domingo, 20 de março de 2016

APH reúne 175 especialistas em Faro para debater futuro da Horticultura Biológica


21 de Março 2016
A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) reuniu 175 investigadores, técnicos e empresários na Universidade do Algarve, de 17 a 19 de Março, para debater o futuro da Horticultura Biológica. Cerca de 20 empresas associaram-se como patrocinadores do IV Colóquio Nacional de Horticultura Biológica.
A área dedicada à Agricultura Biológica (AB) na Europa é de 10 milhões de hectares, sensivelmente a dimensão geográfica de Portugal. No espaço de uma década o valor das vendas cresceu 11%, atingindo 22,2 mil milhões de euros (em 2013) e a procura de alimentos biológicos continua a aumentar. Portugal é deficitário na produção de alimentos biológicos, nomeadamente hortofrutícolas frescos, existindo por isso potencial para aumentar a produção nacional em Modo de Produção Biológico (MPB).

No IV Colóquio Nacional de Horticultura Biológica diversos empresários e agricultores partilharam as suas experiências, falaram dos desafios técnicos da produção e das estratégias de marketing e vendas. Entre as empresas presentes estiveram: a Herdade do Esporão (200 hectares de vinha e 80 hectares de olival em MPB), a Biofrade (2800 toneladas/ano hortícolas em MPB), a Horticilha, (7 hectares tomate e pepino biológico), a Herdade dos Lagos (1000 hectares com vinha, olival, alfarroba, ovelhas em MPB) e o Cantinho das Aromáticas.
Os oradores deixaram um tom de otimismo sobre o aumento da procura de alimentos biológicos. «O mercado biológico cresce a ritmo elevado, estão a surgir muitas lojas bio. Estamos muito otimistas quanto ao futuro na componente da produção, porque tudo o que é importado pode ser produzido em Portugal. A oportunidade está sobretudo nos produtos transformados», afirmou Pedro Gonçalves da Mercearia Bio, empresa de Portimão, cujas vendas cresceram 35% em 2015.

Atualidades Científicas na Horticultura Biológica Portuguesa
No Colóquio foram atualizados os desenvolvimentos da investigação científica em AB, decorridos nos últimos 4 anos, tendo-se discutido novas perspetivas de fertilização, de conservação do solo, a utilização da limitação natural na proteção das culturas e dos nematodes, não só como inimigos das culturas, mas também como indicadores das cadeias tróficas do solo. Na área dos produtos, foram relevadas informações alarmantes sobre a prevalência de bactérias patogénicas resistentes a antibióticos nas hortaliças.

«Os temas antropológicos, sociológicos e históricos ligados à alimentação e à AB mereceram neste Colóquio um destaque científico sem precedentes, revelando a interiorização da perspetiva interdisciplinar, complementar aos conhecimentos agronómicos e económicos, que preside hoje à resolução dos problemas societais», afirma Domingos Almeida, presidente da APH.
Horticultura Biológica e Sociedade
Na sessão sobre Horticultura Biológica e Sociedade foram vários os exemplos de projetos nacionais e estrangeiros que usam a Horticultura como forma de intervenção social: a Horta do Saber, em Braga, capacita população desempregada através da produção de hortícolas em MPB, facultando-lhe um meio de subsistência e de valorização pessoal. No Norte da Guiné Bissau, a ONG Vida trabalha com a etnia felupe, desenvolvendo competências nas comunidades locais para produção de hortícolas, uma via para melhorar o rendimento, a dieta alimentar e a saúde dos agregados familiares.
O Colóquio encerrou com um jantar onde a Associação Portuguesa de Horticultura homenageou 6 personalidades que se destacaram nas suas contribuições académicas, técnicas ou empresariais para o desenvolvimento da Agricultura Biológica em Portugal. Foram atribuídos os seguintes títulos honoríficos:

Horticologa de Honra
Isabel Mourão, docente e investigadora da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima e membro da Direção da APH

Horticultor de Honra
Conceição Cabral, sócia-gerente da empresa Quinta do Freixo
Vítor Gomes, sócio-gerente da empresa Biofrade

Técnico Hortícola de Honra
Jorge Ferreira, sócio-gerente da empresa Agrosanus
Luís Alves, sócio-gerente da empresa Cantinho das Aromáticas
Maria Mendes Fernandes, técnica da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e sócia Nº22 da APH (1ª mulher sócia da APH)

No sábado, dia 20 de Março, decorreu uma visita técnica a 2 explorações em MPB: à Quinta da Rosa (produtora de uva e vinho bio) em Silves, e à Quinta das Seis Marias (6 hectares de morangos, couves, feijão-verde, tomate, citrinos e abacates, em estufa e ar livre).
O V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica já está agendado para Viseu, em 2019.

