domingo, 18 de outubro de 2015

Retrato climático local prevê ondas de calor três a 12 vezes mais frequentes


RICARDO GARCIA 18/10/2015 - 11:02
Projecto para estratégias municipais de adaptação a um futuro mais quente traça um panorama do que poderá acontecer em 26 municípios.

 Vinte e seis municípios começam a preparar-se para um futuro mais quente
 Inundações, ondas de calor e deslizamentos tornam municípios vulneráveis
 Alterações climáticas vão limitar barragens e regadio no Sul da Europa
 Os alertas do IPCC para o planeta
Os municípios portugueses vão ter de se preparar para um futuro com ondas de calor que podem ser três a doze vezes mais frequentes do que hoje. Vários concelhos terão de suportar mais de 50 dias adicionais com temperaturas acima dos 35oC. A chuva pode diminuir para mais da metade no Verão, mas aumentar até cerca de 20% no Inverno.

Estes são cenários que resultam de um primeiro retrato nacional dos impactos das alterações climáticas a nível local no país, traçado por um programa pioneiro envolvendo 26 autarquias.

Nesse conjunto de municípios, meia centena de técnicos estão a ser formados para elaborar e pôr em prática estratégias locais de adaptação às alterações climáticas. E adaptar-se será inevitável.



Cientistas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa olharam para o futuro de todos estes concelhos, segundo dois cenários de concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera, um mais moderado e outro mais extremo. Os resultados serviram de ponto de partida para as autarquias começarem a pensar no que devem fazer.

E o que se antecipa não é tranquilizador. No cenário mais moderado, prevê-se em todos os municípios uma subida da temperatura média anual de um a dois graus Celsius até 2100. No cenário extremo, os valores aumentam para algo entre três graus, nos Açores e na Madeira, e seis graus em Évora.

Onze concelhos poderão ver o termómetro subir em cinco graus: Castelo de Vide, Castelo Branco, Amarante, São João da Pesqueira, Bragança, Montalegre, Coruche, Ferreira do Alentejo, Tondela, Barreiro e Torres Vedras. Em Lisboa e no Porto, os valores vão de um a quatro graus.

O número de dias muito quentes – com mais de 35oC de temperatura máxima – vai subir em todos os concelhos. No topo da lista está Castelo Branco, que terá, em cada ano, mais 37 a 61 deles, conforme o cenário climático.  Évora, Coruche e Ferreira do Alentejo poderão chegar aos 60.

Nalguns pontos do país onde há poucos dias tão quentes, como Seia e Montalegre, estes passarão a ser frequentes.

Haverá mais ondas de calor, e mais longas. No pior cenário, prevê-se um aumento de pelo menos três vezes na frequência destes episódios, chegando a seis vezes em Tondela, Amarante, Montalegre e Ílhavo, e mesmo a doze vezes em Loulé.

A Primavera promete ser muito menos chuvosa, com uma quebra de 58% na precipitação em Loulé, 53% em Odemira, 52% no Barreiro e 51% em Lisboa. Em compensação, estima-se um aumento da chuva no Inverno, que pode chegar aos 19% em São João da Pesqueira e 16% em Viana do Castelo. Lisboa também está entre os que mais verá um aumento na precipitação no Inverno (15%), um problema adicional a uma cidade já vulnerável a cheias em dias de muita chuva.

Para todos prevê-se o mal dos dois lados da meteorologia: mais episódios de chuvas rápidas e intensas, porém mais secas e incêndios florestais. Numa nota mais positiva, poderá cair substancialmente o número de dias com geada.

Não foram feitos cenários locais da subida do nível do mar. Apenas há referência ao que se prevê para o mundo como um todo: um aumento de 26 a 82 centímetros até 2100.

Estes cenários climáticos são apenas o ponto de partida para o planeamento das acções dos municípios envolvidos no projecto ClimAdaPT.Local – liderado pelo centro de investigação climática CCIAM, da Universidade de Lisboa. O objectivo do projecto é não só chegar a estratégias de adaptação em cada um dos concelhos, como garantir que nas câmaras municipais haja técnicos treinados para elaborar, pôr em prática e monitorizar esses planos.

As 26 autarquias já fizeram parte do trabalho. Identificaram as suas vulnerabilidades actuais e também as futuras, com base nos cenários para 2050 e 2100. O passo mais recente foi a identificação de possíveis medidas de adaptação.

As mais comuns são as que têm a ver com os recursos hídricos, em particular as destinadas a prevenir cheias. Aí estão, por exemplo, a construção de bacias de retenção, para segurar a água de ribeiras em dias de forte chuva, ou o redimensionamento das redes pluviais.

Entre as medidas estão também a adopção de culturas agrícolas mais resistentes à seca, a regeneração de cordões dunares, a criação de sistemas de alerta local para eventos extremos ou a criação de corredores verdes nas cidades.

Câmara Agrícola Lusófona promove roadshow para aqueles que querem internacionalizar


por Ana Rita Costa- 14 Outubro, 2015

A Câmara Agrícola Lusófona vai promover amanhã (15 de outubro), na sede da AEVC – Associação Empresarial de Viana do Castelo, uma nova edição do 'Roadshow para a Internacionalização Agronegócios CPLP 2015/16'.

A iniciativa tem como objetivo ajudar empresários agrícolas da região do Alto Minho com interesse em internacionalizar os seus negócios nos países da CPLP.

A iniciativa faz parte de um conjunto de sessões organizadas em parceria com várias associações empresariais e voltará a repetir-se no dia 16 de outubro, desta feita em Beja, na sede da NERBE.


Já foi lançado o 2º concurso de terras do Estado da Bolsa de Terras


por Ana Rita Costa- 15 Outubro, 2015

Já foi publicado em Diário da República o despacho que lista os prédios do Estado disponibilizados na Bolsa Nacional de Terras, dando origem ao lançamento do segundo concurso de terras do Estado da Bolsa de Terras.

O documento determina a forma, o prazo e o valor base de cedência das terras identificadas para disponibilização na Bolsa Terras, bem que o procedimento que deve ser adotado. O despacho agora publicado dispensa do pagamento da renda dos prédios por dois anos os arrendatários/agricultores com mais de 18 anos e menos de 40 anos que celebrem o contrato de arrendamento com o objetivo de explorar as terras.

Os interessados devem agora aguardar a publicitação dos respetivos anúncios de abertura do procedimento, que deverá ser efetuada no website da Bolsa de Terras e divulgada no Facebook e Nota Informativa da Bolsa de Terras.

Academia do Centro de Frutologia Compal entrega três bolsas de 20 mil euros


por Ana Rita Costa- 15 Outubro, 2015Enviar este artigo  Imprimir Este Artigo
Vencedores 2015 - Centro de Frutologia Compal

Os empreendedores Márcio Pinheiro, Nuno Carvalho e Olívia Calvo foram os vencedores das bolsas de instalação de explorações frutícolas no valor 20 mil euros da edição de 2015 da Academia do Centro de Frutologia Compal.

Márcio Pinheiro, com 30 anos de idade, irá instalar um pomar de maçã com 5 hectares no Douro e tem como objetivo atingir as 300 toneladas de produção em 2019. Nuno Carvalho, por outro lado, escolheu o Fundão para instalar um pomar de 15 hectares onde irá produzir cerejas e pêssegos. A meta é chegar a um total de 96 toneladas de fruta produzida até 2019.

Olívia Calvo, por fim, pretende mudar de vida e reconverter em Resende uma exploração com 4,25 hectares, onde vai produzir ameixa rainha Cláudia, cereja e figo. Daqui a quatro anos pretende chegar a um total de 115 toneladas.

 "Esta é uma oportunidade para os empreendedores se aproximarem das realidades do setor e que os ajuda a produzir as melhores frutas, a gerir pomares sustentáveis e inovadores e a tornarem-se mais competitivos no mercado", defende José Jordão, Presidente do Centro de Frutologia Compal.

