terça-feira, 24 de junho de 2014

Universidade Católica do Porto revela como valorizar ginja


por Ana Rita Costa
23 de Junho - 2014
A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto apresentou na passada semana as conclusões de um estudo que revela de que forma é possível valorizar a ginga de Óbidos.

 
Além de descobrir de que forma é possível preservar este fruto, para que possa ser consumido fora do seu curto período de produção, o estudo mostra ainda quais as propriedades funcionais e nutricionais da ginja de Óbidos, nomeadamente do fruto e dos produtos derivados.

A equipa de investigação descobriu que o potencial antioxidante da ginja de Óbidos não se restringe apenas ao fruto que é, atualmente, conhecido pela sua utilização na produção da ginjinha, mas encontra-se, também, nos seus subprodutos, particularmente nas folhas e nos caules.

Neste sentido, já foram desenvolvidas duas formulações de doces de ginja e duas de bolacha, ginja cristalizada e gomas de ginja. O projeto deu origem, ainda, a uma linha de produtos funcionais à base de ginja de Óbidos, em que as propriedades funcionais e nutricionais foram caracterizadas e validadas pela Escola Superior de Biotecnologia da Católica Porto. Os pedúnculos da ginja foram, também, combinados numa formulação de infusão "com grande potencial sensorial e com elevadas propriedades antioxidantes validadas", refere a Universidade Católica do Porto, em comunicado.

Para além disso, neste momento, já estão a ser desenvolvidos produtos de dermocosmética a partir de subprodutos da ginja de Óbidos, o que mostra a versatilidade deste produto. Esta investigação de I&DT foi desenvolvida ao abrigo do Sistema de Incentivos Qualificação PME, Vale Inovação, financiado pelo Programa Operacional Regional do Centro.

Transgénicos ajudam a reduzir emissões de gases de efeito de estufa


por Ana Rita Costa
23 de Junho - 2014
A utilização de transgénicos contribuiu para uma redução de emissões de gases de efeito de estufa equivalentes às emissões de 11,9 milhões de carros num ano.

 
De acordo com o Centro de Informações sobre Biotecnologia (CIB), "a adoção de sementes transgénicas aumentou a produtividade das culturas, reduziu a necessidade de expansão de fronteiras agrícolas e diminuiu o uso de químicos. Estes são alguns dos benefícios que a biotecnologia trouxe para agricultura, reduzindo a pegada de carbono e colaborando com a sustentabilidade do setor."

Cooperativa Agrícola de Alcobaça lança projeto de promoção da região


por Ana Rita Costa
23 de Junho - 2014
A Cooperativa Agrícola de Alcobaça lançou na passada semana um projeto nacional que tem como objetivo promover os produtos da região junto da população nacional e junto de turistas em visita ao nosso país: o Granja de Cister.

 
Trata-se de um espaço de exposição dos produtos originários de Alcobaça, numa aposta direta do produtor ao consumidor. Este showroom terá uma oferta regional de produtos como fruta e hortícolas, vinhos e licores, azeite, queijos e enchidos e doces e sabores com origem nos produtos da região de Alcobaça.

Integrado nesta iniciativa estará ainda o projeto 'Somos da Terra', que incorpora a vertente do turismo e que visa criar e dinamizar circuitos turísticos na região. "O Somos da Terra pretende promover a tradição agrícola, a diversidade turística, cultural e agrícola da região e divulgar os métodos de produção agrícola que culminam no produto de excelência. Tudo isto se concentra em roteiros em torno do Azeite, do Vinho e da Fruta, cujo objetivo é oferecer ao visitante uma experiencia única de aproximação do mundo urbano ao mundo rural", refere a Cooperativa Agrícola de Alcobaça.

Cada um destes projetos tem um plano financeiro e apoios comunitários independentes que assegurarão 50% do valor total de investimento. A inauguração dos projetos decorre a 5 de julho e contará com José Diogo Albuquerque, Secretário de Estado da Agricultura, Paulo Inácio, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Elizete Jardim, Diretora Regional de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo, Manuel Castelhano, Presidente da Cooperativa Agrícola de Alcobaça e Pedro Reis, da Comissão Organizadora.

Área de produção de tomate para a indústria cresce 20%


por Ana Rita Costa
23 de Junho - 2014
As previsões agrícolas de 31 de maio do INE apontam para um aumento da área de tomate para a indústria de 20%, resultado dos estímulos promovidos pela indústria e de perspetivas favoráveis de escoamento da produção para Espanha. De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatística, a área de batata de regadio também deverá crescer 5%.

 
O milho (-10%), o arroz (-5%) e o girassol (-10%), por outro lado, também verão as suas áreas cair, e na campanha dos cereais de outono/inverno esperam-se aumentos generalizados de produtividade (+10% no trigo duro, +25% no trigo mole e +35% no triticale, cevada e aveia).

No que aos frutos diz respeito, prevê-se um decréscimo na produtividade da cereja (-10%), cultura que voltou a ser bastante afetada pelas condições climatéricas adversas que ocorreram na fase da floração/polinização e, posteriormente, na altura da colheita. Em sentido inverso, o rendimento unitário do pêssego deverá aumentar 25%.

Redistribuição das ajudas da PAC nos diferentes países europeus

Junho 23
08:15
2014

Como noticiámos, Portugal já tomou as suas decisões sobre a distribuição da aplicação das verbas da nova Política Agrícola Comum.

Como neste momento os estados membros têm alguma flexibilidade na aplicação das verbas, tais como troca entre o primeiro pilar (ajudas directas) e segundo pilar (investimento), uniformização de pagamentos por hectare e ajudas ligadas, julgamos interessante ver a diferença de estratégias dos países europeus.

A Alemanha vai transferir 4,5% das verbas do primeiro pilar para o segundo pilar e irá majorar as ajudas aos primeiros hectares.

A Bélgica vai transferir 5% do primeiro pilar para o segundo pilar, mas só na Flandres, pois na Valônia mantêm-se as verbas.

O Reino Unido vai transferir 10,759% do primeiro para o segundo pilar, mas a distribuição não é uniforme, com 15% na Inglaterra e 0% na Irlanda do Norte.

A Letónia transfere 7,46% do primeiro para o segundo pilar.

Em sentido contrário, temos transferências do segundo para o primeiro pilar para a Polónia (25%), a Eslováquia (21,31%), a Hungria (15%) e a Croácia (15%).

A França vai transferir 3% do primeiro para o segundo pilar em 2015 e 3,3% nos anos seguintes e as ajudas ligadas vão receber 13% do montante global, sendo que 2% será exclusivo para as culturas proteicas.

A Irlanda e a Grécia vão plafonar as ajudas a 150.000 euros.

A Suécia vai tentar dar um prémio uniforme por hectare, enquanto a Espanha, a Irlanda, a Grécia e a Itália vão convergir as ajudas mais lentamente.

Plano de ação nacional para o controlo da Flavescência Dourada da Videira


Junho 17
08:42
2014

A DGAV procede à divulgação da Lista de Freguesias onde se registou a presença do Scaphoideus titanus, inseto vetor da Flavescência Dourada da Videira, de acordo com o artigo 5.º da Portaria n.º 165/2013 de 26 de abril.

Relembramos que os tratamentos inseticidas contra este inseto são obrigatórios.

DGV

Declaração de vários países incluindo Portugal sobre a implementação da reforma do sector das frutas e legumes

Junho 16
08:23
2014

Portugal, em conjunto com a Bulgária, a Croácia, a Letónia, a Hungria, a Polónia, a Roménia, a Eslovénia e a Eslováquia, vai apresentar, hoje, uma declaração no Conselho de Ministros da Agricultura, sobre o relatório da Comissão da implementação da reforma do sector das frutas e legumes de 2007, saudando o relatório, apoiando a proposta da Presidência e, tendo em conta as alterações à reforma que estão previstas efectuar, exigindo que as propostas da Comissão sejam apresentadas o mais rapidamente possível para discussão, de modo a entrarem em vigor neste quadro financeiro.

Para elaboração das propostas, sublinham a necessidade de garantir o normal funcionamento do mercado das frutas e legumes, sendo que o maior problema está na diferença muito grande do nível de organizações entre os estados membros.

Consideram que um dos factores responsáveis por esta situação é a falta de tempo que os países tiveram para se organizar. Pedem, por isso, que a Comissão apresente propostas concretas para resolução do problema.

