terça-feira, 10 de maio de 2011

Parque do Gerês com sinais de recuperação dos incêndios de 2010

Apesar dos incêndios de 2010, que consumiram mais de 10 mil hectares
de área verde, o Parque Nacional da Peneda-Gerês apresenta já
importantes sinais de regeneração, admitiu ontem a direcção da
instituição.
«Sempre acreditei que haveria uma grande capacidade de regeneração.
Mas será preciso fazer alguma condução dessa recuperação porque os
ritmos são diferentes», começou por admitir Lagido Domingos, director
do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).

O responsável falava durante uma visita com jornalistas por algumas
das áreas ardidas em 2010 e que, como se constatou no local,
apresentam agora sinais de recuperação.
«Mostra sobretudo uma capacidade grande da natureza em resistir aos
atentados que vai sofrendo. Mas sabia-se que seria assim nos
povoamentos arbustivos. A recuperação dos povoamentos arbóreos será
mais demorada», admitiu ainda.
Segundo o levantamento do Instituto para a Conservação da Natureza e
Biodiversidade (ICNB), em Julho e Agosto os incêndios consumiram cerca
dez mil hectares de área verde do PNPG, ou seja 11,7 por cento do
parque.
Entre as zonas perdidas para o fogo contam-se 1.528 hectares de área
de conservação da natureza, com reduzida presença humana. Ainda assim,
o ICNB aponta para a perda de 2.797 hectares classificados como de
Protecção Total, essencialmente na zona da Mata do Cabril, em Ponte da
Barca.
A situação foi proporcionada, sobretudo, por quatro incêndios, todos
com início fora da área do PNPG, nomeadamente um que durante quinze
dias lavrou entre a Serra Amarela e a Mata do Cabril, destruindo 3.529
hectares.
Há ainda o incêndio em Arcos de Valdevez, no Soajo, que chegou a
obrigar à evacuação de uma aldeia, e que durante dez dias destruiu
2.465 hectares.
Um cenário que Lagido Domingos, à passagem do quadragésimo aniversário
do parque, admite ter sido «mau» e que se deve a um «problema da
articulação do homem com o território». Como a falta de um «sistema
para consumir a biomassa que é produzida» nos seus cerca de 70 mil
hectares.
«Assim, vamos ter sempre risco de catástrofe. Podemos mobilizar os
meios todos, possíveis e imaginários, mas o problema dos fogos
florestais é mais vasto», sublinhou.
Para 2011 está prevista a instalação de dois pontos de vigilância
permanente, nos locais mais afastados do parque, para incrementar a
primeira intervenção. «Serão equipas de vigilância com capacidade de
primeira intervenção para evitar a propagação de incêndios. Resolvem
os problemas cá dentro, mas não quando os fogos começam fora do
parque», concluiu.
Entretanto, na limpeza de mato e criação de linhas de defesa, os
técnicos do parque já promoveram intervenções preventivas, este ano,
em mais de 430 hectares.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia33622.aspx

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