domingo, 20 de março de 2016

Copa-Cogeca pede que se tomem medidas perante protestos de milhares de agricultores

14-03-2016 
 

 
O Copa e a Cogeca apresentaram as medidas que consideram necessárias para resolver a crise agrícola da União Europeia e instam os ministros a tomarem as acções apropriadas na reunião desta segunda-feira.
 
O secrtário.geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, disse que «afectados por uma crise sem precedentes, mais de cinco mi agricultores manifestam-se esta segunda-feira, não apenas pela Finlândia, com 600 tractores, mas por toda a Europa, em particular, na Irlanda, Itália, França, Espanha, Escócia e em Bruxelas. Os agricultores e as cooperativas agrícolas têm pela frente sérios problemas de liquidez nas suas explorações e muitos vêm-se obrigados a deixar de produzir».
 
Pesonen refere que, efectivamente, depois de gravemente afectados pela perda do principal mercado de exportação, a Rússia. Valorizado em 5.100 milhões de euros, por motivos de política internacional, os preços das matérias-primas, em particular dos fertilizantes, dispararam e o afundamento dos preços do petróleo também incidiram para a baixa de preços das matérias-primas, mas sem afectar o valor dos fertilizantes. «A situação é totalmente inaceitável», reforça o responsável. O pacote de 500 milhões de euros liberados pela União Europeia (UE) em finais de Setembro foi insignificante para resolver a má situação dos mercados, e ainda mais grave, apenas foram pagos 25 por cento da ajuda. «A União Europeia deve tomar medidas imediatas, ou pelo contrário será impossível alimentar a crescente população no futuro», alertou Pekka Pesonen.
 
Os nossos presidentes reúnem com a presidência holandesa esta segunda-feira para insistir na adopção das reivindicações e no pacote de medidas apresentado à Comissão Europeia para que melhore esta dramática situação, insistiu Pesonen.
 
O pacote de medidas inclui a reabertura do mercado russo, o reforço das medidas de promoção e o recurso aos seguros de créditos à exportação, a luta contra as práticas desleais ao longo da cadeia alimentar, de forma que os agricultores possam conseguir melhores rendimentos pela sua produção e não devam cair sobre a injusta pressão da distribuição.
 
Adaptação das ferramentas para gerir os mercados chave das matérias-primas, como o aumento temporário de intervenção para o leite desnatado do pó (LDP) e a manteiga, tendo em conta o aumento dos custos de produção, extensão da ajuda ao armazenamento privado para os lacticínios, actualização das ferramentas de mercado para o sector das frutas e hortícolas e, me particular, revisão do preço de retirada.
 
Abertura de projectos-piloto que permitam o uso de gorduras não aptas para o consumo alimentar para a produção de biocombustíveis; redução dos custos das matérias-primas mediante a supressão das taxas de importação, em especial, dos fertilizantes, máquinas e outros factores de produção, bonificação da divida/empréstimos, ajudas de Estado e ajuste do tecto de ajudas mínimas, plena utilização das ferramentas que colocam à disposição da política de Desenvolvimento Rural da União Europeia e os regimes nacionais para ajudar os agricultores a melhorem gerirem o risco, medidas voluntárias que deem aos agricultores e cooperativas ferramentas apropriadas para organizar a sua produção dentro do sector e extensão do observatório do mercado do leite e outros sectores.
 
Fonte: Agrodigital

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