Como sugestões para a Comissão, defendem:

a) Introduzir um maior financiamento para as regiões menos organizadas

b) Dar maior importância aos jovens produtores

c) Considerar a reintrodução de ajudas ao investimento para novas organizações

d) Reduzir ou abolir quaisquer condições que possam causar problemas às trocas comerciais entre países

Chamam, também, a atenção para a importância das medidas contra as crises da nova Política Agrícola Comum e defendem que estas devem ser reforçadas nos países menos organizados.

É igualmente sugerida uma simplificação de procedimentos administrativos e financeiros, bem como a suspensão das obrigações de alocação financeira dos subsídios a novas medidas de meio ambiente do sector.

E concluem dizendo que a revisão da actual legislação é fundamental para aumentar a produtividade das organizações de produtores do sector.

Atualização das zonas demarcadas para o Epitrix

Junho 13
15:46
2014

A DGAV informa que foi realizada nova atualização das zonas demarcadas para o Epitrix.

Esta atualização  tem implicações imediatas nos movimentos de batata para fora das zonas demarcadas, aplicando-se as medidas de emergência fitossanitárias constantes das circulares já divulgadas.

Para obter mais informação, consultar esta Nova Circular e as Circulares Informativas sobre oEpitrix da Batateira que se encontram disponíveis na página:
- Informação Fitossanitária - Circulares

DGV

ONU: Florestas podem reduzir pobreza e promover desenvolvimento rural



Clique para aumentar
Foto: ©FAO/Riccardo Gangale


A Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) salientou hoje o importante papel das florestas na redução da pobreza e na promoção do desenvolvimento, apelando aos governos que apostem em políticas que potenciem estas contribuições.

Num relatório hoje apresentado em Roma, por ocasião da 22.ª Sessão do Comité da FAO para as Florestas (COFO), a organização internacional defendeu que os países devem apostar em políticas destinadas a manter e a potenciar as contribuições vitais das florestas para os meios de subsistência, a alimentação, a saúde e a energia.

Para tal, os países devem colocar "as pessoas no centro das políticas florestais", referiu a organização num comunicado. 

Fonte:  Lusa

Baldios: a oportunidade da alteração legislativa

Está em discussão no Parlamento uma proposta de alteração à Lei dos Baldios (Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, alterada pela Lei n,º 89/97, de 30 de julho).

Em audição promovida pela Comissão de Agricultura e Mar, a Acréscimo embora identificando-se com o princípio da melhoria contínua, também no plano legislativo, manifestou as suas dúvidas quanto à oportunidade desta iniciativa, pública que é a sua oposição às medidas de política florestal protagonizadas nas últimas décadas, incluindo os últimos 3 anos.

Dos 1.107 baldios referenciados com aptidão florestal, num total de 278,1 mil hectares, 861 encontram-se em regime de cogestão com o Estado: Ou seja, 77,8% dos baldios dispõem de capacidade técnica e comercial disponibilizada pela autoridade florestal nacional, atualmente protagonizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Assim sendo, parece inadequada a proposta de alteração por motivo de inadequada gestão de grande parte destas áreas comunitárias, já que em mais de 3/4 dos casos o próprio Estado é garante da pretendida "boa e rentável gestão".

A alteração legislativa em curso tem por fim anunciado a libertação de "barreiras" que atualmente condicionam a intervenção nas áreas comunitárias. Recentes medidas homólogas, de libertação de "barreiras", têm merecido contestação pública da Acréscimo, como é o caso do novo Regime Jurídico aplicável as Ações de Arborização e Rearborização (DL 96/2013).

No caso presente as dúvidas são:

Terá por fim esta iniciativa legislativa a transferência da gestão de parte destas áreas comunitárias para as autarquias, designadamente para as Juntas de Freguesia, como forma de compensação financeira destas últimas pelos cortes orçamentais impostos nos últimos anos?

Ou, terá por finalidade potenciar o arrendamento ou a extinção dos baldios para posterior gestão por entidades privadas?


Fonte: Jornal I, edição de 15 de maio de 2012

De facto, situando-se tais propriedades comunitárias maioritariamente em regiões onde predomina o minifúndio, a sua expressão territorial torna-as apetecíveis para efeitos de angariação de áreas para a maximização de produções lenhícolas de curta rotação, sobretudo em localizações no litoral norte e centro. Todavia, este tipo de produções não permite estatisticamente maximizar os interesses das populações rurais, nomeadamente face aos condicionalismos existentes nos mercados deste tipo de produções.

Lisboa, 23 de junho de 2014

Temperatura mundial global de Maio foi a mais alta desde que existem registos

O mês de Maio foi o mais quente no planeta desde que se começaram a registar temperaturas, em 1880, divulgou hoje a agência norte-americana responsável pelos oceanos e atmosfera.

A temperatura média do planeta foi de 15,54 graus centígrados, 0,74 graus acima da média do século XX, de acordo com a agência National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). O recorde anterior tinha sido estabelecido em 2010.

"A maior parte do mundo teve temperaturas mais quentes que a média mensal, com temperaturas altas recorde no leste do Cazaquistão, em partes da Indonésia, e no centro e noroeste da Austrália", comunicou a NOAA.

A temperatura de cada mês de Maio dos últimos 39 anos tem sido superior à média de todo o século XX. Abril foi também historicamente quente por todo o globo, e a temperatura média registada igualou os valores de 2010, os mais altos desde 1880, divulgou a NOAA.

Estes números são consequência do aquecimento global. A última vez que as temperaturas de Maio ficaram abaixo da média do século XX foi em 1976, de acordo com a agência norte-americana.

Fonte:  Lusa

Governo quer aproveitar investigação da Herdade da Comporta sobre nemátodo do pinheiro



A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, quer aproveitar uma investigação da Herdade da Comporta que permitiu seleccionar árvores imunes ao nemátodo do pinheiro, um verme microscópico responsável pela destruição de muitos pinhais em todo o país.

«Há espécies resilientes na península de Setúbal e soube hoje que na Herdade da Comporta que a investigação realizada nos últimos anos está a produzir resultados», disse Assunção Cristas, que manifestou interesse em conhecer o trabalho realizado naquela herdade do litoral alentejano.

«Vou acompanhar o trabalho que fizeram para juntar com outros que foram feitos noutros locais, porque é importante que consigamos demonstrar capacidade de contenção da praga e, sobretudo, que não desistamos do pinheiro bravo, que tem muito para dar ao país. E como já aconteceu com o tomate e com o sobreiro, também vamos ter um centro de competência ligado ao pinheiro bravo», acrescentou.

Para a ministra da Agricultura, «conseguir fazer povoamentos de pinheiro bravo, aproveitando espécies mais resilientes ao nemátodo, é passar para um outro patamar e é extraordinariamente interessante, e positivo, para o país».

Assunção Cristas falava à Lusa no final de uma visita à PIMEL, Feira de Turismo e das Actividades Económicas de Alcácer do Sal, onde conversou com agricultores e com responsáveis de algumas das principais empresas da região, designadamente produtores de arroz, azeite, vinho, pinhão e mel.

«A imagem que levo é de uma região viva, dinâmica, a apostar na agricultura, a apostar na diversificação dentro da agricultura e a procurar mostrar tudo isso aos portugueses e aos estrangeiros que nos visitam. Estou certa de que vamos ter um bom desenvolvimento sustentado», disse.

Durante a visita, Assunção Cristas informou alguns empresários de que o novo modelo de ajudas comunitárias para a agricultura deverá estar definido dentro de alguns meses.

«O novo modelo plurifundos, como está previsto no acordo de parceria nos novos regulamentos europeus, para se poder conjugar os fundos da agricultura com os fundos do desenvolvimento regional e com os fundos do apoio social, deverá estar definido até final do ano», disse.

«Creio que no final do ano já teremos as novas regras transversais, pelo menos no respeita à área dos fundos para a agricultura», acrescentou Assunção Cristas.

Fonte:  Lusa

Alcácer do sal: Ministra da agricultura visitou hoje a PIMEL

JUN 23ALENTEJO, PORTUGALALCÁCER DO SALBY GERSON INGRÊS+

ALCÁCER DO SAL – A Ministra da Agricultura, Assunção Cristas visitou esta manhã, a PIMEL – XXIV Feira do Turismo e das Atividades Económicas a decorrer em Alcácer do Sal, até amanhã, 24 de junho – Feriado Municipal. A ministra visitou o Pavilhão das Atividades Económicas onde se encontram vários expositores representantes do vinho, azeite, do pinhão, do mel e do turismo.