O júri da iniciativa, que selecionou os projetos distinguidos, é composto pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas (CONFAGRI), Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA).

Durante o decorrer do programa, os 12 empreendedores frutícolas que participaram na iniciativa tiveram oportunidade de reforçar os seus conhecimentos de gestão e de estabelecer um contacto mais próximo e de relação com algumas das principais entidades no setor agrícola. O programa de formação decorreu ao longo de 60 horas, distribuídas entre 20 horas em sala e 40 horas em sessões práticas no terreno.

A Academia do Centro de Frutologia Compal nasceu em 2012 com o objetivo de estimular a inovação no setor frutícola nacional e tem atribuído todos os anos três bolsas no valor de 20 mil euros.

Legisladores europeus opõem-se à proposta de legislação sobre a aprovação dos OGM’s


Outubro 15
13:28
2015

A proposta da Comissão, que visa permitir aos Estados Membros proibir unilateralmente o uso de OGM's para consumo, depois de serem aprovados por Bruxelas, recebeu um parecer desfavorável por parte dos legisladores europeus.

Assim, o grupo de ambiente do Parlamento Europeu rejeitou, por 47 votos contra 3, esta proposta.

Depois da aprovação da possibilidade dos Estados Membros proibirem o seu cultivo, que levou 19 dos 28 a exercer esse direito, pretendiam-se controlos na fronteira para a circulação do milho OGM produzido em países que continuam a autorizar.

Neste momento, só uma variedade de milho OGM é autorizada para sementeira, enquanto sessenta variedades de sementes OGM's estão aprovadas para consumo.

Esta votação vai ser confirmada pelo plenário do Parlamento Europeu, em 28 de Outubro.

COPA-COGECA defende o fim das barreiras não tarifárias no comércio com os EUA

Outubro 15
13:26
2015

Vai realizar-se nova ronda negocial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos (EUA), para o futuro acordo de parceria (Transatlantic Trade and Investment Partnership), em Miami, nos dias 19 a 23 de Outubro.

Antecipando esta ronda negocial, o COPA-COGECA, através do seu Secretário-geral Pekka Pesonen, exige dos negociadores que levantem as barreiras não tarifárias e as burocráticas, que, por vezes, bloqueiam a entrada de produtos europeus no mercado americano.

Estas barreiras incluem o lentíssimo processo burocrático para a aprovação de entrada de frutas e legumes, controlos desnecessários e condicionalismos de acesso a alguns portos.

Os produtos lácteos também sofrem com estas barreiras, como, por exemplo, a obrigatoriedade de alguns queijos terem de fazer uma quarentena de dois meses antes de serem comercializados.

Entretanto, os responsáveis do sector leiteiro europeu defendem uma maior protecção dos produtos com indicação geográfica protegida. Na produção de carne de bovino, é pedida uma especial atenção pela diferença de custos de produção.

Estes são os países com as dietas mais saudáveis do mundo


     
SOL SOL | 19/02/2015 19:34 11038 Visitas   

Cada país tem os seus pratos típicos – uns mais saudáveis do que outros.

Um estudo publicado no Lancet Global Health journal (e citado pelo Daily Mail)  fez uma lista das 10 dietas  mais saudáveis do mundo.

Os investigadores analisaram o consumo de 17 alimentos  e nutrientes ligados à obesidade e outras doenças, como problemas de coração, diabetes e outros, observando as mudanças alimentares entre 1990 e 2010.

Para além disso, os investigadores tiveram em conta três pontos importantes numa dieta: Numa primeira fase, analisaram o consumo de 10 alimentos saudáveis (frutas, vegetais, leguminosas, sementes, alimentos integrais, leite, gorduras poliinsaturadas, peixe, ómega-3 e fibras dietéticas); Depois prestaram mais atenção a sete componentes que 'dão cabo' de uma dieta (carnes não processadas, carnes processadas, bebidas com muito açúcar, gorduras saturadas, gorduras trans, fontes de colesterol dietético e sal); Só no final é que fizeram uma análise do todo, tendo em conta estes 17 pontos.

Aqui está a lista dos 10 países com as melhores dietas:

1.    Chade;
2.    Serra Leoa;
3.    Mali;
4.    Gâmbia;
5.    Uganda;
6.    Gana;
7.    Costa do Marfim;
8.    Senegal;
9.    Israel;
10.    Somália.

Para saber mais clique aqui

As abelhas rainha também são afectadas pelos neonicotinóides


Outubro 15
13:38
2015

Um estudo realizado por cientistas canadianos, vem provar que a fecundidade da abelha rainha é afectada pela presença de dois insecticidas da família dos neonicotinóides.

À escala mundial, a mortalidade das abelhas é muito elevada e os agricultores lutam contra este problema.

Inquéritos recentes feitos aos produtores sugerem que o deficiente estado sanitário da rainha pode ser uma das causas das perdas de abelhas que se tem verificado.

Até agora, vários estudos tinham provado o efeito negativo dos neonicotinóides nas abelhas obreiras, mas não na rainha.

Este estudo vem agora provar que as rainhas são sensíveis a dois insecticidas desta família, o Thiamethoxam e a Clothianidin e a exposição a eles provoca problemas de saúde, afectando fortemente a sua fecundidade. A boa saúde da rainha é fundamental para a reposição das abelhas numa colmeia.

A Comissão Europeia já restringiu o uso desses produtos, mas alguns países pediram derrogações sob pressão de agricultores que defendem, por exemplo, a sua importância para a cultura da colza.

Phil Hogan prepara novo pacote de ajudas para os jovens agricultores


Outubro 15
13:40
2015

O Comissário da Agricultura Phil Hogan anunciou que está a preparar um novo pacote de ajudas para os jovens agricultores, de modo a incentivar a sua entrada na actividade.

A proposta pretende encontrar soluções de financiamento a juros baixos para os jovens que queiram seguir a actividade agrícola familiar.

Com os financiamentos garantidos a longo prazo, o Comissário pensa dar a estabilidade necessária para a continuidade da agricultura das explorações.

Para atingir este objectivo, estão em curso negociações com o Banco Europeu de Investimento, para que este possa proporcionar aos jovens empréstimos a longo prazo com taxas de juro baixas.

Lançado um fórum de debate sobre a carne ovina

Outubro 16
12:58
2015

O Comissário da Agricultura Phil Hogan anunciou o lançamento de um fórum para debate e reflexão sobre a situação do sector da carne de ovino na União Europeia.

Dentro deste fórum serão lançadas uma série de workshops, para estudar os novos desafios que se põem ao sector.

A primeira reunião deve realizar-se em meados de Novembro e espera-se um relatório final desta iniciativa para finais de 2016. As reuniões serão presididas pelo irlandês John Bryan e contarão com a presença dos intervenientes da fileira desde o sector público ao privado, com representantes dos produtores, do processamento de produtos e do comércio.

A produção de ovinos está muito concentrada na Europa, sendo que o Reino Unido, a Espanha, a Grécia e a França concentram 2/3 dos efectivos totais europeus.

A produção de ovinos tem vindo a baixar nos últimos anos e esta iniciativa visa encontrar soluções para este problema, pois esta actividade é muito importante para algumas zonas rurais.


Estratégia Comercial da UE


Outubro 16
12:59
2015

A Comissão Europeia solicitou um mandato aos Estados Membros para iniciar negociações com a Austrália e a Nova Zelândia, com vista a um futuro acordo de livre comércio.

Este pedido insere-se num programa de estratégia comercial delineado pela Comissão, em que estão definidas as prioridades para os próximos anos.

