sábado, 26 de abril de 2014

O negócio da produção de caracoletas


por João Barbosa
24 de Abril - 2014
O nome técnico é helicicultura mas na prática trata-se de produção de caracóis. O petisco veraneante de muitos portugueses pode ser um negócio interessante, em especial a caracoleta, cuja dimensão permite rendimento durante todo o ano e com um preço que compensa a sua exploração em cativeiro.

 
A poucos quilómetros de Lisboa, junto à Aldeia Galega da Merceana, situa-se a Active Garden, que se dedica inteiramente a este molusco com casca. No total, a empresa explora 7.000 metros quadrados. Porém, a área dedicada às caracoletas abrange 11 "túneis", cada um com 18 parques. Cada tem à volta de 250 metros quadrados. Ou seja, há espaço para a empresa crescer caso venha a ser necessário.

As estufas permitem uma produção contínua. Nos talhões estão plantadas couves e nabos, mas, por razões de rigidez da casca, é também ministrada alguma farinha rica em calcário.

Esta dieta tem uma razão. As caracoletas colhidas nos campos têm, por vezes, algum amargor. Por essa razão, as pessoas são levadas a crer na existência de épocas próprias para o seu consumo.

As Helix aspersa maxima são hermafroditas, pelo que é aqui que se coloca a questão da rigidez da casca. Algumas proteções partem-se e assim perdem-se novos animais. Os momentos ocorrem de Janeiro a Março e de Agosto a Setembro.

Na Active Garden, os moluscos apenas procriam uma vez. Visto ser um processo violento, as caracoletas ficam exaustas e podem até morrer. "O problema é que a reprodução é muito desgastante, dura cerca de 12 horas, em que as caracoletas estão agarradas uma à outra" – salienta a produtora.

A desova acontece dez dias depois e cada animal gera cerca de 100 ovos. Tratando-se de hermafroditas, um assume o papel do macho. Mas nem sempre assim acontece, é comum que ambos desovem, duplicando a postura.

Veja a reportagem completa na edição de abril da revista VIDA RURAL.

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