Assunção Cristas, a convite do Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, teve oportunidade de conversar com os vários expositores presentes, tai como a Herdade de Vale da Arca, sediada na freguesia do Torrão, produtora de azeite, a Associação de Produtores de Vinho da Costa Alentejana, cuja sede se encontra atualmente em Alcácer do Sal. A Ministra da Agricultura ouviu os produtores a solicitarem a certificação dos produtos, tais como o arroz e o pinhão, o que aconteceu no stand da PINEX – Empresa de Alcácer exportadora de miolo de pinhão. Assunção Cristas visitou igualmente o stand da Herdade da Barrosinha, também o das Pousadas de Portugal e o da Herdade da Comporta, onde ficou a saber os investimentos que estão a ser feitos ao nível da agricultura, tais como a produção de tomate, fruta e vinho e o trabalho que está a ser desenvolvido na Herdade da Comporta para controlar o nemátodo do pinheiro.

Os responsáveis da Herdade da Comporta explicaram à ministra que a praga está controlada naquela zona do concelho e nesta altura estão já a ser multiplicadas árvores imunes ao nemátodo devido á investigação. No final da visita, a Ministra da Agricultura disse que encontrou em "Alcácer do Sal organizações de produtores e empresas a trabalhar em defesa dos bons produtos da região, não só o arroz que é o mais conhecido, mas também os vinhos, o azeite e o pinhão". A ministra acrescentou que "no que diz respeito ao desenvolvimento local perguntaram-me várias vezes, o que demonstra o interesse, sobre os próximos fundos comunitários", adiantando que leva de Alcácer do Sal "uma região viva, dinâmica, a apostar na agricultura e na diversificação, uma região que está empenhada em trazer outras valias, tais como o turismo, tirando partido do Rio Sado, a âncora natural e com muita vontade de crescer e de mostrar ao país e no estrangeiro a qualidade da região e dos seus produtos". A PIMEL 2014 termina amanhã, com destaque para a realização do Colóquio "O Futuro da Agricultura", organizado pela Associação de Agricultores de Alcácer do Sal.

Vila Pouca de Aguiar: Incentivos à organização de produtores


Seg,23 Jun 2014


Castanha, mel, mirtilo, cabra e coelho são produtos locais com potencial para que produtores aguiarenses se organizem com o intuito de assegurar a produção e colocação no mercado.
201406201636021403278562Na sessão de esclarecimento sobre Organizações de Produtores, que decorreu a 20 de junho no auditório do Palacete Silva, Celina Bouça, da DRAPN – Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, esclareceu os presentes sobre os requisitos necessários para que os produtores se organizem e apoios comunitários à sua constituição, ao programa operacional e demais incentivos aos produtores.
Nesta sessão onde marcou presença o vereador que detém o Gabinete de Apoio ao Agricultor, Duarte Marques, informou ainda as pessoas sobre o funcionamento de organizações de produtores e foi disponibilizado o apoio logístico da autarquia. Alguns dos produtores presentes demonstraram interesse em desenvolver atividades comuns que levem à efetivação de organização de produtores.
Redacção/CM Vila Pouca de Aguiar

Todo o País sob aviso amarelo na terça-feira devido a queda de granizo


Todo o País sob aviso amarelo na terça-feira devido a queda de granizo

Os 18 distritos de Portugal Continental vão estar entre as 09:00 e as 21:00 de terça-feira sob aviso amarelo, o terceiro mais grave numa escala de quatro, devido à possibilidade de queda de granizo e trovoada.
Numa informação divulgada hoje, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) justifica os avisos amarelos com a possibilidade de aguaceiros de granizo, por vezes fortes, acompanhados de trovoada e rajadas de vento fortes.
Devido às mesmas previsões de aguaceiros de granizo, todo o território esteve hoje, entre as 09:00 e as 21:00, sob aviso amarelo.
O aviso amarelo implica uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Diário Digital / Lusa

Terraprima. Sequestrar carbono para produzir solos mais ricos


A Terraprima nasceu em 2008 para promover o sequestro de carbono no solo através de Pastagens Semeadas Biodiversas. Ao vencer o Energy Globe Awards, na categoria nacional, compromete-se a expandir o projecto a nível nacional
Antes de darmos início à exploração da Lezíria, Rodrigo Pereira quebra o mito. "A melhor carne é aquela que vem da erva", assegura, garantindo que "a maioria das donas de casa deste país anda enganada ao escolher a carne mais rosada". Segundo dicas do engenheiro agrícola, só os animais criados à base de ração em regime de confinamento é que apresentam esse tom. "Os bovinos que vivem do pastoreio natural têm mais gordura, a carne é mais escura, mas garanto que o sabor é muito superior", acrescentou. Esta é a premissa que justifica a preocupação da Companhia das Lezírias em apostar na diversificação dos solos, tendo actualmente 4 mil hectares de terrenos biodiversos, dos quais 800 criados em parceira com a Terraprima, projecto que se dedica à implementação de sistemas de compensação de impactos ambientais decorrentes das actividades humanas.

A empresa aposta na implementação de leguminosas e gramíneas para enriquecer os terrenos, verificando-se uma maior adaptabilidade e resistência dos solos aos factores ambientais e, consequentemente, uma maior produção vegetal. O aumento da matéria orgânica no solo é apontada como a vantagem ambiental mais directa. A sua acumulação traduz-se no sequestro do dióxido de carbono captado durante a fotossíntese. Adicionalmente, a diminuição da necessidade de fertilizantes e rações evita emissões associadas à produção industrial.

Em colaboração com agricultores de todo o país, a Terraprima actua no cultivo de 50 mil hectares - o que equivale a cinco vezes a área de Lisboa - com pastagens especiais que absorvem mais dióxido de carbono. Assim, o projecto "Pastagens Semeadas Biodiversas para mitigação das alterações climáticas e protecção do solo" contribui para o combate às alterações climáticas, ao mesmo tempo que protege o solo e potencia a sua exploração.

"Desde que apostamos na biodiversidade do solo que temos mais capacidade de alimentar os animais e que, por isso, conseguem passar mais tempo em liberdade", explica ao i Rodrigo Pereira, enquanto aponta para alguns dos melhores exemplares das três grandes raças de bovinos que passeiam nos terrenos da Companhia das Lezírias. Com 3550 animais na exploração é importante pensar também nas vantagens económicas. "As pastagens mais ricas permitem oferecer aos animais uma alimentação completa sem adição de rações", referiu, acrescentando que apenas recorre ao feno durante o Inverno, altura com menos produção natural nos solos.

Os mais de mil agricultores envolvidos no projecto contam com a colaboração de técnicos de campo que orientam a fase inicial e controlam o desenvolvimento da produção. António Cabecinhas prefere denominar-se "uma espécie de consultor dos agricultores" e garante que, tal como está no terreno para ensinar novas práticas, tem também aprendido com quem já trabalha a terra há muitos anos. "Além de todo o trabalho de apresentação do projecto e orientações iniciais, fazemos duas visitas anuais para controlar todo o trabalho", explicou. O zootécnico garante que apesar de ser necessário um investimento inicial por parte do agricultor, facilmente percebem que isso traz vantagens a longo prazo. "Este prado que pisamos tem já quatro anos e poderá durar mais 10 ou 15 sem mobilização do solo e sem utilização de adubos", referiu. O responsável explica que em zonas de terrenos mais secos, o cultivo das terras pode ainda ajudar no controlo do crescimento do mato, o que pode evitar incêndios. Já em terrenos mais arenosos, evita-se a erosão e as possíveis derrocadas que possam acontecer. "A vertente ambiental acaba por ser uma consequência importante do uso responsável destes solos", conclui.

A EMPRESA A Companhia das Lezírias é apenas um dos locais de expansão da Terraprima, cujo trabalho já foi implementado um pouco por todo o Alentejo, Ribatejo e Beira Interior. Já foram atingidos os 50 mil hectares, mas há ainda margem de expansão até 1,5 milhões de hectares. Quem o garante é Tiago Domingo, director-executivo da Terraprima. Envolvido há vários anos na investigação de práticas amigas do ambiente no Instituo Superior Técnico, o professor garante que foi a parte ambiental que impulsionou a criação da empresa, em 2008. "Já trabalhávamos com a sustentabilidade dos solos agrícolas, mas perceber a potencialidade do sequestro do carbono permitiu dar um cunho mais ambiental ao projecto", salientou, acrescentando que acabou por avançar depois de vencer um concurso do Fundo Português de Carbono para projectos relacionados com a redução de emissões de CO2. Os prémios e dintinções foram-se seguindo e este mês arrecadaram o Energy Globe Awards, na categoria nacional, um dos mais prestigiados prémios mundiais a nível ambiental.

