quinta-feira, 3 de maio de 2012

Quercus e Oikos pedem a Durão Barroso prioridade a biocombustíveis sustentáveis

Por , publicado em 2 Maio 2012 - 15:55 | Actualizado há 18 horas 22 minutos

A Quercus e a Oikos pediram ao presidente da Comissão Europeia para
dar prioridade aos biocombustíveis com menos efeitos no clima,
defendendo que cumprir as metas fixadas não deve implicar aumento dos
impactes ambientais sobre uso do solo.

As associações de defesa do ambiente consideram "absolutamente
crucial" garantir que o cumprimento das metas europeias de
biocombustíveis e de redução das emissões de gases com efeito de
estufa no setor dos transportes não se realize à custa dos impactes
ambientais sobre o uso do solo decorrentes da sua produção,
contribuindo para as alterações climáticas.

Em comunicado citam os exemplos da desflorestação, destruição de
ecossistemas e áreas de armazenamento de carbono como florestas
primárias e turfeiras, em diferentes partes do mundo.


Os Comissários Europeus discutem hoje em Bruxelas uma proposta para
reforçar a implementação das diretivas sobre energias renováveis e
qualidade dos combustíveis, e está em análise a alteração da
metodologia de cálculo de emissões de gases com efeito de estufa para
os biocombustíveis.

Na semana passada, a Quercus e a Oikos enviaram uma carta ao
presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a alertar para a
"absoluta necessidade" de tomar decisões que levem em consideração
todos os potenciais impactes dos biocombustíveis, "excluindo aqueles
que não são ambientalmente ou socialmente sustentáveis".

As organizações ambientalistas consideram que, "sobretudo numa altura
de crise económica, é obrigatório garantir que os incentivos à
produção de biocombustíveis existentes em diversos países europeus
sejam aplicados na promoção daqueles que garantam um impacte ambiental
e social mais positivo à escala global".

Nos últimos anos, os biocombustíveis têm sido apontados como a solução
para a redução da dependência energética externa em relação aos
combustíveis fósseis e das emissões de gases com efeito de estufa no
setor dos transportes.

Os Estados membros comprometeram-se a atingir a meta de 10% de
incorporação de energias renováveis nos combustíveis rodoviários,
sobretudo à custa de biocombustíveis, até 2020.

Mas, os biocombustíveis teriam de obedecer a critérios de
sustentabilidade, sobretudo em termos de redução das emissões de gases
com efeito de estufa relativamente aos combustíveis fósseis, para
serem comercializados no mercado europeu.

Estes critérios de redução de emissões apenas contabilizam as
alterações diretas de uso do solo, não tendo ainda a Comissão Europeia
definido qualquer metodologia de contabilização das emissões de gases
com efeito de estufa associadas com as alterações indiretas de uso do
solo, explica o comunicado das associações.

A Quercus e a Oikos alertam ainda que o aumento da procura de
biocombustíveis decorrentes das metas europeias também pode prejudicar
o abastecimento de alimentos no mercado, ampliando o risco de uma
crise agrícola e alimentar, sobretudo em países em desenvolvimento.

http://www.ionline.pt/portugal/quercus-oikos-pedem-durao-barroso-prioridade-biocombustiveis-sustentaveis

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