segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A maravilhosa gordura em que somos mestres

O azeite faz parte da alimentação dos portugueses desde sempre. É uma
tradição que todos os povos que aqui habitaram foram deixando através
dos séculos. É utilizado na alimentação, obviamente, mas a título de
curiosidade refira-se que já foi utilizado como arma de guerra (nos
cercos às fortificações os sitiados lançavam caldeirões de azeite a
ferver), foi utilizado (e talvez ainda seja) como medicamento na cura
de feridas, ingerido como anti--veneno, e na cosmética para hidratar a
pele. Durante muitos anos, provavelmente ainda será, o azeite de pior
qualidade era usado no fabrico de sabões. É um produto de larga e
muito proveitosa utilização. Hoje, fiquemo-nos pelo azeite enquanto
produto alimentar, para ser comido ou para preservar alimentos quando
não havia frigoríficos. Era em azeite que se conservavam queijos,
tomate, peças de carne cozinhadas ou enchidos.

Em Portugal só são permitidos quatro tipos de azeite: virgem extra,
com uma acidez inferior ou igual a 0,8%; virgem, com uma acidez
inferior ou igual a 2%; azeite, com acidez inferior ou igual a 1% e
que contém azeite refinado e azeite virgem (indicado para cozinhar) e
refinado, com acidez inferior ou igual a 0,5%, o mais pobre e também
indicado para cozinhar. Para comer em cru prefira sempre azeite virgem
extra ou azeite virgem. É mais aromático e tem um sabor mais
requintado. Se puder, não tenha só um em casa, tipo faz-tudo. Porque
utilizar azeite virgem extra para refogado ou para fritar é um
desperdício, tal como utilizar um refinado para o prato é perder o
melhor das suas sensações. Deixamos algumas notas de prova de azeites
de quinta, sempre com garantia de origem e de qualidade. Os azeites
não são todos iguais: vá cheirando, provando (em torradas, ou bebendo
um pouco), até se fixar nos que mais goste.

QUINTA DO CRASTO SELECTION (0,5L) - 11 EUROS O azeite Premium Extra
Virgem é elaborado com azeitonas das variedades cobrançosa, madural e
negrinha de freixo provenientes de olivais da quinta com oliveiras com
mais de 100 anos. Não há rega nem aplicação de fitofármacos ou adubos
de síntese e é apenas efectuada uma poda ligeira de dois em dois anos.
Cor amarela esverdeada (indica apenas o grau de maturação da azeitona,
neste caso apanhada antes da sobrematuração), aroma com notas de maçã
e amêndoa. Na boca revela-se muito frutado, levemente doce, com um
leve picante. Um grande azeite para ser comido no pão ou a temperar
saladas muito frescas.

GRANDES QUINTAS (0,5L) - 7 EUROS Azeite de Trás--os-Montes, é
proveniente de azeitonas das variedades verdeal, madural e negrinha.
Aroma a azeitona fresca com notas de tomate (característica de muitos
azeites de Trás-os-Montes). Na boca é muito elegante, com um toque
verde, picante e um final de azeitonas maduras. Bom em pratos de
peixes e hortaliças e não só.

CABRIZ (0,5L) - 5 EUROS Feito das variedades galega e cobrançosa. Cor
amarelo carregado, sinal de que as azeitonas estavam bem maduras
quando colhidas. Aroma intenso com frutado maduro e nuances de tomate
fresco verde. Na boca, mostra-se picante, com um ligeiro toque de
amargo. No final de boca deixa uma doçura frutada, bem persistente.
Indicado para tempero no prato. A acidez máxima é de 0,7%.

ADEGA DE BORBA (0,5L) - 4 EUROS Feito só de azeitonas da variedade
galega. O aroma não é muito intenso. É um azeite quente na boca, com
notas especiadas, envolvente e espesso e uma leve sugestão de urze,
tojo e esteva, e um final amendoado, adocicado com ligeiro picante.
Apropriado para barrar torradas, e para o prato, no bacalhau, peixe,
carnes, legumes e saladas.

ADEGA DO MOUCHÃO - 12 EUROS Outro azeite alentejano feito apenas de
azeitonas da variedade galega. Cor amarela ouro com notas aromáticas
de azeitona bem madura, maçã verde e damasco. Na boca tem notas suaves
agridoces e um ligeiro picante no final. Indicado para um leque
alargado de usos, desde barrar o pão até ao tempero de saladas e ao
uso no prato.



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