sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

BRASIL: Otimismo na agricultura

Atualizado: 04/01/2013 02:08 | Por Celso Ming, estadao.com.br

Enquanto o desempenho da indústria continua mergulhado em dúvidas, o
da agricultura vai de bom a melhor. A próxima...
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Enquanto o desempenho da indústria continua mergulhado em dúvidas, o
da agricultura vai de bom a melhor.

A próxima safra brasileira deve, de novo, ser recorde. A produção de
grãos de julho a novembro supera em 2% a do período em 2011 - aponta a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para a produção anual, a
estimativa é animadora: esperam-se 180 milhões de toneladas, 8% maior
do que a anterior (veja o Confira).

O tempo está jogando a favor. Enquanto o agricultor do Centro-Oeste
dos Estados Unidos se recupera da seca, a maior desde 1956, o do
Brasil comemora a boa perspectiva de preços das commodities agrícolas
e o clima favorável para o plantio.

A procura por crédito rural no ciclo 2012/2013 também é recorde. Entre
julho e outubro, o Ministério da Agricultura registrou R$ 45 bilhões
em financiamentos rurais - 25% acima do acumulado nos meses de 2011.
Até junho próximo, estão programados R$ 133 bilhões em repasses. Foram
R$ 106 bilhões na safra passada.

Dos R$ 115 bilhões em crédito rural previstos pelo Plano Agrícola e
Pecuário 2012/2013, 82% contam com juros favorecidos. A combinação
deste incentivo com a expectativa de grande safra puxou o investimento
em colheitadeiras, retroescavadeiras e tratores. As vendas de máquinas
agrícolas automotivas saltaram 9% no período de cinco meses
compreendido entre julho e novembro (inclusive) de 2012 ante igual
intervalo de 2011.

Nesse mesmo tempo, o faturamento do segmento de implementos agrícolas
(colheitadeiras, plantadeiras e pulverizadores) também cresceu, embora
menos: 3%. Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e
Implementos Agrícolas, calcula nesta safra avanço próximo dos 10%.
"Temos linhas de crédito a serem liberadas pelo BNDES a juros de 3,5%
ao ano e limite de 10 anos para pagamento que, por si só, asseguram
esse resultado".

O Banco do Brasil (BB), com empréstimos a juros de 5,5% ao ano,
controla mais de 60% da carteira de crédito rural brasileira cujo
índice de inadimplência é de meros 0,5%. Para esta safra, já liberou
R$ 27 bilhões - 49% do estimado até junho do ano que vem (R$ 55
bilhões).

Para o vice-presidente de Agricultura do BB, Osmar Dias, a farta
procura de crédito rural está só em parte ligada às atraentes cotações
das commodities agrícolas: "O destino dos recursos não se concentra
nos segmentos de exportação. Espalha-se pela produção inteira, o que
demonstra a boa fase de todo o setor agrícola".

Para o analista Flávio França Junior, da consultoria Safras & Mercado,
a redução dos juros básicos (Selic) desde agosto de 2011 também
ajudou. "Não só o otimismo do produtor incentiva a procura de crédito,
mas o contrário também acontece. A grande aprovação de linhas de
crédito atua decisivamente para promover sucessivas boas safras e
aumenta a movimentação desse mercado". Se todos os recursos já
programados forem aplicados, a expansão do financiamento rural terá
alcançado, em junho de 2013, nada menos que 344% de expansão em
somente 10 anos.

É uma pena que a agricultura pese menos de 5% na atividade produtiva.
Tivesse uma participação maior, o avanço do PIB em 2013 seria mais
alto.

Colaborou Gustavo Santos Ferreira.

http://estadao.br.msn.com/economia/otimismo-na-agricultura

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