sexta-feira, 27 de junho de 2014

Probabilidade elevadas de fenómeno El Niño no fim do ano, dizem meteorologistas


"Continuamos a ser vulneráveis perante a força da natureza, mas podemos proteger-nos preparando-nos melhor", acrescentou o responsável
Cientistas estimam que a probabilidade da ocorrência do fenómeno metereológico extremo El Niño entre outubro e dezembro está entre 75% e 80%, comunicou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A probabilidade que se produza antes, no terceiro trimestre do ano, é menor e está nos 60%.

O fenómeno El Niño está associado a secas e inundações à escala regional em diferentes partes do mundo, e produz um aumento da temperatura média na superfície do oceano, particularmente na zona central e oriental do Pacífico tropical.

"Prevê-se que a temperatura do Oceano Pacífico tropical continue a aumentar nos próximos meses e que alcançará o seu máximo no último trimestre de 2014. Ainda que a sua intensidade potencial seja incerta, é mais provável que se produza um fenómeno de intensidade moderada", indicou a agência científica das Nações Unidas.

Trata-se de um evento natural que ocorre entre cada 2 e 7 anos e tem uma forte influência no clima mundial.

"El Niño acarreta fenómenos extremos e produz um marcado aumento das temperaturas, mas é cedo para avaliar os seus efeitos exatos em 2014", disse o diretor da OMM, Michel Jarraud.

A organização explicou que as águas do Pacífico tropical sofreram um aumento de temperatura que alcançou o limiar mais baixo do El Niño, mas as condições atmosféricas (pressão ao nível do mar, nebulosidade e ventos) mantiveram-se neutras.

Jarraud indicou que o fenómeno El Niño ainda não está completamente desenvolvido, pois depende fundamentalmente da interação entre oceano a atmosfera.

Ainda assim, "cientistas do mundo inteiro chegaram ao consenso" de que é provável que se produzam condições atmosféricas típicas do fenómeno El Niño "bem desenvolvido", divulgou a OMM.

Jarraud destacou que graças aos avisos antecipados, os Governos do mundo inteiro contaram com tempo suficiente para elaborar planos de emergência para fazer frente às possíveis consequências deste fenómeno, em atividades como a agricultura, pesca, saúde e outros setores sensíveis ao clima.

"Continuamos a ser vulneráveis perante a força da natureza, mas podemos proteger-nos preparando-nos melhor", acrescentou o responsável.

De acordo com os modelos elaborados e análise dos especialistas, o fenómeno alcançará a sua máxima intensidade no quarto trimestre deste ano e continuará nos primeiros meses de 2015, sendo que depois se dissipará.

A intensidade que alcançará é ainda uma incógnita, já que há duas condições essenciais que são contraditórias: a primeira indica que o calor debaixo da superfície do mar é muito superior à média, o que provocou fortes ventos de oeste no início do ano e que é indicativo de um El Niño intenso; a segunda indica que a resposta atmosférica tarda e que a possível ausência de ventos de oeste nos próximos meses pode indicar que a intensidade pode não ser tão elevada.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

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