sexta-feira, 20 de março de 2015

Governo dos Açores vai lançar novo concurso para corte de madeira em matas públicas

 20-03-2015 
 
 
O presidente do Governo dos Açores revelou que em Abril vai ser lançado novo concurso público para o corte de árvores em terrenos da região que irá abranger 100 hectares na ilha de São Miguel e 60 na Terceira.

«Pretendemos dessa forma dar continuidade ao objectivo principal do Governo Regional, que é colocar à disposição de investidores privados o aproveitamento de todo este património que a região tem, obviamente, com contrapartidas para os Açores», declarou Vasco Cordeiro.

O chefe do executivo açoriano visitou a reflorestação de uma zona na freguesia de Água Retorta, no concelho da Povoação, que integrou o primeiro concurso de corte de madeira em matas públicas dos Açores, que foi lançado em 2014. Nos Açores, existem 71 mil hectares de floresta, cerca de 31 por cento do território das ilhas, dos quais 12.698 são criptoméria, estando sob gestão pública 4.500 hectares desta espécie.

Vasco Cordeiro considerou que a contrapartida mais significativa da exploração de madeira concessionada pela região assenta justamente na obrigação dos vencedores do concurso reflorestarem os terrenos com espécies endémicas, a par da criptoméria, visando assegurar para as futuras gerações um património ambiental.

Cerca de 70 por cento da madeira que foi cortada na exploração concessionada pelo Governo dos Açores em Água Retorta destina-se à exportação, um dos objectivos do projecto, segundo Vasco Cordeiro, que lembrou também a intenção de certificação da criptoméria.

Vasco Cordeiro considerou que o percurso agora iniciado de exploração da madeira nos Açores, em termos económicos, não se vai realizar «num só dia ou num só ano». «Nós já o iniciámos, há ainda muito trabalho a fazer, desde logo, do ponto de vista do aproveitamento das potencialidades que esta madeira em geral tem e, sobretudo, aquela que carrega o selo da certificação também pode apresentar», frisou o governante.

O presidente do Governo dos Açores está apostado em criar condições para a sustentabilidade de uma exploração com dimensão deste recurso, estando convicto de que este projecto, quando «atingir a velocidade cruzeiro», poderá criar mil postos de trabalho, tal como já havia sido anunciado.

Vasco Cordeiro especificou que não se está a falar apenas nos postos de trabalho gerados na área do corte da madeira, mas também no seu transporte, na limpeza e reflorestação dos terrenos e nas serrações, para além da restante cadeia.

Por outro lado, declarou que o Governo Regional não se pretende substituir à iniciativa privada nesta área, referindo que existem ilhas onde há oferta privada de matéria-prima e outras não, o que implica ir procedendo a avaliações e dar condições para que este possa ser um novo sector da economia açoriana.

O Governo dos Açores anunciou no final de Janeiro de 2014 um plano de «rentabilização da fileira da madeira» que começou com a abertura de um primeiro concurso internacional para o corte e venda de 103 hectares de árvores em matas públicas localizados em zonas dos concelhos do Nordeste, Povoação e Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Fonte: Lusa

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