectáculo das divergências internas no PS?

Era uma situação latente no Partido Socialista, já tinha sido anunciada há menos de um ano, e com um resultado que sendo um bom resultado nas autárquicas não foi esmagador. Oito meses depois, com muito mais austeridade, passou de 36% para 31%. Não é um trajecto com que o Partido Socialista possa pensar que vai chegar a 2015 com uma votação tranquila, perto de uma maioria absoluta. Só fico espantado com o discurso triunfalista do dia das eleições. A situação é de clarificação e não tem retorno.

Um PS com Costa tem mais possibilidades de ganhar as próximas legislativas do que um PS com Seguro?

Esse é o pensamento de alguns militantes e responsáveis do partido. António José Seguro teve um resultado e uma trajectória que para alguns socialistas não é brilhante, tendo em conta a governação muito dura do executivo. Pensam que com António Costa as coisas seriam diferentes.

Para o governo é mais fácil ter Seguro ou Costa como adversário?

A resposta a essa pergunta seria futurologia. Parece-me que para o governo, e existiu a tentação por parte de responsáveis do executivo de fazerem essa análise, houve um suspiro de alívio por terem perdido por pouco. Acho que é essa a análise que fazem do Partido Socialista liderado por António José Seguro. Mas é uma análise muito simplista, porque tiveram uma grande derrota em termos do julgamento dos portugueses. A análise de todo o resto da votação, como o aumento dos votos no PCP, o resultado de um partido velho com uma nova liderança, a de Marinho e Pinto, e mesmo o Livre, que obteve 2% dos votos, para não falar da abstenção, que são votos de protesto, é que deveria levar o governo a pensar no que aconteceu.

O que pensa do guião da reforma do Estado apresentado pelo seu amigo Paulo Portas?

O segundo documento vai no mesmo sentido do primeiro. O que nos parece é que é um documento de trabalho que precisa de muito mais aprofundamento para poder ser implementado. É isso que vou dizer ao governo na quinta-feira na Concertação. Sentir-me-ia muito mais tranquilo se estivéssemos a discutir as funções do Estado e depois partíssemos para medidas. Esta reforma não toca ainda no objectivo principal, que é discutirmos profundamente o Estado que queremos. As funções que tem de ter e as que podem ser alienadas. É precisa alguma coragem para fazer isso mas no estado das finanças públicas neste momento, e se queremos diminuir a dívida pública, não há outra maneira de o fazer a não ser extinguir serviços que não são necessários e encontrar soluções para as pessoas que trabalham neles.

Acredita numa reforma a um ano das legislativas?

Acho que não. Era por aí que devíamos ter começado, com toda a força do governo eleito na altura, e com a legitimidade de ainda não ter feito cortes nas pensões e nos vencimentos dos funcionários públicos. Era essa legitimidade que daria força para pedir sacrifícios aos portugueses. Não houve vontade política para fazer as reformas necessárias e então fomos buscar aos portugueses as verbas de que precisávamos, o que levou à recessão que tivemos no passado. Tenho consciência que seria difícil começar por aí porque seria preciso estudar e implementar reformas rapidamente. Mas o objectivo da troika ia precisamente nesse sentido. O governo teria tido o respaldo dos nossos credores para o fazer e era isso que deveria ter feito.

Então esta reforma é um entretenimento até às eleições...

Os partidos políticos quando chegam ao poder, ou até antes, fazem promessas que depois ou não querem ou não podem cumprir. A reforma é algo falado por todos os partidos do arco da governação mas sempre feita superficialmente. Existem dificuldades políticas óbvias e requer uma coragem, uma estratégia e um pensamento que a maior parte dos partidos políticos não tem quando chega ao poder. E quando o fazem, já estão a pensar nas eleições seguintes. Essas reformas deviam ser feitas com o povo português. No sentido de sabermos o que queremos pagar com os nossos impostos e apresentar propostas amplamente discutidas com os partidos da oposição. Com a alternância de partidos no poder, na próxima legislatura é provável termos novamente a mesma conversa. E o trabalho nunca é retomado no sítio onde ficou. Tem sido assim no passado e não tenho nenhuma esperança que venha a ser diferente no futuro. O Estado devia fazer um orçamento de base zero, isso é absolutamente necessário, mas só pode acontecer quando soubermos o que queremos dele.

O que espera da Concertação Social?

Temos vindo a dizer que achamos que a Concertação Social é fundamental numa altura de crispação da sociedade. Permite acordos abrangentes ao nível dos empregadores e das centrais sindicais que não são possíveis do ponto de vista político. Nestes três anos temos usado pouco a concertação, com alguns impulsos inconsequentes. Ela não é usada de uma maneira estratégica para atingir consensos que dificilmente serão conseguidos no parlamento. A troika valorizou muito o acordo de 2012. O que eu espero dos grupos de trabalho é que utilizemos bem o que está em cima da mesa para negociarmos verdadeiramente.

Não acha a proposta do governo redutora?

É. Há matérias de fundo que têm de ser resolvidas para que a economia recupere e volte a criar emprego. Há partes da economia nacional que estão completamente subjugadas a empresas monopolistas que não deixem que as empresas ganhem competitividade. Estou a falar da energia, do gás, dos combustíveis, do financiamento e do seu custo para as empresas. Nesta matéria também temos vindo a dizer que não há um verdadeiro capital de risco em Portugal e que os novos empreendedores têm muita dificuldade em instalar-se. O governo fundiu as empresas de capital de risco mas a situação está pior que antes. Não basta dizer que as empresas dependem muito do crédito e que não estão capitalizadas, é preciso resolver a situação. Ou então teremos sempre um défice de competitividade em relação ao resto do mundo. E esta é uma questão que nem de perto nem de longe foi discutida nos últimos três anos.

O que é que para si deveria ser discutido na Concertação?

O Estado tem políticas na área das energias renováveis que são muito louváveis mas custam muito dinheiro aos portugueses e às empresas. Esse défice está a ser acumulado e um dia vai ter de ser pago. Se se querem energias renováveis, estas devem ser suportada pelos impostos e não pelos consumidores. As facturas devem representar os consumos reais e o resto ser financiado pelo OE. O governo anterior teve uma política muito vanguardista nas energias renováveis mas pôs os portugueses todos a pagá-la. Assim é fácil.

O que pensa desta discussão toda à volta do salário mínimo nacional?

No passado, o salário mínimo serviu para fazer uma política eleitoralista à custa das empresas. Sempre foi uma questão política e não de competitividade. Agora tivemos um período em que a troika proibiu qualquer discussão sobre essa matéria e julgo que mais uma vez está a ser usada como uma medida de política eleitoral e não como uma medida de competitividade das empresas. A CAP já fechou um contrato com um sindicato da UGT em que a partir de 1 de Maio o salário mínimo passou a ser de 500 euros, subimos nove euros. E estamos a negociar com o sindicato da CGTP. Em contrapartida, mantemos o mesmo pagamento pelas horas extraordinárias. É possível, à margem do discurso político, fazer acordos através da negociação bilateral entre empregadores e trabalhadores. Agora aceito que haja outros colegas que tenham dificuldades nesta matéria e por isso ela deve ser discutida.

Como tem visto os sucessivos anúncios do Banco Central Europeu de apoio ao crescimento?

Nos últimos anos, a Europa tem andado permanentemente a reboque dos acontecimentos e não lidera a nível de política económica, monetária e financeira, todas elas necessárias ao crescimento. Discute-se muito mas não se tomam decisões. A política do BCE é desastrosa. Temos uma política de juros que está no limite, um crescimento anémico, regras que não permitem financiar os estados e só permitem financiar os bancos, com todas as desvantagens inerentes. O desemprego mantém-se elevado e o crescimento não arranca. As eleições europeias também deram um sinal claro sobre aquilo que os europeus pensam. Sobretudo desta Europa controlada pela Alemanha que só tem em vista a inflação e mais nenhum parâmetro da economia.

Não houve apoio dos eleitores aos governos dos países aliados da Alemanha...

Os povos esclarecidos perceberam que é um risco para toda a Europa e não querem continuar neste caminho. Em muitos casos, esses governos receberam um aviso muito sério. A Comissão Europeia foi lenta nas reformas e deixou-se enredar em discussões que não levaram a lado nenhum. Esta mudança vai provocar uma pressão muito grande sobre os partidos do arco da governação, com o reforço do peso dos partidos da extrema-esquerda e da extrema-direita no Parlamento Europeu. Acho que a Europa precisa de implementar uma verdadeira política de crescimento, com incentivos ao comércio, incentivos ao emprego que tenham a ver com o crescimento e que finalmente termine com esta política que tem tido nos últimos três ou quatro anos e que é desastrosa.

É preciso reformar o BCE?

O BCE deve ter atribuições de um verdadeiro banco central. Há que reformulá-lo no sentido de ter atribuições mais amplas na mutualização da dívida dos países e fomentar políticas de crescimento. A inflação na Europa está mais que controlada, nalguns países até já é negativa, muito abaixo da meta dos 2%. Não se estão a atingir os objectivos na inflação, nem no emprego, nem no crescimento. Os países onde os bancos centrais têm poderes mais amplos saíram mais depressa da crise, como a Inglaterra e os Estados Unidos. Mas para que isso aconteça, é preciso que o Conselho Europeu esteja de acordo e que a Alemanha abra mão desse poder nas suas fronteiras para toda a Europa.

E o que pensa da União Bancária?

É mais uma vez um tiro ao lado. Quando não conseguem resolver um problema ou encontram um obstáculo, atiram ao lado. A União Bancária não resolve a política expansionista na Europa, que está a ficar para trás em relação ao resto do mundo.

Vamos para o seu tema preferido, a agricultura...