Distribuição desafia produtores de leite a adaptarem-se às novas tendências de consumo

18-03-2016 
 

 
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição lembrou que o consumo de produtos lácteos está em queda, desceu 6,7 por cento entre 2011 e 2014, e desafiou os produtores a adaptarem-se às novas especificidades e tendência do mercado.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) recorre aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que o consumo de leite e derivados, por habitante, caiu 6,7 por cento em Portugal entre 2011 a 2014, enquanto a produção manteve os mesmos valores, para concluir que a solução para o sector passa por se adequar às «novas especificidades do mercado e tendências do consumo nacional».

A APED salienta ainda, no mesmo comunicado, que as importações de leite caíram 33 por cento entre 2011 e 2014 e tinham um peso de 17 por cento no total do consumo em 2014.

A APED destaca que a distribuição tem privilegiado sempre a comercialização de produtos nacionais «e tem estado na primeira linha do apoio à produção nacional», remetendo para o Governo e entidades europeias a resolução das questões relacionadas com o funcionamento do mercado nacional e europeu.

O sector do leite nacional e europeu tem enfrentado sérias dificuldades devido ao fim das quotas leiteiras e aos efeitos do embargo russo sobre os produtos agrícolas europeus que dificultaram o escoamento da produção, traduzindo-se num excesso de oferta face à procura.

Fonte: Lusa

Porco alentejano vive período de vendas «muito bom» devido à procura espanhola

17-03-2016 
 

 
Os produtores de porco alentejano estão a viver um período de vendas «muito bom», devido à procura «bastante grande» de animais da raça por parte de indústrias espanholas para produção de presuntos, segundo uma associação de criadores.

«Felizmente», o porco preto de raça alentejana, criado no montado e alimentado a bolota, está «a viver um período muito bom a nível de mercado, esperemos que seja estável, para durar», disse à agência Lusa Nuno Faustino, presidente da Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA), com sede em Ourique, no distrito de Beja.

Segundo o responsável, a produção de porco alentejano, «obviamente», enfrenta «alguns problemas», sobretudo de legislação, nomeadamente em questões como as medidas agro-ambientais e as raças autóctones, mas a nível de mercado está, «de facto», a viver «um período favorável, contrariamente» ao que se passa com o porco branco do regime intensivo.

Em Espanha, está em «grande recuperação» e «a voltar para níveis anteriores à crise» o consumo de «jamón ibérico puro de bolota», presunto produzido a partir de porco alentejano e da sua raça "irmã" espanhola, o porco ibérico, que são abrangidos por uma norma de qualidade no país vizinho.

Por isso, explicou Nuno Faustino, «tem havido uma procura bastante grande» de porcos das raças alentejana e ibérica, sobretudo da parte das indústrias espanholas para produzirem «jamón ibérico puro de bolota» em Espanha.

Na altura da crise, as indústrias compraram poucos porcos e, agora, como a venda de presuntos está «a voltar em grande força», os «stocks» de animais «foram-se abaixo», disse.

Por isso, as indústrias necessitam de repor os «stocks» de porcos das duas raças para terem matéria-prima para produzirem «jamón ibérico puro de bolota», explicou, referindo que «a maior parte da produção nacional» de porcos de raça alentejana é exportada para Espanha.

«Daí que o porco alentejano esteja com uma situação de mercado muito boa, porque não existem assim também tantos animais como isso e existe bastante procura», disse, frisando que «é o mercado a funcionar» e os preços dos porcos daquela raça têm estado «muito bons».

Segundo Nuno Faustino, no mercado português, «também se nota uma procura de porco alentejano superior à registada nos últimos anos por parte das indústrias nacionais», mas estas «absorvem pouca matéria-prima», já que são médias e pequenas e têm «pouca capacidade de escoar» a produção de animais em Portugal, «que já de si é pequena».

«Tem havido crescimento» da procura por parte das indústrias portuguesas, sobretudo de duas empresas, uma de Barrancos e outra de Ourique, que «são as que têm mais expressão» e compram porcos de raça alentejana para fazerem presuntos e enchidos.

