segunda-feira, 26 de março de 2012

Douro: Autarquias disponíveis para redirecionar fundos comunitários para ajudar adegas cooperativas

23-03-2012 16:42 | Economia
Fonte: Agência Lusa

Peso da Régua, 23 mar (Lusa) -- Os autarcas do Douro revelaram hoje ao
secretário de Estado do Desenvolvimento Rural a sua disponibilidade
para que alguns fundos comunitários possam ser redirecionados para a
resolução dos problemas das adegas cooperativas.
Daniel Campelo reuniu, no Peso da Régua, com os autarcas da Comunidade
Intermunicipal do Douro (CIM Douro) e representantes das cooperativas
da Região Demarcada do Douro.
Preocupada com a grave crise social e económica que afeta este
território há 10 anos, a CIM Douro apresentou um documento ao Governo,
no qual apresenta soluções e destaca como prioridade a questão das
adegas, que, no seu total, possuem perto de 25 mil associados.

As cerca de 20 unidades cooperativas que existem no Douro representam
entre 30 a 35 por cento do vinho do Porto produzido na região e cerca
de 40 a 45 por cento do vinho de mesa, o designado DOC Douro. Grande
parte delas possui dívidas de milhões de euros e registam atrasos no
pagamento das colheitas aos viticultores.
"Sem nenhuma solução milagrosa, que não temos, os autarcas dos 19
municípios manifestaram a sua disponibilidade para ajudarem a resolver
este problema", afirmou o presidente da CIM Douro, Artur Cascarejo.
O autarca referiu que a crise só se consegue ultrapassar com uma união
de esforços entre os viticultores, adegas e poderes públicos, quer
seja o local ou o central.
Por isso mesmo, revelaram ao secretário de Estado disponibilidade para
que verbas do QREN e do PRODER possam ser redirecionadas para a
resolução do problema das cooperativas.
"O que os poderes públicos podem fazer é criar condições ao nível da
legislação ou ao nível de alguns incentivos dos fundos comunitários",
acrescentou.
No final do encontro, Daniel Campelo referiu que o Governo está
disponível para ajudar no processo de implementação das soluções que
forem encontradas pelos dirigentes das cooperativas, quer seja, por
exemplo, na empresarialização ou na fusão.
"O Governo não pode nem deve propor soluções", salientou.
O governante considerou que as adegas "assumem um papel importante
junto dos pequenos produtores para o escoamento dos seus produtos".
Lembrou, no entanto, que "se elas não se ajustarem ao modelo atual de
comércio e de produção, obviamente que têm mais dificuldades de
sobrevivência".
Questionado pelos jornalistas sobre a situação da Casa do Douro (CD),
que tem uma dívida de cerca de 100 milhões de euros e meses de
salários em atraso aos trabalhadores, Daniel Campelo apenas disse que
o Governo está a acompanhar de perto esta situação.
"Temos estado em diálogo permanente com a direção da CD. Vamos
continuar com o diálogo para buscar uma solução que seja boa para a CD
e para o Douro", frisou.
PLI.
Lusa/Fim
http://www.portocanal.pt/ler_noticia/14465/

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