Este plano centra-se, sobretudo, na zona asiática, mas tem como primeira prioridade a Austrália e a Nova Zelândia. Estes países contam com uma das agriculturas mais competitivas do mundo, cuja produção é virada, sobretudo, para a exportação. Seguem-se a abertura de negociações com as Filipinas e a Indonésia.

Em 2016, a Comissão pensa fechar as negociações que já estão em curso há alguns anos com o Japão, Marrocos e Tunísia. A Rússia continua a ser uma grande dor de cabeça, com o embargo político de Agosto de 2014 sem fim à vista.

O EMB defende uma redução da produção de leite


Outubro 16
13:01
2015

O European Milk Board (EMB) reunido em Assembleia Geral em Itália, preconizou uma diminuição da produção de leite na Europa, enquanto durar a crise dos baixos preços pagos ao produtor.

Assim, num comunicado, o EMB exige que se pare imediatamente com o aumento de produção na União Europeia e que haja uma redução para equilibrar o mercado de oferta e procura e, assim, estabilizar os preços.

Esta diminuição poderá passar pela não entrega voluntária de parte do leite pelos produtores, medida que se insere num programa de responsabilização da produção, que tem vindo a ser defendido pelo EMB há já alguns anos.

Com esta situação de crise, parece que este programa de responsabilização parece ser o mais adequado e o único capaz de resolver a situação.

De realçar que o EMB tem vindo a realizar uma série de manifestações, como a de Bruxelas de dia 7 de Setembro, que concentrou milhares de produtores e centenas de tractores e avisa que, se o estado da situação não se alterar, continuarão as manifestações.

sábado, 17 de outubro de 2015

Governo nomeia administradora para regularizar dívidas da Casa do Douro


15/10/2015, 12:58
Os ministérios da Agricultura e Finanças nomearam Célia Custódio como administradora para proceder à liquidação das dívidas da extinta Casa do Douro, segundo um despacho publicado em Diário da República.


JOSÉ COELHO/LUSA

Os ministérios da Agricultura e Finanças nomearam Célia Custódio como administradora para proceder à liquidação das dívidas da extinta Casa do Douro, segundo um despacho publicado em Diário da República (DR).

De acordo com o despacho n.º11523/2015, a licenciada Célia Maria Pedro Custódio é designada para proceder à regularização das dívidas da extinta Casa do Douro (CD) com a natureza de associação pública.

Criada em 1932 e com sede no Peso da Régua, a CD viveu durante anos asfixiada em problemas financeiros e possui uma dívida ao Estado na ordem dos 160 milhões de euros.

O processo de regularização das dívidas da organização, extinta enquanto associação pública a 31 de dezembro de 2014, deve ser concluído no prazo de um ano, prorrogável uma vez por igual período.

Esta nomeação cumpre o estabelecido no decreto-lei n.º 182/2015, publicado a 31 de agosto, o qual refere que a partir da nomeação da administradora os membros dos órgãos da extinta associação pública ficam com um prazo de "sete dias" para entregar "todos os bens, valores monetários e documentos, nomeadamente os de prestação de contas à data de 31 de dezembro, bem como os livros, documentos e demais informação contabilística da associação e o inventário dos respetivos bens e direitos".

Segundo este decreto-lei, a direção da CD pública fica privada de "quaisquer poderes, bem como de conservar e ocupar os bens móveis e imóveis".

Estes poderes e funções passam a constituir obrigação da administradora, a qual deverá proceder à determinação do ativo, cobrar créditos e alienar bens e direitos, com exceção da alienação dos vinhos, que deve ser objeto de autorização prévia dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e Agricultura.

A "conta final" deve ser apresentada "até 60 dias após o respetivo termo, em forma de conta corrente e acompanhada de todos os elementos comprovativos", para aprovação pelo Governo.

O saldo remanescente da CD, após o pagamento de todo o passivo, será entregue à associação de direito privado que sucedeu à extinta CD.

No final de maio o Ministério da Agricultura anunciou a escolha da Federação Renovação do Douro como a associação de direito privado que sucede à organização duriense.

Já em setembro, a direção cessante da extinta Casa do Douro anunciou que interpôs uma providência cautelar para travar a nomeação deste administrador.

O despacho, publicado hoje e que entra em vigor na sexta-feira, refere que Célia Custódio terá que elaborar um relatório trimestral, a apresentar aos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Agricultura, sobre o ponto de situação do processo de regularização das dívidas.

2º Concurso de terras do Estado no âmbito da Bolsa Nacional de Terras

Outubro 16
13:03
2015

Irá ser lançado o 2º Concurso de terras do Estado da Bolsa de terras, no seguimento da publicação, em Diário da República, do Despacho 11524.2015, de 15 de Outubro, da lista dos prédios do Estado disponibilizados na Bolsa Nacional de Terras, nos termos do n.º 3 do artigo 6º da Lei n.º 62/2012, de 10 de Dezembro.

O referido despacho determina a forma, o prazo e o valor base de cedência das terras identificadas para disponibilização na Bolsa de terras, bem como o procedimento a adoptar.

Encontra-se igualmente previsto no n.º 3 do citado despacho, a dispensa do pagamento da renda pelo período de 2 anos consecutivos, nos casos em que o arrendatário for agricultor com mais de 18 e menos de 40 anos de idade e celebre contrato de arrendamento rural tendo por objecto a exploração das terras disponibilizadas pelo presente despacho.

Para efeito de apresentação de candidaturas e propostas a estas terras, os interessados devem aguardar pela publicitação dos respectivos anúncios de abertura do procedimento, a qual será efectuada na página Internet da Bolsa de terras e divulgada no Facebook e Nota Informativa da Bolsa de terras.

Sobe o prémio à vaca leiteira nos Açores

Outubro 16
12:56
2015

O prémio à vaca leiteira passa para 190 euros em todas as ilhas dos Açores, depois de ter sido aumentado 45 euros na Terceira e São Miguel.

De acordo com uma resolução do governo regional, vão ser disponibilizados 3,3 milhões de euros, para antecipar, no final do mês, 70% deste montante aos agricultores.

Esta resolução leva a um esforço financeiro suplementar do governo regional de cinco milhões de euros, a que somam 7 milhões que já estavam previstas no plano de actividades para 2016.

O executivo regional vai também criar uma linha de crédito especial de apoio ao pagamento de juros, para aliviar a situação financeira de explorações que têm financiamentos bancários.

O pagamento das medidas agro ambientais será antecipado em 85% no final deste mês e o montante ascende a 13 milhões de euros.

Assim, prevê-se que o sector leiteiro tenha, para 2016, um reforço de ajudas de 11,8 milhões de euros, verba que, no entanto, vai ficar abaixo dos 20 milhões de euros que tinha sido solicitada pela Federação Agrícola dos Açores.

Jovens agricultores querem aumentar a produção de cereja em Alfândega da Fé

Outubro 13
12:55
2015

A Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé distribuiu hoje 25 hectares de terrenos por jovens agricultores, que pensam aumentar muito a produção de cereja, no prazo de seis anos, na zona de Trás-os-Montes.

Para atrair mais jovens para a produção de cereja naquele concelho, foi feito um concurso, onde foram seleccionados quatro projectos, três individuais e uma sociedade.

Estes jovens estão empenhados em usar práticas mais inovadoras, com um sistema intensivo de produção e, assim, julgam conseguir triplicar as actuais 60 a 80 toneladas produzidas no distrito de Bragança. Os jovens terão uma renda anual de 250 euros por hectare durante 20 anos.

Esta cooperativa agrícola pretende acompanhar os novos investidores, com um projecto para a plantação de "mais 10 a 15 hectares" de pomares de cereja, que ainda se vai candidatar a fundos comunitários.

Do ponto de vista do despovoamento, esta iniciativa também é muito importante, pois alguns jovens devem fixar-se naquela zona.

