domingo, 18 de março de 2012

Geada negra ameaça olivais novos no Alentejo

17.03.2012 - 19:02 Por Carlos Dias
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Altas temperaturas, frio nocturno e défice hídrico afectam azeitona.
A par da seca, os agricultores alentejanos estão a ser confrontados
com o aparecimento das chamadas "geadas negras" que estão a colocar em
causa a produção dos novos olivais na região.
O alerta foi lançado por Luís Mira Coroa, presidente da União de
Cooperativas Agrícolas do Sul (UCASUL), referindo que por causa das
condições climatéricas adversas, a geada negra "atacou os olivais
localizados nas terras baixas, onde o frio se faz sentir com mais
intensidade". O agricultor admite que possa vir a afectar de forma
grave as produções de azeitona "do ano em curso e do próximo".
Este fenómeno surge quando o ar nocturno é extremamente frio e seco, o
vento se apresenta com uma intensidade entre moderada e forte e a
percentagem de vapor de água atmosférico é baixa.

Em vez de se formar uma película de gelo sobre a planta (geada) dá-se
a congelação interna da planta (da seiva), a planta fica escura,
queimada, e morre sob o efeito do que se designa por "geada negra".
Franscisco Palma, presidente da Associação de Agricultores do Baixo
Alentejo, confirmou ao PÚBLICO a existência deste problema. "Tenho
recebido informações de agricultores a dar conta que as oliveiras
perdem as folhas quando são abanadas".
O Boletim Agrometeorológico do Alentejo referente à semana entre 5 e
11 de Março refere ainda que "não houve ocorrência de precipitação
significativa" . Todas as estações agrometeorológicas do Alentejo
apresentam défice hídrico, com valores mais severos em Castro Verde e
Redondo.
Calcula-se que, neste momento, estejam plantados na região alentejana
cerca de 50 mil hectares de novos olivais em regime intensivo e
superintensivo, onde estarão cerca de 35 milhões de árvores. As
necessidades de água para esta cultura permanente são superiores a 2
mil milhões de litros/dia.
Cerca de um terço deste olival não tem garantia de água através dos
sistemas de rega de Alqueva. Vão buscá-la a furos artesianos, que já
estão a perder débito por excesso de utilização, e através de
captações no rio Guadiana. Qualquer destas alternativas obriga a
elevados consumos de energia.
Uma medida preventiva utilizada pelos agricultores para combater a
"geada negra" consiste em regar as culturas, para que se forme a geada
propriamente dita.
http://economia.publico.pt/Noticia/geada-negra-ameaca-olivais-novos-no-alentejo-1538337

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