Mas, «a nível de presunto, porque o porco alentejano destina-se sobretudo à produção de presunto, o grande cliente e quem de facto marca este mercado e dita as regras deste mercado são os espanhóis, que são os grandes consumidores» de porcos de raça alentejana.

Já o mercado de carne de porco alentejano, de Denominação de Origem Protegida (DOP), «está praticamente a zero», porque «matam-se muito poucos» animais para o processo de venda de carne fresca e «o grosso da coluna dos porcos» destina-se à produção de presuntos e enchidos em Portugal e «sobretudo para o mercado espanhol» para produção de presuntos.

Fonte: Lusa

«No Verão acaba dinheiro para pagar agricultores»

18-03-2016 
 

 
«Vamos chegar ao Verão e deixará de haver dinheiro no PDR para pagar aos agricultores». A afirmação é de José Diogo Albuquerque, ex-secretário de Estado da Agricultura do ministério liderado pela ex-ministra Assunção Cristas.

A afirmação vem na sequência de declarações do actual ministro da Agricultura Capoulas Santos, feitas ao Público e onde justifica o afastamento da equipa que geria os fundos comunitários da Agricultura.

Sobre a execução do PDR, José Diogo Albuquerque, ex-SEA, diz que nos dois últimos anos se atingiu um recorde em execução, com a execução de dois programas em simultâneo, o anterior quadro, o Proder, e o novo, o PDR. O facto de haver milhares de projectos para analisar resulta da estratégia de ter as medidas abertas em contínuo, permitindo aos agricultores que quisessem, poder começar a investir. Com as medidas fechadas essa possibilidade desaparece.

José Diogo Albuquerque, funcionário da CE, releva o trabalho da Autoridade de Gestão liderada por Patrícia Cotrim que foi recentemente exonerada. Diz que a decisão é da responsabilidade e legitimidade do Ministro. «Entendo que o despedimento dos elementos da Autoridade de Gestão possa ser uma decisão de gestão política. Pode também ter outras razões, porque quer gente da geração do tempo dele, é legítimo e é uma opção que pode tomar. Mas, se a justifica por fraca gestão, tal como está escrito no artigo do jornal o Público, considero uma justificação tecnicamente incorreta».

José Diogo Albuquerque é perentório. Diz que «muito pelo contrário. Se é pela questão técnica, aquela Autoridade de Gestão deveria receber um louvor. Basta recapitular a execução». Refere que a Autoridade de Gestão fez duas coisas fundamentais. A primeira foi quando chegou, em Julho de 2014, garantiu a execução do programa anterior, o Proder. E terminou-a seis meses antes do terminus que era o fim de 2015. Diz que «foram poucos países da União Europeia (UE) que conseguiram isso, pois o PRODER tinha começado atrasado e lentamente. Conseguiu acabar o programa antecipadamente e "esfolar o gato", ou seja, acabou o programa na parte mais difícil que é quando aparecem os esqueletos dos projectos. Sublinha que num programa de fundos comunitários, o fim é o mais difícil. E isto porque quando os programas estão a acabar é preciso ir verificar o último pedido de apoio a cada exploração, no caso do PRODER eram 37 mil projectos. Além de obrigar a uma logística grande, aqui é quando aparecem as questões de licenciamento, e outras.

O antigo governante sublinha que o Proder acabou mais cedo. Tinha o ano de 2015 e acabou em Junho em vez de acabar em Dezembro, com a maior execução de fundos comunitários de sempre. Em 2014 e 2015 foram pagos 1500 milhões de euros. «E fez-se isso ao mesmo tempo que arrancámos com um programa novo, e contando com as mesmas pessoas. Esta é a diferença que há entre as decisões que tomámos na altura e a óptica do Governo socialista», refere.

«A área socialista, na altura, achava que se devia criar uma Autoridade de Gestão específica para o novo quadro, em simultâneo com a Autoridade de Gestão do Proder, i.e. duplicar estruturas. Nós considerámos que não», adianta. «Considerámos que o mesmo corpo técnico que estava a executar o Proder tinha experiência mais adequada para implementar um novo programa».

