quinta-feira, 27 de setembro de 2012

APED receia legislação "submissa às grandes multinacionais" industriais

Consumo

26 Setembro 2012 | 17:33
Isabel Aveiro - ia@negocios.pt

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João Machado, líder da CAP, afirmou que o Governo vai avançar em breve
com legislação para regulamentar as relações entre a produção
agrícola, distribuição e indústria. Em reacção, a associação de
distribuidores diz temer "submissão" do legislador aos grandes grupos
industriais.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), cuja
direcção tem actualmente o Modelo Continente (grupo Sonae) como
presidente e o Pingo Doce (grupo Jerónimo Martins, que detém também
uma parceria com a anglo-saxónica Unilever para Portugal) como
vice-presidente, "receia que o Governo faça uma legislação submissa às
grandes multinacionais do sector industrial existentes em Portugal".

A entidade reagiu a uma entrevista hoje divulgada pela estação da
rádio Antena 1, em que João Machado, presidente da Confederação dos
Agricultores de Portugal (CAP) afirmava que o Executivo irá avançar,
nos próximos dias, com regulamentação que reja as relações entre a
distribuição, a agro-pecuária e a indústria.

O tema, que há muito divide as três partes em questão (agricultura,
indústria transformadora agro-alimentar, e distribuição) foi já
assunto diversas vezes nas reuniões da PARCA – Plataforma de
Acompanhamento das Relações na Cadeia Agro-alimentar, cuja criação foi
liderada por Assunção Cristas, ministra da Agricultura. Foi aliás a
própria ministra que avançou, há vários meses, que caso as partes não
encontrassem forma de estabelecer uma forma de negociação que visasse
o equilíbrio entre todas, aqui incluindo os consumidores, o Governo
avançaria para legislação de forma unilateral.

No comunicado emitido esta quarta-feira, a APED afirma ainda ver "com
grande preocupação que a nova legislação ponha os consumidores
portugueses a pagar os preços que essa multinacionais querem impor".

Proteccionismo?

A associação – da qual a Companhia Portuguesa de Hipermercados (grupo
Auchan Portugal), a Ponto Fresco Supermercados (actualmente em
processo de recuperação de insolvência), a norte-americana Staples, o
espanhol El Corte Inglês e a francesa Fnac fazem também parte da
direcção – diz-se "favorável a uma maior protecção aos produtores
agrícolas nacionais, em especial aos de menor dimensão".

No entanto, acredita a direcção da APED, "já existe hoje uma grande
protecção aos produtores nacionais, designadamente com prazos de
pagamento mais curtos estabelecidos pela lei".

Finalmente conclui: "compreendemos que possam ser adoptadas algumas
alterações para estender essa protecção, especialmente a agrupamentos
de agricultores e cooperativas agrícolas".

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