É possível fazer mais em conjunto com o turismo. Uns promovem locais, outros a gastronomia, e agora estamos a começar a trabalhar cada vez mais em conjunto para conseguirmos isso. A política deste governo foi a correcta para o sector. Percebeu que não podia cortar nas comparticipações do Orçamento para o investimento do PRODER e apesar de todas as dificuldades colocou sempre no OE as verbas necessárias para a comparticipação nacional. As ministras das Finanças e da Agricultura conseguiram sempre resolver o problema de financiamento. Não temos falta de investimento. O sector tem investido sempre mais de mil milhões de euros ao ano nos últimos cinco. O que quer dizer que investimos mais do que o dobro do custo do novo aeroporto ou a mesma coisa que o TGV. O ritmo tem sido alucinante. Mas com um grande esforço dos empresários e dos agricultores. Os fundos só cobrem entre 25 a 40% de todos os projectos. Tudo o resto é posto pelos produtores nacionais que tiveram de ir buscar dinheiro aos bancos a preços proibitivos. E é um investimento que não tem um retorno rápido. Nesta perspectiva, houve uma grande modernização, as novas tecnologias entraram em força e já temos o que a água proporciona, que é fundamental num país como Portugal. Tem também havido investimento público no Alqueva. A agricultura possibilitou também que se aumentassem exponencialmente as exportações através de empresas que já existem. O que quer dizer que o potencial com o investimento feito nos últimos anos é enorme. Se estamos a exportar o que estamos a exportar hoje, daqui a um ano ou dois poderemos estar a exportar muito mais. Tenho consciência que temos ainda um longo caminho a percorrer. Temos crescido nas exportações a dois dígitos mas ainda nos falta crescer muito para equilibrar a balança com o exterior. O objectivo é alcançar essa meta em 2020. Quatro mil milhões de euros para cobrir exportações ou substituir importações. O sector agrícola tem criado emprego, tem crescido, embora não esteja fora do caminho recessivo que o país está.

Ainda somos deficitários nos cereais...

Exportamos mil milhões de euros por ano em produtos hortícolas e frutícolas. O nosso maior défice está no trigo e na soja. Produzimos algum milho para incorporar nas rações dos animais. Mas em muitos casos não conseguimos ser competitivos com produtores externos por causa da produtividade dos terrenos e dos custos de contexto. O que significa que vamos continuar a importar esses produtos e a exportar outros O milho não é tanto assim, mas o preço da energia e da água pesam também. Julgo que dentro de mais alguns anos estaremos em equilíbrio total neste cereal. O que acontece é que os produtores se voltam para as culturas alternativas melhor remuneradas.

Não ficou surpreendido com a substituição de Capoulas Santos como deputado ao Parlamento Europeu?

O Capoulas Santos era uma mais-valia no Parlamento Europeu. Foi extraordinariamente importante para Portugal e com o prestígio que granjeou seria seguramente o deputado mais importante da comissão da Agricultura, o próximo presidente da Comagri. Com a sua saída, a agricultura portuguesa perdeu o maior trunfo dos últimos anos.

Quais são os seus objectivos para o seu sexto mandato?

Ao nível da política agrícola, implementar a PAC no dia 1 de Janeiro de 2015, através de uma legislação nacional simples e que apoie a agricultura nacional no esforço que estamos a fazer. Vamos ver como os partidos vão fazer a reforma intercalar em 2016 e o que vai sair dos acordos bilaterais entre a UE e os EUA, que pode ser uma oportunidade muito grande para impor ao resto do mundo modos de produção e reconhecimentos mútuos nas questões da denominação das políticas europeias. Em termos de política associativa, Bruxelas continua a ser um foco muito importante, há uma representatividade diferente e temos de continuar a trabalhar com os eurodeputados. Vamos reforçar a cooperação em termos internos entre as associações para que a produção nacional esteja mais agrupada para ganhar massa crítica para vender no mercado interno e externo. E estamos a organizar a ida dos produtores a feiras internacionais. A agricultura vive um bom momento ao nível da comunicação. Queremos que esta estruturação da nossa comunicação tenha um vector estratégico e que possa ajudar a esclarecer melhor os portugueses e os políticos daquilo que é a importância do sector. E criar uma situação em que a política não possa nunca mais andar para trás em relação ao sector. Durante muitos anos, sentimo-nos muito isolados.

A Estratégia Nacional para as Florestas: um embuste?



O Governo prepara-se para anunciar a atualização da Estratégia Nacional para as Florestal (ENF), com a sua primeira versão aprovada por Resolução de Conselho de Ministro de setembro de 2006 (RCM n.º 114/2006, de 15/09).

Uma estratégia nacional pressupõe a elaboração de um diagnóstico no momento presente, a definição de uma visão para o futuro e os princípios para ação, com vista a atingir os objetivos pretendidos. Todavia, o diagnóstico utilizado na presente atualização assenta em 2006, não se identifica uma visão, nem consistentes princípios para a ação.

Uma estratégia nacional para as florestas não deve, não pode ser desinserida de um contexto mais amplo, de Desenvolvimento Rural, de Ordenamento do Território, de uma política ambiental e económica. Ora, a atualização que o governo agora apresenta carece em absoluto desta fundamental integração.

Pior, para a sua prossecução há que afetar fluxos financeiros. Inicialmente prevista a conclusão do processo de atualização da ENF para finais de 2013, a tempo da reparação do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2014/2020, verifica-se contudo que o processo está atrasado meio ano e que o PDR foi entretanto elaborado e submetido à aprovação pela Comissão Europeia. Ou seja, não existem garantias de compatibilidade entre as necessidades financeiras da ENF e os apoios comunitários que vierem a ser aprovados no âmbito do PDR 2014/2020.

Temos pois que a atualização da ENF, tal como na versão em vigor se carateriza por uma inconsistência financeira. Foram definidos objetivos, indicadores e metas, mas não estão definidos os respetivos planos de investimento, nem de financiamento.

Embora considerada historicamente fatal, a inconsistência financeira não está isolada. A proposta do Governo carateriza-se igualmente por fatais inconsistências de natureza política, estrutural e estratégica.

No plano político, a atualização da ENF, como aliás na versão inicial, não supre a necessidade, reconhecida historicamente, de aproximar os ciclos políticos, de curto prazo, aos ciclos florestais, estes últimos de médio e longo prazo.

No plano estrutural, a inconsistência revela-se na confusão entre causa, efeito e consequência. Priorizam-se as consequências, os incêndios, as pragas e as doenças. Reconhece-se o efeito, a ineficiente ou ausente gestão das florestas. Mas, despreza-se a causa, o que permite executar e custear uma gestão ativa, profissional e sustentável: as pessoas e os negócios.

Finalmente, no plano estratégico, a inconsistência fatal diagnosticada advém da visão tecnocrática que persiste na abordagem às florestas e à atividade florestal. As árvores continuam a sobrepor-se às pessoas, muito embora sejam estas últimas que possuem as superfícies onde se encontram as primeiras. O público alvo de uma estratégia para as florestas, num país onde mais de 90% da área florestal é privada, tem de ser constituído prioritariamente pelos agricultores, silvicultores e outros proprietários rústicos. Todavia, estes parecem continuar a ser considerados parceiros menores ou de difícil abordagem.

Estas inconsistências fazem da ENF uma proposta inócua, desinserida das necessidades das florestas e das atividades silvo-industriais, em especial nas fileiras que apresentam maiores vulnerabilidades, como as da madeira e mobiliário e da cortiça. É, neste contexto, um documento condenado ao insucesso (como se tem verificado de 2006 a esta parte).

Assim sendo para que serve? Trata-se de um embuste? Serve para tentar legitimar o quê?

Á vista salta o ímpeto para a alteração à Lei dos Baldios, com uma proposta já em discussão na Assembleia da República. Propriedade comunitária, com generosas dimensões em área, embora inseridas em regiões onde predomina o minifúndio em propriedade privada, com solos de boa fertilidade, abundante pluviosidade e temperaturas amenas, ajustam-se às anunciadas intenções de reforço da capacidade industrial no setor papeleiro, designadamente na unidade fabril de Cacia. Urge por isso, "simplificar", "desburocratizar", "flexibilizar os modelos gestão dos baldios": por um modelo de gestão privado?

No que respeita a um plano estratégico para as florestas, a Acréscimo apresentou já, designadamente no Parlamento, uma alternativa para suprir as inconsistências detetadas. Se é de facto intenção do Governo dispor de uma Estratégia Nacional para as Florestas, o caminho tem de ser outro. O presente documento pode servir interesses, mas não será uma estratégia nacional.

Lisboa, 3 de junho de 2014

Nova lei dos baldios pode "comprar mais guerras sociais"


As alterações aos baldios podem fazer com que "se comprem mais guerras sociais", defende uma representante da Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais.

Na discussão sobre as alterações à lei dos baldios, Maria do Loreto Moreira, antiga presidente da sociedade, criticou hoje, na Comissão Parlamentar de Agricultura, que o projecto de diploma, "em vez dos usos e costumes", passe a definir os baldios com "limites administrativos", e alertou para a possibilidade de "se estar a comprar guerras depois de se ter comprado uma com as freguesias".

"Serão mais guerras sociais", afirmou a especialista, recordando que num recente congresso sobre baldios foi enumerado que em mais de mil unidades cerca de 900 eram "geridas pelo lugar e as restantes pelas freguesias", ou seja, cada freguesia, ao ter vários lugares, soma múltiplos baldios.

Acerca da possibilidade de verbas cativas serem transferidas para um fundo florestal, a estudiosa da matéria qualificou-a como um "autêntico roubo aos baldios e populações".

O presidente da sociedade e também membro da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Francisco Rego, deixou aos deputados algumas dúvidas, no âmbito da alteração legal, acerca da definição de comparte e da possibilidade de a delegação dos baldios comprometer as funções daqueles espaços.

Na Comissão Parlamentar de Agricultura, pela parte da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas, foi notado que não existe a inventariação de baldios e recordou-se alertas contra a plantação de eucaliptos, enquanto a Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) alertou para consequências destacou as funções dos baldios, nomeadamente o controlo da erosão.

A definição dos compartes (moradores de uma ou mais freguesias ou parte delas que, por usos e costumes, têm direito ao uso e fruição do baldio) é uma das principais alterações à Lei dos Baldios propostas pelo PSD e pelo CDS-PP.

Os dois partidos pretendem que sejam considerados compartes apenas os cidadãos eleitores inscritos na freguesia onde se situam os respectivos terrenos, mas as associações de agricultores consideram que este conceito é limitativo.

Fonte:  Lusa

terça-feira, 3 de junho de 2014

“Portugal Sou Eu” surpreende Rolling Stones com Vinho do Porto, colheita 1962

Em parceria com o IVDP


O "Portugal Sou Eu", em parceria com o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), ofereceu aos Rolling Stones, durante o concerto da passada quinta-feira no Rock in Rio, uma garrafa de vinho do Porto, colheita de 1962 da Niepoort, o mesmo ano em que foi fundada a mítica banda de rock.

Mick Jagger, o incontornável vocalista do grupo, mostrou-se surpreso e sensibilizado no momento em que recebeu esta oferta tendo referido que "ficou encantado" com a valiosa recordação.