Uso de órgãos de animais em humanos está mais próximo


JN | 14/10/2015
Uma nova técnica desenvolvida por um professor de Harvard poderá tornar realidade o transplante de órgãos animais para uso em humanos.
 

A técnica CRISPR (Repetições Palindrómicas Curtas Agrupadas e Regularmente Espaçadas, em português) ganhou nome em 2002 e em 2011 percebeu-se que poderia ser uma ferramenta para ajustar o ADN, tornando os tecidos animais aptos a serem recebidos por seres humanos.

A CRISPR começou a ser utilizada na área da engenharia genética e são conhecidos agora os resultados da investigação relacionada com a utilização de órgãos animais, como o do porco, no corpo humano.

George Church, professor da Universidade de Harvard, conseguiu desativar um retrovírus (vírus que afeta principalmente animais vertebrados e que não pode ser combatido por sofrer uma mutação constante) presente no porco através desta técnica inovadora.

O uso deste método em células de porco foi capaz de destruir sequências de ADN potencialmente perigosas em 62 cópias do genoma do animal. Como realça a revista especializada "Science", trata-se do exemplo mais extremo das potencialidades deste método.

"Esta área tem estado estagnada durante 15 anos. Tem havido alguns crentes, mas penso que isto muda o jogo por completo", afirma Church.

Uma das principais preocupações abordadas no artigo da revista norte-americana é a possibilidade do corpo humano rejeitar o órgão ou de ser transmitida uma infeção devido ao vírus presente no organismo do porco.

Caso esta barreira seja transposta, a técnica de Church poderá ser a solução para o baixo índice de doação de órgãos. O porco é o animal que tem os órgãos com um tamanho mais semelhante ao humano, sendo por isso a escolha mais óbvia.

No caso de Portugal, o transplante mais comum é o do rim. A 31 de dezembro de 2014, havia 1970 pessoas à espera de um órgão e, destas, 43 acabaram por morrer por não o receber.

O artigo em questão realça, porém, que serão necessárias ainda mais pesquisas para que se consiga tornar os órgãos animais aptos para uso no corpo humano. Falta ainda encontrar outras moléculas no animal que poderão fazer com que o sistema imunitário humano possa rejeitá-lo.

Todavia, esta descoberta representa uma grande esperança para o uso de órgãos de animais em humanos, o xenotransplante, realça o investigador.

Contudo, este avanço traz consigo questões culturais que serão difíceis de ser ultrapassadas. "Mesmo depois das questões científicas e de segurança serem resolvidas, deveríamos considerar possíveis preocupações culturais e impactos sociais associados ao uso disseminado de órgãos de porcos para transplante humano", refere Sarah Chan, especialista da Universidade de Edinburgo, citada pela "BBC Brasil".

Dois vinhos portugueses entre os sete melhores do mundo


EM 15 OUTUBRO, 2015
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A revista norte-americana 'Wine Enthusiast' colocou o verde branco de 2014, da Quinta da Aveleda, e o Pedra Cancela Selecção do Enólogo entre os sete melhores vinhos do mundo vendidos em 2015 por menos de 15 dólares.

O vinho da Aveleda, produzido em Penafiel e comercializado nos Estados Unidos a nove dólares, foi colocado no terceiro lugar e o Pedra Cancela, vendido naquele país por 11 dólares, no sétimo.

Na lista de 100 marcas, designada "Top 100 Best Buys", os críticos da revista colocaram mais sete vinhos portugueses, de várias regiões, que apresentam uma boa relação entre a qualidade e o preço.

Em análise estiveram 19.500 vinhos de várias nacionalidades. Entre os portugueses, o Morgado da Canita, do Alentejo, foi colocado em 12º lugar.

Na 21ª posição aparece "Q do E-Quinta do Encontro", da Bairrada. Em 27º lugar da lista emerge o "Bridão Clássico Fernão Pires", do Tejo.

O lugar 30 é ocupado pelo Reserva do Monte Lisboa e a 40ª posição é ocupada pelo vinho "Herdade de São Miguel Alicante Bouschet", do Alentejo,

No 74º lugar consta o "Aluado Alicante Bouschet Lisboa".

Em relação aos vinhos portugueses consta ainda da lista o "douROSA Douro tinto 2013″, no 81º lugar.

Portugueses criam nova utilização para a batata


     
15/10/2015 13:12 11560 Visitas   
Portugueses criam nova utilização para a batata


Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro desenvolveu um bioplástico para a indústria alimentar, a partir de batata, que promove uma melhor conservação dos alimentos, anunciou hoje a Academica.

O bioplástico resulta de um trabalho de colaboração entre os departamentos de Química e de Engenharia de Materiais e Cerâmica, e é desenvolvido exclusivamente a partir da batata, com o objetivo de substituir o plástico sintético na embalagem de alimentos, já que além de ser biodegradável, permite uma melhor conservação dos produtos alimentares, quando comparado com os plásticos tradicionais. 

Produzidas à base de amido, um dos hidratos de carbono presentes nas batatas e cujas propriedades permitem obter películas transparentes, resistentes à rutura, inodoras e sem sabor, as bioembalagens produzidas em Aveiro são também uma barreira eficaz entre o alimento e o exterior.

"A biodegradabilidade inerente às embalagens de amido é a grande vantagem em relação aos plásticos", aponta Idalina Gonçalves, investigadora do projeto, que lembra que o "aumento considerável nos últimos 20 anos de embalagens sintéticas [plásticos] tem agravado o problema de eliminação de resíduos". 

Citada num comunicado da Unviersidade, Idalina Gonçalves realça também "as boas propriedades de barreira, nomeadamente ao oxigénio e ao vapor de água, dos filmes de amido, quando comparados com os materiais sintéticos". 

No horizonte da equipa científica está também a possibilidade da embalagem bioplástica poder fornecer informações relevantes aos consumidores. No laboratório os químicos preparam-se para adicionar às películas já desenvolvidas moléculas capazes de detetar a degradação dos alimentos, sensores de humidade e de temperatura.

 "Um dos nossos objetivos é, por exemplo, desenvolver materiais colorimétricos que respondem às alterações das propriedades físico-químicas dos alimentos [como indicadores de tempo, temperatura, pH ou frescura], permitindo ao consumidor uma avaliação da qualidade dos seus alimentos", revela a equipa de investigação.

Lusa/SOL

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Eurodeputados querem protecção geográfica para os produtos artesanais


Outubro 09
11:48
2015

Os eurodeputados querem que a protecção geográfica seja estendida aos produtos artesanais.

Até hoje, a protecção geográfica abrangia produtos alimentares de qualidade reconhecida, sendo a sua lista extensa, contando com mais de 1.200 produtos.

Agora, os eurodeputados querem que este sistema abranja também os produtos não alimentares, tais como o Tartan escocês ou as facas de Laguiole.

Este pedido vem no sentido de proteger os fabricantes artesanais de concorrência desleal e criar condições para que continuem a trabalhar. Estão previstos que cerca de 800 produtos possam vir a beneficiar desta medida, se tal for aprovada.

A Comissão estima que o sistema de protecção geográfica para produtos alimentares tenha gerado um volume de negócios desses produtos de 54,3 mil milhões em 2011.


Dezanove países querem proibir as sementeiras de OGM’s


Outubro 09
11:49
2015

Dezanove países europeus notificaram a Comissão Europeia antes do final do prazo, que foi em 3 de Outubro, a sua intenção de proibir a utilização de sementes OGM's para cultivo.

Esta exclusão atinge, no final, a sementeira de milho da Monsanto MON 810, que acaba por ser a única variedade autorizada na União Europeia e semeada, sobretudo, em Espanha e Portugal.

Os países que querem proibir as sementeiras OGM's são a Letónia, a Eslovénia, a Grécia, a Hungria, a França, a Austrália, a Holanda, a Polónia, a Bélgica (na Valónia), o Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), a Croácia, a Bulgária, a Alemanha, a Dinamarca, Chipre e o Luxemburgo.

