sexta-feira, 26 de abril de 2013

Norma que vai regular comercialização de porco de raça alentejana em vigor em maio

O Governo colocou hoje em discussão pública a norma que vai regular a
comercialização do porco de raça alentejana, vulgarmente conhecido
como porco preto, uma reivindicação antiga dos produtores e que deverá
entrar em vigor em maio.

A norma, que vai estar em discussão pública durante 10 dias e deverá
ser publicada em Diário da República em maio, "vai regular a
comercialização do porco preto, considerando determinados
condicionalismos ligados à raça e ao sistema de criação", explicou à
agência Lusa o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação
Agroalimentar, Nuno Brito.

O secretário de Estado falava à Lusa após ter anunciado a colocação da
norma em discussão pública na sessão de abertura da 30.ª feira
agropecuária Ovibeja, na qual participou em substituição da ministra
da Agricultura, Assunção Cristas, que, ao contrário do previsto,
explicou o governante, não pode estar presente, por ter sofrido uma
"indisposição" ao fim da manhã.

Segundo Nuno Brito, a norma, que foi "consensualizada" com as
associações de produtores, vai permitir, através de "uma nova fórmula
de rotulagem", "dar segurança ao consumidor que está, de facto, a
consumir porco preto, ou seja, porco de raça alentejana e criado em
sistemas extensivos".

"Ao fim de alguns anos, conseguimos por à discussão pública a norma",
que é "bastante importante" e uma reivindicação antiga dos produtores,
disse Nuno Brito, referindo que Espanha já tem uma norma do género "há
vários anos" e "Portugal estava omisso" nesta área.

Na sessão, na qual também participou o secretário de Estado Adjunto do
primeiro-ministro, Carlos Moedas, Nuno Brito destacou também a
"dinâmica" do setor agroalimentar no Alentejo, considerando-o "um
fator profundo de esperança" e que permite "acreditar que melhores
tempos virão".

"Com certeza, à semelhança do que acontece com a agricultura, iremos
passar estes tempos menos fáceis" que Portugal atravessa, disse Nuno
Brito, referindo que "a agricultura gera riqueza e emprego" e o
Alentejo "é um bom exemplo" disso.

A agricultura tem um "peso relevante" nas áreas do emprego e do
desenvolvimento do Alentejo, onde 11% do emprego existente é na
agricultura, indicou Nuno Brito, referindo que os investimentos mais
recentes no setor agrícola na região, sobretudo impulsionados pelo
Alqueva, são uma "fonte acrescida de riqueza e de rendimento".

Antes do início da sessão de abertura da Ovibeja, cerca de 20 pessoas,
da União de Sindicatos do Distrito de Beja (USDB), afeta à CGTP,
manifestaram-se junto ao local da cerimónia, onde cantaram a canção de
intervenção "Grândola, Vila Morena" e entoaram "palavras de ordem",
algumas contra o Governo.

"Demissão", "É preciso, é urgente, uma política diferente", "25 de
Abril sempre, fascismo nunca mais" foram algumas das palavras e frases
entoadas pelos manifestantes.

A ministra da Agricultura, que era aguardada na cerimónia, foi visada
num cartão empunhado por um dos manifestantes e que mostrava uma
fotografia de Assunção Cristas com um cacho de bananas sobre a cabeça,
podendo ler-se, por cima, "destruir o que resta da produção nacional",
e, por baixo, "o que vai na cabeça da ministra?".
.diariOnline RS com Lusa
18:30 quarta-feira, 24 abril 2013

http://www.regiaosul.pt/noticia.php?refnoticia=136023

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