Para o Presidente do IVDP, Manuel Cabral, "o Porto colheita é um vinho premium de grande qualidade. É, antes de mais, um vinho do Porto, um produto com Denominação de Origem Protegida (DOP) que se distingue de todos os outros vinhos pelas suas caraterísticas singulares. Este, em particular, é um vinho do Porto colheita de 1962, o ano em que nasceu uma das mais importantes bandas de Rock de sempre, que marcou pelo menos três gerações. Quisemos registar este acontecimento no evento único que é o Rock in Rio e que mobiliza milhares de portugueses de várias gerações. O melhor vinho do mundo para a melhor banda de Rock do mundo."

Desde 25 de maio, primeiro dia do evento, que o "Portugal Sou Eu" esteve presente no Rock in Rio Lisboa com o objetivo de promover a oferta nacional e sensibilizar os consumidores para a importância sócio económica de uma escolha informada dos produtos que geram valor acrescentado em Portugal.

Durante este mega evento, foram desenvolvidas várias ações junto do grande público sensibilizando-o para os propósitos da iniciativa e convidando-o a participar em selfies e passatempos divertidos, que contribuem para a disseminação do conceito de valorização da oferta nacional e da marca "Portugal Sou Eu".

Todos os artistas que participaram no Rock in Rio receberam, nos seus camarins, cabazes "Portugal Sou Eu" com produtos inovadores, que conferem um apontamento de distinção e notoriedade à industria de alimentação nacional.

Sobre o "Portugal Sou Eu"

O programa "Portugal Sou Eu" foi lançado em Dezembro de 2012 pelo Governo de Portugal  para melhorar a competitividade das empresas portuguesas, promover o equilíbrio da balança comercial, combater o desemprego e contribuir para o crescimento sustentado da economia.

São já várias as figuras públicas de diversos quadrantes da sociedade portuguesa que aceitaram o convite do Ministério da Economia para serem Embaixadoras do "Portugal sou Eu", contribuindo com os seus testemunhos e presença em eventos para a importância dos objetivos económicos e sociais deste programa: Carlos Coelho, Carolina Piteira, Cláudia Vieira, Cristina Ferreira, Cuca Roseta, Fernanda Freitas, Fernando Gomes, Henrique Sá Pessoa, João Manzarra, Júlio Magalhães, Justa Nobre, Luís Buchinho e Luís Onofre.

Até ao momento estão qualificados com o selo "Portugal Sou Eu" mais de 1.800 produtos que, no seu conjunto, representam um volume de negócios agregado superior a mil milhões de euros. A grande maioria dos produtos tem patentes e/ou marcas registadas e 76 por cento integra o setor alimentar. No portal www.portugalsoueu.pt estão registadas mais de 900 empresas nacionais, cujos produtos estão em processo de qualificação.

O projeto tem financiamento do programa Compete e é gerido por um órgão operacional, formado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), Associação Industrial Portuguesa-Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, IP, a quem compete coordenar este mesmo órgão.

fonte: MEDIANA

Lançado Prémio Agricultura 2014 para promover casos de sucesso

Parceria BPI e Cofina 



Já foi lançado o Prémio Agricultura 2014 para promover e distinguir casos de sucesso. O 'Correio da Manhã' junta-se a esta iniciativa, com o 'Jornal de Negócios' e o BPI. 

02 de Junho 2014, 13h44

Para explicar os objetivos do Prémio Agricultura 2014, o presidente do BPI Fernando Ulrich e o presidente da Cofina Paulo Fernandes estiveram no 'CM Jornal' da hora de almoço desta segunda-feira.

Agrolex assina contrato de 20 milhões com gigante saudita do sector agro-alimentar


Ana Brito

03/06/2014 - 07:16

Há cerca de 1500 hectares de terreno no Ribatejo e no Alentejo que estão na mira da Arábia Saudita.
Grupo saudita pode vir a comprar terrenos na zona do Alqueva Nuno Oliveira


Quando acompanhou o vice-primeiro-ministro Paulo Portas à Arábia Saudita, em Abril, a Agrolex já levava o trabalho de casa feito. E por isso, quando voltou da missão empresarial, trouxe na bagagem um contrato de exportação de 11 milhões de euros com a National Agricultural Development Company (NADEC), uma das maiores empresas agro-alimentares do Médio Oriente.

Desde então, o valor do negócio firmado entre a empresa do Cartaxo e o grupo detido em 20% pelo Estado saudita subiu para 20 milhões de euros, revelou ao PÚBLICO o director comercial da Agrolex, Rodrigo Ryder. O negócio inclui a venda de maquinaria agrícola (produzida em Portugal) e o fornecimento de cerca de sete mil toneladas de luzerna , ou alfafa, uma planta de "alto rendimento" especialmente indicada para a alimentação de vacas leiteiras, ou não fosse a NADEC uma das maiores empresas produtoras de leite e derivados do mundo.

Mas estas sete mil toneladas são só o começo e serão compradas em Espanha. A empresa tem um contrato a três anos que quer passar a garantir com produção 100% portuguesa. "O nosso objectivo é o de no primeiro ano de contrato atingirmos um milhão de toneladas enviadas". E a expectativa para quando se atingir esse pico de um milhão de toneladas é que o volume de negócios atinja 280 milhões de euros, disse o director comercial da Agrolex, que "muito em breve" irá introduzir a alfafa nos seus próprios terrenos.

Para alimentar uma estrutura gigante como a NADEC também é necessária dimensão. Em cima da mesa está, por isso, a possibilidade de o grupo saudita comprar terrenos no Ribatejo e no Alentejo (região do Alqueva), "a cerca de dez proprietários". O negócio não está fechado, mas segundo Rodrigo Ryder deverá contemplar entre 1000 e 1500 hectares de terreno. Os sauditas têm a tecnologia mais avançada e grandes explorações, mas não a quantidade de água necessária a uma cultura como a da alfafa, explicou o gestor da Agrolex.

O destino da exportação portuguesa será uma das várias quintas a partir das quais a NADEC vende os seus produtos para os países do Médio Oriente e do Norte de África. O responsável da Agrolex, que qualifica os investidores sauditas como "altamente selectivos, muito sofisticados e bastante pragmáticos", entende que Portugal tem tudo a ganhar com este negócio. "Achamos que o país pode ganhar nome na produção agrícola mais além do azeite, do tomate e da cortiça", defende. Segundo Rodrigo Ryder, Portugal importa 95% da alfafa consumida e o negócio com a NADEC poderá mudar por completo esse quadro.

Tratando-se a luzerna de uma planta que pode ser "apanhada nove vezes por ano" e tendo em conta "a altíssima qualidade dos solos portugueses", a entrada dos investidores sauditas pode "garantir um mercado ad eternum para o escoamento deste produto para exportação directa", afirmou o director comercial da Agrolex, para quem "o Alentejo e o Ribatejo podem transformar-se no celeiro de Portugal, mas de luzerna". De luzerna e de "outras duas culturas" em que a NADEC também vê potencial, mas que, por enquanto, a Agrolex pretende manter em segredo.

Acordo preliminar sobre culturas de OGM na UE

02-06-2014 
 

Os representantes permanentes dos Estados-membros, em Bruxelas, chegaram a um acordo preliminar sobre o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM).
 
O acordo permite culturas de OGM autorizados na União Europeia (UE), deixando a possibilidade aos Estados-membros de poderem proibir as mesmas por motivos ambientais, de planeamento do território, por problemas socio-económicos ou por risco de disseminação. Contudo, em nenhum caso, os países poderão opor-se ao trânsito de OGM no seu território.
 
O documento teve o apoio da Alemanha, França e do Reino Unido, que inicialmente eram contra o mesmo, mas por razões diferentes. O procedimento passa por duas etapas. Os estados que não quiserem as culturas de OGM têm que pedir à empresa que solicita a autorização que se comprometa a não comercializar a planta no seu território.
 
No caso de a empresa negar-se a este requerimento, o país em questão pode proibir o seu cultivo em todo o território. Em paralelo, os países comprometem-se não bloquear os processos de autorização a nível europeu.  Este acordo terá de ser ratificado na reunião do Conselho de Ministros do Ambiente no próximo dia 12 de Junho.
 
Fonte: Agrodigital

Produtores das "Terras de Alfândega" da Fé criaram 30 postos de trabalho

 02-06-2014 
 


 
Os produtos locais de Alfândega da Fé ajudaram a criar nos últimos três anos 30 postos de trabalho e ganharam a marca "Terras de Alfândega" com que a autarquia quer valorizar o que é típico do concelho.
 
A Câmara Municipal deu o impulso com um gabinete de apoio ao produtor que agiliza o licenciamento e encaminha projectos para «ajudar a criar postos de trabalho e a vender e a criar mais-valias com os produtos locais, mas também dar visibilidade ao território, atrair turistas», como explicou a autarca Berta Nunes.
 
Da cereja, ao queijo, amêndoa, compotas, fumeiro ou outros produtos regionais feitos em casa surgiram negócios organizados, que até então se deparavam com algumas restrições, segundo a autarca, que falava à margem da apresentação da Festa da Cereja, que decorre entre 06 e 08 de Junho, em Alfândega da Fé.
 
Os produtores que quiserem podem utilizar o selo de garantia "Terras de Alfândega", a nova marca chapéu do concelho transmontano, que obriga quem aderir a submeter-se a um controlo de qualidade.
 
«Temos vindo a trabalhar na valorização do saber fazer tradicional, o que corresponde ao licenciamento das unidades produtivas que já existiam, mas não estavam licenciadas e por isso não tinham uma marca, não podiam comercializar, mesmo nas feiras onde tradicionalmente se vendiam os queijos que eram feitos em casa, ou a compotas, o fumeiro», concretizou.
 
O gabinete de apoio ao produtor ajudou a ultrapassar as burocracias legais e ali «as pessoas são orientadas em todos os passos de uma forma muito célere, podem licenciar uma atividade em menos de dois, três meses».
 
O município já licenciou 15 cozinhas regionais e ao saber tradicional, Alfândega da Fé está também a acrescentar a inovação «de jovens locais que criaram novos produtos como a cerveja artesanal com cereja e outros produtos locais como castanha, mel, etc».
 
No concelho surgiu uma nova empresa que pretende, a partir dos produtos locais, criar novas formas de os apresentar ao público e outra que vai valorizar um recurso endógeno que são os cogumelos silvestres e colocá-lo no mercado seco, transformado, trabalhar essa fileira, adiantou ainda.
 
«Significa pequenas empresas que criam um ou dois postos de trabalho, mas que todas juntas, depois podem criar aqui uma massa crítica e criar aqui emprego que pode fazer alguma diferença», defendeu a autarca.
 