Portugal continua a ser um país onde é autorizada a sementeira das variedades OGM's aprovadas e a virem a ser aprovadas por Bruxelas.

Dispositivo para proteger apicultor e abelhas vence concurso Poliempreende

 08-10-2015 
 

 
Um dispositivo electrónico para proteger o apicultor e as suas abelhas durante o maneio das colmeias venceu o concurso nacional Poliempreende, cujos prémios vão ser entregues na quinta-feira, em Leiria.

Trata-se de um instrumento inovador, concebido por uma equipa do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), coordenada pela professora Cristina Faustino Agreira, em colaboração com a Cooperativa Lousamel, que reúne produtores de mel com denominação de origem protegida (DOP) da Serra da Lousã.

«Não existe ainda nada nesta área», disse à agência Lusa Cristina Agreira, que teve a ideia de avançar com o projecto "BeeAway", em que participaram o aluno do ISEC Rafael Filipe Mendes, finalista da licenciatura em Engenharia Electromecânica, e a directora executiva da Lousamel, Ana Paula Sançana.

A equipa do Departamento de Engenharia Eletrotécnica do ISEC, em representação do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), vai receber o primeiro prémio daquele concurso nacional, durante o 2.º Congresso do Poliempreende, esta quinta-feira, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, informou o IPC em comunicado.

Sem revelar para já detalhes do projecto, por estar ainda em curso o processo de registo da patente, Cristina Agreira disse que se trata de «uma caixinha quadrada que associa a tecnologia à apicultura» e que mede sete centímetros de largura por cinco de altura, concebida para uso dos produtores durante o maneio de enxames e colmeias.

Por sua vez, Ana Paula Sançana, diplomada pela Escola Superior Agrária de Coimbra, que integra também o IPC, disse à Lusa que o dispositivo, já testado em apiários, serve para «aclamar as abelhas e garantir alguma segurança no maneio».

Permite assim «evitar a morte das abelhas», com vantagens ambientais, substituindo o uso do fumigador, utensílio a que os apicultores recorrem para lançar fumo e repelir estes insectos durante a cresta, como é designada a extracção de mel das colmeias.

Para prevenir os incêndios florestais, o uso do fumigador é proibido durante os meses de Verão, «precisamente quando ele é mais necessário», observou Ana Paula Sançana.

Os inventores pretendem que o "BeeAway" venha a ser comercializado em Portugal e noutros países com potencialidades no sector apícola, afirmou Cristina Agreira.

O Poliempreende é um concurso de projectos de vocação empresarial que envolve as instituições politécnicas do país, escolas superiores não integradas e escolas politécnicas das universidades, num total de 21 parceiros, mais de 100 mil estudantes e sete mil docentes.

Fonte: Lusa

Copa-Cogeca realiza conferência de imprensa sobre taxas de importação anunciadas pelos EUA para a manteiga e creme de leite da UE

09-10-2015 
 

 
O Copa-Cogeca vai realizar uma conferência de imprensa sobre as negociações comerciais transatlânticas com os Estados Unidos da América, depois de aquele país ter anunciado o aumento das taxas de importação para a manteiga e creme de leite proveniente da União Europeia.

O Copa-Cogeca demonstra sérias preocupações sobre as intenções dos Estados Unidos da América (EUA) quanto ao impacto negativo das mesmas nas exportações e indústria de lacticínios da União Europeia (UE).

As organizações argumentam que tendo em conta as negociações entre os dois lados para definir o acesso a mercados nas negociações comerciais transatlânticas (TTIP), vão realizar uma conferência de imprensa para traçar novos pontos de vista sobre esta questão e sobre a necessidade urgente de eliminar as barreiras não tarifárias ao comércio, como parte das negociações.

O presidente e vice-presidente apela a todos os interessados que participem na conferência de imprensa sobre o impacto que esta decisão dos EUA terá sobre o sector agro-alimentar, no próximo dia 14 de Outubro, pelas 14:00 horas, no Copa-Cogeca, em Bruxelas.

A 11ª ronda de negociações de comércio livre entre os EUA-UE vai decorrer em Miami, na Florida, de 19 a 23 de Outubro de 2015.

Fonte: Copa-Cogeca

EUA aumenta taxas de importação da manteiga da União Europeia

09-10-2015 
 

 
O governo dos Estados Unidos decidiu aumentar as taxas de importação da manteiga procedente da União Europeia e de outros países da Organização Mundial do Comércio.

De fora ficaram o Canadá; México; Jordânia; Singapura; Chile; Austrália; Marrocos; El Salvador; Honduras; Nicarágua, Guatemala; Republica Dominicana, Costa Rica; Peru; Bahrein; Omã; Coreia; Colômbia e o Panamá.

O motivo apresentado é que foram superados os níveis de importação que desencadeiam esta medida de segurança, estabelecido em 9,414, 976 quilos. O aumento das taxas será aplicado de forma temporária, de 05 de Outubro a 31 de Dezembro de 2015.

A cláusula de salvaguarda aplicada pelos estados Unidos permita subir as taxas das importações fora da quota em 25 por cento. O valor normal para importações exterior à quota é de 1,541 dólares por quilo. As taxas adicionais aplicadas foram de 0,51 dólares por quilo para a manteiga e de 0,54 para o creme de leite, em consequência, a nova taxa é de 2,05 dólares por quilo.

Os preços da manteiga nos Estados Unidos são muito robustos como consequência de uma boa procura interna. A União Europeia exportou para este país 8,924.000 quilos entre Janeiro e Julho de 2015, ou seja, 95 por cento do nível que desencadeia a medida de salvaguarda.

Desta forma, a o bloco pode ser um dos mais afectados pela mesma, que o governo Obama decide aplicar num no momento em que decorrem as negociações para um acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia.

Fonte: Agrodigital

FAO: Preços mundiais dos alimentos baixam graças aos cereais e óleos vegetais

09-10-2015 
 

 
Os produtos básicos agrícolas passam por um período de preços mais baixos e menos voláteis, segundo o documento "Perspectivas Alimentares" da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação

Após de diversas subidas bruscas de preços entre 2007 e princípios de 2011, a maioria dos preços dos cereais e de óleos vegetais seguem uma tendência de constante descida, indica o documento em uma edição especial.

Entre as várias razões, encontram-se os altos níveis de stocks, os preços do petróleo muito mais baixos e a força renovada do dólar norte-americano, factores que é pouco provável reverterem a curto prazo, embora não se possa excluir vaivéns inesperados, como o impacto da meteorologia sobre as colheitas.

O Índice de Preºos dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) caiu para o seu mínimo de seis anos em Agosto. Os novos números, também publicados esta sexta-feira, mostram que subiu cerca de dois terços de um ponto percentual desde esse mínimo de Agosto, até os 165,3 pontos, o que supõe menos 18,9 por cento em relação ao ano anterior

«A leitura derivada é que, estatisticamente, as mudanças de comportamento mais recentes preveem um impulso para a baixa de preços com menor volatilidade», assinalam Adam Prakash e Frederike Greb, especialistas em produtos básicos da FAO, nas conclusões da informação.

A trajectória dos preços dos últimos anos, e que pode ser prevista no futuro, não são iguais para todos os grupos de alimentos. Os preços do arroz tendem a movimentar-se de forma independente de outros cereais, enquanto os do açúcar permanecem instáveis, tendo perdido e ganho mais de metade do seu valor em mais de 12 ocasiões desde 1990. Os produtos de carne e lacticínios ajustam-se à actual tendência mas, por tratar-se de bens mais perecíveis, fazem-no com um tempo de atraso.