Tiago Domingos prefere definir a Terraprima como "um intermediário de serviços ambientais", tendo em conta que faz a ponte de pagamento entre o Fundo Português de Carbono e os agricultores. Apesar de o valor ser inferior aos custos de implementação do projecto - os agricultores recebem um incentivo entre 130 a 150 euros por hectare, para um investimento inicial que varia entre os 200 e os 500 euros - a recepção foi imediata: no primeiro ano trabalharam com 300 agricultores em 15 mil hectares. "Soube mais tarde que havia apostas entre os agricultores de que nós nunca pagaríamos, mas depois perceberam que o projecto era sério, o que ajudou a que os anos seguintes fossem de crescimento", referiu. O director da empresa vê vantagens no baixo valor pago ao agricultor. "Nunca quisemos que o trabalho fosse feito apenas pelo dinheiro, mas principalmente pelas vantagens que traz a longo prazo. Se o valor fosse mais elevado iam começar a aparecer pessoas a aderir só para receber o subsídio", explicou.

O responsável garante que as pessoas que aderem ao projecto são uma amostra nada significativa dos agricultores portugueses, tendo em conta que nas explorações da Terraprima quase 80% dos agricultores têm curso superior e exploram grandes espaços. "Mas nem por isso mais abertos à mudança", garante, característica que considera comum a quem trabalha nos campos, "que acredita sempre que sabe o que é melhor para a sua terra", referiu. O director acredita que o facto de contarem com técnicos de campo a trabalhar directamente com os agricultores ajuda a criar uma relação de confiança.

Tiago Domingos garante que o projecto é extensível a todos os países com clima mediterrânico, respeitando sempre as práticas de cada local, porque, tal como faz questão de referir, "a agricultura não é como uma fábrica. A produção de carros aqui ou no Ceilão será quase igual; mas fazer agricultura em Coruche é diferente de fazer em Montemor-o-Novo, que está apenas a 30 km de distância".

Estudo. Pesticidas estão a destruir solos nacionais

Reuters

Alterações climáticas diminuiram qualidade dos terrenos agrícolas
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro concluiu que as misturas de pesticidas utilizadas na agricultura para combater pragas estão a provocar efeitos colaterais nos organismos que regeneram o ecossistema terrestre, colocando em causa a saúde dos solos. O estudo aponta, por exemplo, o chamado "remédio dos caracóis" que, além do alvo principal, também acaba por matar outros organismos como bichos--de-conta, minhocas e outros invertebrados benéficos para o solo.

Esta é uma das muitas pesquisas que aponta para o facto de os solos em Portugal enfrentarem problemas de sustentabilidade. Nos últimos dez anos, a qualidade dos solos portugueses caiu e a aridez aumentou por causa das alterações climáticas. Dados de 2001 mostram que 20,4% dos solos portugueses encontram-se "muito degradados" e 11,8% estão "degradados". Só 35,7% são considerados produtivos e 20,5% maduros. Feitas as contas, mais de um terço do território nacional apresenta sinais de degradação. O Alentejo, as regiões Centro e Norte, especialmente junto à linha de fronteira com Espanha, são as zonas mais preocupantes. E mais de metade dos solos, 52%, apresentam "grande ou elevada susceptibilidade de desertificação".

Tiago Domingos, director executivo da Terraprima refere a falta de matéria orgânica dos solos em Portugal, principalmente nas zonas mais a sul, como um grande impedimento à produção agrícola, mas garante que a realidade nem sempre foi assim. "A verdade é que já fazemos agricultura há 4 mil anos. Precisamos de fazer uma espécie de restauro ecológico, para que voltem a ter a riqueza da antiguidade", referiu.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Seminário sobre o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos – Abrantes, 27 de junho 2014

Junho 17
08:49
2014

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e a DRAPLVT, em colaboração com a DGADR,ANIPLA, GROQUIFAR, VALORFITO, ASAE, Câmara Municipal de Abrantes e a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, vão realizar o "Seminário sobre o Uso sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos", que irá decorrer a 27 de junho de 2014 em Abrantes.

Este seminário tem como objetivo principal divulgar e debater com agricultores e técnicos, informação relevante e inovadora sobre a Lei n.º 26/2013, de 11 de abril, que regula as atividades de distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos para uso profissional e define os procedimentos de monitorização à utilização dos produtos fitofarmacêuticos, transpondo para o direito nacional a Diretiva n.º 2009/128/CE, do PE e do Conselho de 21 de out., que estabelece um quadro de ação a nível comunitário para uma utilização sustentável dos pesticidas (revogando a Lei n.º 10/93, de 06 de abril e o Decreto-Lei n.º 173/2005, de 21 de out.)

. Consulte o Programa do Seminário.


CONTACTOS:

DGAV – Direção Geral de Alimentação e Veterinária
Largo da Academia Nacional de Belas Artes, n.º 2
1249-105 Lisboa
21 3239500 _ 21 3463518

DRAPLVT – Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo
Quinta das Oliveiras, EN3
2000 – 471 SANTARÉM
243 377 500 – 263 279 610

DGV

A Organização Mundial de Saúde Animal reconhece estatuto sanitário de Portugal


Junho 17
08:58
2014

Durante a 82.ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que decorreu em Paris de 25 a 29 de maio de 2014, foi reconhecido o Estatuto de Portugal como país de risco negligenciável de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) e país livre de Peste dos Pequenos Ruminantes.

Naquela Assembleia participaram 140 Países Membros, 5 Países Observadores e 16 Organizações Internacionais.
Portugal, representado pelo Diretor-Geral da DGAV, recebeu as certificações em causa da Presidente da Organização Karin Schawabenbauer (Alemanha) e o do Diretor-Geral da OIE, Bernard Vallat.

Na sequência da candidatura apresentada, Portugal obteve o estatuto mais elevado para a BSE -país de risco negligenciável - estatuto este que confirma o esforço e empenho das autoridades veterinárias portuguesas, que demonstraram ter implementado ao longo dos anos as medidas necessárias ao controlo desta doença, o qual só foi também possível pelo envolvimento de Médicos Veterinários, Criadores e Empresários do setor.

Portugal obteve ainda o mais elevado estatuto de país indemne de Peste dos Pequenos Ruminantes em resultado das ações desenvolvidos ao longo do tempo, alicerçadas num sistema de vigilância sanitária em que foram protagonistas criadores e médicos veterinários e que permitiram comprovar o cumprimento das disposições do Código Sanitário dos Animais Terrestres daquela Organização Mundial (OIE)."

. Certificat (OIE, Paris 29 mai 2014)
Statut du Portugal au regard du risque d' Encephalopathie Spongiforme Bovine.

. Certificat (OIE, Paris 29 mai 2014)
Statut du Portugal au regard de la Peste des Petits Ruminants.  

DGV

Bruxelas apoia conclusão do projecto Alqueva

Junho 17
13:19
2014

Depois da equipa do Ministério da Agricultura ter obtido uma grande vitória em Bruxelas, ao conseguir que os projectos de investimento que incluíssem regadio fossem elegíveis dentro do Plano de Desenvolvimento Rural, a Ministra da Agricultura Assunção Cristas afirmou, dia 13 de Junho, em Moura, que a Comissão Europeia deu luz verde a Portugal para utilizar verbas dos fundos estruturais para concluir o perímetro da rega do Alqueva.

Com esta autorização, Assunção Cristas afirmou que se irá cumprir o prazo previsto pelo governo para a conclusão da obra, que é de 31 de Dezembro de 2015, tendo sido assinado contratos de adjudicação de seis empreitadas de distribuição de água a 20.285 hectares no Baixo Alentejo, no valor global de 150 milhões de euros.

De acordo com a EDIA, actualmente, dos cerca de 120.000 hectares que podem beneficiar com o projecto de irrigação do Alqueva, 68.000 hectares já estão instalados, 20.000 hectares estão em obra, 20.000 hectares foram agora adjudicados, restando 10.000 hectares que já estão em processo de concurso, pelo que a meta do governo é perfeitamente realizável.