Este processo conta também com o gabinete de apoio ao empreendedor em parceria com a EDP, no âmbito do apoio da elétrica aos projectos na área de influência da barragem do Baixo Sabor.
 
Fonte: Lusa

Rótulos: Esta é a publicidade que você devia mesmo ler

As novas regras de informação para alimentos pré-embalados serão obrigatórias em dezembro. Sabe mesmo o que anda a comer?


Cereais de pacote vão ter novo rótulo
D.R.
31/05/2014 | 00:00 |  Dinheiro Vivo
Se nunca olha para os rótulos da comida que compra para si, esta é uma boa altura para começar a prestar atenção, pelo menos para o que compra para as crianças. A partir de 13 de dezembro, várias mudanças serão obrigatórias. Sai o sódio, entra o sal. A ordem de apresentação da informação nutricional também será invertida dentro de seis meses, quando o regulamento 1169/2011, de 25 de outubro, se tornar obrigatório.
É uma regulamentação europeia, não uma diretiva, o que significa que todos os países irão adotá-la de forma homogénea, em vez de a transpor com adaptações. De aqui em diante, todos os produtos alimentares pré-embalados vendidos na União terão de seguir este padrão. Vai também tornar-se obrigatória a informação nutricional de todos os produtos processados, embora haja um período de transição até dezembro de 2016.
E qual é o motivo da alteração? Defender o consumidor, dando-lhe informação mais clara e visível sobre o que está a consumir. "Os rótulos devem ser facilmente visíveis, claramente legíveis e, quando apropriado, indeléveis", determina o regulamento aprovado pelo Parlamento Europeu. "A informação obrigatória sobre a comida não deve ser em qualquer circunstância escondida, obscurecida, diminuída ou interrompida por qualquer outro material escrito ou visual", lê-se. "Por isso, os rótulos não devem ser facilmente removíveis, pondo em risco a disponibilidade ou acesso à informação obrigatória para o consumidor."
Para que serve?
Esta legislação vem tornar obrigatória a informação nutricional nos alimentos pré-embalados e a indicação da origem de carne não processada de porco, ovelha, cabra e aves. Passará a ser obrigatório destacar (a negrito ou com sublinhado) os alergéneos contidos na comida, tais como ovos ou leite, tendo estes de estar incluídos na lista de ingredientes. E fixa um tamanho de letra mínimo.
"Esta legislação vai consolidar duas áreas que estavam separadas. Vemos com bons olhos porque homogeneiza e ainda introduz algumas novidades", diz ao Dinheiro Vivo Sofia Mendonça, técnica da área alimentar da Deco - Associação de Defesa do Consumidor.

2º Curso de prova de azeites na UTAD


2 DE JUNHO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO

azeitejpgNa continuidade do Ciclo de Conferências do Departamento de Agronomia (DAgro) e do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), irá realizar-se o "2º Curso de prova de azeites", que vai ter início às 9h00 do dia 24 de junho, na Sala N1.75 do Edifício das Ciências Agrárias, da UTAD.

Este evento, inserido no projecto "Olivatmad -Redes Temáticas de Informação e Divulgação da Fileira Olivícola em Trás-os-Montes e Alto Douro", conta com a colaboração da AOTAD e da ESAB.

Para inscrições e informações, deverá enviar um e-mail para citab.press@utad.

As inscrições serão registadas e validadas por ordem de chegada e será dada prioridade a produtores, empresários e estudantes de doutoramento.

Torre de Menagem distinguido em revistas americanas

Vinhos da Quinta de Melgaço na Wine & Spirits e Wine Enthusiast


Vinho Alvarinho
Global Imagens
02/06/2014 | 14:53 |  Dinheiro Vivo
O vinho Torre de Menagem, da Quinta de Melgaço, está na lista das melhores opções de compra das edições de agosto das revistas norte-americanas Wine & Spirits e Wine Enthusiast.
O vinho Torre de Menagem recebeu 89 pontos "Best Buy" da Wine & Spirits e 88 pontos "Best Buy", na Wine Enthusiast, adiantou a Quinta de Melgaço, em comunicado.
A quinta salienta que "no mercado nacional este é um dos vinhos mais vendidos" porque é o resultado "da combinação de duas castas, com predominância da nobre casta alvarinha", acabando por se "revelar um vinho fresco e frutado, que combina leveza com a elevada qualidade das uvas da região, a preço competitivo".
As publicações norte-americanas "realçaram ainda o aspeto límpido, a cor citrina e o aroma frutado com domínio de frutos tropicais", refere a empresa.
A Quinta de Melgaço reúne 500 produtores desta região do Minho, e "só o Alvarinho Quinta de Melgaço recebeu 32 distinções. No total a quinta recebeu mais de 55 prémios, atribuídos pelos mais importantes concursos a nível mundial".

segunda-feira, 2 de junho de 2014

“Os países precisam de recuperar a capacidade de se alimentarem”

ENTREVISTA

JOÃO MANUEL ROCHA 02/06/2014 - 07:31
Olivier De Schutter, relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, lembra que a aposta na produtividade agrícola não resolveu o problema da fome e considera necessário "mudar de rumo".

 
"A justiça social, a sustentabilidade ambiental ea saúde que foram negligenciadas. É preciso mudar de rumo" RUI GAUDÊNCIO
 
Os seis anos em que foi relator das Nações Unidas para o direito à alimentação confirmaram a Olivier De Schutter a ideia de que é "certamente possível" acabar com a fome. Se tivesse de escolher uma única medida para acabar com um problema que afecta mil milhões de pessoas optaria pela "generalização da protecção social".

"Cometemos o erro de apostar demasiado no crescimento de ganhos de produtividade e não investimos o suficiente na protecção e no apoio aos pequenos agricultores", disse ao PÚBLICO em Lisboa, onde há dias falou sobre "O direito à alimentação e à soberania alimentar", a convite do CIDAC - Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral.

Belga, 45 anos, De Schutter repete expressões – "justiça social", "protecção social" – que definem o seu posicionamento. Nesta entrevista fala de assuntos como as divergências que manteve durante o seu mandato com a OMC, Organização Mundial do Comércio. É preciso, diz, "os países recuperarem a capacidade de se alimentarem e a OMC desencoraja-o". Sai preocupado com problemas como a pressão dos biocombustíveis sobre o mercado agrícola.

Mesmo com avanços tecnológicos há mais de 800 milhões de pessoas, 12% da população mundial, em situação de fome extrema. O que é preciso corrigir?
Os números da FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura], 842 milhões, estão subestimados. A FAO só considera quem tem fome 12 meses por ano, não a fome sazonal. Penso que o número real se situe nos mil milhões. O que é paradoxal é que nos últimos 50 anos a produtividade tenha aumentado 2,1% por ano e o número de pessoas com fome não tenha diminuído grande coisa. Eram 900 milhões em 1990, estamos em 842 milhões, pelo menos. Isso mostra que não basta aumentar o volume, é preciso tratar a fome como uma questão de justiça social, apoiar os pequenos agricultores que compõem o essencial do contingente de pessoas com fome, que não estão apetrechados para sobreviver na agricultura de hoje. Eles são os perdedores da concorrência entre agriculturas.

No relatório que fez neste final de mandato diz que os sistemas alimentares que herdámos do século XX falharam e considera necessário um novo paradigma na produção alimentar. A que princípios deve obedecer esse paradigma?
Temos sistemas formatados com a preocupação de aumentar a produção para fazer face a um crescimento demográfico muito grande e damo-nos conta de que os sistemas alimentares não prestaram atenção a outros aspectos importantes. Cometemos o erro de apostar demasiado no crescimento de ganhos de produtividade e não investimos o suficiente na protecção e no apoio aos pequenos agricultores. É uma questão que negligenciámos, como negligenciámos o lado ambiental. Não nos pusemos a questão de saber se a industrialização da agricultura era compatível com o respeito pelos ecossistemas e, em terceiro lugar, negligenciámos a questão da saúde, da diversidade alimentar. São três dimensões – justiça social, sustentabilidade ambiental e saúde que foram negligenciadas. É preciso mudar de rumo.

Há vontade política para apoiar uma produção sustentável com preocupações sociais e ambientais? Há força política para afrontar os interesses?
Quanto mais subimos do nível local para o da governação nacional, maiores são os bloqueios. As experiências mais prometedoras acontecem à escala local, onde os actores dominantes têm menos influência. Segunda coisa: mesmo quando há uma tomada de consciência ao nível governamental, as decisões estratégicas são do sector privado. São as empresas que investem, compram aos produtores, ligam o produtor ao consumidor, não o Governo. O sector privado toma decisões em função do lucro esperado e as questões sustentabilidade, desenvolvimento rural, igualdade na compensação dos actores não o preocupam muito. Não há ainda um alinhamento dos investimentos privados com as prioridades dos governos.

Veio falar sobre direito à alimentação e soberania alimentar, o que remete para o direito a decidir sobre o que cultivar, como comercializar, sobre os recursos. Isso é compatível uma agricultura industrial e uma economia globalizada?
A coexistência entre cadeias agro-alimentares transnacionais, industrializadas, e alternativas locais é possível na teoria. Na prática é difícil, se não tomarmos consciência da importância de apoiar os pequenos produtores, os laços entre produtores e consumidores locais, a cadeia de custos, o mercado agrícola, etc. Os governos devem dar-se conta da importância dessa coexistência. Não acredito que possamos eliminar os grandes actores mas creio que podemos organizar a coexistência entre a agricultura de pequena escala e o sistema dominante.