Os cereais básicos são a base da tendência para a queda dos preços, como resultado de vários de colheitas abundantes em todo o mundo, assim como o armazenamento, que levou as reservas a atingirem níveis recorde. Estas estão a ser liberadas lentamente e é provável que as existências mundiais de cereais terminem a temporada de 2016 em 638 milhões de toneladas, menos quatro milhões em relação aos seus níveis de início, de acordo com as previsões na última Nota Informativa da FAO sobre oferta e a procura de cereais.

Entretanto, a projecção da produção mundial de cereais para este ano baixou 2.534 milhões de toneladas, menos seis milhões que o previsto no mês passado e 0,9 por cento abaixo do recorde de 2014, sobretudo devido à queda de produção de milho nos Estados Unidos da América (EUA), onde os preços caíram para metade desde Julho de 2012

Os preços baixos dos alimentos «parecem ser uma bênção para a segurança alimentar» e são para as famílias que destinam grande parte dos seus rendimentos na compra de alimentos, assinalam os autores.

De facto, espera-se que a factura mundial de importações de alimentos passe por uma queda em 2015, situando-se no seu nível mínimo dos últimos cinco anos, com uma descida de quase 20 por cento desde o máximo histórico em 2014.Esta queda, para a qual contribuíram substancialmente os cereais, lacticínios, carne e açúcar, foi também encorajada por uma descida nos custos dos fretes.

Assim, os autores da informação alertam que na hora de calcular as vantagens há também que ter em conta que os preços mais baixos reduzem os rendimentos dos agricultores. Margens reduzidas para os agricultores tendem a diminuir os investimentos nas explorações, cujas deficiências foram culpadas no passado em grande parte pelos bruscos aumentos de preços da última década. Os rendimentos baixos podem também criar incentivos para aumentar os investimentos na agricultura e serviços económicos rurais, que vão desde o crédito, passando pelas estradas até as instalações de armazenamento.

Enquanto a produção mundial é solida e os stocks permanecem altos, o volume de cereais comercializados a nível internacional estão a diminuir e as previsões situam-se em torno dos 364 milhões de toneladas para o período 2015/2016, de Julho a Junho, menos 2,9 por cento frente ao período anterior.

A tendência para uma queda vê-se impulsionada pelo trigo, sobretudo pelas menores importações da ásia, em especial da República Islâmica do Irão e do Norte de África e também devido aos cereais secundários, com uma menor procura por parte da Ásia, apesar de aguardar-se um aumento das importações, tanto de África como da Europa.

O comércio de mandioca, por seu lado, prevê-se um crescimento de 19 por cento e que alcance um máximo histórico devido, principalmente, à procura da China de uma matéria-prima mais barata para os sectores da alimentação, energia e indústria.

Fonte: Agrodigital

Milhares de variedades de arroz conservadas numa base de dados mundial

 08-10-2015 
 
As sequências de genoma de mais de três mil variedades foram cedidas ao Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, pelo principal instituto de investigação de arroz do mundo, numa medida que favorece os planos para estabelecer um sistema global de intercâmbio de dados sobre os recursos genéticos agrícolas.

A iniciativa foi divulgada pelo Instituto Internacional de Investigação do Arroz (IRRI), com sede nas Filipinas e o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA) no curso de seis períodos de sessões do Corpo Directivo do Tratado, que se reúne esta semana na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, com representantes dos 136 países membros.

Em todo o mundo, governos e organizações armazenam material genético em bancos de sementes. Mas a falta de uma única porta de acesso à informação sobre os recursos genéticos, torna muito difícil para os investigadores e geneticistas saberem o que há em cada lugar e que recursos genéticos contêm as sementes.

O secretário do TIRFAA, Shakeel Bhatti, assinalou que «a informação genética que o IRRI coloca à disposição do tratado e também do público em geral, supõe um apoio muito generoso a todos os esforços para que toda a informação pertinente sobre os recursos fitogenéticos esteja disponível para a segurança alimentar do futuro».

«Ter tanta informação sobre o arroz, disse, que depois de tudo constitui o alimento básico para a metade da população do planeta, ao alcance de todo o mundo, +e um passo importante para garantir a segurança alimentar para as gerações futuras».

Uma sequência de genoma é como um livro de instruções que indica aos organismos vivos como crescer e reagir com o meio ambiente. Cada planta de arroz tem cerca de 400 milhões de "letras" na sua sequência de genoma.

Com uma crescente população mundial e aumento dos impactos da mudança climática na produção agrícola, como as secas, inundações e pragas, é fundamental desenvolver variedades de culturas que sejam mais produtivas menos prejudiciais ao ambiente e mais resistentes.

Na reunião em Roma será discutida a forma para melhorar o actual sistema multilateral mediante a criação de um Sistema Mundial de Informação sobre os Recursos Fitogenéticos. Este sistema será desenvolvido e supervisionado pela FAO, que abriga o Tratado e terá informação sobre como aceder ao material genético e as amostras de sementes dos Bancos de genes existentes.

«Não podemos esperar que todos os programas, todos os bancos de genes no mundo resenham as suas bases de dados para cumprir normas internacionais, o que necessitamos é interoperabilidade, ou seja, criar portais onde todas as bases possam comunicar entre si. Nisto consiste o Sistema Mundial de Informação sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura», explicou o director-geral do IRRI, Robert Zeigler.

Fonte: Agrodigital

Moçambique: Governo considera insustentável manter níveis de subsídio ao pão

08-10-2015 
 

 
O Ministério da Indústria e Comércio moçambicano considerou em Maputo que era insustentável manter os níveis de subsídio ao pão em vigor desde 2010, tendo optado por permitir o agravamento dos preços pelos industriais de panificação.

«Avaliando os níveis de desembolso para o subsídio de pão que o Governo vinha fazendo desde 2010 e a desvalorização acentuada que o metical está a sofrer face ao dólar, mostrou-se insustentável manter os níveis de subsídio anteriores» afirmou o inspector-geral das Actividades Económicas no Ministério da Indústria e Comércio, José Rodolfo, em conferência de imprensa.

Rodolfo afirmou que com o agravamento dos preços do pão anunciado esta semana pelos industriais do sector, o subsídio pago pelo Governo cobre apenas 50% por cento e poderá reduzir gradualmente até à sua remoção final.

«Apesar de o subsídio não ter acompanhado o agravamento, a proporção que ainda é paga cobre cerca de metade do preço, porque, sem essa proporção, o pão ficaria mais caro que o que já está», afirmou.

O inspector-geral das Actividades Económicas adiantou que o Governo moçambicano já desembolsou desde 2010 mais de 1,7 mil milhões de meticais, mais de 35 milhões de euros, de subsídio ao preço de pão, prevendo atribuir este ano 400 milhões meticais, mais de oito milhões de euros.

Prevendo uma atenção normal dos consumidores em relação aos relatos de adulteração do peso de pão face ao agravamento do preço, José Rodolfo afirmou que as autoridades serão implacáveis em relação a estes casos.

«Seremos implacáveis em relação à falsificação do peso do pão, até porque as normas de controlo têm sido reforçadas nos últimos anos», sublinhou Rodolfo.

A Associação Moçambicana de Panificadores (Amopao) agravou o preço do pão em todo o país em 1,5 meticais (0,031 euros), devido ao aumento dos custos de produção, indicou esta semana o presidente da agremiação, Vitor Miguel.

Em comunicado divulgado em Maputo, a Amopao refere que o pão de 250 gramas passou de seis meticais (0,12 euros) para 7,5 meticais (0,15 euros), o de 200 gramas aumenta de 4,5 meticais (0,09 euros) para seis meticais (0,12) e o de 150 gramas passa de três meticais (0,06 euros) para 4,5 meticais (0,09 euros).