Volume de vinho português exportado cai 10,8%


por Ana Rita Costa
20 de Junho - 2014
O volume de vinho português exportado sofreu uma quebra de 10,8% no primeiro trimestre de 2014.

 
De acordo com o Observatório Espanhol do Mercado do Vinho, a elevada colheita obtida pelos restantes produtores europeus terá afetado as exportações lusas a granel, que caíram em 43% nos primeiros três meses do ano.

França e Angola continuam a ser os principais mercados compradores de vinho nacional.

domingo, 22 de junho de 2014

Agricultores preocupados com "sucessivas alterações" no sector


AGRICULTORES PREOCUPADOS COM "SUCESSIVAS ALTERAÇÕES" NO SETOR

Versão para impressão Enviar por E-mail

AntonioBonitoO presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP) está preocupado com as "sucessivas alterações" de políticas para o setor contempladas na nova PAC – Política Agrícola Comum.

À Rádio ELVAS, António Bonito (na foto) explicou que a sua preocupação advém do facto "destas políticas serem idealizadas mediante um determinado conceito e depois parece que se esquecem para quem são feitas: os agricultores".

"Setor precisa de uma política mais justa"

Bonito alerta para a necessidade de "uma política mais justa para o setor" e exemplifica recorrendo à ironia: "Não nos podem dizer para irmos jogar rugby, nós equipamo-nos e preparamo-nos e depois, de um momento para o outro, dizem-nos para dançar ballet. Por vezes é isto que acontece aos agricultores".

De acordo com o presidente da Associação dos Agricultores de Portalegre, são "várias" as sucessivas alterações que têm prejudicado o setor no distrito de Portalegre.

"Nós (agricultores) fomo-nos preparando ao longo de vários quadros nalgumas atividades, como é o caso das vacas aleitantes, nas quais investimos e em que fomos desmantelando setores mais tradicionais no Alentejo, como os cereais (…) Deixamos de ter culturas e passamos para a parte dos animais. Vemos com muita preocupação estas alterações".

Afirmando-se "contra a alteração das regras" a meio de um quadro comunitário, o presidente da AADP diz esperar que a situação seja "alterada no futuro para que os agricultores não vivam na "incerteza".

Madeirenses apostam na agricultura familiar em tempo de crise noutros setores



O decréscimo de atividade noutros setores, em particular na construção civil, está a levar ao aumento da agricultura familiar na ilha da Madeira, reconheceu hoje o secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais.

Manuel António Correia adiantou que existem dados que mostram que antes da atual crise económica se registava já um aumento "acentuado" da agricultura familiar, mas que "o decréscimo de outros sectores, particularmente da construção civil, fez com que mais pessoas se interessassem pela produção agrícola".
Ao intervir na abertura da conferência "Passado, Presente e (que?) Futuro, da Agricultura Familiar na Região Autónoma da Madeira (RAM)", o secretário Regional do Ambiente sublinhou a importância deste tipo de exploração da terra, que assegura "mais de metade da produção agrícola", que se caracteriza por "explorações de pequena dimensão e por uma incorporação de mão-de-obra familiar muito grande e pouco recrutamento de mão-de-obra profissional".
Na ocasião, Manuel António Correia revelou que, em média, por hectare, na RAM são atribuídas ajudas na ordem dos 3.800 euros por ano, enquanto a nível nacional esse valor não ultrapassa os 205 euros, e na União Europeia (UE) os 245 euros.
"Recebemos, em relação ao território nacional, como um todo, 18 vezes mais e, em relação à União Europeia, 15 vezes mais. Isso significa o reconhecimento (…) de que há uma especificidade e uma dificuldade associadas a essa agricultura [na Madeira], que é preciso compensar ajudando com maiores ajudas ao rendimento", afirmou.
O governante anunciou que o executivo vai lançar, ainda este ano, um concurso para conceder a exploração a privados do Centro de Horticultura de Santana - uma área pública entregue ao Governo Regional -, dando preferência a jovens do concelho de Santana, a norte da ilha.
O objetivo é "criar condições para que haja, cada vez mais, uma agricultura empresarial e soluções para os jovens, muitos deles atingidos pelo desemprego".
O secretário regional disse, ainda, que a produção de cana sacarina, por exemplo, subiu 30% em relação ao ano passado e foi toda escoada. O mesmo aconteceu com a produção de banana, que subiu 28%, enquanto as vendas de vinho Madeira, nos primeiros cinco meses do ano, subiram 33% em quantidade e 23% em valor.
Dinheiro Digital com Lusa

FAO: Mais de 800 milhões de pessoas estão subnutridas

20-06-2014 
 

 
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) advertiu para o progresso insuficiente na luta contra a subnutrição, que afecta aproximadamente 842 milhões de pessoas.
 
O director-geral da organização, José Graziano da Silva, destaca que a subnutrição causa uma perda econômica considerável, que ficaria perto dos cinco por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, reconhecendo que não tem sido dada atenção «à nutrição durante anos, mas apenas à alimentação». O responsável acrescentou ainda que os problemas de nutrição são "um assunto público e não privado. As sociedades, não só os indivíduos, tem de abordá-los".
 
Segundo os dados da FAO, aproximadamente 45 por cento das 6,9 milhões de mortes de crianças que se registram anualmente estão vinculadas à subnutrição e um total de 162 milhões de menores de idade são afectados pela subnutrição crônica. Dois milhões de pessoas são afectadas por problemas de deficiências de micronutrientes e 500 milhões de pessoas sofrem de obesidade.
 
Fonte: Gazeta Brazilian News

A China quer investir na agricultura em todo o mundo


Junho 20
09:55
2014

Num artigo publicado no Financial Times, Ding Xuedong, Presidente do fundo soberano chinês China Investment Corporation (CIC), que tem um capital de 650 mil milhões de dólares, afirmou que o seu país quer investir no sector agrícola em todo o mundo.

Estando consciente das controvérsias que têm sido levantadas pela exploração chinesa de zonas agrícolas em países muito pobres, sobretudo em África, este dirigente afirmou que a estratégia agora é outra e que pretendem fazer parcerias com governos e parceiros locais, de modo a promover, também, a produção para os mercados locais.

Estão previstos investimentos para a modernização da agricultura em países pobres, sobretudo ao nível da irrigação, de modo a aumentar as produtividades.

A CIC inicialmente fez grandes investimentos nos mercados financeiros, mas parece que não foram muito bem sucedidos, pelo que agora vão concentrar a sua actividade na agricultura.

A China prevê um aumento do consumo interno de produtos alimentares e, apesar do território ser muito extenso, a percentagem de terra arável é pequena e não existe muita água para irrigação, daí este plano para tentar depender menos de outros países.

Os investimentos agrícolas serão focados na África, Ásia e América Latina, onde existem possibilidades de grande desenvolvimento agrícola.

Opinião Será fácil ser-se agricultor?


Armando Sevinate Pinto

22/06/2014 - 08:22

Depois de décadas em que a sua imagem foi tudo menos positiva, a agricultura está agora na moda. Ainda bem! Esperemos que seja para durar. Os agricultores passaram de socialmente desprestigiados, a gente respeitada pelo seu esforço e pelo seu sucesso. Ser jovem agricultor passou a não ser menos do que ser jovem doutor, ou jovem engenheiro, de outras profissões.

Sob o aplauso público e o chamamento político generalizado, a agricultura sobe ao pódio, o Presidente da República dedicou-lhe um 10 de Junho e a comunicação social cobre-a de elogios.

Perante a incredibilidade, dos que disso fazem profissão, afinal a agricultura sobreviveu. Afinal exportamos milhares de milhões de euros, somos muito menos dependentes do que alguns pensavam, os nossos vinhos e azeites brilham no mundo inteiro, a nossa cortiça é prestigiada pelos artistas e pela alta tecnologia e a nossa fruta, concentrado de tomate, saladas e cavalos, levam longe o nome do nosso país.

Os agricultores mais velhos gostam, mas desconfiam. Os mais novos tentam a sorte por caminhos que, em muitos casos, estariam longe dos seus sonhos, mas que, também em muitos casos, os realizam profissional e humanamente, com experiências fascinantes, que só o mundo rural, a natureza e o prazer de produzir utilidade, podem proporcionar

Conjugaram-se várias circunstâncias favoráveis à agricultura para que isso tenha acontecido. À escala mundial, a insegurança alimentar gerada pelas crises recentes, valorizou a sobrevivência e o mundo emocionou-se com a fome, que os anos de desvario financeiro tinham feito esquecer. No nosso caso, o consumismo, desordenado e irracional, resultado do enriquecimento súbito, que agora se revela fatal, gerou importações desregradas e muitas vezes desnecessárias, em que tudo parecia ilimitado.