Hendrik Thoma revela a selecção dos 50 Grandes Vinhos para o mercado alemão

 
HENDRIK THOMA REVELA A SELECÇÃO DOS 50 GRANDES VINHOS PARA O MERCADO ALEMÃO 
SEGUNDA-FEIRA, 02 DE JUNHO DE 2014
 
Hoje divulgada em Frankfurt e dia 4 de Junho, quarta-feira, em Hamburgo
                         
O mercado alemão conheceu hoje a selecção dos 50 Grandes Vinhos Portugueses do Master Sommelier Hendrik Thoma. Após ter sido hoje divulgada em Frankfurt, no Kameha Suite Taunusanlage 20, a lista será revelada na próxima quarta-feira, dia 04 de Junho em Hamburgo, a partir das 11h30, no Atlantic Kempinski Hotel An der Alster 72-79.
Hendrik Thoma foi convidado pela ViniPortugal para liderar o lançamento da apresentação dos 50 Grandes Vinhos Portugueses, guiado pelo sucesso alcançado no Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. Conquistar o público consumidor, trade e líderes de opinião para o vinho português é o objectivo prioritário da iniciativa que pretende fortalecer a notoriedade e o conhecimento dos Vinhos de Portugal no mercado alemão.
A lista dos 50 vinhos seleccionados será também divulgada no sítio www.winesofportugal.com e no sitio Wines of Portugal Deutschland
 
Lista dos 50 grandes vinhos para a Alemanha:
 
 
Company
Wine name
Vintage
Color
Region

ATAÍDE SEMEDO UNIPESSOLA, LDA
Ataíde Semedo Espumante Millésime Bruto 2011
2011
BRANCO
BAIRRADA

Quintas do Homem, Lda
Vale do Homem Arinto
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

Vinhos Norte
Tapada dos Monges
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

QUINTA DE GOMARIZ- SOCIEDADE AGRICOLA E COMERCIAL, UNIPESSOAL, LDA.
QUINTA DE GOMARIZ LOUREIRO
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

Soc. Agrícola Casal de Ventozela
Casal de Ventozela white Escolha
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

Soc. Agrícola Casal de Ventozela
Casal de Ventozela Loureiro
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

ANSELMO MENDES VINHOS
Contacto/Anselmo Mendes
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

Solwine, Lda
Dom Ponciano
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

Quintas de Melgaço- Agricultura e Turismo, S.A.
Qm Alvarinho
2013
BRANCO
VINHOS VERDES

ANSELMO MENDES VINHOS
Curtimenta
2012
BRANCO
VINHOS VERDES

QUINTA DO PINTO SA
Vinhas do Lasso white
2012
BRANCO
LISBOA

Esporão
Herdade do Esporão Verdelho
2013
BRANCO
ALENTEJO

Quinta Vale D´Aldeia SA
Quinta Vale D´Aldeia Alvarinho
2013
BRANCO
DOURO

Wine & Soul, Lda
GURU
2012
BRANCO
DOURO

REAL COMPANHIA VELHA
Carvalhas
2012
BRANCO
DOURO

LUA CHEIA EM VINHAS VELHAS, LDA 
Lua Cheia em Vinhas Velhas Reserva
2011
BRANCO
DOURO

GOANVI, LDA
MULA VELHA PREMIUM
2012
TINTO
LISBOA

VIDIGAL WINES S.A.
BRUTALIS
2010
TINTO
LISBOA

QUINTA DE CHOCAPALHA - Casa Agricola das Mimosas, Lda.
CHOCAPALHA-VINHA MÃE
2010
TINTO
LISBOA

Falua Sociedade de Vinhos SA
Conde Vimioso Reserva
2011
TINTO
TEJO

Sociedade Agrícola Quinta da Lagoalva de Cima SA
Quinta Lagoalva de cima Alfrocheiro Grande Escolha
2009
TINTO
TEJO

Herdade da Comporta Actividades Agro-Sílvicolas e Turísticas S.A
Comporta
2010
TINTO
Psetubal

QUINTA DOS ROQUES, LDA.
QUINTA DOS ROQUES
2011
TINTO
DÃO

FITAPRETA VINHOS
FITA DA FITAPRETA
2012
TINTO
ALENTEJO

QUINTA DA PLANSEL, SOCIEDADE VITIVINICOLA, LDA
PLANSEL SELECTA TINTA BARROCA
2012
TINTO
ALENTEJO

J. Portugal Ramos Vinhos SA
Marquês de Borba Reserva
2011
TINTO
ALENTEJO
Herdade da Malhadinha Nova, Sociedade Agrícola e Turística, S.A.
Malhadinha
2011
TINTO
ALENTEJO

Tiago Mateus Cabaço e Cabaço
Blog Bivarietal
2011
TINTO
ALENTEJO
MONTE DO TREVO Enoturismo, Agricultura e Vitivinicultura Lda
Herdade dos Grous Reserva
2010
TINTO
ALENTEJO

BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL, SA
QUINTA DO CARMO RESERVA
2009
TINTO
ALENTEJO

Monte da Comenda Agroturismo, Lda
Comenda Grande Reserva
2008
TINTO
ALENTEJO

Quinta de Arcossó - Sociedade Vitivinicola, Lda
Quinta de Arcossó Superior Bago a Bago
2009
TINTO
TRÁS-OS-MONTES

Duorum Vinhos SA
Duorum Colheita
2012
TINTO
DOURO

CHURCHILL GRAHAM, LDA.
Churchill's Estates Touriga Nacional Douro
2011
TINTO
DOURO

CHURCHILL GRAHAM, LDA.
Churchill's Estates Douro
2011
TINTO
DOURO

SYMINGTON FAMILY ESTATES
Altano Bio
2011
TINTO
DOURO

Casa da Caldeira
Casa da Caldeira Grande Reserva
2011
TINTO
DOURO

SOCIEDADE AGRÍCOLA JOSÉ MESQUITA GUIMARÃES, LDA.
QUINTA DOS POÇOS GRANDE RESERVA
2011
TINTO
DOURO

Quinta do Passadouro Sociedade Agrícola, Ldª
Passadouro Reserva
2011
TINTO
DOURO

LEMOS & VAN ZELLER, LDA.
CV-CURRICULUM VITAE
2011
TINTO
DOURO

João Fernando Dolores Pinto de Mesquita
Quinta do Alto Premium Selection
2010
TINTO
DOURO

Sociedade Agrícola da Romaneira, S.A.
Quinta da Romaneira
2009
TINTO
DOURO

VINIHOLD - COMERCIALIZAÇÃO DE VINHOS SA
Barão de Vilar Grande Reserva
2008
TINTO
DOURO
José António da Fonseca A. Guedes, Unipessoal Lda.
Quinta das Lamelas Reserva
2008
TINTO
DOURO

BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL, SA
BACALHÔA MOSCATEL ROXO
2001
BRANCO
SETÚBAL
GR Consultores Lda
Secret Spot Moscatel Casco VII
S/D
BRANCO
DOURO

JUSTINO'S, MADEIRA WINES, S. A.
Justinos Madeira Colheita 1995
1995
BRANCO
MADEIRA

Manoel D. Poças Júnior Vinhos S.A.
Poças LBV
2008
TINTO
DOURO

LEMOS & VAN ZELLER, LDA.
QUINTA VALE D. MARIA VINTAGE
2009
TINTO
DOURO

Vallegre, Vinhos do Porto S.A.
Vista Alegre Porto Mais de 40 Anos
Mais de 40 Anos
TINTO
DOURO
 

Fórum Tecnologia e Horticultura terá Jornadas Técnicas a decorrer durante uma semana e lança projecto de investigação de translação









O Fórum Tecnologia e Horticultura, promovido pela Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO), com a colaboração com a Câmara Municipal de Torres Vedras (CMTV) e a Promotorres, decorrerá no recinto da Feira de São Pedro, em Torres Vedras, entre 26 de Junho e 6 de Julho de 2014.

A iniciativa decorrerá no interior de uma estufa de última geração montada para o efeito, à semelhança das melhores infra-estruturas de produção instaladas na região. Será dirigida para os profissionais do sector hortícola, mas também para o público em geral que pretenda conhecer as técnicas de produção e a excelência dos produtos hortícolas da região. Durante os fins-de-semana decorrerão workshops sobre agricultura biológica, horticultura urbana e ateliers de educação ambiental.
Visitantes e participantes contarão com um espaço dinâmico e uma agenda repleta de actividades: conferências, exposições, demonstrações, workshops e muito mais. Toda a cadeia hortícola será abordada, desde a produção de sementes e plântulas até ao tratamento pós-colheita e venda dos produtos finais. O fórum estará equipado com um auditório, um espaço institucional, um espaço tecnológico, uma zona de exposição e demonstração de toda a cadeia produtiva, uma zona de promoção de produtos hortícolas de qualidade.
A 30 de Junho, 2ª feira, pelas 17h, iniciam as Jornadas Técnicas, com uma sessão de abertura que conta com a intervenção do Presidente da AIHO, o Presidente da CMTV, a Presidente do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e ainda, a confirmar, o Secretário de Estado da Agricultura. Juntamente com as Jornadas Técnicas, será lançado um projecto de investigação de translação para um novo modelo de incorporação de conhecimento nos produtos hortícolas, que envolve a Universidade de Lisboa, o ISA, a AIHO e outras organizações do sector das frutas, legumes e ornamentais. As Jornadas Técnicas prolongar-se-ão até dia 4 de Junho, 6ª feira, com horários entre as 18h00 e as 20h30. O programa das jornadas conta com o contributo de professores universitários, investigadores, técnicos especializados e empresas com elevado potencial de inovação (consultar programa em anexo).
A participação é gratuita e aberta a todos os interessados!


Contacto:
Ricardo Vicente - 914 463 109



           


Feira Nacional de Agricultura Promove a Produção Nacional

DE 7 A 15 DE JUNHO EM SANTARÉM

Redação em Domingo, Junho 1, 2014 - 16:52
 
    

   
A 51ª Feira Nacional de Agricultura / 61ª Feira do Ribatejo realiza-se de 7 a 15 de junho no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, incidindo na temática da "Produção Nacional", no sentido de realçar a importância dos produtos genuinamente portugueses no setor agrícola, nomeadamente através da realização de atividades como seminários, colóquios, apresentações de produtos e demonstrações, entre outros.
 
O certame promove assim um dos principais temas da atualidade para o setor, incentivando a aquisição de produtos nacionais como forma de contribuir para o equilíbrio da balança comercial do país e para a recuperação da economia nacional. Neste sentido, a Feira integra um espaço de exposição dedicado à iniciativa "Portugal Sou Eu", programa do Ministério da Economia e do Emprego que tem como objetivo precisamente valorizar a produção nacional e promover os produtos nacionais.
 
Da mesma forma, os produtos tradicionais premiados nos concursos que decorrem entre dezembro e maio, no Centro de Exposições, estarão ao dispor dos visitantes, contribuindo também para esta valorização da produção nacional, estimulando a qualidade e promovendo os melhores produtos das diferentes regiões do país.
 
Num ano em que apresenta índices record de participação em termos de expositores e empresas participantes, a Feira reforça a sua posição como palco principal do mundo agrícola e local apropriado para discutir os temas atuais e relevantes do setor, nomeadamente através de reuniões, seminários, congressos e workshops, que contam com a participação de vários especialistas nas suas áreas de atuação.
 
Paralelamente, a Feira Nacional de Agricultura contará com a presença de várias personalidades, contribuindo para que o acontecimento seja um marco na agenda política e económica durante nove dias, contribuindo para efetuar um balanço dos programas e das políticas para o setor agrícola. Com um amplo programa de atividades, a feira destina-se não só aos profissionais do ramo, mas também aos consumidores que podem ter acesso a diferentes produtos de grande qualidade, apoiando assim a produção nacional.
 
