terça-feira, 24 de junho de 2014

Estudo. Pesticidas estão a destruir solos nacionais

Reuters

Alterações climáticas diminuiram qualidade dos terrenos agrícolas
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro concluiu que as misturas de pesticidas utilizadas na agricultura para combater pragas estão a provocar efeitos colaterais nos organismos que regeneram o ecossistema terrestre, colocando em causa a saúde dos solos. O estudo aponta, por exemplo, o chamado "remédio dos caracóis" que, além do alvo principal, também acaba por matar outros organismos como bichos--de-conta, minhocas e outros invertebrados benéficos para o solo.

Esta é uma das muitas pesquisas que aponta para o facto de os solos em Portugal enfrentarem problemas de sustentabilidade. Nos últimos dez anos, a qualidade dos solos portugueses caiu e a aridez aumentou por causa das alterações climáticas. Dados de 2001 mostram que 20,4% dos solos portugueses encontram-se "muito degradados" e 11,8% estão "degradados". Só 35,7% são considerados produtivos e 20,5% maduros. Feitas as contas, mais de um terço do território nacional apresenta sinais de degradação. O Alentejo, as regiões Centro e Norte, especialmente junto à linha de fronteira com Espanha, são as zonas mais preocupantes. E mais de metade dos solos, 52%, apresentam "grande ou elevada susceptibilidade de desertificação".

Tiago Domingos, director executivo da Terraprima refere a falta de matéria orgânica dos solos em Portugal, principalmente nas zonas mais a sul, como um grande impedimento à produção agrícola, mas garante que a realidade nem sempre foi assim. "A verdade é que já fazemos agricultura há 4 mil anos. Precisamos de fazer uma espécie de restauro ecológico, para que voltem a ter a riqueza da antiguidade", referiu.

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