segunda-feira, 26 de março de 2012

AGRO com perto de 70 mil visitantes

BRAGA
2012-03-26visitas (90)comentários (0)
autor
Marlene Cerqueira
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No último dia do certame, mal abriram as portas percebeu-se de
imediato que se iria registar uma das maiores enchentes de sempre na
história da AGRO. O dia de ontem mostrou que a Feira Internacional de
Agricultura, Pecuária e Alimentação renasceu e a organização aponta
para um número total de visitantes a chegar perto dos 70 mil.
Ao início da tarde de ontem, Miguel Corais, administrador do PEB,
admitia já ao 'Correio do Minho' que o certame iria registar um
crescimento superior a 15% em comparação com a edição do ano passado.
"Temos tido uma percepção de que todos os dias têm sido mais fortes do
que no ano passado. Posso avançar que sexta-feira e sábado foram dias
realmente muitos fortes em termos de visitantes e ainda não temos
ideia de como será a habitual enchente do domingo, o último dia da
feira", referiu, convicto de que a AGRO 2012 ultrapassou "seguramente
os 60 mil visitantes".
Miguel Corais acredita mesmo que o número total de visitantes "vai
andar perto dos 70 mil".

Durante a manhã de ontem já não era fácil circular pelos corredores do
certame, mas foi durante a tarde que o recinto do PEB ficou "a
rebentar pelas costuras", muito "por culpa" do programa que a TVI
transmitiu em directo a partir do PEB. Jorge Corais realçou
precisamente que a área da feira foi alargada devido à transmissão
desta 'Festa da Primavera'.
Entre as 14 e as 20 horas, a TVI esteve em directo a partir do PEB,
com uma festa por onde passaram duas dezenas de artistas convidados
pela estação. Conduzido pela apresentadora Fátima Lopes, este programa
teve o mérito de incluir reportagens realizadas com produtores e em
explorações agrícolas da região. Houve ainda directos a partir de
vários pontos da feiras.
Miguel Corais recorda que um dos objectivos do PEB passava por ter na
AGRO um programa de televisão em directo.
"Este ano era importante valorizar e projectar a marca AGRO a nível
nacional, para que no próximo ano tenhamos mais facilidade em
construir a feira e consigamos fazer uma AGRO ainda maior do que
esta", referiu. O programa de animação tem-se revelado uma aposta
certeira na captação de visitantes. Ontem, a hora de encerramento do
certame foi adiada, porque a partir das 20 horas a festa continuou com
a actuação do cantor Jorge Loureiro e a sua banda.
Património genético em risco
A raça maronesa está em risco e com ela a preservação do mais antigo
património genético português. Virgílio Alves, presidente da
Associação de Criadores do Maronês, lançou o alerta à margem do
Concurso Pecuário da Raça Maronesa, que decorreu durante a manhã de
ontem na AGRO — 45.ª Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e
Alimentação.
"Temos actualmente 5700 fê-meas reprodutoras no país, que é
cientificamente o número mínimo para conservar estes animais e
preservar este que é o património genético mais antigo de Portugal",
referiu Virgílio Alves, explicando que o gado maronês é descendente do
auroque, o animal que aparece nas figuras rupestres de Foz Côa.
"Estamos a falar de um animal que entrou na península Ibérica no
estado selvagem, vindo do crescente fértil, enquanto que as outras
raças autóctones portuguesas vieram com os povos que povoaram a
península", explica o responsável, acrescentando a título de
curiosidade que os celtas trouxeram a raça mirandesa, os fenícios
trouxeram a raça minhota e a raça barrosã veio com os árabes.
"A maronesa já cá estava desde praticamente o degelo, no seu estado
selvagem", vinca Virgílio Alves, revelando ainda que um grupo de
cientistas portugueses, alemães e holandeses estão a realizar um
projecto que visa a reconstrução genética do auroque selvagem.
"Estamos a proceder à selecção do núcleo de gado português que vai ser
utilizado para o estudo", avançou o responsável.
Segundo o presidente da Associação de Criadores do Maronês é
necessário fazer um grande esforço para preservar esta raça, até
porque dele vivem cerca de 1300 famílias de camponeses de montanha, no
nosso país.
Alguns "dos melhores exemplares desta raça" desfilaram ontem de manhã
na AGRO, garantiu ao 'Correio do Minho' Virgílio Alves.
Raça frísia em destaque
De tarde, a raça maronesa deu lugar à 'Holstein Frísia' no recinto de
concursos da grande nave.
A frísia é tida como uma raça de extrema importância para o sector
agrícola e alimentar do nosso país. Tendo sido "melhorada para a
produção de leite, é, neste momento, a raça que produz 99,9% do leite
para Portugal", revelou Carlos Diogo, Presidente da APCRF —Associação
Portuguesa de Criadores da Raça Frísia. Para além do evidente peso no
sector leiteiro, esta raça representa, também, "todo o trabalho dos
produtores nacionais, neste caso, da região Norte", acrescenta António
Ferreira, secretário-geral da ABLN —Associação para o Apoio à
Bovinicultura Leiteira do Norte.
Relativamente ao concurso que decorreu na AGRO, este procura obter os
melhores exemplares para este ramo de actividade. Assim, almeja
alcançar-se "um animal funcional, principalmente em termos de pernas e
pés" para que possam ter "alguma longevidade na produção", explicou
Carlos Diogo.
http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=60277

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