Ao ponto de muitas crianças julgarem que o leite, a carne, o pão, a fruta e os legumes, fossem produzidos nos supermercados.

O rural e o campo foram sinónimos de atraso, de pobreza e de passado, de que todos pareciam querer fugir, alimentados por estereótipos urbanos de felicidade aparente e efémera.

A nossa consciência colectiva acordou. Ainda que lentamente, foi compreendendo o evidente. A agricultura, de amaldiçoada, passou a fundamental para o desenvolvimento do país e para o equilíbrio do território. Em pouco tempo, passou a socialmente atractiva. Passou a assunto, ganhou estatuto e criou-se a moda.

Hoje tudo é diferente. No meio da crise que nos consome, os agricultores chegam a parecer os heróis do nosso tempo.

Mas será fácil ser-se agricultor, como parece acreditar uma grande parte da sociedade urbana? A resposta é clara e óbvia, sobretudo, se dada por aqueles e aquelas que já o são. Não, não é nada fácil ser-se agricultor e, muito menos, ser-se jovem agricultor. Não é fácil e convém que se saiba.

Começa por ser uma profissão rodeada de incertezas, cuja redução está geralmente fora do poder de quem as enfrenta. São os preços dos produtos agrícolas e os custos dos factores de produção que evoluem erraticamente, muitas vezes inexplicavelmente, e, quase sempre, em desacordo com os nossos interesses. É o tempo caprichoso que nos dá chuva quando queremos sol, e sol quando pedimos chuva; que nos dá frio e geada, que mata e queima a flor da nossa fruta e das nossas searas, ou calor que escalda as nossas uvas; são as doenças, as pragas e os incêndios que nos queimam a esperança quando menos esperamos; é a política que muda como o vento que nos destrói as estufas.

Ser agricultor é, muitas vezes, resistir. Resistir às adversidades, mais frequentes e maiores do que na maioria das outras profissões. É saber controlar as emoções, quando as culturas se perdem ou morrem os animais, depois de meses, e até anos, de trabalho e de dedicação. É saber como passar noites sem vontade de dormir, como aguentar a burocracia desesperante. Saber como, muitas vezes sem dinheiro, pagar impostos, seguros, salários, segurança social e contas de todo o tipo.

Ser agricultor hoje, é também ser profissional; ter vontade de aprender; saber biologia, zoologia, química, mecânica, economia e gestão; é saber outras línguas, informática, ler, estudar, informar-se, associar-se, viajar, ser curioso, relacionar-se, saber vender e saber comprar.

Ser agricultor é também vocação e sorte. É escolher uma profissão que dá sentido à vida, que dá prazer, liberdade e independência. Nem sempre independência financeira, mas, quase sempre independência de carácter.

Um carácter moldado com a ajuda da natureza, com a brisa fresca das manhãs com cheiro a terra, com os pôr-do-sol que suavizam a vida dura dos campos e dão gratuitamente o alento suficiente para enfrentar o difícil dia a dia dos agricultores.

Ser-se agricultor está longe de ser fácil e mais longe ainda da facilidade que os não agricultores julgam associada a esta profissão.

Os candidatos a agricultores, aqueles que respondem ao chamamento da sociedade, ou à sua intuição pessoal, devem estar conscientes da dedicação e esforço que lhe vão ser exigidos, mas também da existência da formidável energia positiva associada a uma das mais nobres, livres, úteis, gratificantes e independentes actividades humanas inseridas no processo produtivo e que tem o mérito de ser uma das poucas de que depende inteiramente a sobrevivência da nossa espécie.

Engenheiro agrónomo (ISA)

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Como reduzir a quantidade de arrotos no gado?

19/6/2014, 17:31

O metano produzido pelo gado durante a digestão é a principal fonte deste gás com efeito de estufa. Diminuir ou recolher o metano libertado está entre as preocupações de alguns governos e cientistas.


Existem cerca de 1,2 mil milhões de ruminantes de grande porte no mundo
Martin Hunter/Getty Images

A indústria e os veículos automóveis são os principais produtores de dióxido de carbono devido à queima de combustíveis fósseis, mas o gado tem uma responsabilidade significativa na produção de metano. Ambos os gases contribuem, juntamente com o óxido nitroso, para o efeito de estufa e, consequentemente, para o fenómeno das alterações climáticas. Cabe a cada país encontrar estratégias que diminuam a emissão destes gases.

"A concentração atmosférica de gases com efeito de estufa, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N20), aumentou desde 1750 devido às atividades humanas", confirmou o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), no final de 2013. A produção de gado contribui direta ou indiretamente para a emissão destes três gases, segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO, na sigla em inglês).

Existem cerca de 1,2 mil milhões de ruminantes de grande porte, como vacas e búfalos em todo o mundo, que totalizam uma produção de 80 milhões de toneladas de metano, lê-se na página da Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA). A produção de gado emite cerca de 80% do metano produzido pelas atividades agrícolas e 35% das emissões por atividades humanas, segundo a FAO.

Há duas grandes soluções propostas para reduzir a quantidade de metano da atmosfera – ou se captura o metano libertado, ou se diminui a quantidade produzida. Um estudo divulgado esta terça-feira pelo Eurekalert mostra que é possível selecionar o gado consoante a quantidade de gases que produzem.

O metano libertado pelos ruminantes resulta do processo de digestão. Além dos quatro compartimentos do estômago, os ruminantes contam com a presença de microorganismos que os auxiliam a degradar as plantas de que se alimentam. A degradação das fibras vegetais por estes microorganismos liberta metano, muitas vezes sob a forma de eructação (arrotos).

Cada bactéria produz diferentes quantidades

Mas será que todos animais libertam a mesma quantidade de metano? Uma equipa do Departamento de Energia do Instituto Joint Genome (DOE JGI), nos Estados Unidos, descobriu que não. "Queríamos perceber porque é que algumas ovelhas produzem muito metano e outras pouco", disse em comunicado de imprensa Edward Rubin, director do departamento. "O estudo indica que a microbiota é a única responsável pela diferença."

Existe um programa de reprodução na Nova Zelândia que pretende selecionar ovelhas que libertem menos metano sem afetar a produção de lã nem de carne. Fazer a sequênciação genética das bactérias encontradas no rúmen (uma das partes do estômago) das ovelhas identificou Methanosphaera nas que produziam menos metano e Methanobrevibacter gottschalkii nas que produziam mais.

Mas uma análise mais profunda mostrou que o que varia realmente entre ovelhas é a expressão do gene responsável pela produção de metano, segundo o comunicado da Eurekalert. Conseguir controlar a expressão dos genes pode ser a solução para reduzir a produção de metano pelos animais.

Produzir menos arrotos…

Já em abril deste ano o Financial Times noticiava que a administração do presidente Barack Obama procurava medidas amigas do ambiente, para diminuir as emissões de metano, como comprimidos que reduzam a produção de gases, scanners de arrotos ou mochilas que recolham os gases, para atingir o objetivo de menos 25% de emissões até 2020.

A possibilidade de criar um bovino com caraterísticas únicas entusiasmou Juan Tricarico, diretor do projeto Vaca do Futuro, do Centro de Inovação de Latícinios dos Estados Unidos, no Illinois. "Para nós é muito encorajador, porque demonstra que pessoas importantes neste processo estão a pensar como nós", diz o diretor ao Financial Times. Lembrando que "noventa por cento dos gases emitidos [pelo gado] é libertado pela parte da frente na forma de arrotos, e não pela parte de trás."

Numa proposta alternativa, a equipa liderada por Winfried Drochner, apresentou em 2007 um comprimido que, combinado com uma dieta específica e horários definidos, reduziria a produção de metano. A ideia apresentada pelo professor de nutrição animal da Universidade de Hohenheim em Estugarda (na Alemanha) incluia ainda a possibilidade de o comprimido aumentar a produção de leite, refere o jornal The Guardian. Mas reduzir a quantidade de metano não pode significar impedir a libertação. Quando acumulam gases, os animais incham, sufocam e morrem.

… ou guardá-los?