«Os custos de produção vão aumentando a cada dia que passa e chegámos à fase em que já não aguentámos com o peso. Não temos alternativa que não seja aumentar o preço do pão. E porque somos uma associação nacional, o aumento vai abranger todo o país», disse Vítor Miguel, em declarações ao Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, e ao canal privado STV.

O presidente da Amopao apontou o aumento do peso do volume dos ordenados no sector como um dos factores que levaram ao agravamento dos preços. «Há que entender que a produção do pão não é só farinha de trigo, existem outros custos, como a compra de lenha, vitaminas, combustíveis, cujos preços foram sendo reajustados nos últimos anos, sem que nós fizéssemos o mesmo com o pão», frisou Vítor Miguel.

Fonte: Lusa

União Europeia aprovou ultracongelação dos Ovos Moles de Aveiro

07-10-2015 
 
A Associação dos Produtores de Ovos Moles de Aveiro (APOMA) anunciou ter sido publicado o Regulamento Europeu que permite a ultracongelação daquele doce tradicional, considerado crucial para promover a exportação.

A alteração ao Caderno de Especificações, agora aprovada e publicada no jornal oficial da União Europeia, contemplou a alteração da validade do produto, quando submetido a ultracongelação, «o que permitirá aceder a mercados longínquos».

«No mercado europeu pretende-se iniciar a comercialização do produto ultracongelado de uma forma efectiva na diáspora portuguesa», adianta a APOMA.

Fonte: Lusa

Fabrico de chocalhos quer ser reconhecido pela UNESCO


07 Outubro 2015, 22:15 por Lusa

Os chocalhos marcaram o ritmo do mundo rural, como uma espécie de "GPS do gado", mas caíram em desuso e o seu fabrico artesanal, em Portugal, está à beira da extinção, restando poucos mestres chocalheiros.
"Temos que ter paciência. Não é só este ofício que está em decadência, há mais. E gente nova a aprender não há ninguém", lamenta à agência Lusa o chocalheiro António Augusto Sim Sim, de 68 anos, de Estremoz, ciente de que é "uma vida dura, sempre a bater", para moldar o chocalho.

O perigo de extinção desta profissão, que em Portugal se manteve artesanal, é sublinhando por António Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo.

"É importante o fabrico de chocalhos associado à transumância, ao pastoreio, às componentes do território, hoje em vias quase de extinção. Há poucos fabricantes de chocalhos no país, porque já se usam outros formatos de identificação do gado, e é um bem que importa preservar e lutar pela sua autenticidade", diz.

Para não deixar "apagar do mapa" a arte chocalheira, Portugal candidatou-a a Património Cultural Imaterial da Humanidade com Necessidade de Salvaguarda Urgente, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), num processo liderado pela Turismo do Alentejo.

O pedido de inscrição vai ser analisado na 10.ª reunião do Comité do Património Cultural Imaterial da UNESCO, entre 30 de Novembro e 4 de Dezembro, na Namíbia.

O que foi candidatado "é a construção de um objecto sonoro que é suspenso ao pescoço dos animais por uma coleira, que é um chocalho", explica o coordenador técnico do dossiê, Paulo Lima.

"Um objeto feito a partir de uma chapa de ferro que é dobrada, martelada, em cujo interior é colocada uma argola que é o ´céu'", para suspender o batente, e que "leva um banho em latão, antigamente noutros metais, e é afinado", acrescenta.

Em Portugal, há sete zonas onde ainda "moram" chocalheiros, muitos deles com idade avançada. O roteiro passa por Bragança, Tomar, Cartaxo, Estremoz, Reguengos de Monsaraz, Viana do Alentejo e Angra do Heroísmo (Açores).

A vila de Alcáçovas (Viana do Alentejo) foi onde este fabrico mais floresceu no país, a partir do século XVIII, originando muitos mestres chocalheiros. Alguns rumaram a outros concelhos, como foi o caso da família Sim Sim, uma das mais emblemáticas. 

Mas, na "capital" dos chocalhos, esta arte também começou a decair a partir do meio do século XX e, agora, são poucos os fabricantes que restam.

Exercido por famílias, o ofício ressentiu-se do corte na transmissão, por falta de descendentes masculinos ou por os mais novos seguirem outras profissões, refere a candidatura à UNESCO. 

E a quebra na procura devido a alterações verificadas no mundo da pastorícia, com o fim da transumância do gado ou a introdução de cercas, é outra causa da quase extinção.

"As cercas deram cabo disto e hoje há poucos moirais, daqueles antigos que gostavam de ter os chocalhos" porque "andavam atrás das vacas e das ovelhas de dia e de noite", frisa António Augusto, que aprendeu o ofício com o avô e o pai, tendo-o ensinado a um sobrinho, com o qual trabalha.

Rodrigo Penetra, que mantém o Museu do Chocalho, em Alcáçovas, fundado pelo seu pai, mestre chocalheiro já retirado, também aprendeu o fabrico e fala com paixão sobre o mundo em que cresceu, apesar de ter seguido caminho profissional distinto.

"O pastor, à noite, andava atrás dos animais e, como o som dos chocalhos era diferente, sabia onde andavam as vacas mais gulosas, que saíam do rebanho e iam comer a pastagem ou as searas do vizinho. Era mesmo um 'GPS' do gado", lembra.

Rodeado por milhares de chocalhos, um deles mais pequeno do que a unha do dedo mindinho, coleccionados ao longo de décadas pelo pai, Rodrigo acredita que a arte chocalheira seja classificada pela UNESCO e deixa a promessa: "Sou capaz de vir aqui chocalhar os chocalhos".

Também Paulo Lima "gostaria" de ver atribuído esse "selo", para "sensibilizar produtores de gado", para os reintroduzirem na pastorícia, e "chamar a atenção" para "uma arte invisível, para um som, a que quase" não se liga "por ser tão presente" no campo, "mas que está à beira da extinção".

“Vila Verde contribuiu para uma revolução na agricultura nacional”

CÁVADO

2015-10-10visitas (275)comentários (0)


O concelho de Vila Verde conheceu um investimento de mais de 13 milhões de euros, no âmbito do PRODER, para apoio e criação de novos projectos ligados ao sector agrícola. Os dados foram relevados ontem, durante a sessão inaugural da Festas das Colheitas de Vila Verde, pelo director Regional adjunto da Agricultura e Pescas do Norte, Mário Silva. O dirigente referiu que o concelho de Vila Verde "contribuiu, a nível regional, para uma revolução na agricultura nacional", onde se registou um aumento das exportações e, por sua vez, uma diminuição das importações.

O director regional adjunto considera que a agricultura portuguesa deverá agora aproveitar o novo quadro comunitário de apoio para apostar na inovação e afirmar-se nos mais de 70 mercados mundiais com os seus produtos.
Mário Silva integrou um vasto leque de personalidades e entidades do concelho de Vila Verde que participaram na abertura oficial do certame, que decorre no Campo da Feira.

São 166 os expositores que ao longo de dez dias vão dar corpo à 14.ª edição da Festa das Colheitas, contando com uma vasta rede de parceiros. Com um programa alargado, o certame conta com a dinamização de mais de 50 iniciativas das mais diversas áreas, numa média de mais de cinco eventos por dia.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Verde afirmou, nesta sessão de abertura, que o evento "mostra a vitalidade e a importância que os vilaverdenses dão ao concelho", contribuindo "de forma decisiva para a afirmação da nossa economia, quer no que se refere à agricultura como ao turismo".

António Vilela diz que Vila Verde foi um dos concelhos que mais cresceu, por exemplo, na produção de pequenos frutos, na produção de vinho, apostando agora também na produção de cogumelos, através da criação da Real Associação, que conta já com mais de 20 produtores. E foi a pensar nos novos produtores que o autarca vilaverdense lança o desafio para que se organizem e criem novas âncoras que lhes permitam exportar o que produzem.
E porque considera a agricultura e o turismo "sectores estratégicos para o concelho e para o país", António Vilela diz que a autarquia local isentou, há já alguns anos, de taxas municipais todos os investimentos ligados a estes dois sectores "a pensar numa visão estratégica para o nosso território".

