quarta-feira, 28 de maio de 2014

‘Festival do Vinho do Douro Superior’ 2014 começa sexta-feira com Poiares Maduro

De 30 de Maio a 01 de Junho em Vila Nova de Foz Côa

 
·       Mais de 70 espaços, 220 referências e 3.000 garrafas de vinho em prova

·       Chefe Marco Gomes: Garfo de Ouro 2014 protagoniza jantar vínico no Museu do Côa

·       Concerto gratuito da fadista Mariza no Sábado às 22h00

 
É já sexta-feira, às 17h00, que começa mais uma edição do 'Festival do Vinho do Douro Superior', evento que decorre em Vila Nova de Foz Côa até Domingo, dia 01 de Junho. A inauguração vai contar com a presença de Miguel Poiares Maduro (Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional), Fernando Campos Real (Director da Fundação Coa Parque) e Gustavo de Sousa Duarte (Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa).
 
Com a organização da Fundação Côa Parque, em parceria com a Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e a produção da Revista de Vinhos, este é um evento que veio para ficar, afirmando a cidade de Vila Nova de Foz Côa como a "capital do Douro Superior" e a sub-região como produtora de vinhos de qualidade e com identidade e carácter próprios, capitalizando para o aumento da notoriedade do território, seus vinhos e demais sabores e produtos autóctones.
 
O ExpoCôa - Pavilhão de Exposições e Feiras de Vila Nova de Foz Côa vai ser palco da Feira de Vinhos e Sabores (prova de vinhos gratuita e possibilidade de aquisição dos mesmos a preços especiais); de quatro Provas Comentadas por Especialistas, três de vinhos e uma de azeites; de um Colóquio para profissionais sob o tema "O Douro Sustentável: Vinho e Turismo / Património"; e do Concurso de Vinhos do Douro Superior. A novidade deste ano é um Jantar Vínico da autoria de um conceituado chefe nacional, a acontecer no restaurante Coa Museu. À excepção da Feira, cuja entrada é livre, e do Concurso, destinado a especialistas que são convidados a integrar um painel de jurados, o acesso às outras actividades implica inscrição prévia, uma vez que os lugares são limitados.
 
A cidade de Vila Nova de Foz Côa vai ser "invadida" por muita diversão, com várias demonstrações artísticas ao longo dos três dias: números de magia, malabarismo, intervenções de teatro de rua, percussão tradicional portuguesa. Destaque ainda para um emocionante concerto da fadista Mariza (www.mariza.com), com lugar marcado para Sábado, às 22h00, no palco do ExpoCôa.
 
Mais de 70 espaços, 220 referências e 3.000 garrafas de vinho em prova
 
Setenta e três espaços para degustação de vinhos e sabores provenientes de oito concelhos da região (Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa), mais de 220 referências e de 3.000 garrafas de vinhos vão estar em prova ao longo das dezoito horas da Feira de Vinhos e Sabores: sexta-feira, das 17h00 às 22h00; Sábado, das 15h00 às 22h00; e Domingo, das 14h00 às 20h00).
 
São esperados mais de cinco mil visitantes, de onde se destacam os já cerca de quarente e cinco jornalistas, bloggers e representantes do comércio confirmados e acreditados. No que toca ao 'Concurso de Vinhos do Douro Superior' são cerca de 130 os vinhos inscritos e que vão ser postos à prova por um júri composto por 27 profissionais do sector.
 
Marco Gomes: Garfo de Ouro 2014 protagoniza jantar vínico no Museu do Côa
 
Na sexta-feira, dia 30 de Maio, às 21h30, o restaurante do Museu do Côa vai acolher um jantar vínico de luxo. Com a assinatura e presença do Chefe Marcos Gomes – proprietário do restaurante Foz Velha, no Porto, distinguido com o prémio "Garfo de Ouro 2014" pelo guia Boa Cama, Boa Mesa do jornal Expresso – e acompanhado de grandes vinhos do Douro Superior, comentados pelo jornalista e crítico da Revista de Vinhos Fernando Melo, esta é uma refeição que promete ficar na memória.
 
O jantar é composto por aperitivos, entrada, prato principal e sobremesa e tem um valor de € 45,00, já com os seis vinhos incluídos. A inscrição deve ser feita, previamente, através da Revista de Vinhos: Rita Pereira, ritapereira@masemba.com, 215 918 087 ou 215 918 084.
 
MENU DO JANTAR VÍNICO PELO CHEFE MARCO GOMES
Aperitivos
Bombons de alheira
Mexidos com espargos verdes
Escabeche de peixinhos do rio
Ceviche de barbo com lima e mel
Açorda de erva peixeira
Bola de carne
Vinhos: Quinta da Terrincha branco 2013 | Valle do Nídeo branco 2012
Entrada: Bacalhau braseado, milhos tradicionais e salada de azedas
Prato Principal: Pá de cabrito com batatinha assada e arroz de forno
Vinhos: Crasto Superior tinto 2011 | Quinta da Canameira Grande Reserva tinto 2010  
Sobremesa: Trilogia de doces de amêndoa
Vinhos: Amável Costa Porto 20 Anos | Burmester Quinta do Arnozelo Porto Vintage 2009
 
FICHA TÉCNICA | EVENTO EM NÚMEROS
·       3 entidades envolvidas: Fundação Côa Parque (organização), Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa (organização) e Revista de Vinhos (produção e direcção) 

·       1 sub-região vinícola (Douro Superior)

·       8 concelhos vinícolas (Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa)

·       72 stands com produtores de vinho (59), sabores (10) e tasquinhas (3)  

·       Cerca de 220 marcas de vinho presentes

·       Mais de 3.000 garrafas servidas ao longo dos 3 dias

·       14 horas de debate e formação 

·       18 horas de exposição e prova de vinhos e sabores

·       25 jurados no 'Concurso de Vinhos do Douro Superior'

·       Mais de 130 vinhos a concurso

·       15 retalhistas de vinhos confirmados

·       Mais de 30 jornalistas e bloggers acreditados

·       5.000 visitantes esperados

 
PROGRAMA E ACTIVIDADES
 
30 MAIO | SEXTA-FEIRA
 
17h00
Inauguração Oficial do Festival (com a presença de Miguel Poiares Maduro - Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Fernando Campos Real - Director da Fundação Côa Parque e Gustavo de Sousa Duarte - Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa) 

Animação ao longo do dia com os AnimaTrupe
 
18h00                            
Prova Comentada Tintos do Douro Superior, diversidade e qualidade, por João Paulo Martins
 
21h30                           
Jantar Vínico com assinatura do Chefe Marco Gomes 
(do Restaurante Foz Velha, distinguido com o prémio "Garfo de Ouro 2014" pelo guia Boa Cama, Boa Mesa do jornal Expresso) e comentado por Fernando Melo – Restaurante Coa Museu
 
22h00                            
Encerramento da Feira

31 MAIO | SÁBADO
 
09h00 às 13h00              
Prova do Concurso de Vinhos do Douro Superior - Prova
 
09h30 às 13h30              
Colóquio: "O Douro Sustentável: Vinho e Turismo / Património"
 
15h00                            
Abertura da Feira
Animação ao longo do dia com os AnimaTrupe
 
16h30
Prova Comentada Azeites do Douro Superior, por Francisco Pavão
 
18h30                          
Prova Comentada Viagem pelos brancos do Douro Superior, por Nuno Oliveira Garcia
 
22h00                            
Encerramento da Feira
Espectáculo ao vivo no ExpoCôa: fadista Mariza
 
01 JUNHO | DOMINGO

14h00                            
Abertura da Feira
Animação ao longo do dia com os AnimaTrupe
 
15h00                            
Anúncio resultados do Concurso de Vinhos do Douro Superior
 
16h30                            
Prova Comentada Portos do Douro Superior: castas, terroirs, estilos, por Luís Antunes
 
20h00                            
Encerramento do Festival

terça-feira, 27 de maio de 2014

PPM: Política Agrícola Comum é o inimigo


Publicado a 23 MAI 14 às 16:57
Nuno Correia da Silva, cabeça de lista do PPM reuniu-se a meio da semana com a direção da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). No que toca à agricultura, PPM e CNA elegem o mesmo inimigo, a Política Agrícola Comum (PAC), sobretudo na defesa dos mais pequenos.

Starbucks passa a servir vinhos


22 de Maio de 2014, por Elisabete Mendes
 

A rede de cafeterias norte-americana Starbucks está a ampliar o seu menu para melhor atender à clientela nocturna. Com esta mudança a ser feita de forma gradual nos estabelecimentos dos Estados Unidos, a rede de cafeterias irá incluir nas opções do menu lanches rápidos como torradas com bacon e vinho Malbec. O responsável pelo Starbucks na América do Norte, Troy Alstead, informou que a venda de bebidas alcoólicas está a ser feita nas lojas de todo o país. «Ao levar o programa nocturno para as lojas, se consegue um aumento significativo nas vendas a essa hora do dia», explicou.

De acordo com Troy, a rede de cafeterias tem-se vindo a concentrar na venda de mais produtos além do café, como bebidas alcoólicas, sumos, chás e comida para impulsionar o seu crescimento. «A implementação, que pode contribuir para o aumento das vendas, levará vários anos», advertiu Alstead à Agência Bloomberg. A empresa vendeu bebidas alcoólicas pela primeira vez em outubro de 2010 numa loja em Seatle. No caso de Chicago, depois das quatro horas da tarde, o menu propõe, por exemplo, esparguete com queijo, empada de frango, vinho Chardonnay e fondue de chocolate. «Este novo menu tem sido empregue com êxito nas lojas de regiões urbanas próximas, teatros e restaurantes, que é por onde circulam as pessoas à noite», comentou. A ideia por trás da ampliação do menu é aumentar o ticket médio do consumidor das lojas e, com isso, aumentar o valor de mercado da franquia para 100 biliões.