Para aproveitar o metano produzido pelas vacas, uma equipa de cientistas argentinos, criou, em 2013, uma mochila ligada por um tubo a um dos compartimentos do estômago. "Dependendo da alimentação e do tamanho do animal, uma vaca adulta poderá produzir 1200 litros de gases por dia, dos quais 250 a 300 são metano", diz em comunicado de imprensa o responsável pela investigação, Guillermo Berra, coordenador do grupo de Fisiologia Animal do Instituto Nacional de Tecnologia Agro-pecuária, em Castelar (na Argentina).

Além dos gases produzidos diretamente na digestão, as fezes das vacas também são uma fonte de metano depois de entrarem em decomposição. A criação de sistemas anaeróbios – sem oxigénio – de decomposição dos resíduos produzidos pelos matadouros, vacarias ou leitarias, por ação de batérias permitiria por um lado a eliminação de toxinas desses resíduos, por outro lado a produção e aproveitamento de metano.

Independentemente das alterações na alimentação das vacas ou da recolha dos gases produzidos, Ilmi Granoff, investigador no Instituto de Desenvolvimento Ultramarino, sediado em Londres, afirma que a melhor solução é a redução do número de vacas. "Esqueçam o carvão, esqueçam os carros. A melhor maneira para repensarmos as alterações climáticas é reduzindo drasticamente a quantidade de carne ingerida pelas pessoas", diz o investigador ao Financial Times.

Contestação à dona do Minipreço em cinco países


     
Ana Serafim Ana Serafim  | 21/06/2014 21:56:53 2882 Visitas   
Foto: Jose Sergio/SOL
Contestação à dona do Minipreço em cinco  países
O grupo DIA enfrenta contestação dos seus franquiados em cinco dos seis países onde opera. Excepção: a China.
Em Dezembro, a associação portuguesa de franquiados desta rede (AFEDA) uniu-se às suas congéneres espanhola e francesa, para apresentar uma queixa na Comissão Europeia (CE). Na denúncia entregue em Bruxelas, além de alegada fixação de preços e de vendas com prejuízo (dumping), expressa-se que, se um franquiado reclama sobre os seus direitos, "o grupo DIA reage opressivamente, ameaçando rescindir contratos e até mesmo, como aconteceu na Argentina, fazendo ameaças físicas".

Comissão Europeia admite investigar

Meses antes, já o caso tinha circulado em Bruxelas. Depois de ter conhecimento das alegadas práticas da DIA Portugal, a eurodeputada Ana Gomes questionou o vice-presidente da CE e comissário europeu para a concorrência. 

Joaquín Almunia, que à data ainda não tinha recebido a denúncia formal, explicou que "alguns comportamentos, como a limitação da liberdade dos franquiados de fixarem os preços dos seus produtos, podem constituir uma violação do direito da concorrência". E indicou que, a confirmarem-se, podem estar em causa "práticas concorrenciais desleais".

Mas sugeriu que o tema fosse tratado pelas autoridades locais. Só depois, face às conclusões, é que a União Europeia avaliaria uma possível investigação.

"Os problemas de Portugal são os mesmos em todo o lado, dado os contratos serem em 90% iguais", nota a AFEDA.

Em Espanha, a ASAFRAS - Associação de Afectados pelas Franquias DIA, com cerca de 80 membros, já fez várias manifestações em frente às lojas e à Bolsa de Madrid, onde o grupo é cotado desde 2011, ano em que se autonomizou do Carrefour. 

Também já apresentou queixa a vários ministérios. E o Governo chegou mesmo a pedir à Comissão Nacional dos Mercados e Concorrência (CNMC) que investigasse. Mas o regulador considerou não haver indícios de infracção e arquivou o processo.

Em França, multiplicam-se as queixas de sindicatos e de mais de 30 empresários sobre o modo de operar do grupo, que também já estará sob investigação.

Acusações na América Latina

Já na Argentina, os franquiados que se dizem afectados pela DIA Argentina criaram uma página no Facebook para partilharem informação e os seus casos.

E no ano passado, em São Paulo, Brasil, o deputado estadual Carlos Giannazi fez uma audiência pública na Assembleia Legislativa paulista com vários envolvidos no caso. A iniciativa surgiu depois de ter recebido "inúmeras denúncias por parte de pequenos empresários retalhistas que faliram e se endividaram com impagáveis empréstimos bancários depois de investirem na Franquia DIA". 

Numa carta enviada ao procurador-geral estadual, pedindo uma investigação, refere ainda reclamações que "acusam a DIA Supermercados em monopolizar o fornecimento de produtos, não cumprir com promessas contratuais, boicotar pontos de venda, maquilhar resultados, coagir, constranger e perseguir quem os critica e iludir sobre taxas de lucratividade e prazos de capital investido no negócio". 

No final de 2013, o grupo DIA alcançou vendas de 9,8 mil milhões de euros e lucros de 277 milhões nas 7.328 lojas nas seis geografias. Dessas, 2.991 eram franquias, mais 580 do que em 2012. "A situação da actual rede de franquias é absolutamente estável, com tendência positiva na sua evolução", realçou a DIA ao SOL.

Pragas, as visitantes indesejadas que os torcedores trazem ao Brasil

18/06/2014Compartilhe:

A Associação Brasileira de Defesa Vegetal (Andef) anunciou nesta quarta-feira temer que o afluxo de turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014 possa representar a importação de 350 pragas agrícolas que até agora não eram encontradas no Brasil.

Em um comunicado transmitido esta quarta-feira à AFP, a Andef indicou que os torcedores e seus alimentos são particularmente temidos pelo risco de introduzir 225 pragas desconhecidss em território brasileiro.

Os italianos e os franceses são acompanhados de perto porque seus países de origem contam, respectivamente, com 126 e 120 parasitas que poderiam trazer riscos para os cultivos brasileiros. Eles superam por pouco os japoneses (112) e os australianos (110).

Segundo um estudo recente, as pragas estrangeiras aparecem cada vez mais no Brasil. Destaca-se, sobretudo, o caso, no fim do ano passado, da lagarta "Helicoverpa armigera", que afeta cultivos como o do tomate, originária da Austrália.

Com eventos esportivos, os riscos são maiores, destacou a Andef. Após os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, por exemplo, 35 novas pragas apareceram nos campos da China.

Por isso, as autoridades sanitárias brasileiras estão em pé de guerra. Em 9 de junho, privaram a seleção uruguaia de seu estoque de doce de leite, sua preciosa sobremesa.

O motivo: a não apresentação de um certificado sanitário segundo os termos fornecidos pelo Ministério da Agricultura.

Segundo a Andef, a cidade-sede mais exposta é Recife, região de cultivos de cana-de-açúcar, algodão e cacau. Com as partidas de Costa do Marfim, Croácia, Itália, Costa Rica, Japão, México, Alemanha e Estados Unidos, Recife poderia sofrer com a introdução de pelo menos 323 novas pragas presentes nestes países.

Segundo cálculos da Fifa, 600.000 turistas são aguardados durante o Mundial, entre 12 de junho e 13 de julho. Os maiores contingentes seriam dos Estados Unidos (187.000), Alemanha (57.000) e Argentina (56.000).

No total, são aguardados 34.000 turistas franceses.

Previsões agrícolas apontam para mais um ano de declínio da cereja com queda de 10%


Esperam-se também aumentos de produtividade na campanha dos cereais de outono/inverno: 10% no trigo duro, 25% no trigo mole e 35% no triticale, cevada e aveia
A produção de cereja deverá ficar este ano abaixo das duas toneladas pelo terceiro ano consecutivo, prevendo-se uma queda de 10% face a 2013, estimou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo as previsões agrícolas hoje divulgadas, destacam-se, pela positiva, o tomate para indústria, com aumento de 20% da área de produção, e a batata de regadio (5%), registando-se decréscimos no milho (-10%), cereja (-10%), girassol (-10%) e arroz (-5%).

Esperam-se também aumentos de produtividade na campanha dos cereais de outono/inverno: 10% no trigo duro, 25% no trigo mole e 35% no triticale, cevada e aveia.

As previsões reportam-se aos últimos dias do mês de maio, que apresentou condições, de um modo geral, "favoráveis ao crescimento e desenvolvimento das culturas instaladas, bem como ao normal desenrolar dos trabalhos agrícolas da época", apesar dos contrastes meteorológicos.

