sexta-feira, 4 de maio de 2012

A agricultura como trabalho de futuro

04/05 11:29 CET

As estimativas das Nações Unidas dizem que a procura de bens
alimentares vai triplicar até ao ano de 2050. Muitos países estão a
implementar práticas agrícolas para desenvolver a sustentabilidade de
recursos. Por isso, esta semana, fomos aprender lições sobre
agricultura ao Paquistão, a Cuba e à China.

A missão das mulheres paquistanesas

As inundações no Paquistão devastaram a agricultura do país,
precisamente o setor que emprega quase metade da população. Várias
organizações aproveitaram o processo de recuperação para ensinar novos
métodos agrícolas às comunidades locais.

A agricultura é o coração da economia paquistanesa: mais de 48 por
cento da população ativa trabalha no setor. Em 2010 e 2011, o
Paquistão foi fortemente atingido por inundações de proporções
inéditas.

Cerca de vinte milhões de pessoas foram afetadas. Setecentos mil
hectares de colheitas ficaram debaixo de água. Perdeu-se grande parte
da criação e produção animal.

Graças à Comissão Europeia, as ONG que integram o consórcio
Aliança2015, e que já estavam a trabalhar no Paquistão, foram
mobilizadas para as operações de apoio pós-catástrofe, sobretudo para
atividades de sensibilização e educação.

Um dos primeiros cursos a arrancar foi o de práticas de higiene,
destinado a mulheres que vivem em zonas rurais para que, mais tarde,
possam promover nas suas famílias aquilo que aprenderam.

A agricultura é o meio de subsistência para uma imensa maioria. Várias
mulheres querem adquirir outras técnicas de cultivo. Divididas em
pequenos grupos, aprendem métodos para escolher as melhores frutas, os
melhores legumes, que sementes podem utilizar, quando a melhor altura
para a irrigação, como usar, de forma segura, os produtos químicos.

É por estas mulheres que passa o novo rumo do Paquistão e são elas que
carregam a missão de divulgar novas formas de lidar com práticas
milenares.


"alliance2015": http://www.alliance2015.org/

Em Cuba aprende-se a trabalhar na terra

O embargo económico dos Estados Unidos a Cuba fez disparar o
investimento em recursos internos, como a agricultura. Para ir de
encontro às necessidades do país, estão a promover-se formações para
preparar uma nova geração de agricultores.

Cuba sobreviveu à queda do bloco soviético e sobrevive, agora, ao
embargo, em grande medida por causa da atividade agrícola. O país está
organizado de acordo com as indicações do regime: o setor agrícola
emprega um quinto da população.

O ensino desta atividade é um dos pilares do sistema educativo. Há
várias escolas especializadas, como a Villera Revolución, em Boyeros.
A Villera tem cerca de dois mil estudantes e abrange uma área de 910
hectares.

Os grandes institutos de inspiração soviética estão agora a rever os
programas pedagógicos, para os adaptar a novos princípios educativos e
às evoluções tecnológicas. Preservam-se, no entanto, alguns
ensinamentos ilustrativos da realidade cubana. Como o ateliê no qual
os alunos aprendem a fabricar os próprios medicamentos.

O Ministério da Agricultura anunciou, recentemente, medidas de apoio à
criação de 2600 explorações agrícolas e jardins urbanos, distribuindo
direitos de usufruto de cerca de três milhões de hectares pertencentes
ao Estado.

É nas mãos destes estudantes que repousa o futuro da ilha. Cuba
continua a importar 80 por cento do que consome. Para muitos, a
próxima etapa será tornar a comercialização de produtos independente
do monopólio estatal.


Pequenos chineses aprendem a grande tradição do chá

Na China, vários jovens estão a seguir os passos dos seus antepassados
no cultivo de chá verde. Há mesmo um grupo de crianças que está a
aprender todo o processo de fabrico, bem como a história e cultura
desta mítica planta.

O senso comum diz que a China é o país do chá e o berço da tradição é
Hangzhu. Uma variedade, o West Lake Dragon Well, é cultivada nos
montes que cercam a cidade. Trata-se de uma especialidade local.

Em Zhupu, uma das muitas localidades na região conhecida também pelo
chá preto, um grupo de crianças está a aprender todos os segredos
desta bebida milenar.

As crianças percorrem as plantações, recolhendo as folhas espalhadas
pelo chão. O chá é feito com a folhagem recente, por isso, com a ajuda
dos pais, eles tiram as duas folhas que estão na parte de cima da
planta. É assim que se colhe o chá. Um trabalho manual com dois mil
anos de história.

Depois da colheita, as folhas são levadas para a fábrica e são
pesadas. Numa das etapas, um dos mestres recorre a altas temperaturas
para remover os elementos oxidantes. Daí que a cor verde fique
particularmente realçada no produto final.

Reza a lenda que a tradição começou no terceiro século antes de
Cristo, quando um imperador, que tinha por hábito beber água fervida,
viu uma brisa depositar-lhe algumas folhas no recipiente que tinha nas
mãos. Mas essa é ainda outra estória.

orientaldiscovery

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