Empresa vai plantar vinha e produzir vinho na cidade de Lisboa


A vinha irá ter uma área de cerca de 30 mil metros quadrados, na freguesia dos Olivais, cabendo à Câmara a responsabilidade de desocupar os terrenos
A Câmara de Lisboa vai assinar um protocolo com uma empresa vinícola para a plantação de uma vinha na freguesia dos Olivais, segundo uma proposta que vai ser debatida na reunião camarária de quarta-feira.

Na proposta, a que a Lusa teve acesso, lê-se que a estrutura verde da cidade "tem procurado assentar na diversificação de usos e na conciliação de diversas tipologias do espaço rural", no âmbito de uma política de "aumento da biodiversidade e na estruturação ecológica dos espaços verdes".

No documento é ainda referido que a construção de uma vinha garante "uma maior sustentabilidade ambiental dos espaços na cidade de Lisboa, aliada a um menor custo de construção e, sobretudo, de manutenção, em comparação com espaços verdes convencionais".

Afirmando que o Ministério da Agricultura criou a indicação geográfica 'Lisboa', que substituiu a designação Vinho Regional Estremadura e que agrega todos os vinhos produzidos e certificados na região, a proposta lembra que Lisboa é uma região com uma forte tradição vinícola.

"A alteração da indicação geográfica de Estremadura para Lisboa justificou-se no contexto de reorganização institucional do sector vitivinícola e surge após estudos que concluíram que a utilização de 'Lisboa', enquanto cidade da região de produção, seria a indicação geográfica com maior valia, nomeadamente para os mercados externos, pelo facto de possuir mais notoriedade, mais fácil leitura e melhor referência quanto à sua localização", lê-se no documento.

A vinha irá ter uma área de cerca de 30 mil metros quadrados, na freguesia dos Olivais, cabendo à Câmara a responsabilidade de desocupar os terrenos.

À empresa vinícola cabem todas as obras necessárias para a plantação da vinha, construção de uma casa de apoio e de uma cerca e ainda disponibilizar todos os anos, sem custos, 600 garrafas de vinho ao município e 100 garrafas à Junta de Freguesia dos Olivais.

"O somatório das despesas com a plantação de vinha até à sua entrada em produção, e com todas as licenças e execução de infraestruturas referidas neste protocolo, não deve ultrapassar o valor máximo de 100 mil euros", indica a proposta.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa

Portugal, uma pátria para os vinhos de boutique

Por Manuel Carvalho

24.05.2014
Nos dois últimos anos o vinho de Portugal recolheu prémios e altas pontuações em revistas internacionais, recebeu elogios públicos por parte de alguns críticos influentes e cresceu muito nas exportações. Uma mudança no padrão de gosto mundial a favor de vinhos mais secos e singulares pode dar ao sector mais um empurrão para o sucesso.

Em Dezembro de 2013 a colunista de vinhos do jornal britânico Financial Times Jancis Robinson dedicou-se a fazer um daqueles balanços que os jornalistas costumam fazer no final de cada ano que passa e entre uma abundante lista de dados sobre consumo, de exportações e importações revelou um dado surpreendente: dos inúmeros vinhos de todo o mundo que provou entre 1999 e 2012, os que obtiveram a média mais elevada (16.5 numa escala de zero a 20) foram os vinhos de Portugal, que ficaram melhor pontuados que os franceses, os italianos ou os espanhóis. Poucos meses mais tarde, em Março deste ano, Matt Kramer, jornalista da revista norte-americana Wine Spectator, avisava num artigo da sua edição on-line que se tinha mudado com a família para Portugal porque é cá que hoje se encontra com toda a probabilidade "o lugar mais excitante do vinho do planeta". Em Abril, o colunista Dave McIntyre do Washington Post iniciava um texto escrevendo assim: "As pessoas frequentemente perguntam-me quais são os países produtores de vinho que mais gosto. Eu gosto de os surpreender colocando Portugal no primeiro lugar da lista".

Mas, o que se estará a passar? Terá Portugal de um momento para o outro superado todas as suas limitações, toda a sua pequenez geográfica, e ascendido ao lugar do topo mundial dos vinhos de qualidade? Ao nível da alta crítica internacional, onde Jancis e Matt Krammer se incluem, não sobram dúvidas que sim. No ano passado, os vinhos portugueses ganharam milhares de prémios em concursos internacionais. Muitos do seus vinhos são frequentadores habituais das categorias acima dos 90 pontos nas revistas da especialidade. E, celebrando uma vindima mágica, houve três vinhos do Porto de 2011 chegaram até a obter 100 pontos numa escala de zero a… 100.

Há quem relativize a importância destas notícias e recorde que a cada passo se ouve dizer no estrangeiro que Portugal vai dar o salto no mundo do vinho, sem que o salto venha mesmo a acontecer. Há, no entanto, sinais de que começa a haver no mercado global alguns indícios de que a procura de vinhos do "Velho Mundo" está a crescer em detrimento dos vinhos padronizados do "Novo Mundo". E Portugal será um dos beneficiários dessa tendência. De 2012 para 2013, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) notou que os europeus aumentaram as suas exportações em 2.4%, enquanto os novos países produtores recuaram 1%, com a Austrália e a Argentina a acusarem quebras significativas nas suas vendas. José Telles, administrador da Niepoort, lembra que esses resultados dependem das políticas cambiais que influenciam os preços, mas reconhece também que "há um certo cansaço pelos vinhos padronizados" e que "o vinho português começa a aparecer no radar".

Porquê? "O que destaca o vinho português é o facto de ser único, de apresentar características completamente diferentes", diz João Pires, o Master Sommelier português que vive e trabalha em Londres. Muitas dessas diferenças resultam de uma aliança ancestral entre as técnicas humanas e uma enorme variedade de "terroir", com regiões mediterrânicas e semiáridas, montanhas agrestes no Norte e extensas planícies no Sul. Depois, sobre esse puzzle de solos e climas, cultiva-se uma diversidade genética que torna a viticultura portuguesa numa das mais ricas do planeta.

As castas são os ingredientes fundamentais do vinho. É a sua natureza que dá a um tinto firmeza, consistência e longevidade, ou a um branco acidez, tensão e frescura. Poucos países têm uma tão grande variedade e riqueza de castas como Portugal. Enquanto o padrão de uma vinha em França ou na Austrália se expõe com três ou quatro castas, nas vinhas velhas do Douro podem ter 100 ou 200. Um projecto de investigação liderado por agrónomos, geneticistas e biólogos, o Porvid, estuda actualmente mais de 250 castas. Algumas são do conhecimento dos apreciadores mais sofisticados, de Nova Iorque ou de Londres, como a Alvarinho (que Portugal partilha com a vizinha Galiza, no Norte da Espanha), a Verdelho ou a Touriga Nacional, que se encontram aliás plantadas em muitas outras regiões do mundo. Mas, no mundo rural do interior podem-se encontrar espécies mais raras, mais exóticas e com nomes que denunciam a velha paixão dos portugueses pelas videiras. Dedo de Dama, por exemplo. Ou Amor-não-me-deixes.

Esse activo é, porém, apenas um ingrediente, por muito importante que seja. Para começar, para um mercado mundial habituado a escolher vinhos por serem provenientes de Syrah ou Cabernet Sauvignon, o facto de não conhecerem as castas portuguesas é muitas vezes visto como um obstáculo. Mais, "Portugal não é um país de vinhos de casta, é um país no qual o que conta é o blend (mistura)", diz João Pires, que não recusa a utilização pontual de variedades estrangeiras nos vinhos portugueses – "desde que sejam bem feitos", avisa. Depois, há quem duvide da dedicação de muitas empresas em fazerem vinhos de acordo com as características das suas vinhas e das suas regiões, cedendo em muitos casos à padronização imposta por Robert Parker (e muito apoiada na produção do Novo Mundo) que reclama vinhos extraídos, alcoólicos, doces e com marcas indeléveis da madeira. "Em Portugal ainda se faz muito vinho desse. O Alentejo já corrigiu essa tendência, mas o Douro nem tanto", observa Carlos Campolargo, um produtor bairradino.

Apesar de todos esses riscos, tudo indica que, lenta mas paulatinamente, os vinhos portugueses estão numa fase sólida de expansão internacional e nesse jogo todos parecem ter lugar: as empresas que produzem com os olhos postos no gosto internacional ou companhias como a Esporão que têm como preocupação "fazer vinhos em que as nossas diferenças regionais sejam acentuadas e assumidas", diz João Roquette, administrador da Esporão. A Esporão exportava 26% da sua produção em 2007 e no ano passado essa fasquia aumentou para os 62%; no seu todo, o sector do vinho português aumentou na última década as suas vendas internacionais em 85%, bastante acima do crescimento do mercado mundial no mesmo período (66%). Ainda assim, convém relativizar o sucesso. A Nova Zelândia não existia como produtor há 20 anos e hoje, por força dos seus Sauvignon Blanc frutados e volumosos, já exporta mais do que Portugal.

