quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Bactéria da Ásia ameaça pomares de laranjas nos EUA

A produção de cítricos na Flórida, sudeste dos Estados Unidos, segundo
maior produtor de sumo de laranja depois do Brasil, é ameaçada por uma
doença provocada por uma bactéria da Ásia, que afecta essas árvores
frutíferas e preocupa os cientistas.


Esta doença, chamada Citrus Huanglogbing ou «enverdecimento dos
cítricos», torna as frutas amargas e faz com que caiam da árvore antes
de amadurecer.

Gradualmente, o micróbio, transmitido por um pequeno insecto, o
psilídeo-asiático-dos-citros (Diaphorina citri Kuwayama; ou ACP em
inglês), priva os frutos de nutrientes.

E a doença, que afecta sobretudo as laranjas, pode permanecer latente
por cinco anos antes de manifestar-se, quando é tarde demais para
agir, explicou Greg Carlton, do Departamento de Agricultura da
Florida.

Desde o seu aparecimento em 2006, esta praga propagou-se por toda a
área de produção do Estado, o que representa 200.000 hectares. «Vemos
cada vez mais destes insectos e árvores doentes», acrescentou,
destacando que em 2012, 20% das frutas caíram prematuramente no solo.

«Esta doença realmente afecta a nossa produção de cítricos», disse o
especialista.

Antes de esta bactéria devastar os cultivos, a Florida produzia mais
de 200 milhões de caixas de cítricos por ano (cerca de 8 milhões de
toneladas), mas para esta temporada espera-se uma colheita de 133
milhões de caixas, o que representa uma redução num terço da produção,
disse.

Ao mesmo tempo, o custo para combater esse parasita mais que duplicou
nos últimos cinco anos, passando de 800 dólares por 0,4 hectare (1
acre) para 1.900 dólares por 0,4 hectare (1 acre).

«Se não encontrarmos uma cura, a bactéria vai dizimar a indústria de
cítricos na Florida e acabaremos por pagar cinco dólares por uma
laranja que, além disso, será importada», advertiu o senador democrata
do Estado, Bill Nelson, que ajudou a obter 11 milhões de dólares do
governo federal para financiar a pesquisa contra a doença.

A indústria de cítricos gera 9 mil milhões de dólares e quase 76.000
empregos na Flórida e é um dos principais motores da economia do
Estado.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=659614

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