Execução recorde em 2015

A partir daqui o ex-governante assinala as incorrecções técnicas que detectou nas declarações do ministro. 2014 foi o ano zero do PDR, «embora não seja totalmente correcta a afirmação porque os primeiros programas a serem aprovados pela Comissão Europeia, foram apenas em Dezembro de 2014, dos quais, note-se, Portugal foi um dos quatro primeiros. Logo este é um ano que não conta, mas ainda assim Portugal conseguiu excepcionalmente pagar algumas medidas o que resultou numa execução de dois por cento e não de zero como é incorrectamente afirmado.

E acrescenta: «Em 2015 Portugal atingiu 14 por cento na execução do PDR. Ora 14 por cento é uma das melhores execuções da União Europeia e numa alegoria simples é o mesmo que dizer que uma bebé com 1 ano tem 75 cm de altura, algo que é óptimo. Não se pode esperar que tenha 1,80 metros! O Proder no seu início tinha menos de metade da execução do PDR. Logo, a meu ver foi uma execução brilhante. Começa com um primeiro ano de 2015 em alta, com 14 por cento, e penso que deverá já estar no top 10 da UE, acima da média da UE. Situação muito inversa do arranque do Proder que foi o último programa da UE a ser aprovado, e com uma execução muito abaixo da média. O Proder só conseguiu alcançar esta meta, a média da UE, em 2012».

Questionado sobre as razões que levaram Capoulas Santos a fazer afirmações negativas sobre a equipa que acompanhava os programas agrícolas, disse que «todos estes episódios de críticas por parte do Ministro Capoulas Santos, veem, a meu ver, desviar as atenções daquilo que será verdadeiramente preocupante em 2016: a alocação de Orçamento de Estado para assegurar a execução do PDR e pagamentos aos agricultores. É que este ano o orçamento para o PDR é menos de metade daquilo que deveria ser. Estão lá 65 milhões de euros. Nós tínhamos previsto 100 milhões de euros, o que tem sido o orçamento de referência dos programas. Ainda íamos aumentar para 140 milhões de euros para conseguir responder também ao aumento das candidaturas às medidas agro-ambientais.

A verdade é que se só estivessem 100 milhões, isso já seria preocupante, mas se só lá estão 65 milhões, isso é muito preocupante. Capoulas Santos já baixou a fasquia ao propor para 2016 um nível de apoio do programa mais baixo que os anos anteriores (propõe 600 milhões de euros enquanto 2015 foi de 700 milhões e 2014 de 800 milhões de euros). Mas mesmo para este nível mais fraco de execução os 65 milhões de euros não chegarão, seriam necessários uns 95 milhões de euros. Tenho notado por parte do sector a preocupação de chegarem ao Verão e deixar de haver pagamentos ao investimento e isso, com este Orçamento de Estado, tão aquém, parece-me uma realidade. Com um Orçamento de Estado destes, o ministro Capoulas Santos começa o ano a "correr atrás do prejuízo", terá que inevitavelmente procurar transferências de outras fontes ou programas, para evitar uma falha nos pagamentos, coisa a que os agricultores se desabituaram nos últimos anos».

Questionado sobre o tema das candidaturas disse que houve ali uma opção do Governo que foi de abrir as medidas todas em contínuo ao invés de através de concursos espaçados no tempo como tinha o Proder, funcionando a conta-gotas. Neste modelo, e aproveitando as regras comunitárias, permite-se que todas as candidaturas vão entrando e os agricultores possam fazer logo investimentos, sem ter que esperar que aquela candidatura seja previamente aprovada, sendo o financiamento público depois retractivo até à primeira despesa feita depois de entrada a candidatura. «É permitido que o agricultor avance com a candidatura, e mesmo que esta seja só aprovada passados seis meses, pode começar logo a investir à sua responsabilidade, repito, independentemente da candidatura ser aprovada daqui a 1 mês ou 1 ano. Ou seja, o agricultor pode ir avançando com o projecto, pode ir investindo por sua conta. Mas para isso, têm de estar as candidaturas abertas».

Outra vantagem de ter as candidaturas abertas, prende-se com o andamento do programa. Em Novembro último estariam no PDR cerca de 11.800 candidaturas submetidas e cerca de cinco mil analisadas. «A meu ver é uma vantagem, não um retrocesso. No caso do PRODER se se comparar Novembro de 2008, que foi o primeiro ano deste programa, comparado com Novembro de 2015 que foi praticamente o 1.º ano do PDR, no Proder estavam 2700 candidaturas submetidas, já no primeiro ano do PDR estavam 11.800. Isso mostra a adesão do PDR.