O problema "crónico" da marca

O problema dos produtores portugueses está na necessidade imperiosa de ter tempo para explorar no estrangeiro a falta de oportunidades que continuam a faltar no ainda apático mercado nacional, onde a maioria esmagadora dos vinhos se vende a menos de 1.50 euros. Portugal já coloca no exterior metade do que produz, mas mesmo assim as queixas sobre as dificuldades em ganhar quota lá fora repetem-se. "Não temos a notoriedade que merecemos", diz João Roquette, que acrescenta: "Temos um problema crónico com a marca Portugal". Então, sabendo-se que, como diz José Teles, "não somos capazes de competir pelo preço", como pode o vinho português procurar lá fora o músculo que perdeu no mercado interno?

É aqui que entram as novas tendências de consumo mundial. "Há uma verdadeira mudança de atitude entre aquelas pessoas que se interessam pelo vinho", reconhece Carlos Campolargo. Pessoas que querem "vinhos mais secos, menos extraídos". O produtor concorda que "isto está a mudar", mas muda apenas no "círculo mundial mais esclarecido e informado". As pessoas que lêem Matt Krammer ou Jancis Robinson. Um círculo crescente, que procura vinhos diferentes. "Temos de aproveitar esta tendência", diz José Telles, o gestor de uma empresa que na última década registou um crescimento de vendas sempre acima dos dois dígitos, com particular incidência no mercado externo. "As pessoas estão interessadas em vinhos diferentes e eu noto isso em Londres", diz João Pires, que trabalha na capital britânica há nove anos.

Com a batalha dos supermercados cada vez mais difícil pelo crescimento da produção no Novo Mundo e o consequente embaratecimento do vinho, Portugal deve "aproveitar o seu DNA muito próprio e apostar em vinhos de boutique", diz João Pires. Os Alvarinhos, os grandes Touriga da região do Dão ou do Douro ou os singelos Baga da Bairrada continuarão a valer pela diferença, pela curiosidade que suscitam. Para as empresas de gama média, o caminho passa por aí. No mundo globalizado das barricas e das castas internacionais, ser singular é um trunfo. Que Jancis Robinson, Matt Kramer, Dirceu Vianna Júnior, João Pires e muitos dos principais críticos e especialistas internacionais descobriram há muito tempo.

Seminário “Vinhos Portuguese: Estratégia e mercados EUA e Canadá”


por Ana Rita Costa
26 de Maio - 2014
Vai decorrer no próximo dia 30 de maio, no Solar dos Vinhos do Dão, em Viseu, o Seminário "Vinhos Portuguese: Estratégia e mercados EUA e Canadá", uma organização conjunta da CVR Dão e da CH Business Consulting.

 
De acordo com a organização, os Estados Unidos da América "são líderes no consumo e importação de vinho" e, segundo dados da OIV, o consumo interno americano tem crescido continuamente desde 2002.

"Partindo de um market share de cerca de 1%, Portugal tem ainda muito por onde crescer, apesar do mercado americano se constituir já como o 4º maior destino das exportações de vinho portuguesas. Pois apesar da dimensão impressionante do mercado dos Estados Unidos da América, os vinhos portugueses alcançam ainda cifras relativamente modestas, próximas de 50 milhões de euros anuais, se se incluir o Vinho do Porto, ou 25 milhões, se excluirmos este," refere Carlos Lacerda, especialista em Internacionalização do Grupo CH. 

Vai um gafanhoto frito? Conferência quer disseminar consumo de insectos

22-05-2014 às 10:25

Vai um gafanhoto frito? Esta é a pergunta feita pelo entomólogo Arnold Van Huis numa conferência em Wageningen, na Holanda, na semana passada. O evento reúne especialistas para discutir o papel dos insectos na segurança alimentar mundial.

O entomólogo falou à revista Nature sobre o tema: «O hábito de comer insectos ainda tem a reputação de fazer parte da dieta apenas das pessoas muito pobres. Espero que possamos mudar essa percepção durante a conferência». Huis descobriu a entomologia viajando durante um período sabático, estudando aspectos culturais dos insectos em 24 países na em África. Comeu grilos e gafanhotos saborosíssimos, mas também se decepcionou com o bolo «kungu», feito com moscas que aparecem, em certas fases da lua, nos lagos da África Oriental.

Mesmo entre os entomólogos, segundo Huis, o hábito de comer insectos foi tratado por muito tempo como uma peculiaridade de habitantes de regiões tropicais. «Não se considerava que nós também podemos criar esse hábito», afirma. Para difundir o gosto alimentar no Ocidente, os entomólogos precisam de definir, por exemplo, qual a melhor maneira de criar os insectos para o consumo humano – geralmente, a criação é feita em depósitos de restos orgânicos.

O interesse pelo assunto está a crescer: o livro de Huis sobre o papel dos insectos na segurança alimentar, publicado no ano passado pela agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), já teve mais de seis milhões de downloads. Outra das suas publicações, um livro de receitas, não fez tanto sucesso; mas Huis aposta que isso vai mudar, quando iguarias à base de insectos chegarem aos programas de televisão e às ementas de chefs famosos.

Esporão lança primeiro azeite biológico

ONTEM às 15:23

Esporão lança primeiro azeite biológico

O Esporão acaba de apresentar o seu primeiro azeite biológico. Uma qualidade já reconhecida internacionalmente com uma Medalha de Ouro no Japão.


O Esporão, produtor de vinhos e azeites no Alentejo e Douro, tem adoptado práticas agrícolas sustentáveis, com o objectivo de proteger os recursos naturais, garantindo a qualidade dos solos e plantas, e consequentemente, dos produtos.

Tanto na vinha como no olival, o Esporão implementou um conjunto de boas práticas, que lhe permitiram certificar já 146 hectares de vinha, olival e laranjal em modo de produção biológica entre as suas propriedades no Alentejo e Douro. Um processo contínuo que conta já com mais 72 hectares de vinha em processo de certificação de agricultura biológica.
 
O azeite, que é agora apresentado, provém dos 80 hectares de olival certificados para produção biológica da Herdade do Esporão e junta-se à variada gama de azeites virgem extra do Esporão, com referências como azeite Selecção, Cordovil, Galega, DOP Moura e Virgem Extra.
 
Elaborado a partir de duas variedades de azeitona – Cobrançosa e Arbequina – o Azeite Biológico cumpre rigorosos procedimentos, desde o olival até ao lagar, que resultam num azeite autêntico e genuíno, pleno em aromas e sabores. As azeitonas foram colhidas em Novembro 2013 e foram cuidadosamente seleccionadas e enviadas em poucas horas para o lagar do Esporão, onde é feita a extracção, limpeza e filtragem do azeite, sob uma temperatura inferior a 27º C, de forma a preservar os aromas dos frutos.
 
O resultado é um azeite muito equilibrado e aromático, ligeiramente picante e amargo, revelando no final notas de frutos secos. Com o mínimo de intervenção sob o trabalho da natureza, o Azeite Biológico da Herdade do Esporão preserva os sabores e aromas genuínos do produto, que convidam à degustação no seu estado natural. Sugere-se como entrada, embebido num verdadeiro pão alentejano ou tostas, como complemento perfeito de legumes cozidos, cozinhados ao vapor ou grelhados ou como toque final em massas aromatizadas com ervas frescas.
 
Este azeite biológico conta já com um importante prémio internacional - a Medalha de Ouro na prestigiada OLIVE JAPAN 2014 Competition, a maior competição internacional de azeites Virgem Extra no Japão. Os azeites do Esporão trouxeram ainda para Portugal outra Medalha de Ouro, atribuída ao azeite Selecção.
 

Azeite Biológico Herdade do Esporão (500 ml)
Acidez: 0,2º
P.V.P. 6 euros

Vitacress convida famílias para colher alfaces


por Ana Rita Costa
26 de Maio - 2014
No próximo dia 31 de maio a Tapada da Ajuda, em Lisboa, vai abrir as suas portas para receber a Festa da Colheita, a última fase da iniciativa "Alfacinhas Solidários" da Vitacress. 

 
Este projeto levou no final do mês de abril cerca de 800 crianças de várias escolas do ensino básico de Lisboa a cultivar 10 mil alfaces. Os vegetais vão agora ser colhidos para, no mesmo dia, serem entregues ao Banco Alimentar Contra a Fome.

O "Alfacinhas Solidários" é um projeto de comunicação escolar que procura instituir nas gerações mais novas valores como a solidariedade e preservação da natureza através do contacto e aprendizagem de práticas agrícolas sustentáveis. 

Vinho tinto faz bem aos dentes


     
Joana Marques Alves Joana Marques Alves  | 23/05/2014 11:32:24 10359 Visitas   
 Vinho tinto faz bem aos dentes
Chegaram mais boas notícias para os apreciadores de um bom copo: Um estudo divulgado pelo Journal of Agricultural and Food Chemistry, e citado pelo Daily Mail, conclui que o vinho tinto ajuda a proteger os dentes. A investigação mostra que a semente das uvas usadas para produzir esta bebida serve de auxílio no combate ao aparecimento de cáries.

Os investigadores afirmam que esta descoberta pode levar ao desenvolvimento de produtos naturais de combate a problemas dentários.

A líder da investigação Maria Victoria Moreno-Arribas, do Concelho Nacional de Investigação espanhol, explica que as doenças dentárias são das mais comuns em todo o mundo – cáries, problemas nas gengivas e perda de dentes afectam entre 60 e 90 por cento da população mundial.