Perante a presença do director regional adjunto da Agricultura, o presidente da câmara de Vila Verde garantiu que o concelho "quer continuar a crescer ao nível da agricultura e do turismo".
Já o presidente da ATHACA, Mota Alves, destacou também a ideia de que os investidores têm de aproveitar as oportunidades dadas pelo quadro comunitário de apoio, que disponibiliza um pacote de de 11 milhões para este sector. 
Mota Alves frisou Vila Verde é um dos poucos concelhos que isenta de taxas quem pretende apresentar novos projectos, "facto que mostra que a autarquia está muito atenta à agricultura", e exemplificando com os casos de projectos ligados à produção de frutos vermelhos ou de cogumelos.

Cogumelo é um dos produtos em destaque na Festa das Colheitas

Uma das novidades da edição deste ano da Feira das Colheitas prende-se com a realização da Festa do Cogumelo, que passa a contar com um espaço próprio, onde pode ficar a saber tudo sobre esta deliciosa iguaria que tem vindo a singrar no concelho de Vila Verde. O sector dedicado aos cogumelos, com vários expositores e espaços de degustação, é da responsabilidade da colectividade vilaverdense Real Cooperativa Agrícola, constituída em Junho deste ano para agregar os pequenos produtores e dar a oportunidade de se candidatarem a fundos comunitários. 

"Neste momento estamos a trabalhar na exportação dos produtos, que é o que os nossos produtores mais precisam", garante Hélder Forte, presidente da Real Associação, que conta já com mais de 20 produtores de cogumelos. 
Para o dia de hoje, o programa da Festa das Colheitas reserva vários concursos gastronómuicos (mel, doces típicos, broa).
Para as 23 horas está agendado o espectáculo musical de Zézé Fernandes.

Agricultor de Lousada criou aplicação gratuita para ajudar produtores a vender


Ontem 19:13 Lusa
Um antigo bancário de Lousada, que agora se dedica à agricultura, desenvolveu uma aplicação informática, sem custos para o utilizador, destinada à promoção e venda de produtos biológicos.

Agricultor de Lousada criou aplicação gratuita para ajudar produtores a vender
O projeto chama-se "sachar.pt" e está disponível há várias semanas, exibindo produtos de cerca de 40 pequenos agricultores da região que se têm registado na aplicação.

O conceito é simples: quem quiser regista-se na plataforma, gratuitamente, e pode colocar, para além dos seus contactos, fotografias e características dos produtos que pretende divulgar e vender. A aplicação tem um motor de busca que permite indicar os produtores mais próximos da região onde se encontra o potencial interessado.

A partir daí, os clientes contactam diretamente o produtor e realizam o negócio, que pode ser uma aquisição ou permuta, sem quaisquer intermediários. 

Pedro Mariano, o autor do projeto, sublinha que a plataforma, para além de não ter custos para os utilizadores, é muito fácil de utilizar e tem permitido aproximar os produtores dos clientes e vice-versa.

"Pretendemos mudar a forma de comercializar no setor agrícola, potenciando e apoiando os verdadeiros motores desta economia, que são os agricultores e os produtores", explicou.

O projeto começou em 2010 quando, por motivos de saúde, Pedro Mariano, agora com 39 anos, foi aconselhado a deixar o setor bancário. Como era proprietário de uma parcela de terreno, com cerca de 1.200 metros quadrados, em Boim, Lousada, dedicou-se à agricultura biológica, sobretudo cultivo de frutos.

Em parceira com duas pessoas que conhece e que têm conhecimentos informáticos, avançou para o desenvolvimento da aplicação, como forma de promover os seus produtos. Mais tarde, decidiu melhorá-la e abri-la à participação de todos, sem custos.

"Estamos perante uma plataforma que pode ser usada em qualquer parte do mundo através de um computador ou um telefone", reforçou.

A plataforma, salientou ainda, propõe-se ajudar os agricultores a definir as melhores práticas agrícolas no modo biológico, para além da componente dos negócios.

"Com este projeto, pretendemos um mundo mais justo e solidário para todos, construído por todos. Aqui todos têm a mesma oportunidade", disse, aludindo às vantagens retiradas por agricultores e consumidores. 


Trás-os-Montes assiste a fenómeno impensável há 40 anos

    
09/10/2015 15:17 27083 Visitas   
Trás-os-Montes assiste a fenómeno impensável há 40 anos


A zona da Terra Fria Transmontana está a assistir a um fenómeno impensável há 40 anos, com plantações de castanheiros a 900 metros de altitude, mais 200 do que o limite que impunham os manuais. 

O cenário foi hoje traçado por Abel Pereira, presidente da associação de produtores florestais ARBOREA, que não tem dúvidas de que a agricultura transmontana está a sofrer transformações devido ao aquecimento global e às alterações climáticas das últimas décadas, de que o castanheiro é um testemunho natural.

"As alterações climáticas estão a afetar a produção e estão a fazer com que nós tenhamos castanheiros já a 900 metros de altitude, o que provavelmente há 40 anos era impossível: ficava-se pelos 700, 800 metros, que era o que se dizia nos manuais escolares. Acima dos 800 metros não havia castanheiro, hoje há castanheiros a 900 metros", afirmou.

Para o dirigente da associação que se dedica sobretudo a esta cultura, "o castanheiro é um grande indicador de que as coisas estão a mudar", com as temperaturas a subir e a precipitação média anual a descer.

Os dados estatísticos, segundo apontou, indicam que há 20 anos o distrito de Bragança tinha 900 milímetros de precipitação anual, enquanto hoje tem 700.

Estes fatores originam, na opinião do dirigente, aquilo que "toda a gente, se calhar teme".

"Onde temos castanheiro, provavelmente daqui a 40 anos temos oliveiras", exemplificou comparando uma cultura associada à Terra Fria Transmontana (o castanheiro) com a oliveira típica da chamada Terra Quente, mais a sul do distrito de Bragança.

A menor precipitação leva também a "uma descida muito grande a nível de humidade dos solos", o que implica a necessidade de regar culturas como o castanheiro, tipicamente de sequeiro.

As alterações preocupam os responsáveis por esta cultura, já chamada de "o ouro" de Trás-os-Montes, tendo em conta que a castanha é atualmente o produto agrícola mais rentável.

O concelho de Vinhais é o maior produtor nacional de castanha, com uma produção média anual de 15 mil toneladas que movimentam 25 milhões de euros.

O castanheiro é também a referência paisagística da região com extensos soutos e cada vez mais atrativo para novos investidores com a área a duplicar em apenas uma década, no concelho de Vinhais.

Além do clima, a produção está confrontada com outras ameaças como as doenças da tinta, cancro e, mais recentemente, a vespa das galhas do castanheiro.

A Câmara de Vinhais e a ARBOREA realizaram há alguns meses vistorias às novas plantações de soutos, as mais suscetíveis de estarem contaminadas com a praga do inseto, e destruíram todas as árvores infetadas.

As possíveis consequências desta praga só serão conhecidas na primavera, época em que o inseto fica ativo.

O presidente da ARBOREA defende que são necessários mais estudos sobre o setor e troca de conhecimento entre investigadores e produtores, o que pretende com as jornadas que decorrerão no fim de semana de 23 a 25 de outubro, integradas na Feira Rural Castanea, em Vinhais,

Abel Pereira alertou que "não há alternativa agronómica ao castanheiro" nesta zona de Trás-os-Montes.
"Se deixarmos de ter castanheiro passaremos a ter áreas desertas", afirmou.


Lusa/SOL