O aumento de 20% das plantações de tomate para indústria deve-se, segundo o INE, aos "estímulos promovidos pela indústria (alargamento do período de receção e melhoria das condições contratuais) e de perspetivas favoráveis de escoamento da produção para Espanha.

Já a diminuição de 10% na área semeada de milho é justificada com o atraso na preparação dos solos para sementeira, devido ao encharcamento dos terrenos, e interrupção dos trabalhos na segunda quinzena de maio devido às chuvas intensas.

A cereja foi prejudicada pela precipitação e elevadas amplitudes térmicas registadas na fase da floração/polinização, bem como pelas chuvas de final de maio que provocaram fendilhamentos e perdas de capacidade de conservação de alguma produção.

Para o pêssego prevê-se, pelo contrário, um aumento de 25% face à campanha anterior, que tinha sido bastante afetada pelo tempo frio e chuvoso na fase da floração.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa

EDIA analisa possibilidade de concessionar ilhas de Alqueva a operadores económicos


CARLOS DIAS 21/06/2014 - 07:58
Há 116 ilhas que poderão ter diversos tipos de actividade como turismo e desporto de natureza, centros de arte e cultura, actividades de pesca e caça, espaços para merendas e pernoitas.


O POAAP defendia que as ilhas "poderiam constituir habitats de refúgio e proliferação de várias espécies (…) desde que se mantenham aí condições propícias, como baixa perturbação humana, manutenção das comunidades vegetais ribeirinhas, etc". Todas foram enquadradas em zona de conservação ecológica para se preservar um ecossistema único.

O diagnóstico realizado em 2013 no âmbito do "Plano de Gestão de Ilhas e Penínsulas de Alqueva" apresentado na tarde de quinta-feira no auditório da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, em Beja, pelo grupo Erena/Biodesign/NovaGel SA, indica que o valor natural deste espaço "diminuiu ao longo dos últimos dez anos", concluindo-se que a finalidade que lhe fora atribuída "não se encontra concretizada no momento presente".

A caracterização e diagnóstico elaborado conclui que as tendências gerais de variação nos grupos biológicos estudados apontam para uma "diminuição da diversidade intra-ilha". As ilhas, prossegue o documento a que o PÚBLICO teve acesso, "têm tido utilização humana para actividades muito diversificadas" e estas são "muito provavelmente" um dos factores mais relevantes na "diminuição do valor ecológico das ilhas e do arquipélago, decorrendo este provavelmente da degradação dos habitats e perturbação".

Carlos Rio Carvalho, um dos autores do plano de gestão, destaca a existência de "sinais de erosão hídrica, depósitos de resíduos, caça e a presença ilegal de gado" nas ilhas de Alqueva, que continuam a ser devassadas por "actividades recreativas não autorizadas".

O plano de gestão reconhece que "a média de espécies animais observada nas ilhas baixou entre 2000 e 2013", apesar de terem sido realizados estudos sobre e fauna e a flora do Alqueva em 2000, 2004 e 2012 que tinham como objectivo corrigir a situação..

A perda de biodiversidade e a impossibilidade de garantir a vigilância e a fiscalização no espelho de água formado pela barragem de Alqueva, leva os promotores do estudo a colocar a questão: O que se pode fazer nas ilhas?

Nos 25.000 hectares ocupados pela albufeira de Alqueva, está referenciado entre a cota mínima (130 metros) e a cota máxima (152 metros) um arquipélago com um número de ilhas que pode variar entre as 226 e as 427. Destas, só 150 têm uma área superior a meio hectare e 116 "estão em condições de acolher diversos tipos de actividades produtivas geradoras de valor económico", refere Carlos Carvalho, advogando a sua "concessão a privados".

O modelo desenvolvido no plano de gestão pressupõe que a gestão das ilhas concessionadas a privados, possa vir a financiar os encargos a realizar com as 24 ilhas destinadas à conservação da natureza.

Carlos Carvalho destaca que existe "uma ideia e uma quantidade de informação relevante, um trabalho técnico realizado e propostas de solução". Falta utilizar no espaço um leque variado de actividades propostas: turismo na sua variante natureza, pesca e caça, instalação de centros de arte e cultura, ou ainda para cidadãos interessados em pernoitar ou merendar.

A EDIA já realizou reuniões técnicas neste sentido com técnicos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Agência Regional de Turismo e o Instituto de Conservação da Natureza e Floresta e as autarquias da zona envolvente da albufeira estão interessadas na rentabilização das ilhas. Paula Sarmento, presidente do Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas, considera a proposta avançada por Carlos Carvalho "bastante importante" e em condições de "garantir a sustentabilidade do território" através de "parcerias com entidades públicas e privadas".

Mega piquenique atrai famílias e estrangeiros à Avenida da Liberdade


Mostra do mundo rural na Avenida da Liberdade atrai milhares de pessoas a uma das principais artérias da cidade de Lisboa, reunindo famílias com crianças e atraindo a curiosidade de estrangeiros que visitam o país.


Cerca das 12h, pouco mais de duas horas após a abertura do piquenique Continente, várias famílias com crianças de várias idades enchiam a Avenida da Liberdade, com as exposições de animais, entre burros, vacas ou cabras, a registarem mais afluência.

Para Marta, mãe de Mafalda, que fará três anos em Agosto, esta mostra é importante para que a filha tenha contacto com o mundo rural.

"No ano passado também viemos, ela acha piada aos animais e às hortinhas", disse à Lusa Marta, enquanto Mafalda escondia o rosto, envergonhada.

"Convém eles perceberem que as batatas não nascem nas prateleiras dos supermercados", sublinhou, considerando esta iniciativa positiva.

"Eles [a organização] este ano têm as coisas bem preparadas porque mostram a arrancar da terra os frutos e legumes, acho que é importante", defendeu.

"É uma iniciativa que permite a todas as pessoas mostrar coisas que habitualmente não têm oportunidade de ver, principalmente os miúdos que vivem na cidade. Nós tivemos oportunidade de fazer isso nas hortas dos nossos avós", comentou,

Mas o evento não atrai só os portugueses. Vários estrangeiros de férias em Portugal aproveitaram a estadia no país para descerem a Avenida, acompanhados dos mais pequenos, como é o caso da família do norte-americano David, oriunda dos arredores de Boston, Massachusetts.

Este evento "foi uma surpresa, ficámos muito satisfeitos por estar aqui este fim-de-semana e poder ver isto", disse à Lusa David, acompanhado da mulher e dos filhos, Mathew, 9 anos, e de Olivia, 12.

Mathew lembra que nos Estados Unidos há algo de similar, "mas ver através dos olhos de uma cultura diferente foi fantástico", disse David, acrescentando que durante a estadia de férias da família em Portugal o filho ficou fã da selecção portuguesa.

Por isso, iremos "torcer por Portugal amanhã à noite", disse David a sorrir, perante o filho, que trajava uma t-shirt do Cristiano Ronaldo. Portugal defronta no domingo a selecção dos Estados Unidos.

"Os animais são muito porreiros", disse Mathew, enquanto Olivia considerou ser "fantástico ver os animais e plantas" na mostra.

Da Alemanha, mas a viverem em Portugal há vários anos, as octogenárias Gisela Bach e uma amiga decidiram descer a Avenida para ver a exposição.

"É muito bom para os pais com crianças, para aprenderem porque elas nunca vão para a província", comentou Gisela.

A mesma posição foi defendida pela sua amiga, que lembrou que "as crianças da cidade não sabem muitas vezes o que se passa no campo", pelo que esta iniciativa é boa "para saberem como as coisas crescem e que as alfaces não crescem no supermercado".

Também Clara deu um salto hoje ao piquenique para mostrar ao filho, João Pedro, de 7 anos, o mundo rural.

"Gosto bastante, é uma iniciativa fabulosa, principalmente para os mais pequenos", já que só "têm contacto com o que vem na prateleira dos supermercados".

Para o pequeno João Pedro, o que mais lhe chamou atenção foram as "ovelhas e cabras" e nas plantas destacou as "oliveiras, os tomateiros e as macieiras".

Esta é a sexta edição do "Mega Pic-Nic Continente", que convida os portugueses a entrarem na Quinta da Selecção e a juntarem-se à festa com os melhores em campo para apoiar a produção e o futebol nacional.

O objectivo é despertar os portugueses para a agricultura e para o consumo dos produtos nacionais.

O piquenique organizado pelo Continente conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal e Clube de Produtores Continente, representado por mais de 40 produtores nacionais.

Fonte:  Lusa