Os problemas surgem quando certos tipos de bactérias se alojam na boca, juntam-se e formam um grupo de microrganismos perigoso e difícil de matar. Esta comunidade de bactérias começa a formar um ácido que destrói os dentes. Lavar os dentes, usar uma boa pasta de dentes e bochechar como deve ser são algun dos métodos que ajudam a desacelerar o crescimento desta praga, mas os efeitos são limitados.

Os investigadores fizeram várias experiências e percebram que o extracto das sementes destas uvas ajudam a 'acalmar' o crescimento destas bactérias, o que os levou a concluir que, com esta acção, é possível prevenir o aparecimento de cáries.  


Representante da FAO admite erradicação da fome em Angola em dez anos


     
26/05/2014 16:52:20 490 Visitas   
 Representante da FAO admite erradicação da fome em Angola em dez anos
O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Angola admitiu hoje, em Luanda, que aquele país africano de língua oficial portuguesa poderá erradicar totalmente a fome nos próximos dez anos.

A posição foi transmitida durante a assinatura de um acordo entre o Ministério da Agricultura angolano e a FAO, sobre a contribuição financeira do país para o Fundo Fiduciário de Solidariedade de África para África, que visa erradicar a forme no continente até 2025.

"Estou de antemão seguro que Angola poderá erradicar totalmente a fome e a insegurança alimentar bem antes de 2025", afirmou o representante da FAO em Angola, Mamoudou Diallo.

Suportado pelos países africanos, o Fundo Fiduciário foi lançado em Junho de 2013 tendo recebido donativos da Guiné Equatorial, Angola e de um grupo da sociedade civil da República do Congo, no valor total de 29,3 milhões de euros, indicou a FAO. 

Tem como objectivo financiar projectos em países africanos para erradicação da fome e redução da má nutrição e da pobreza. 

"Estamos a trabalhar, os camponeses estão a produzir, os empresários estão a produzir, tudo está a ser feito para que possamos dar passos significativos no combate à fome e à pobreza", afirmou, por seu turno, o ministro da Agricultura angolano, Afonso Pedro Canga.

O acordo hoje celebrado entre o Ministério da Agricultura e a FAO confirma a doação angolana de cerca de 7,3 milhões de euros para o fundo.

"Ao contrário de muitos outros países africanos, depois de apenas 12 anos de paz, Angola testemunha assim a sua solidariedade efectiva em prol de África e constitui um exemplo que todo o africano deve exaltar", afirmou Mamoudou Diallo.

A República Centro-Africana, a Etiópia, o Malaui, o Mali, o Níger e o Sudão do Sul foram os primeiros países a beneficiar deste fundo solidário africano, recebendo 1,4 milhões de euros cada um, conforme acordo celebrado a 28 de Março passado, na Tunísia, indicou na ocasião a FAO.

"Na sua qualidade de doador, Angola estará directamente associada à identificação e à implementação destes projectos, que poderão valorizar os quadros nacionais angolanos", sublinhou representante da FAO em Angola.

Segundo o ministro angolano, este acordo entra imediatamente em vigor e os fundos doados pelo país "já podem ser utilizados para a implementação dos projectos, não em Angola mas noutros países africanos".

Lusa/SOL

Regime de transição para novo programa rural tem mil candidaturas aprovadas



O actual Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) deve atingir, no final deste ano, uma execução superior a 90% e o regime de transição já tem mil candidaturas aprovadas, num investimento de 124 milhões de euros.

Os dados foram revelados aos jornalistas pelo secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, à margem de uma visita à divisão de investimento da Direcção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do Alentejo, em Évora, na última quinta-feira.

"Estamos com 83 por cento de execução do ProDeR e, se tudo correr como correu no ano passado, podemos chegar a uma execução, no fim do ano, de 92 a 94 por cento, o que é muito positivo", afirmou.

Segundo o governante, a taxa de execução do ProDeR "está a andar de uma forma rápida e contínua", uma vez que "todas as direcções regionais têm feito validação de despesa de pagamento à volta de 55 a 60 milhões de euros por mês".

Ao mesmo tempo, assinalou o secretário de Estado, o Governo está a preparar o novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2014-2020), esperando que este comece a funcionar no final deste ano.

Ao abrigo do regime de transição do actual para o novo programa, já deram entrada nos serviços do Ministério da Agricultura "à volta 8.300 candidaturas", das quais mil já foram aprovadas, adiantou.

José Diogo Albuquerque indicou que as 8.300 candidaturas apresentadas têm um investimento associado de 1,2 mil milhões de euros e que as mil já aprovadas envolvem um investimento de cerca de 124 milhões de euros.

"Tudo o que está em regime de transição equivale a um ano normal de execução do ProDeR", frisou, referindo que, entre um programa e outro, "não haverá hiato", como aconteceu no passado.

"As verbas deste ano, que estimo que vão ser à volta de 500 milhões ou 600 milhões de euros, vão ser absorvidas já pelo próximo quadro", acrescentou.

As candidaturas, que foram recebidas após a data em que o programa deixou de poder garantir a aprovação de projectos, começaram a ser analisadas em janeiro deste ano depois de serem consolidadas as regras comunitárias que permitem financiar as candidaturas aprovadas no ProDeR (que vigorou entre 2007-2013) com o novo PDR (2014-2020).

Fonte:  Lusa

Exploração da Guarda exporta bovinos vivos da raça Aberdeen-Angus para Espanha


O proprietário de uma exploração pecuária do concelho da Guarda dedica-se, com sucesso, à criação de animais da raça bovina Aberdeen-Angus, que depois vende para melhoramento genético de explorações nacionais e de Espanha.

Nuno Tormenta Marques, de 39 anos, licenciado em Relações Internacionais, é criador de bovinos da raça Aberdeen-Angus desde 2008.

Da sua exploração, localizada em Panoias de Cima, Guarda, já saíram 23 crias para Espanha e três para criadores nacionais (Covilhã, Pinhel e Crato).

"Devido ao interesse que há na raça, só faço genética. Neste momento, estou a utilizar touros de sangue antigo, para ir buscar as antigas características dos animais, como a robustez, a facilidade de parto, a fertilidade e as taxas de conversão em pasto", explicou o criador à agência Lusa.

Nuno Tormenta Marques iniciou a actividade com quatro vacas Aberdeen-Angus provenientes de Inglaterra e actualmente tem cerca de 40 animais adultos e vitelos, de três linhas genealógicas: uma de animais de grande porte, outra de linha média e uma terceira de linha pequena.

"Como tenho poucos animais e pouca área, tenho poucos e bons. Só utilizo inseminação artificial, já tenho terceiras gerações dos animais e estou sempre em melhoramento consecutivo", disse.

A qualidade dos animais da sua exploração foi recentemente evidenciada por Nigel Hammill, um especialista inglês e antigo presidente da Aberdeen-Angus Cattle Society, que a visitou e afirmou que "se os levasse a um leilão, a Inglaterra, não envergonhavam ninguém".

Nuno Tormenta Marques vende os animais entre os seis e os sete meses de vida, a partir de 1.500 euros cada.

"O volume de negócios é baixo, porque tenho poucos animais", disse o produtor, que afirma ser "o único criador puro" de Aberdeen-Angus na Beira Interior.

No futuro, tenciona continuar a "vender genética", admitindo somente enveredar pela venda de animais para abate "se aumentar o número de efectivos ou se utilizar cruzados".

"Poderei vir a vender para o mercado de hotel e de restaurante de qualidade, mas isso é um passo que poderei dar muito mais tarde, porque neste momento não quero ultrapassar o número de 40 vacas, para poder manter a qualidade do efectivo", justificou.

Apesar da "carga negativa" associada à agricultura, Nuno Tormenta Marques acredita que o sector "tem futuro", apontando que já é actualmente "um dos mais pujantes" a nível nacional.

Fonte:  Lusa

Área de cerejal tem aumentado na Cova da Beira



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A área de cerejal na Cova da Beira tem aumentado e há cada vez mais investidores de diferentes sectores a apostar na produção de cereja, comprovam os projectos que estão a ser concretizados na região.

O cadastro de terras só apresenta elementos até 2009, mas demonstra que, em 20 anos, na Cova da Beira, a área plantada com cerejeiras quase duplicou: passou-se de 1.079 hectares, em 1989, para 1.868 hectares, em 2009, de acordo com os dados facultados à agência Lusa pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Daí para a frente, o levantamento ainda não foi realizado, mas os investimentos continuam a ser realizados e a bom ritmo.

Paulo Ribeiro, empresário natural de Felgueiras e a residir na região há vários anos, concluiu em 2012 a plantação de 56 hectares de cerejeiras.

O pomar, que atravessa as freguesias de Peraboa e Ferro (Covilhã), é um dos maiores pomares contínuos de cerejas do país e é apenas uma parte do projecto delineado por Paulo Ribeiro.

Até 2017, este empresário pretende ter 100 hectares de cerejeiras plantados e nesse ano conta colher 500 toneladas de cereja, número que deverá duplicar quando a produção estiver em pleno.

Nessa altura, Paulo Ribeiro terá investido um total de dois milhões e meio de euros, um milhão e quatrocentos mil dos quais já concretizados.

"Só fazia sentido investir se tivesse dimensão. Ou fazia uma plantação com dimensão, massa crítica e escala ou não fazia nada", refere este empresário, que também tem uma empresa de comercialização de tomate e derivados de fruta.

A aposta na cereja surge de forma natural e porque Paulo Ribeiro quis sedimentar as raízes que já tem na região.

