O ministro da Agricultura afirmou ontem, em Armamar, ter feito tudo o
que podia para resolver o problema da Casa do Douro, mas reconheceu
que as negociações estão suspensas.
«Espero bem que o próximo Governo consiga resolver o assunto. Eu fiz
tudo o que podia fazer e as pessoas sabem que fiz», disse António
Serrano aos jornalistas, à margem de uma visita a uma fábrica de
Armamar.
No acordo negocial entregue à Casa do Douro (CD) e divulgado em Junho
de 2010, o Governo propôs a entrega dos vinhos empenhados da CD ao
Estado para a regularização da sua dívida. Apesar de o Estado ficar
com a «propriedade plena» dos vinhos, estes deveriam manter-se
armazenados na CD, que teria que assumir os custos de armazenagem e
conservação.
O documento propunha ainda um adiantamento de 1,3 milhões de euros ao
organismo duriense para apoiar no pagamento dos ordenados em atraso
dos funcionários. Este acordo teria que ser aprovado pelos
conselheiros que fazem parte do Conselho Regional de Vitivinicultores
da CD, o que ainda não aconteceu.
O Ministério da Agricultura deu como prazo limite à CD o dia 30 de
Abril, mas a direcção do organismo, liderada por Manuel António
Santos, rejeitou os termos do acordo alegando que este significaria o
fim da instituição.
Ontem, o ministro referiu que as negociações «ficaram suspensas»,
salientando que «fizemos tudo o que tínhamos a fazer, do lado do
Governo e da Casa do Douro também, mas esta entendeu que não tinha
ainda as condições para assinar o acordo». Acrescentou que espera que
o «próximo Governo consiga resolver o assunto».
Em declarações à Lusa no final de Abril, Manuel António Santos referiu
que «praticamente não houve negociações» durante o último ano. «Houve
conversas e não houve possibilidade de acordarmos seja o que for»,
salientou.
O dirigente lamentou que «princípios acordados em 1997 não estejam a
ser cumpridos» e deu como exemplo a desvalorização do vinho da
instituição que «valia 100 e passou a valer 50».
Fonte: Lusa
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/05/10g.htm
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