Produção de cereais recua para mínimo histórico

ECONOMIA
18/08/11, 13:40
OJE/Lusa
A produção de cereais vai ficar este ano abaixo das 180 mil toneladas,
atingindo "mais um mínimo histórico", devido à diminuição da área
semeada e da produtividade, originada pelas condições climatéricas,
segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"A quebra de produção dos cereais de Outono/Inverno, que deverá ficar
abaixo das 180 mil toneladas, só tem paralelo com a registada aquando
da seca de 2005", alertam as Previsões Agrícolas, divulgadas hoje pelo
INE.

Quando está praticamente concluída a colheita dos cereais praganosos
de Outono/Inverno, "as produções confirmam as fracas expectativas
previstas ao longo da campanha, com quebras face a 2010 que atingem os
25% no trigo mole, trigo duro, triticale e cevada e os 20% na aveia",
informa o boletim.
Segundo o INE, "estas reduções são consequência da diminuição das
áreas semeadas e da quebra das produtividades originada pelas
condições climatéricas extremamente adversas que se verificaram ao
longo da campanha".
"O centeio constituiu a excepção a esta tendência, prevendo-se a
manutenção da produção face ao ano anterior", acrescenta o documento.
As Previsões Agrícolas dão conta de um "ligeiro aumento" da superfície
de milho de regadio face ao ano anterior e de um aumento da
produtividade do milho de sequeiro.
"As condições favoráveis ao desenvolvimento do milho de sequeiro,
designadamente o teor de humidade do solo que se manteve elevado nas
fases mais críticas do ciclo vegetativo desta cultura, contribuíram
para um aumento de produtividade na ordem dos 10%", explica.
As previsões dos técnicos do INE apontam ainda para aumentos de
produtividade da pêra e da maçã, adiantando que "a polinização e o
vingamento dos frutos nos pomares decorreu normalmente, tendo sido
excepcional em algumas zonas da região Oeste".
Desta forma, prevê-se que a produtividade da pêra atinja as 19,4
toneladas por hectare (24% acima da média do último quinquénio) e a da
maçã as 13,7 toneladas por hectare, um acréscimo de 10% face a 2010.
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