segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Incêndios: petição reivindica a criação de bombeiros que façam prevenção

Por Agência Lusa
publicado em 1 Set 2013 - 15:54
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Portugal





Até hoje assinaram a petição 609 pessoas

Um grupo de técnicos e investigadores lançou uma petição, que já foi
subscrita por cerca de 600, que alerta para a necessidade urgente de
criar um corpo de bombeiros florestais e de apostar na prevenção.

A petição sobre a gestão do fogo foi lançada por um grupo de técnicos
e investigadores, entre os quais o especialista Paulo Fernandes do
Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas
(CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), de
Vila Real.

Os autores e os subscritores deste abaixo-assinado defendem a criação
de um corpo profissional de bombeiros florestais e a aposta na
prevenção dos incêndios.

Desta forma, acreditam, seria possível reunir e desenvolver
competências dispersas, aumentar a eficácia dos programas antifogos e
diminuir a relação custo benefício do combate às chamas.

Os bombeiros florestais profissionais deveriam reunir e desenvolver
competências da Força Especial de Bombeiros, nos sapadores florestais,
no Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, e Grupo
de Análise e Uso do Fogo (GAUF).

Este corpo seria progressivamente expandido, ao mesmo tempo que as
corporações de bombeiros voluntários progressivamente se dedicariam a
tarefas estritas de proteção civil, aumentando assim a eficácia e
diminuindo a relação custo-benefício do combate aos incêndios
florestais.

O documento da petição refere ainda que esta surge num momento em que
"é amplo o consenso sobre o desequilíbrio existente na repartição dos
recursos disponíveis em Portugal para o combate e para a prevenção de
incêndios".

Além disso, aponta que "as evidências acumuladas de várias décadas
mostram também que o atual modelo e filosofia de combate aos fogos
florestais se centra excessivamente na proteção civil descurando a
proteção florestal".

Para o investigador Paulo Fernandes, Espanha seria um modelo a seguir.
No país vizinho, bombeiros especializados são simultaneamente
responsáveis no terreno pelo combate e por medidas de prevenção, como
o fogo controlado.

Em Portugal, o especialista evidencia também a "falta de eficácia no
combate e na prevenção".

"Ao longo destes anos, a evolução dos resultados das políticas de
prevenção e combate a fogos foi muito reduzida. Mas não é forçoso que
assim seja porque em 2004 e 2005 a proposta que serviu de base ao
Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios sugeria estas e
outras medidas estruturais, que poderiam estar já a dar resultados,
caso tivessem sido seguidas", salientou.

Oito anos depois, o responsável revelou por exemplo que, na altura da
proposta, "o Estado despendia cerca de 35 milhões de euros no combate
aos incêndios, valor que, em 2013, mais do que duplicou, sem melhorias
visíveis nos resultados alcançados".

Entre as medidas defendidas pelos peticionários, constam ainda a
criação de um programa de gestão estratégica de combustíveis para
tratar cerca de 5 a 10% do espaço florestal, por ano, com o apoio do
corpo de bombeiros florestais profissionais, e a transferência parcial
e progressiva das verbas atualmente destinadas ao combate para o mesmo
programa de gestão estratégica de combustíveis.

Até hoje assinaram a petição, que será remetida à Assembleia da
República, 609 pessoas.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/incendios-peticao-reivindica-criacao-bombeiros-facam-prevencao

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