O certame comemora 20 anos no espaço do Centro de Exposições e integra o "Salão Prazer de Provar" – que agrega o Salão Nacional do Azeite, o Salão Nacional da Alimentação e o Festival Nacional do Vinho – a "Fersant" (Feira Empresarial da Região de Santarém), organizada pelo Nersant, a "Lusoflora de Verão", promovida pela APPPFN (Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais) e as "Conversas de Agricultura".
 
Na zona exterior, a exposição de maquinaria e equipamentos agrícolas traz a Santarém as novidades do setor e proporciona às empresas contactos de negócio. Destaca-se, neste âmbito, uma zona de demonstrações na qual se poderão observar algumas inovações presentes na feira, assim como experimentar os novos modelos das principais marcas existentes no mercado.
 
Espaço AIFF
 
Nota de destaque também para o Espaço dedicado à fileira florestal promovido pela AIFF – Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal que contará com algumas das empresas mais representativas do sector. Paralelamente, decorrerão várias actividades dedicadas aos mais novos como o "Jogo da Floresta", "Vem Fazer Papel", "Vem Pintar a Floresta" ou os "Contos da Floresta".
 
Além da maquinaria agrícola, a 51ª Feira Nacional de Agricultura conta com expositores em diversos setores como comércio, artesanato, gastronomia, produtos e serviços para a agricultura, entre outros, o que reflete a dimensão e a importância do certame.
 
Prazer de Provar
 
O Salão Prazer de Provar agrupa o 8º Salão Nacional do Azeite, o 7º Salão Nacional da Alimentação e o 9º Festival Nacional do Vinho e reúne no mesmo espaço vários produtos de grande qualidade: azeites, queijos, enchidos, méis, compotas, frutas, entre outros bens alimentares.
 
Destaca-se este ano a Padaria da Feira, dinamizada pela empresa "O Quentinho". Neste espaço o visitante poderá encontrar vários tipos e formato de pão. Três vezes por dia, entre as 12.00 e as 22.30 estará disponível pão quente, acabado de sair do forno.
 
 
Por outro lado, o evento contará com diversas iniciativas abertas à participação dos visitantes como a "Mercearia da Feira", local onde será possível adquirir vários produtos dos diversos expositores presentes, "Demonstrações de Cozinha ao Vivo", mostras e degustações de produtos ou harmonizações entre Vinhos/Azeites e Iguarias, entre outras atividades, para além do espaço dedicado ao programa "Portugal Sou Eu".
 
Conversas de Agricultura
 
Durante a 51ª Feira Nacional de Agricultura decorrem vários seminários, organizados pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), com o objetivo de discutir os principais problemas do setor, nomeadamente a "Política Agrícola Comum - Decisões Nacionais", no dia 09 junho, o "IV Seminário – A Importância dos Jovens Agricultores no Futuro da Agricultura Europeia" no dia 11 junho e a "A Contabilidade e a Fiscalidade na Atividade Agrícola II", também no dia 11 junho.
 
Neste âmbito decorrem outros congressos e workshops:
7 Junho 09h30 Mecanização Agrária (Org. ACAP) 10H00 Encontro Nacional de Confrarias Enófilas e Gastronómicas (Org. Conf. G. Ribatejo / ANMPV)
9 Junho 09h30 Reunião Anual Concessionários da MF (Org. Massey Fergusson) 10h00 Apresentação de Novos Modelos de Tractores (Org. SAGAR) 14h00 Produção de Ovos - Uma Nova Realidade (Org. ANAPO / SPAMCA) 14h30 "Certificação Florestal – Uma Opção Inadiável" (Org. AIFf) 14h30 Carlos Relvas: Campo, Cavalos e Touros (Org. Cam. Mun. Golegã)
11 Junho 09h30 24ª Reunião de PI's SNIRA (Org. CAP) 10h00 IV Encontro – Biotecnologia e Agricultura: O Futuro é Agora (Org. CIB) 10h30 Assembleia Geral da Qualifica - Visita aos Premiados (Org. Qualifica) 14h00 Formação-Ação: Gestão Agrícola e Uso Eficiente da Água (Org. CAP) 14h30 Exportação da Agricultura Portuguesa (Org. BPI/Correio Manhã/Jornal Negócios) 16h00 1º Simpósio do Crédito Agrícola (Org. FENACAM / Caixa Central)
 
 
12 Junho 09h00 Jornadas Empreendorismo Agrícola Millenium BCP (Org. CONTROLINVESTE) 09h00 Sessões Finais EmpCriança e EmpreEscola (Org. NERSANT) 09h00 INTERPERA 2014 (Org. COTHN) 09h30 A Certificação como um meio para a Internacionalização (Org. APCER) 10h00 Jornadas Empreendorismo Agrícola Millenium BCP (Org. CONTROLINVESTE) 14h30 Sessão de Esclarecimento Saúde e Segurança no Trabalho Agrícola e Florestal (Org. CAP)
13 Junho 09h30 Produzir e Vender na Agricultura - Novas Tendências (Org. DRAPLVT/DGADR/APRODER) 09h30 Estratégias de Internacionalização da Fileira Agro-Alimentar (Org. CAP) 09h30 Agricultura Familiar Portuguesa - Produzir. Alimentar. Preservar Recursos. Desenvolver (Org. CNA) 11h00 Drones na Agricultura de Precisão: O Presente ou Futuro? (Org. SKYEYE) 16h00 Workhop Compostagem e Agricultura Biológica (Org. Margem Crescente)
14 Junho 10h00 Evocação Celestino Graça no Centenário do Seu Nascimento – Testemunho sobre Vida e Obra
O Mundo Rural em Exposição
Diferentes raças autóctones bovinas nacionais e internacionais, dezenas de equinos representando as principais coudelarias nacionais, suínos de raça bísara e raça alentejana, caprinos, ovinos e aves apresentam-se diariamente ao público que visita a feira e fazem parte da maior mostra de gado do país.
A 51ª Feira Nacional de Agricultura também terá patente uma grande exposição de galinhas poedeiras. Esta mostra contará com cerca de 500 exemplares e permitirá aos visitantes observar o comportamento destes animais ao ar livre, sendo os ovos oferecidos aos visitantes.
 
Pecuária
 
Paralelamente, os criadores nacionais têm na Feira uma oportunidade para demonstrarem a excelência dos seus exemplares em competição.
 
 
Equinos •
Camp. Nac. de Equitação do Trabalho - 07 e 08 junho • Troféu Dressage Póneis - 4ª Jornada - 08 junho • 4º Conc. Nac. Égua Afilhada Raça Lusitana – 08 junho • 11º Conc. Nac. Égua Afilhada: Outras Raças - 08 junho • 21º Conc. Nac. Oficial Coudelarias Portuguesas - 08 junho • A Criança e o Cavalo - 9,11,12 e 13 junho • Demonstração Equestre - 09 junho • Conc. de Apresentação do Cavalo de Sela - 11 junho • Prova Mista Traje à Port. e Equitação Tradicional - 11 junho • Prova Morfo-Funcional Aptidão Toureio - 11 e 12 junho • Demons. de Hipoterapia (APPACDM e ESAS) - 12 junho • Conc. Nac. Oficial de Modelo e Andamentos do Cavalo da Raça Sorraia - 12 junho • Conc. Dressage Nacional - Taça FNA 2014 - 14 e 15 junho • Atrelagem - Taça Regional do Centro - 14 junho
Bovinos •
 
Concurso Morfológico Geral de Bovinos de Raça Charolesa - 08 junho
Ovinos •
 
Concurso Geral Jovens Reprodutores Ovinos P3 - 08 junho •
 
Concurso Nacional de Jovens Reprodutores Ile-de-France - 08 junho
Suínos •
 
Concurso Morfológico Nacional de Suínos da Raça Bísara •
 
Concurso Morfológico Nacional de Suínos da Raça Alentejana
Caninos •
 
Exposição Canina Especializada de Raças Portuguesas Comemorativa do Dia de Portugal - 10 junho •
 
Agility - 10 junho •
 
Corrida de Galgos - 15 junho
Realizam-se ainda diversas competições envolvendo as dezenas de campinos presentes como as Provas de Provas de Perícia, Velocidade, Apartação e Condução de Cabrestos.
 
 

Feira Nacional de Agricultura na "Rede"
 
A 51ª edição da Feira Nacional de Agricultura irá estar em destaque na Internet. Este ano a aposta passa pela criação do site www.feiranacionalagricultura.pt onde se poderá encontrar toda a informação inerente ao evento, assim como alargar a informação existente às redes sociais, nomeadamente Facebook e Instagram. Para além de uma maior promoção da Feira, o objetivo é estar on-line em qualquer lugar e em vários dispositivos.
 
Neste âmbito, surge também a "APP Feira Nacional de Agricultura", disponível para os sistemas IOS (Iphone e Ipad), Android e Windows Phone, cujo download poderá ser efetuado em www.cnema.pt e www.feiranacionalagricultura.pt.
 

Dois dos mitos agrícolas

 Opinião


Sevinate Pinto

01/06/2014 - 11:57


Há relativamente pouco tempo, uma pessoa amiga, reenviou-me um texto que circula na Net sob o título "Eu desconhecia isto". O objectivo do autor, desconhecido, claro, é o de tentar demonstrar que Portugal é um dos países mais ricos da Europa, mas que os governantes o arruínam. Logo na segunda afirmação, é dito que temos 80% de solo arável mas que está em quase completo abandono. Quanto ao resto, segundo o autor, temos de tudo e, claro, muito mais, do que os restantes países europeus.

Não estranhei, habituado que estou a ouvir afirmações do mesmo tipo. Às vezes divertem-me mas, muito mais vezes, incomodam-me.

Não há fórum radiofónico, comício partidário ou debate público, onde não se diga mais ou menos a mesma coisa, isto é, que temos muito bons solos e um clima óptimo para a agricultura. Se não produzimos o que necessitamos é porque não queremos, ou porque os governos deixam que tudo se abandone.

Trata-se, a meu ver, de mais uma excelente contribuição para alimentar o masoquismo nacional, que abrange uma quantidade crescente de portugueses, sempre disponíveis para absorver, como se fosse verdadeiro, tudo o que de negativo se diz sobre nós próprios.

Eu gosto muito do meu país. Não o trocaria por nada deste mundo, mas, infelizmente, a realidade é bem diferente. A realidade é que o Criador quis que fossemos um país de turismo, com sol, praia e lindas montanhas, mas deu-nos muito pouco daquilo que precisávamos para a agricultura.

