quinta-feira, 7 de junho de 2012

Crise «insuficiente» para conter efeitos nefastos da economia no ambiente

inShareA crise económica global não será suficiente para conter os
efeitos nefastos das actividades económicas no ambiente, afirmaram
hoje especialistas em Londres, durante a apresentação de um relatório
da ONU.
«Não podemos contar com a desaceleração da economia para atingir as
metas», afirmou Bernice Lee, directora de investigação do departamento
de energia, ambiente e administração de recursos da Chatham House.
Esta analista referiu um estudo, que viu disparar as emissões de
dióxido de carbono logo após um período de decréscimo coincidente com
a crise financeira de 2008.
A razão, justificou, é que o crescimento económico global «é desigual»
e alertou para que os governos que deixem de olhar para o ambiente
como uma prioridade.
«Quando recuperarmos podemos estar numa situação pior», advertiu.
Também Matt Walpole, chefe de Programa de Ambiente da ONU, referiu o
risco de as políticas de austeridade ignorarem as questões ambientais.
«A austeridade visa reduzir os défices públicos mas também temos que
reduzir a nossa dívida futura», argumentou.
O Panorama Ambiental Global 5 hoje divulgado constatou que, em 90 das
mais importantes metas e objectivos ambientais, só quatro registaram
avanços significativos.
Grande parte dos objectivos registou poucos ou nenhuns progressos ou
mesmo degradação, notou o relatório.
Uma das questões emergentes, vincou Johan Kuylenstierna, director do
Centro de York do Instituto do Ambiente de Estocolmo, é o lixo
electrónico, que regista a maior taxa de crescimento.
São geradas entre20 a50 milhões de toneladas por ano, nomeadamente de
telemóveis, computadores ou aparelhos eléctricos, portadores de
materiais químicos e outras substâncias perigosas prejudiciais ao
ambiente.
«A forma como são reciclados é feita de forma informal a questão
precisa de ser tratada de forma mais séria», defendeu.
O relatório hoje divulgado é o resultado de três anos de trabalho de
quase 600 peritos e pretende dar à comunidade internacional o panorama
do ambiente global e respectivas tendências, incluindo sobre a
atmosfera, terra, água e biodiversidade.
A divulgação acontece duas semanas antes da Rio+20, cimeira sobre
desenvolvimento sustentável, que decorrerá entre 20 e 22 de Junho no
Rio de Janeiro e reunirá representantes de 176 países e 102 chefes de
Estado.
Diário Digital com Lusa

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=576561

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