Raízes que no caso de Sara Martins, 30 anos, formada em agronomia, já estavam profundamente ligadas à cereja.

No fim do curso, esta jovem filha de produtores ainda tentou trabalhar na área de formação, mas só encontrou empregos noutros sectores, pelo que acabou por seguir os passos da família.

Comprou um terreno, candidatou um projecto e, depois de o ver aprovado, deu início à plantação de sete hectares. O investimento de cerca de 80 mil euros está concretizado e, agora, a mais recente empresária aguarda que o pomar (também da nova geração) comece a dar frutos. As expectativas são as melhores, até porque Sara Martins sabe a "mais-valia" que a marca "Cereja do Fundão" tem na hora de vender o produto.

Já Aldo Costa, 35 anos, natural de Vila do Conde, não tinha, até há pouco tempo, mais contacto com as cerejas do que o de típico consumidor, realidade que se alterou quando este professor universitário na área de desporto e a mulher, uma investigadora de ciências farmacêuticas, resolveram plantar seis hectares de cerejeiras.

O projecto surge depois de o casal ter optado por fixar residência na freguesia de Peraboa, Covilhã, numa propriedade com vários hectares, que permitia outro aproveitamento, além do residencial.

O aconselhamento técnico e o facto de existirem na região produtores com conhecimento do sector e estruturas "de apoio à produção e escoamento" ditaram que o casal resolvesse apostar na produção de cerejas, com a respetiva candidatura aprovada.

As cerejeiras acabaram de ser plantadas em Abril.

Eduardo Melf, 48 anos, natural do Ferro, concelho da Covilhã é outro dos exemplos que demonstram que a cereja tem conquistado cada vez mais pessoas e dos mais diferentes sectores de actividade.

Advogado de profissão, Eduardo Melf, que já tinha um pequeno pomar familiar, acabou recentemente de plantar o número exacto de 4.350 cerejeiras, ou seja, um pomar de nove hectares.

Neste caso, o projecto também é levado a cabo em família e o factor "fundos comunitários" também pesou na hora de concretizar o projecto, que, "se correr bem", poderá ser alargado.

Fonte:  Lusa

DAI equaciona investir 75 milhões no Alqueva


26 Maio 2014, 12:05 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt, João Carlos Malta | joaomalta@negocios.pt

O grupo italiano DAI poderá voltar a produzir açúcar de beterraba em Portugal. Em causa está uma nova unidade nas terras irrigadas do Alqueva.

"Está a ser equacionada" a volta à produção de beterraba sacarina em Portugal, avançou esta segunda-feira, 26 de Maio, José Salema, presidente da EDIA. O responsável da empresa pública avançou, durante o seminário "Investir no potencial agrícola do Alqueva", que o que está em causa é uma fábrica, da DAI - Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial, de produção de açúcar a partir de beterraba, que a concretizar-se, implica um investimento de 75 milhões de euros, contabilizou. 
 
A DAI, recorde-se, tem uma unidade fabril em Coruche, concebida inicialmente para a produção de açúcar a partir de beterraba. O que aconteceu até 2008, quando a empresa de origem italiana chegou à conclusão que a cota atribuída por Bruxelas a Portugal não era economicamente rentável. Decidiu, desde então, fazer a extracção de açúcar através de cana sacarina, reconvertendo a unidade industrial, e por isso pondo fim à única fábrica de beterraba então existente no País. 
 
No evento que decorre esta segunda-feira no Museu do Oriente, José Salema mencionou ainda outro investimento potencial, desta feita de um grupo árabe, para a produção de luzerna, leguminosa utilizada na alimentação animal. Segundo o gestor, o grupo, cujo nome não identificou, tem "uma intenção concreta" de analisar um investimento na zona do Alqueva, até porque esteve "duas semanas a fazer análise de solos" na zona. 
 
"Com projectos destes", explicou José Salema, referindo-se aos dois casos avançados esta manhã, "não é muito difícil chegar a 300 ou 400 milhões de euros de investimento" nos "próximos anos" na região irrigada do Alqueva. 

Negócio da venda de cereja à beira da estrada está fraco

O negócio da venda de cereja à beira da estrada, no Fundão, tem estado fraco, disseram à Lusa os vendedores e vendedoras que por estes dias comercializam o fruto numa das principais entradas da cidade.

Colhida nos pomares de cada um dos vendedores/produtores, as cerejas têm estado a ser comercializadas a valores que variam entre os 2,5 euros e os 3,5 euros o quilograma (depende do calibre), preços que os produtores consideram baratos, mas que não estão ao alcance de todas as carteiras.

"As pessoas queixam-se. Até percebem que é um fruto que dá muito trabalho, mas na hora de comprar retraem-se e levam menos", explica Fátima Gonçalves.

A poucas bancas de distância, Pedro Simões também aproveita para vender parte da cereja que colheu pela manhã no pomar que tem no Alcaide, mas os clientes surgem a "conta-gotas" e não deixam de regatear, apesar de os preços estarem longe dos que foram praticados na primeira semana da campanha, quando um dos vendedores conseguiu vender uma caixa de dois quilos a 15 euros (7,50 euros o quilo).

"Isso são só mesmo as primeiras, depois o preço começa logo a cair e vai muito rapidamente para preços mesmo baixos. Por exemplo, a cereja que esta semana temos estado a vender a três euros, há cinco ou dez anos, na mesma altura da campanha, vendia-se à vontade a cinco euros ou mais", afiança Pedro Simões, enquanto aproveita a chegada de dois clientes para vender mais algumas caixas de cereja.

Ricardo Dias e Luís Brites, residentes em Coimbra, estão a trabalho no Fundão e não quiseram regressar a casa sem as típicas cerejas. Levam para eles e também para oferecer.

"Caro nós achamos sempre, mas o ano passado comprei-as mais caras, portanto vou levar mais algumas", aponta Luís Brites.

Noutra banca, José Oliveira, de Viseu, também aproveita a passagem pela Beira Baixa para levar uma caixa da "melhor cereja do país", que, no entender deste director comercial, "consegue ser melhor" do que as rivais de Resende.

Elogios ao fruto são recorrentes, mas quem vende diz que nem isso tem potenciado as vendas.

A falta de dinheiro será o principal fator para que o negócio esteja "fraco", mas a chuva que caiu nos últimos dias também ajuda a afastar potenciais clientes, bem como o local no qual a venda é feita.

Em 2012, a Câmara Municipal do Fundão transferiu os vendedores que costumavam ficar na entrada norte para um espaço que fica a poucos metros e que foi criado para o efeito com o objectivo dar uma melhorar a imagem e ordenar a venda, mas quem comercializa critica a opção.

Os vendedores garantem que o sítio é mau porque "não facilita o estacionamento para quem está de passagem", porque "está mal sinalizado" e porque a distribuição dos vendedores (em forma de U e tirada por sorteio) "só beneficia os que ficam nas pontas". Também criticam as próprias bancadas por não terem toldos suficientemente largos para protegerem a fruta do sol ou as pessoas quer do sol quer da chuva.

Os vendedores não deixam de assumir que o espaço atual é "mais bonito e aprazível", mas, mesmo assim, preferiam regressar ao antigo posto de venda para receberem os compradores que, esperam, deverão começar a chegar em maior número.

A grande enchente é esperada de 06 a 10 de Junho, data em que se realiza a Festa da Cereja de Alcongosta, considerada um dos maiores festivais populares do país.

Fonte:  Lusa

Cereja do Fundão 'a bordo' dos aviões portugueses


     
26/05/2014 14:47:22 957 Visitas   
 Cereja do Fundão 'a bordo' dos aviões portugueses
A cereja do Fundão vai ser distribuída a passageiros da TAP durante o mês de Junho, anunciou hoje o presidente da Câmara do Fundão na conferência de imprensa de apresentação da campanha anual de promoção daquele fruto.

Paulo Fernandes explicou que, ao longo do mês de Junho, a cereja será distribuída aos passageiros de classe executiva daquela companhia aérea, bem como nos "lounges" dos aeroportos de Lisboa e Porto.

Para o dia 10 de Junho, dia de Portugal, está preparada uma acção que incluirá todos os voos e todos os passageiros da empresa.

"No nosso esforço anual de ir mais longe com a cereja, escolhemos a TAP como parceiro fundamental do ponto de vista da internacionalização e acreditamos que esta estratégia contribuirá muito para aumentar a notoriedade da cereja do Fundão, nomeadamente na óptica de criação de valor e de venda em mercados diferenciados", referiu o autarca.

Paulo Fernandes esclareceu que a estimativa relativamente ao número de pessoas que serão abrangidas com esta acção ainda não está encerrada, mas ressalvou que serão "seguramente umas largas dezenas de milhares".

"A distribuição global mensal prevista é a de 10 toneladas de cereja, pelo que, tendo em conta que cada cuvete tem 125 gramas, estamos a falar, em termos de público, de um número muito elevado", afirmou.

Além desta, a autarquia estabeleceu ainda outras parcerias com várias marcas em Portugal, como a Padaria Portuguesa, os gelados Santini, a Gin Lovers e a Compal, entre outros que levarão a cereja até um mercado tipicamente de excelência.

Uma aposta que volta a incluir personalidades que já conhecem a cereja do Fundão, designadamente o Presidente da República, já que o fruto estará numa iniciativa oficial das Comemorações de Portugal da Guarda, ou os jogadores da Selecção Nacional, a quem a cereja será enviada durante o estágio em Óbidos.