Vejamos então um bocadinho mais de perto os nossos recursos e depois o chamado "abandono agrícola", que a grande maioria dos portugueses considera uma extensa realidade.

Quanto aos recursos, são conhecidas, ainda que não generalizadamente, as nossas grandes limitações, quer em matéria de solos, quer em matéria de clima.

De facto, a esmagadora maioria da superfície agrícola nacional – cerca de 3,6 milhões de hectares, se excluirmos as florestas e as áreas destinadas a outros fins, é composta por solos pobres, delgados, pouco férteis e muito frágeis.

Para além de utilizarmos agricolamente apenas pouco mais de um terço da nossa superfície territorial (o resto são florestas, matos e áreas sociais), a maioria desses solos são delgados, têm uma composição física e química muito pouco propícia à agricultura e são muito susceptíveis à erosão (o maior risco de erosão da Europa), ao encharcamento (má drenagem) e à secura (fraca capacidade de retenção para a água).

Considerando o que dizem os nossos especialistas nesta matéria, que não são muitos, tendo em conta a capacidade dos solos fornecerem nutrientes às plantas (troca catiónica), menos de 5% da nossa superfície agrícola apresenta valores aceitáveis; mais de 70% apresentam valores baixos, e muito baixos, de matéria orgânica (indispensável para a reserva de nutrientes e para a capacidade de retenção da água) e cerca de 83% tem um PH inferior a 5, 5 (acidez), o que inibe o bom desenvolvimento de uma grande quantidade de plantas.

Em resumo, não há nenhum especialista que arrisque dizer, que mais de um terço dos solos considerados agrícolas (que já são bastante menos de metade da superfície total do Continente), dispõem, à partida, de condições favoráveis à agricultura. As excepções encontram-se no Minho, onde a sistemática intervenção humana tem assegurado elevados níveis de matéria orgânica, numa parte do Ribatejo e Oeste, nos vales dos grandes rios, com solos aluvionares, e numa extensa mancha de solos argilosos do Baixo Alentejo.

Quanto ao clima, no que mais interessa à agricultura – a precipitação, a temperatura e a radiação solar – também não somos muito felizes numa parte considerável do território. Desde logo, as influências atlântica, mediterrânica e continental, cruzadas com a orografia, provocam grandes variações climáticas (a precipitação varia de 400 mm no Interior Sul a 2800 mm no Noroeste; a temperatura média anual varia de Norte para Sul, de mínimos de 7,5 oC a máximos de 17,5 oC e a radiação varia de 140 a 170 Kcal/cm2, desde o Minho ao Interior do Algarve).

A distribuição da precipitação é muito adversa, na medida em que ocorre de forma excessivamente concentrada no Inverno, na época mais fria, sendo o regime hídrico mais deficiente exactamente nas zonas de maior potencial energético, com maior radiação solar e temperatura.

Como dizia o Prof. Orlando Ribeiro, um dos mais notáveis geógrafos portugueses[1]: "Em Portugal, onde há terra não há clima e onde há clima não há terra".

Muitas das limitações que acabei de mencionar, quer relativamente aos solos, quer ao clima, poderiam ser eliminadas, ou reduzidas, pelo recurso à rega e pela correcções do solo. O recurso à irrigação aumentaria de forma significativa a produtividade física dos solos e reduziria as limitações pluviométricas na Primavera e no Verão. Infelizmente, apesar de ser, cada vez mais, uma condição necessária, ainda que não suficiente, para a prática de uma agricultura produtiva, moderna e competitiva, a irrigação actualmente só é possível em cerca de 15% da Superfície Agrícola Utilizada e, cada vez que é alargada com novas obras de irrigação, sofre a contestação, quase sempre absurda, de uma parte da "inteligência" politicamente correcta, dentro e fora das fronteiras.

Finalmente, quanto ao abandono, cada vez mais portugueses, mal informados sobre a qualidade dos nossos recursos, onde não vêm searas, pomares, vinhas, hortas ou florestas, consideram os solos como sendo abandonados e têm, sobre isso, posições bastante críticas.

Uma das razões porque tal acontece é porque se incluem nessa categoria as pastagens naturais, para a pecuária extensiva, que têm grande expressão entre nós (única possibilidade de utilização de cerca de um milhão e setecentos mil hectares de terras pobres de sequeiro). Além disso, não se valorizam as rotações e não se avaliam as limitações naturais antes descritas. Contudo, o INE, dentro das suas obrigações de produção estatística, que desempenha, aliás, com grande profissionalismo, começa por definir o que é abandono e procede depois à sua avaliação a nível nacional. Assim, segundo o último Recenseamento Geral, de 2009, a Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU), atinge no Continente 125 000 hectares, isto é, menos de 3% da superfície total das explorações. Apesar de 125 000 ha com capacidade agrícola e com o estatuto de abandono, serem mais do que suficientes para nos preocuparem e serem objecto de censura, estão, no entanto muito longe, das barbaridades que se dizem sobre o abandono agrícola em Portugal. Relembro que alguns o contabilizam em milhões de hectares, chegando até a mencionar áreas superiores à totalidade da área ocupada pela agricultura! Gostaria de acreditar que se trata apenas de uma confusão de conceitos.
 

Engenheiro agrónomo (ISA)

Menos 16 mil candidaturas a apoios da PAC devido a medidas fiscais "injustas"

- CNA 20 de Maio 2014

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) afirmou hoje que houve menos 16 mil candidaturas aos apoios da Política Agrícola Comum (PAC) nas últimas duas campanhas, atribuindo a redução às medidas fiscais "injustas" que foram impostas aos agricultores. O prazo para apresentação de candidaturas às ajudas da PAC terminou no passado dia 15 de maio e "pelo segundo ano consecutivo, a campanha de receção ficou negativamente marcada pelas injustas imposições fiscais" introduzidas no Orçamento do Estado para 2013, denuncia a CNA num comunicado. Segundo a Confederação, este ano, a redução do número de candidaturas em Portugal Continental foi superior a 10 mil.

domingo, 1 de junho de 2014

Os trópicos, como os conhecemos, vão desaparecer, diz um novo estudo

Alterações Climáticas

Um novo estudo publicado na revista Science, no qual participaram investigadores portugueses, conclui que o aquecimento global não ameaça só os polos - vai modificar por completo as zonas tropicais
Pedro Miguel Santos (texto)
16:47 Quinta feira, 29 de Maio de 2014 |

Os trópicos, como os conhecemos, vão desaparecer, diz um novo estudo
DR
As imagens de ursos polares isolados em pequenos pedaços de gelo à deriva são recorrentes em campanhas de alerta sobre o aumento médio das temperaturas e as consequências do aquecimento global nos ecossistemas. Os efeitos destas mudanças nos polos têm sido amplamente estudados e divulgados .

Mas e o que acontece noutras zonas climáticas do Planeta Terra? Uma equipa internacional, na qual participam investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), concluiu que os trópicos sejam "altamente afetados por alterações locais da temperatura e precipitação, o que conduzirá a climas completamente diferentes dos atuais".

O estudo, publicado no início de maio, pela revista de divulgação cientifica Science , resulta de uma colaboração internacional que inclui o CIBIO-InBIO/Universidade de Évora, o Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid e as universidades de Copenhaga, Helsínquia e o Imperial College de Londres, e é o primeiro a fornecer uma visão extensiva e detalhada do impacto de diferentes padrões de variação das alterações climáticas na biodiversidade.

Através da utilização de 15 modelos disponibilizados pelo Painel Internacional para as Alterações Climáticas, os investigadores examinaram a forma como as mudanças na temperatura e precipitação poderiam afetar a persistência das espécies em todo o mundo.

"As regiões polares receberam uma atenção substancial porque estão a passar por um grande aumento na temperatura. A extensão dos climas polares decrescerá, o que implica uma redução no habitat disponível para espécies árticas e sub-árticas", explica, em comunicado, o investigador principal do estudo Miguel Araújo, coordenador do polo do CIBIO - InBIO  na Universidade de Évora.

O cientista acrescenta ainda que "independentemente destas alterações, o aquecimento nos trópicos deverá criar condições climáticas completamente novas, que atualmente não são experimentadas por nenhuma espécie em qualquer lugar na Terra. A eventual capacidade das espécies se conseguirem adaptar a estas novas condições climáticas é ainda uma questão em aberto".


Publicada a Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo


Foi hoje publicada, no Diário da República, a Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo.


Cooperativa sueco/dinamarquesa inaugura maior fábrica do mundo de leite

30-05-2014 
 


 
A maior fábrica de processamento de leite do mundo foi inaugurada esta semana, cuja proprietária é a cooperativa sueco/dinamarquesa Arla Foods e está localizada na Inglaterra, mais concretamente em Aylesbury.
 
A fábrica começou a funcionar em Novembro e representa um investimento de 835 milhões de dólares, prevendo-se que forneça cerca de 10 por cento do leite de Inglaterra. A cooperativa conta com três mil sócios, dos quais 900 serão responsáveis em fornecer 240 mil litros de leite diariamente, necessários para a mesma funcionar.
 
A mesma, tem capacidade para produzir 1,5 milhões de garrafas de leite por dia, com 16 silos para um total de 4,8 milhões de litros de leite. Conta ainda com seis secções de processamento e pode abastecer diariamente 150 camiões de distribuição.
 
Fonte: Agrodigital

Coruche recebe Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça



by João Baptista on 30 de Maio de 2014 em Últimas

A FICOR – Feira Internacional da Cortiça tem como destaque esta sexta-feira  o 1º Congresso da Fileira do Sobreiro e da Cortiça subordinado ao tema "Visão de Futuro para a Fileira da Cortiça" decorre no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, das 9h30 às 17h, e contará com a presença da ministra da Agricultura Assunção Cristas.

O congresso é organizado pela Filcork (Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça ) e tem como objetivo contribuir para a reflexão sobre o Futuro da Fileira da Cortiça, assumindo-se como o espaço privilegiado para o debate aberto e construtivo entre os diferentes agentes da fileira, sendo também o momento de apresentação dos principais resultados da operação cofinanciada pelo Programa INALENTEJO "Programa de Valorização da Cortiça no Alentejo".

