domingo, 28 de abril de 2013

Vinhos do Alentejo vão ter Plano de Sustentabilidade para maior competitividade externa

Por Agência Lusa, publicado em 28 Abr 2013 - 11:45 | Actualizado há 6
horas 1 minuto


*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

Os vinhos do Alentejo vão ter um Plano de Sustentabilidade, numa
iniciativa promovida pela Comissão Vitivinícola Regional para
antecipar exigências dos principais clientes, sobretudo de mercados
externos como os EUA, Canadá ou países nórdicos.

"Todos esses países estão cada vez a exigir mais em termos de
sustentabilidade", pelo que "é necessário que o Alentejo também se
antecipe e comece a trabalhar nessas áreas", realçou hoje Dora Simões,
presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

A responsável pela CVRA disse à agência Lusa tratar-se de uma
iniciativa que ainda não é prática comum em Portugal, no setor dos
vinhos.

"Temos empresas vitivinícolas alentejanas que trabalham e bem na área
da sustentabilidade", mas "acho que o Alentejo e o Douro, que já tem
um plano deste tipo iniciado, são as duas regiões líderes" no país,
indicou.

O Plano de Sustentabilidade vai começar agora a ser elaborado, numa
parceria entre a CVRA e a sociedade de estudos e projetos AGROGES,
tendo Dora Simões explicado que o trabalho "vai decorrer ao longo
deste ano".

Na prática, esclareceu, o plano vai identificar várias áreas, não
apenas do processo produtivo, mas do próprio embalamento e
distribuição, por exemplo, passíveis de serem otimizadas.

O consumo de energia e de água, o uso de fertilizantes e dos solos ou
a produção de resíduos e o seu destino vão ser fatores elencados no
estudo, que vai indicar critérios e "balizas" para a sua otimização.

O objetivo passa por fornecer aos clientes garantias sobre "o meio
ambiente em que é produzida a uva e o vinho" e "as condições humanas
de trabalho", referiu a presidente da CVRA.

Com procedimentos ótimos para as várias áreas, ao abrigo de
indicadores ambientais, sociais e económicos, pretende-se também
diminuir os custos de produção e de distribuição.

O Alentejo, insistiu, quer "responder ao que vão ser os requisitos
futuros do mercado" e, simultaneamente, ao que "vão ser as orientações
da política europeia no que diz respeito à agricultura", a qual "vai
cada vez mais orientar-se para estas vertentes".

Se a região "já tiver o seu plano montado e trabalhar nessas áreas da
sustentabilidade, vai ter muito mais facilidade em responder ao
mercado e em obter recursos financeiros do que outras que não estejam
preparadas", vaticinou.

Depois de elaborado, o plano vai ser "dinâmico", adaptando-se à
evolução do setor, e, apesar de voluntária, é importante a adesão por
parte dos produtores, alertou Dora Simões.

"Tem que haver aqui uma perspetiva de benefício, de ganho, para um
produtor que alinhe no plano", disse, admitindo que, no futuro, "o
caminho" passa por conseguir "uma certificação que demonstre" que os
vinhos alentejanos "vêm de uma região sustentável", à semelhança do
que acontece com os vinhos da Califórnia (EUA), Nova Zelândia ou
África do Sul.

Os vinhos do Alentejo são atualmente líderes de mercado em Portugal,
com uma quota de 43%, enquanto as exportações atingem já os 17% da
produção da região, com Angola e Brasil no topo da "tabela",
seguindo-se os EUA, Canadá e países do norte da Europa.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/boas-noticias/vinhos-alentejo-vao-ter-plano-sustentabilidade-maior-competitividade-externa

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