Nesta campanha de promoção está prevista a reedição do festival gastronómica "Rota da Cereja do Fundão em Lisboa", que se realiza entre 16 Junho e 6 de Julho, período durante o qual 10 dos mais conceituados restaurantes da capital incluirão nas respectivas ementas pratos que são confeccionados com cereja.

O município também manterá a aposta nos três quiosque com formato de cereja que vão distribuir cereja, derivados de cereja e outros produtos regionais, sendo que um fica no Fundão, outro está em Macau e outro estará entre a baixa de Lisboa e Belém. Este último será auxiliado por um veículo "tuck tuck", devidamente identificado.

A estratégia de promoção da cereja contará pela primeira vez com os camiões produtores e distribuidores que vão ser identificados com a imagem de marca da cereja do Fundão.

A nível local, volta a realizar-se-á a já conhecida Festa da Cereja, que este ano se prolonga por cinco dias (de 6 a 10 de Junho), durante os quais são esperados milhares de visitantes no concelho do Fundão.

O presidente da autarquia informou ainda que, em termos globais, a acção de promoção deste ano terá um custo de cerca de 50 mil euros, valor que em parte será comparticipado e que garante ainda forte retorno, já que contribui para a "aumentar notoriedade da cereja e assim criar valor e dinamizar um dos sectores de actividade com mais representatividade económica no concelho".

Lusa/SOL

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quercus: Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo ameaçada por novas áreas turísticas

22-05-2014 às 11:55

Quercus: Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo ameaçada por novas áreas turísticas

A revisão do Plano Director Municipal de Benavente apresenta uma proposta de criação de duas áreas de vocação turística com mais de 9 mil hectares abrangendo terrenos da Companhia das Lezírias, empresa pública tutelada pelo Ministério da Agricultura, esquecendo os objectivos de conservação do montado de sobro e da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, alerta esta quinta a Quercus, em comunicado.

A Câmara Municipal de Benavente, em sede de revisão do PDM, apresentou uma proposta final em Dezembro de 2013, onde surgem propostas de alteração de uso do solo incompatíveis com os objectivos de conservação do património florestal e os compromissos europeus em matéria de conservação da biodiversidade, nomeadamente duas novas áreas de vocação turística sobrepostas a zonas condicionadas, criando conflitos que deveriam ser evitados.

Na proposta de Plano de Abril de 2010 da revisão do PDM de Benavente, o ordenamento geral apresentava uma classificação dos solos ambientalmente mais responsável. Contudo, na versão de 13 de Dezembro de 2013, surgem dois novos zonamentos: a Área de Vocação Turística – Samora Correia I e a Área de Vocação Turística – Samora Correia II, situadas em terrenos da Companhia das Lezírias pertencentes ao Estado, abrangendo mais de 9000 hectares, nos quais a maioria é ocupada por povoamentos de sobreiros protegidos, integrando também a Reserva Ecológica Nacional e, parcialmente, a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (Rede Natural 2000).

Devido à gravidade da situação, a Quercus alertou a CCDR-LVT sobre a referida Proposta de Plano actualmente em fase de concertação, a qual contraria o actual ordenamento do território criando incompatibilidades nos usos do solo apresentados. Contudo, a CCDR-LVT refere não ter ainda emitido um parecer formal, quando é do conhecimento da Quercus existir um parecer prévio da mesma Entidade que não salvaguarda as zonas de protecção existentes.

A Quercus estranha este retrocesso, dado que a proposta de revisão do PDM de Benavente, de Setembro de 2007, propunha o alargamento da Reserva Natural do Estuário do Tejo e da Zona de Protecção Especial em terrenos da Companhia das Lezírias, com vista à criação do Parque Natural do Estuário e Vale do Tejo.

Por outro lado, o Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018 do Ministério das Finanças, assume para «2015, (…) o lançamento da concessão do Oceanário de Lisboa e as concessões turísticas relativas à Companhia da Lezírias e Coudelaria de Alter.» Isto para encaixar um valor de 41 milhões de euros.

A Quercus considera preocupante a abertura da Companhia das Lezírias – a maior exploração agro-pecuária e florestal do país – a concessões turísticas a grupos económicos privados, considerando que esta e os terrenos sob sua gestão, devem permanecer na esfera do Estado, em termos que lhe permitam assegurar e garantir a prossecução do interesse público e a defesa dos valores naturais e patrimoniais que alberga.

Publicada portaria que estabelece o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta contra incêndios


Foi hoje publicada, no Diário da República, a Portaria nº 110/2014, de 22 de maio, que estabece o período crítico, no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios. De acordo com a referida Portaria esse período vigora de 1 de julho a 30 de setembro de 2014.

Consulte aqui a Portaria nº 110/2014, de 22 de maio

Publicada: 22-05-2014 08:00

Publicada a lista dos prédios do Estado disponíveis na bolsa nacional de terras


Foi ontem publicada no Diário da República a lista dos prédios do Estado disponibilizados na bolsa nacional de terras, identificados como aptos para utilização agrícola, florestal ou silvopastoril.

Consulte aqui o Despacho n.º 6559/2014, de 20 de maio

Publicada: 21-05-2014 08:00

domingo, 25 de maio de 2014

31% do investimento do programa de desenvolvimento rural está na zona Centro


A região Centro cativou 31% do total de investimento do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), disse hoje, em Castelo Branco, a Gestora Adjunta do programa.

"O Proder tem tido algum impacto no combate à desertificação. O investimento [do Proder] na região Centro atingiu os 31%, ocupando o segundo lugar a nível nacional. A Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro tem tido um papel muito significativo no investimento aprovado", disse Rita Barradas.

A Gestora Adjunta do Proder, que falava em Castelo Branco durante a sessão de abertura de um seminário sobre "As boas práticas de cooperação e de desenvolvimento rural", adiantou que, globalmente, o programa apresenta 34 mil projetos e representa um investimento de sete mil milhões de euros de investimento.

"A região Centro segue com a maior percentagem de investimento agrícola e agroindustrial e também ao nível dos jovens agricultores, com uma média superior à média nacional", sublinhou.

Rita Barradas explicou ainda que, no âmbito do programa, a agricultura e a agroindústria representam 42%; os jovens agricultores, 19%; a floresta, 10% e o regadio 09%.

Fonte: Diário Digital de Castelo Branco
Publicada: 22-05-2014 08:00

Empresa de Ílhavo produz algas que dão superalimentos, bioplásticos e filtram a água

NICOLAU FERREIRA 18/05/2014 - 08:42
Uma nova expressão designa o que está a acontecer por todo o mundo e em que a Algaplus é pioneira cá: agronomia do mar. O que se produz? Macroalgas, na ria de Aveiro. Elas parecem dar para tudo: desde alimentos até bioplásticos. De passagem, tornam a aquacultura de peixes mais verde.


Uma das algas que a empresa produzADRIANO MIRANDA

Junto à ria de Aveiro, crescem macroalgas associadas à aquacultura de peixes. Nuns tanques, há robalos e douradas, nomes bem conhecidos da pirâmide alimentar, e noutros, alface-do-mar, cabelo-de-velha, musgo-irlandês, botelho-comprido, erva-patinha e chorão-do-mar. Estas seis espécies de macroalgas (não são microscópicas) também podem vir a fazer parte da cozinha portuguesa ou, então, ser matéria-prima para plásticos. Povoam a costa e, desde 2013, são produzidas pela empresa nacional Algaplus.

Instalado em Ílhavo, perto de Aveiro, o sistema das algas serve para filtrar a água que fica suja depois de ser utilizada pelos peixes da aquacultura. "Produzimos macroalgas que biofiltram, ou seja, fazem a biorremediação da água que vem da produção de peixes", explica Helena Abreu, directora de investigação e desenvolvimento da Algaplus. "Um organismo recicla os resíduos produzidos por outro e transforma-os em produto de valor." Neste caso, o produto de valor são as macroalgas.

Só em 2010 foram produzidas 20 milhões de toneladas de algas secas em todo o mundo: 99% teve como destino a indústria alimentar. Usamo-las como legumes, em batatas fritas, para gelificantes, caramelizantes, texturantes ou espessantes. O sudeste asiático é a região onde mais se produz algas e 90% desta produção é em regime de aquacultura.

Os peixes, nos seus dejectos, produzem naturalmente amónia, nitratos e fosfatos. Na aquacultura, a concentração destas substâncias pode ser muito grande, o que as torna poluentes. Mas, para as algas, estas mesmas substâncias são alimento e, se a água usada pelos peixes for posta à disposição destas espécies, elas podem crescer mais rapidamente do que o normal, devido à abundância destes nutrientes, ao mesmo tempo que limpam a água. Este sistema – chamado aquacultura multitrófica integrada – tenta imitar os ecossistemas naturais na produção de peixes.

Da investigação ao negócio
Tanto Helena Abreu como Rui Pereira, director da Algaplus, são biólogos e passaram anos a investigar as macroalgas. Em 2006, quando Helena Abreu estava a fazer o doutoramento e Rui Pereira um pós-doutoramento, ambos no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Ciimar) da Universidade do Porto, tiveram a ideia de formar uma empresa de produção de macroalgas.

"Fazíamos a produção de macroalgas integrada num sistema de cultura na Póvoa de Varzim", lembra Helena Abreu. "O trabalho no dia-a-dia podia ser transformado num negócio comercial." Mas a ideia só ganhou forma quando um privado investiu dinheiro. A empresa nasceu em Ílhavo, em 2012, e estabelece um acordo com a empresa Máteraqua, dedicada à aquacultura semi-intensiva de robalos e douradas.