Pelas 15h será assinado o Acordo de Cooperação para o Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça (CCSC), pela ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas. O CCSC terá como missão promover o desenvolvimento da fileira da cortiça portuguesa pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e da transferência e divulgação do conhecimento. Deste centro fazem parte das seguintes entidades: Associação para a Competitividade da Industria da Fileira Florestal (AIFF); Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça (FILCORK); Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR); Câmara Municipal de Coruche (CMC); Centro Tecnológico da Cortiça (CT Cor); Companhia das Lezírias, S.A. (CL); Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); Instituto Nacional de Investigação Agrícola e Veterinária (INIAV); Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa (ISA); União da Floresta Mediterrânica (UNAC); Universidade de Évora (UE); e Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD).

"Numa altura em que a cortiça tem o seu maior momento de notoriedade internacional, tenho uma forte expectativa para que o debate possa apontar caminhos e novos desafios para a nossa fileira, fortalecendo a cooperação entre todos os estádios, parceiros institucionais e também o próprio governo", refere João Rui Ferreira, presidente da Filcork.

Agricultores recebem no mínimo 500 euros da nova PAC

POR: ONDA LIVRE · 29/05/2014 · 0 COMENTÁRIOS

A partir de 2015 os pequenos agricultores vão receber um mínimo de 500 euros de subsídio. Esta é uma das alterações da Reforma da Política Agrícola Comum (PAC) apresentadas pela CAP, Agricultores de Portugal, na Escola Superior Agrária de Bragança.  O secretário-geral da CAP, Luís Mira, explica as principais alterações da nova PAC.

"Há uma convergência dos pagamentos para 90 por cento da média nacional.

Para os pequenos agricultores vaia haver uma medida muito importante que vai abranger 80 mil agricultores em Portugal, e que vai beneficiá-los colocando o mínimo a receber em 500, isso faz-se com o retirar de dinheiro a todo. Para além disso vai haver um pagamento que se chama " Greening" que obriga os agricultores a cumprirem um conjunto de regras ambientais para que a agricultura europeia seja mais amiga do ambiente", revela.A área mínima para candidaturas aos subsídios da nova PAC aumenta de 0,3 hectares para 0,5 em 2015 e o objectivo é aumentar para 1 hectare em 2017. Luís Mira garante que os agricultores não vão ser prejudicados e considera que a medida vai ser importante para ganharem escala."A ideia é que as pessoas se juntem e tenham até 2017 tempo para não perderem essa ajuda. Temos que ganhar escala e não se pretende com esta medida diminuir o número de agricultores", considera.

Foram mais de duas centenas os agricultores que marcaram presença na sessão de esclarecimento, onde puderam esclarecer dúvidas sobre as novas regras.

A medida que obriga a que todos os subsídios sejam superiores a 500 euros foi uma das mais comentadas."Isso é pouco. Quinhentos euros, da maneira que está hoje a vida, isso não é nada",  afirma António Rodrigo."Esta medida só vai beneficiar especialmente a nossa região porque a maioria dos agricultores são pequenos agricultores. Os que já recebiam pouco não vão ser prejudicados, só serão um pouco prejudicados aqueles que recebiam muito dinheiro ", acrescenta José Guedes.

Os cortes nos subsídios aos agricultores de grande escala serão calculados em função das características de cada exploração, não podendo ultrapassar  30 por cento do valor do subsídio.

A nova PAC entra em vigor em 2015, com um ano de atraso, devido à demora no processo de negociações no Parlamento Europeu, que este ano envolveu 28 países, o maior número de sempre.  Este vai ser o último ano em que os agricultores vão beneficiar do Regime de Pagamento único (RPU), passando a vigorar apenas o Regime de Pagamento Base (RPB).

Desta forma prevê-se que até 2019 o valor do subsídio seja calculado de forma idêntica para os agricultores de cada região do país, em vez de ser em função do valor recebido e do número de hectares utilizados no período de referência considerado. As novas regras vigoram a partir do próximo ano até 2020.

Escrito por Brigantia (CIR)

Sociedade Civil da RTP 2, próxima segunda-feira, sobre "Vinhos Portugueses"

 30-05-2014 
 


 
No programa Sociedade Civil da RTP 2, da próxima segunda-feira, dia dois de Junho, será emitido o programa "Vinhos Portugueses", entre as 14:00 e as 15:30 horas.
 
O vinho é um bem de consumo que está a aliciar o mundo inteiro. Portugal, e os portugueses, apesar de terem uma longa tradição nos vinhos, apresentam igualmente mudanças no que toca à maneira como escolhem e fazem os seus vinhos, a filosofia de consumo em relação a esta bebida está a mudar. Hoje em dia, o consumidor procura no vinho a qualidade e a excelência antes da busca por aromas, sensações, aliadas à gastronomia às regiões tornam-se numa importante fatia da economia portuguesa.
 
De que forma os portugueses encaram o vinho? Porque é que o consumo interno está a decair? De que forma é que a qualidade do vinho mudou nos últimos anos? Quais foram as inovações técnicas que o permitiram? O que é que mudou no consumidor português? Quais os factores de escolha de um vinho e quais os locais de mais frequente compra? De que forma a enologia e o turismo/restauração correm no mesmo sentido? Quando falamos em excelência, poderemos falar de cultura/arte quando falamos de vinho?
 
Estas e outras questões sobre o tema serão debatidas no Sociedade Civil, em que a CONFAGRI estará representada pela Dr.ª Celeste Patrocínio, Presidente da Adega Cooperativa de Ponte de Lima.
                                             
O programa Sociedade Civil é apresentado pela jornalista Eduarda Maio. Conta com convidados e reportagens jornalísticas sobre o tema. O programa visa esclarecer e fornecer soluções úteis e inovadoras aos cidadãos sobre temas que estejam na ordem do dia: agricultura, cidadania, educação, saúde, alimentação, justiça, sociedade, entre outros.
 
Conheça e participe através do blog http://sociedade-civil.blogspot.com, ou enviando uma mensagem para sociedade-civil@rtp.pt. O programa emitido estará disponível logo depois da emissão em http://multimedia.rtp.pt.
 
Fonte: CONFAGRI

Projecto do Politécnico da Guarda de monitorização de animais em prémio europeu


Um projecto do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) para monitorização de animais em quintas de grandes dimensões foi seleccionado para o prémio europeu Farming by Satellite.
 
O IPG refere, em nota enviada à agência Lusa, que o projecto da equipa Magic Key, que se dedica à produção de soluções tecnológicas, é um dos seis finalistas e candidato ao prémio promovido pela Agência do GNSS Europeu (GSA), responsável pelas actividades de navegação por satélite na Europa.
 
A ideia que a equipa da Guarda apresentou ao prémio Farming by Satellite resultou do trabalho de investigação efectuado «para encontrar uma solução de monitorização de animais em quintas de grandes dimensões», segundo Luís Figueiredo, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG.
 
O responsável pela equipa Magic Key, citado na nota divulgada, refere que o projecto «permitirá obter dados da localização de cada animal e dados biométricos». «Esses dados serão transmitidos para uma unidade de processamento central que os analisará em tempo real e gerará alertas sempre que seja detectada uma variação dos parâmetros característicos de cada animal, o que permitirá uma intervenção rápida junto desse animal», segundo o investigador.
 
No sistema tecnológico desenvolvido pelos investigadores do IPG «será usada uma infra-estrutura de comunicações própria, que não terá custos de comunicações», refere.
 
O projecto também contempla a aplicação de módulos nos animais, que, segundo os investigadores, «serão alimentados por pequenos painéis solares que lhes darão uma completa autonomia energética ao longo do tempo».
 
Ao prémio Farming by Satellite 2014, aberto à participação de estudantes e de jovens, concorreram 96 candidaturas e foram validadas 43. Posteriormente, um júri seleccionou seis equipas da Europa e três de África, que vão fazer a sua apresentação final, em Praga (República Checa), no dia 11 de Junho.
 
A lista final das candidaturas inclui equipas de Portugal (duas), Roménia, Reino Unido, Alemanha, República Checa, África do Sul, Ruanda e Quénia.
 
Os vencedores do prémio internacional serão anunciados a 12 de Junho, durante a realização da conferência "European Space Solutions", no Centro de Conferências de Praga.
 
A competição visa promover o uso do Global Navigation Satellite System (GNSS) na agricultura e seus benefícios para os agricultores, os consumidores e para a segurança alimentar, de acordo com a entidade promotora.
 
Fonte: Lusa

Amênoa: Especialistas discutem medidas para aumentar competitividade


29 DE MAIO DE 2014 AGROTEC

Empresários, produtores, técnicos e investigadores defendem novas formas de produzir e escoar a amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro, através da aposta em variedades locais, com mais sabor e aroma, na conservação de variedades em extinção e no desenvolvimento de novos produtos ou até novas formas de utilização, como por exemplo, na cosmética.

"Estamos a fazer um diagnóstico pragmático e completo do setor, que urge ser feito. Queremos dar resposta aos problemas que estão a estrangular a cultura, como a falta de organização e de aconselhamento técnico ou os baixos preços pagos ao produtor", explica Ana Paula Silva, do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Para criar uma nova dinâmica em toda a fileira, as potencialidades deste fruto seco estiveram em discussão nas Jornadas Técnicas da Amêndoa, em Alfândega da Fé, a 23 de maio, numa iniciativa da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, da UTAD, do CITAB, do Instituto Politécnico de Bragança e do Centro de Investigação da Montanha.

Os participantes pretendem perceber, por exemplo, quais as variedades ou combinações que melhor se adaptam ao solo e clima dos principais concelhos produtores de amêndoa, como Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa, Alfândega da Fé e Freixo de Espada à Cinta, da Terra Quente Transmontana.
Segundo os especialistas, apesar de Portugal gerar atualmente apenas 1% da produção mundial de amêndoa, a cultura apresenta características interessantes que a podem tornar numa aposta lucrativa para os agricultores.
"Temos condições naturais muito favoráveis ao cultivo, que é feito, praticamente, em modo de produção biológica. É também uma cultura económica e ambientalmente sustentável, com um enquadramento perfeito com a vinha e o olival", argumenta Ana Paula Silva.
Além disso, a amêndoa adapta-se "a uma região desertificada e envelhecida como Trás-os-Montes pois os custos de produção são relativamente reduzidos e exige pouca mão-de-obra quando comparada com outras culturas, nomeadamente a vinha", esclarece a investigadora do CITAB.
A amêndoa gera um volume de negócios na ordem dos 8 mil euros/ano, na região de Trás-os-Montes, através da produção de cerca de duas mil toneladas, o equivalente a 67% da produção nacional.
Tomando o exemplo de Espanha, líder europeu na produção de amêndoa, com cerca de 220 mil toneladas/ano, os promotores da iniciativa esperam ainda visitar em breve explorações de sucesso no país, para replicar as boas práticas em terras lusas.​