Reuters
Alterações climáticas diminuiram qualidade dos terrenos agrícolas
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro concluiu que as misturas de pesticidas utilizadas na agricultura para combater pragas estão a provocar efeitos colaterais nos organismos que regeneram o ecossistema terrestre, colocando em causa a saúde dos solos. O estudo aponta, por exemplo, o chamado "remédio dos caracóis" que, além do alvo principal, também acaba por matar outros organismos como bichos--de-conta, minhocas e outros invertebrados benéficos para o solo.
Esta é uma das muitas pesquisas que aponta para o facto de os solos em Portugal enfrentarem problemas de sustentabilidade. Nos últimos dez anos, a qualidade dos solos portugueses caiu e a aridez aumentou por causa das alterações climáticas. Dados de 2001 mostram que 20,4% dos solos portugueses encontram-se "muito degradados" e 11,8% estão "degradados". Só 35,7% são considerados produtivos e 20,5% maduros. Feitas as contas, mais de um terço do território nacional apresenta sinais de degradação. O Alentejo, as regiões Centro e Norte, especialmente junto à linha de fronteira com Espanha, são as zonas mais preocupantes. E mais de metade dos solos, 52%, apresentam "grande ou elevada susceptibilidade de desertificação".
Tiago Domingos, director executivo da Terraprima refere a falta de matéria orgânica dos solos em Portugal, principalmente nas zonas mais a sul, como um grande impedimento à produção agrícola, mas garante que a realidade nem sempre foi assim. "A verdade é que já fazemos agricultura há 4 mil anos. Precisamos de fazer uma espécie de restauro ecológico, para que voltem a ter a riqueza da antiguidade", referiu.
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