"Este sistema de produção é amigo do ambiente. Os peixes alimentam-se quase só com as águas vindas da ria", diz Helena Abreu. A água é utilizada primeiro pelos peixes, depois segue para os tanques das algas. Do ponto de vista comercial, a Algaplus defende um tipo de associação entre empresas em que cada uma se especializa numa parte de um sistema maior, em vez de uma única empresa explorar tudo: a produção de peixes, de algas…

"Estamos no mesmo espaço e beneficiamos das mesmas infra-estruturas", diz a bióloga, acrescentando que a Máteraqua também beneficia do marketing da Algaplus. "Ajudamos a empresa a vender o seu peixe como amigo do ambiente." Este aspecto ecológico da produção de peixe coaduna-se com as directivas da União Europeia (EU), que prevêem a necessidade do crescimento da aquacultura para alimentar a população, mas de forma sustentável.

"Portugal tem grande diversidade de espécies de algas com aplicação comercial, tem um clima ameno e um desígnio na aposta do mar", aponta a empresária como vantagens desta actividade no país. No entanto, a Algaplus é a única empresa portuguesa a produzir macroalgas.

Farinhas, legumes e sal gourmet
Finalmente, em 2013, a Algaplus começou a obter a sua matéria-prima. Hoje, já retira 300 a 400 quilos de algas desidratadas por mês, que crescem nos cerca de 200 metros quadrados de tanques usados pela empresa. Há três condições para escolher as macroalgas que vão produzir-se, diz Helena Abreu: "Têm de ser espécies que existem no local, ter crescimento rápido e um potencial valor comercial."

Tal como as plantas, as algas fazem fotossíntese. Por isso, utilizam a luz solar para produzir matéria orgânica e crescerem. Este factor pode colocar limitações na cultura. "O nível de produção de algas baixou neste Inverno de muita chuva", exemplifica a bióloga. A produção varia também consoante a espécie de alga ou o tipo de aquacultura associada. Uma produção de peixe mais intensiva vai disponibilizar mais nutrientes para as algas.

Trabalhadores da Soporcel anunciam quatro dias de greve e querem parar fábrica


 

Os trabalhadores da papeleira Soporcel vão cumprir quatro dias de greve pela primeira vez na história da empresa, contra decisões da administração relativas ao fundo de pensões, e querem parar a laboração da fábrica, disse hoje fonte sindical.

«Há uma certeza, a fábrica vai parar, as máquinas vão ser desligadas. É uma greve para parar a laboração», disse à agência Lusa António Moreira, coordenador da União de Sindicatos de Coimbra.
O sindicalista justificou o recurso à greve - cujo pré-aviso determina uma paralisação de mais de quatro dias, entre as 20:00 de terça-feira e as 24:00 de 31 de maio - por parte dos trabalhadores da unidade industrial situada em Lavos, Figueira da Foz, contra as decisões da empresa relativas ao fundo de pensões, discussão que se arrasta há quase seis meses.
Dinheiro Digital / Lusa

Presidente da EDIA defende plantação de eucaliptos nos blocos de rega de Alqueva

CARLOS DIAS 20/05/2014 - 07:56
A ocupação de parte do novo regadio alentejano com árvores de crescimento rápido é a solução proposta para atenuar a falta de matéria-prima na indústria papeleira.

 
A ideia seria envolver nesta solução os pequenos produtores que estão no regadio social DANIEL ROCHA

O presidente o conselho de administração da EDIA, José Pedro da Costa Salema, é favorável à plantação de eucaliptos em Alqueva, alegando que desta forma será possível garantir a sustentabilidade das pequenas explorações agrícolas, o chamado "regadio social".

A opção que preconiza seria acrescida de uma outra vantagem: ao concentrar em Alqueva um modelo de "produção intensiva, seriam libertados territórios onde teria lugar a recuperação do ambiente". José Pedro Salema diz "não fazer qualquer sentido distribuir o mal pelas aldeias", ou seja, disseminar pelo território nacional a plantação de eucaliptos, espécie que já cobre uma área de 812 mil hectares, superando o sobreiro, com 737 mil hectares, e do pinheiro-bravo, com 714 mil hectares.

O sector florestal "é muito dinâmico e, se utilizarmos as pequenas parcelas de terreno em Alqueva, podemos atenuar a falta de matéria-prima e reduzir a vinda de barcos carregados de madeira da América do Sul". O presidente da EDIA não receia a polémica que a sua posição possa suscitar junto das organizações ambientalistas, encarando como "natural regar eucaliptos", embora saiba que a legislação em vigor não o prevê, uma decisão que considera "um erro".

Nos relatórios de actividade da EDIA, publicados em 2012, a empresa assume a sua "participação" num grupo de trabalho, que incluiu a Autoridade Florestal Nacional, a Associação de Indústria Papeleira e a Soporcel, para estudar "a viabilidade de espécies florestais de crescimento rápido nos perímetros de rega em Portugal".

Num esclarecimento solicitado pelo PÚBLICO no início de 2013 sobre os resultados das experiências realizadas pelo grupo de trabalho, a EDIA adiantou que "não tinha conhecimento" de "quaisquer ensaios" nos blocos de rega de Alqueva. No entanto, confirmou "o interesse das indústrias do sector florestal nas áreas de regadio, no sentido de obter maiores produtividades e consequentemente uma maior capacidade produtiva em Portugal".

Comentando a possibilidade de poderem vir a ser plantados eucaliptos em Alqueva, a EDIA disse na altura "estar receptiva a todas as alternativas produtivas que promovam a competitividade das explorações dos agricultores, desde que técnica, económica e ambientalmente sustentáveis".

Subsiste, porém, uma dificuldade que até agora não foi superada: motivar os pequenos agricultores que não regam para vender ou arrendar as suas explorações ou, em alternativa, aceitar parcerias.

A área ocupada pelo regadio social em Alqueva, cerca de 20 mil hectares, é a que oferece melhores condições para receber plantações de eucaliptos, já que a grande maioria dos pequenos agricultores está relutante em aceder às culturas regadas. A taxa de adesão ao regadio é "muito baixa", reconhece o presidente da EDIA, admitindo que "está preocupado" com a situação.

Durante o 1.º semestre de 2013, foram efectuados 818 inquéritos a pequenos agricultores com explorações no regadio social que somam uma área de 8267 hectares. O resultado esteve longe de ser promissor: só 14% dos inquiridos aceitam arrendar as suas terras, 20% optam por parcerias e 57% não disponibilizam as suas explorações para as culturas regadas.

Para superar esta dificuldade, a alternativa passa agora por "fomentar a agregação de parcelas que poderão ser aproveitadas por um terceiro" proprietário ou rendeiro, refere José Pedro Salema. Neste sentido, a EDIA mantém no seu plano de actividades para 2014 a campanha de sensibilização dos pequenos proprietários de terras, para que boa parte da área afecta ao regadio social abandone o sequeiro e opte pelo regadio, nomeadamente cultura de milho. Isto, enquanto a legislação não permitir a plantação de eucaliptos nos perímetros de rega.

Verbas da PAC permitiram atenuar efeitos da crise em Portugal


As verbas canalizadas pela Política Agrícola Comum (PAC) permitiram atenuar os efeitos da crise económica no setor em Portugal, que representa 11% do emprego, segundo dados hoje divulgados pela Comissão Europeia.

"A injeção de recursos públicos nos setores agrícola e florestal teve efeitos multiplicadores importantes e desempenhou um papel importante na atenuação dos efeitos da crise económica em Portugal", segundo Bruxelas.
 
Entre 2007 e 2013, a PAC investiu "mais de 8,3 mil milhões de euros nos setores agrícola e rural em Portugal", segundo os dados de Bruxelas, e de 2014 a 2020 as verbas destinadas ao país são de cerca de 8 mil milhões.
 
As áreas prioritárias nos próximos sete anos são o emprego, sustentabilidade, modernização, inovação e qualidade, sublinhando a Comissão Europeia que, no quadro anterior, se investiu na estabilização do rendimento dos agricultores e também na modernização da produção.
 
O setor primário português representa 2,4% da economia nacional e 11% do emprego, números que estão acima da média europeia (1,7% e 5,2%, respetivamente).
 
Considera Bruxelas que a indústria agroalimentar teve uma evolução positiva, especialmente nas exportações.
 
As frutas são a principal produção agrícola em Portugal (21,3%), seguindo-se os legumes (19,1%), leite (12,8%), porcos (9,9%) e aves de capoeira (8,2%).
 
Fonte: RTP
Publicada: 13-05-2014 08:00

Nova legislação sobre a produção bio preocupa o sector agrícola

Maio 20
12:18
2014

A proposta da Comissão para suspender a derrogação que permite a incorporação de 5% de produtos não bio na alimentação dos animais bio, a partir de 1 de Janeiro de 2015, está a causar forte preocupação no sector, tendo o COPA-COGECA enviado uma carta à Comissão, em que pede um período transitório para a aplicação dessa medida.

Esta discussão pode provocar uma necessidade de importação de rações de países terceiros, devido, sobretudo, à impossibilidade de encontrar bagaços de soja e de girassol no mercado europeu, podendo os produtores ficar dependentes de regimes de traçabilidade e de controlo duvidosos.

O COPA-COGECA defende que neste período de transição seja desenvolvida investigação, no sentido de encontrar alternativas proteicas com base em insectos, batatas biológicas, glúten de milho bio ou bagaços de outras oleaginosas, como o linho.

Neste momento, o Comissário está a negociar com países terceiros as regras para a importação de produtos bio, no sentido de evitar que se importe "gato por lebre".

Em resposta, a Comissão, através do chefe da unidade bio, o português João Honofre, já informou que estão a estudar o assunto, mas que a manutenção da confiança do consumidor no produto bio será a principal premissa a ter em conta na busca de uma solução.

O papel cada vez mais importante das cooperativas na aquisição dos factores de produção

Maio 19
12:56
2014

Numa intervenção em Berlim, no Business Forum, o Presidente do COGECA, Christian Pées, realçou o papel fundamental das cooperativas europeias, para que os agricultores possam ter acesso aos factores de produção aos melhores preços.

O apoio dado aos agricultores pelas cooperativas, tem contribuindo para aumentar a competitividade do sector e responder à crescente procura de produtos alimentares, respondendo aos desafios ambientais.

As cooperativas de venda de factores de produção têm conhecido, nos últimos anos, na Europa, um forte crescimento, aproveitando as oportunidades que o mercado mundial lhes proporciona ao comprar em bloco grandes quantidades. É previsto que, nos próximos anos, estas cooperativas entrem noutros ramos de negócio.

Em Portugal, ainda existe, por vezes, alguma retracção a este sistema, mas cada vez mais os agricultores tentam comprar em grupo, com casos de grande sucesso, como, por exemplo, de um grupo de suinicultores que passou a comprar os medicamentos em grupo, fazendo os preços descer mais de 50%.

Estudo de impacto dos OGM’s

Maio 15
13:46
2014

Um estudo de impacto do cultivo dos OGM's, realizado pela consultora inglesa PG Economics, apresentou uns dados surpreendentes sobre a cultura dos OGM's.

Pode ler-se que, em 2012, a produção de OGM's contribuiu para a redução de emissão de 27 mil toneladas de CO2, devido à diminuição do combustível necessário para a cultura e à fixação de carbono nos solos, enquanto a receita dos agricultores subiu 18,8 mil milhões de euros nesse ano.

O estudo também mostra que, entre 1996 e 2012, foram necessários menos 503 mil toneladas de pesticidas e 10,4% dos terrenos ficaram resistentes aos insectos do milho.

Se não existissem OGM's, para ter as mesmas produções de 2012, teriam de ser semeados mais 4.900 hectares de soja, 6.900 hectares de milho, 3.100 hectares de algodão e 200 hectares de canola.

Devido ao avanço tecnológico, o relatório afirma que as novas evoluções genéticas são cada vez mais amigas do ambiente e aumentaram a produtividade das explorações, aumentando assim o rendimento dos agricultores.

Os grupos ambientalistas já reagiram, considerando o relatório mais uma manobra de marketing das grandes multinacionais, defendendo as sementes tradicionais e uma rotação das culturas.

A fileira vitivinícola europeia em efervescência

Maio 14
14:10
2014

A fileira vitivinícola europeia está em efervescência, com especial destaque para o que se passa em França, que foi, durante muitos anos, o maior produtor europeu e mundial.

Em causa está a reforma da Política Agrícola Comum (PAC), uma vez que em 2008, uma reforma no sector da vinha e do vinho, votada por todos os ministros, definiu 2016 como o ano para o fim dos direitos de plantação da vinha.

Depois de grandes discussões em Bruxelas durante a elaboração da nova PAC, a Comissão aceitou substituir os direitos de plantação por autorizações de plantação, podendo os países aumentar cada ano 1% da sua área de vinha.

Os produtores franceses, pela voz do Presidente do grupo de trabalho do COPA-COGECA, mostraram grande preocupação que essas autorizações sejam dadas para plantações fora das zonas com denominação de origem, o que pode levar à produção de um vinho de marca, que pode provocar uma concorrência desleal.

Devido a esta situação, existe uma grande pressão junto da Comissão para a elaboração dos actos delegados para o sector, que permitirão pôr em prática as medidas, pois os produtores pensam que a vontade da Comissão é liberalizar a plantação de vinho na União Europeia.

Alemanha: Avicultores renunciam ao compromisso de usar ração livre de OGM's


23 DE MAIO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO

A Federação alemã de associações de produtores avícolas ZDG decidiu renunciar ao seu compromisso de não usar ração que contenha grãos modificados geneticamente.

O motivo de deixar cair este compromisso, que já durava há 14 anos, foi a insuficiente disponibilidade de soja não modificada geneticamente e o seu elevado preço, que pode chegar a mais 30%. Para além disso, a situação de abastecimento é provável que se torne ainda pior, porque o Brasil, que é o principal produtor mundial de soja, prevê reduzir a sua produção de soja não modificada geneticamente.

Outro motivo que provocou a renúncia do compromisso é a dificuldade de garantir que o grão não é OGM, devido à possibilidade de polinização cruzada entre variedades OGM e convencionais.

O setor produtor de grão dos EUA, Brasil e Argentina receberam a notícia com agrado, dada a possibilidade de aumentarem as exportações.

O setor avícola alemão consome 4 Mtn de ração por ano. A soja é o principal ingrediente, chegando às 800.000 tn por ano. A Alemanha importou em 2013 quase 7 Mtn de soja e produtos derivados de soja, o que o torna no maior importador da UE.

Azeite: Preço sobe na Grécia e em Itália, desce na Espanha e na Tunísia


22 DE MAIO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO

A campanha do azeite segue uma tendência de redução de preços com origem em Espanha, chegando aos níveis mais baixos na segunda semana de Janeiro de 2014, com 1,97 euros o quilo.

Na última semana de abril os preços rondaram os 2,02€/kg, o que supõe uma diminuição de -29% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados do Conselho Oleícola Internacional (COI).

Pelo contrário, na Itália, os preços não deixam de subir desde dezembro, alcançando, em finais de abril deste ano, os valores mais altos do período, de 3,40 euros, o que representa um aumento de seis por cento frente ao período homólogo do ano anterior.

Também na Grécia, o passado mês de abril foi o período de preços mais altos, atingindo no final do mesmo 2,56€/kg, revelando uma subida de 4% em comparação ao mesmo período do ano passado, Entre dezembro e janeiro, os preços mantiveram-se nesses valores.

Na Tunísia, pelo contrário, os maiores preços registaram-se em finais de outubro, com valores de 2,53€, quando começaram a baixar, até os 2,42 em finais de abril, revelando uma diminuição de – 7%, relativamente ao mesmo período do ano transato.

Embaixador da China quer "aclarar" ligações aos negócios de madeira na Guiné-Bissau


O embaixador da China na Guiné-Bissau, Wang Hua, pretende "aclarar" o alegado envolvimento de chineses na comercialização de madeira guineense, ao mesmo tempo que condena o abate "indiscriminado" das florestas do país.

"Dizer que esse comércio de madeira está ligado só com a China, acho que é um engano", referiu à agência Lusa, a propósito dos relatos de residentes em aldeias guineenses e das queixas de instituições ambientais.

O diplomata pretende encetar contactos "rapidamente" com a comunidade chinesa na Guiné-Bissau e com as autoridades do novo governo (que deve tomar posse em Junho) para "aclarar o assunto".

"Se algum cidadão chinês faz essa destruição, tem que ser alvo de uma crítica, uma censura, porque isso vai contra a vontade da natureza guineense e contra o nosso povo", sublinhou.

A China assume "a mesma posição de protesto" que surge por todo o território contra esse corte "indiscriminado", que para Wang Hua não é "legal" nem "justo", porque implica "a destruição da mata".

O embaixador chinês em Bissau diz ter informações do Governo de transição de que há chineses envolvidos "no comércio" e não no abate.

"Se a coisa é assim, é outro problema e vamos ver se esse negócio é legal ou ilegal", referiu.

"Se é legal, sem comentários, se é ilegal, protestamos, criticamos também porque a nossa posição está bem clara: as nossas empresas e cidadãos têm que respeitar as leis e regulamentos em qualquer país africano", concluiu.

Nelson Dias, delegado da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) na Guiné-Bissau, alertou em Março, num entrevista à agência Lusa, para o aumento do "número de motosserras nas florestas e do número de contentores" oriundos do interior "que fazem fila no porto de Bissau ou passam pela fronteira".

A madeira Pau de Sangue é a mais procurada e cada contentor "pode levar 95 a 100 troncos. A população ganha mil francos por árvore cortada, quem corta ganha quatro a cinco milhões por contentor e o exportador lucra um balúrdio", resumiu Nelson Dias, para ilustrar o desequilíbrio do negócio.

Ou seja, "o Estado passa licenças em que não ganha nada" e a população, maioritariamente dependente da agricultura, "fica com os ecossistemas destruídos".

A participação de cidadãos chineses com o apoio de militares durante as operações é relatada pela população das zonas afectadas, conforme os depoimentos registados pelas organizações ambientais e da sociedade civil.

No último relatório trimestral sobre o país, as Nações Unidas pediram ajuda à comunidade internacional para estancar a destruição das florestas e das reservas naturais na Guiné-Bissau por terem atingido "níveis sem precedentes" nos últimos "dois anos".

O relatório, discutido no Conselho de Segurança da ONU, defende que a gestão transparente dos recursos naturais tem de se tornar "uma prioridade" para as novas autoridades eleitas.

Fonte:  Lusa