Conclui lançando um alerta: «Se este Governo para as candidaturas e deixa de receber candidaturas vai acontecer que iremos chegar a 2018, altura em que existe uma revisão feita pela Comissão Europeia, que se chama Reserva de Eficiência que vai verificar a performance da execução dos programas. E, se Portugal estiver abaixo dos objectivos é-lhes cortado seis por cento do Programa, que é à volta de 215 milhões de euros. Há um perigo em travar as candidaturas agora».

O Proder fechou com 37 mil candidaturas, mas teve 60 mil candidaturas submetidas, sendo que uma parte foram candidaturas reprovadas e outra desistidas. «O que é preciso é deixar correr o programa em vez de parar». «O PDR é como o Titanic. Se se trava agora a velocidade, pode se fazer uma travagem irreversível, o que resultará em sub-execuções e menos dinheiro para o sector e para a economia. O sector tem estado a crescer, a investir, o programa tem estado a executar e aquilo que se deve fazer é executar o mais possível. Se se travar essa execução por falta de Orçamento de Estado, e por hesitações, voltaremos aos tempos iniciais do Proder».

Questionado sobre as razões e o impacto do Ministério das Finanças ter cortado dinheiro à Agricultura, frisou: «O que se sente do sector é estupefação e incompreensão. Não se estava à que, com um ministro de peso na agricultura, aparecesse um orçamento tão fraco. Direi mesmo que é o pior dos últimos seis anos. Se a razão, foi repetir para o orçamento de 2016 o mesmo de 2015, então isso foi um erro crasso, porque o ano de 2015 foi um ano à parte, em que houve um envelope de 500 milhões de euros de dinheiros comunitários, que não tinha que ter cofinanciamento nacional). Já neste ano de 2016 teríamos de ter voltado ao mesmo valor dos anos anteriores que era, no mínimo, 100 milhões de euros. Isso era, aliás, o que estava previsto no Documento de Estratégia Orçamental.

Depois ainda seria necessário um aumento para fazer face à forte adesão as medidas Agro-ambientais. Estava previsto aumentar os 100 milhões para 140 milhões de euros. Um OE tão baixo para o PDR é pode ser um problema. Os agricultores ficam na dúvida, hesitam se devem investir ou não investir. Essas hesitações têm um impacto direto no programa e, consequentemente, na economia. Esta Autoridade de Gestão estava a conseguir manter a confiança. Os pagamentos estavam a ser feitos de uma forma regular, os processos estavam a andar, a análise das candidaturas estava a aumentar gradualmente, como é normal. A máquina estava a andar de uma forma progressiva. Estas hesitações vão levar a uma travagem deste ciclo positivo. E, claro, terá um impacto directo nas respostas em termos de exportações e no défice da balança comercial. Nunca mais se ouviu falar em autossuficiência em valor». Concluiu afirmando que o PDR é um importante motor da nossa agricultura porque os fundos comunitários estão por detrás do investimento na nossa agricultura.

Esta nova realidade é tanto mais grave quando falamos de um Governo PS que assumiu estar na altura, e haver condições, para acabar a austeridade, logo, se há dinheiro para tudo o resto, uma redução da orçamentação para a agricultura representa uma clara falta de prioridade por parte deste Governo para um sector que tanto contribuiu para a economia nacional nos últimos anos.

Fonte: OJE

Lisboa recebe Simpósio Ibérico Maturação e Pós-Colheita em novembro



 17 Março 2016, quinta-feira  

A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) e a Sociedade Espanhola de Ciências Hortícolas (SECH) promovem entre 2 e 4 de novembro de 2016 o III Simpósio Nacional, XII Espanhol e IX Ibérico de Maturação e Pós-Colheita.
simposio

«Os produtos frescos, como frutas, hortaliças, plantas aromáticas e flores e as cadeias de abastecimento a eles associadas, são sinónimo de alto valor, tanto para a nutrição e saúde como para a economia», sustenta a APH, que refere que este evento, que se realiza bienalmente, «reunirá uma vez mais à volta das temáticas atuais de pós-colheita, investigadores de referência a nível nacional e internacional, técnicos e especialistas do setor, outros interessados do setor privado e estudantes».

O simpósio será organizado em cinco áreas temáticas, contando cada uma delas com sessões plenárias, comunicações orais selecionadas e comunicações em forma de painel:
1) Biologia de sistemas e fisiologia e da maturação e pós-colheita.
2) Tecnologias de conservação e processamento mínimo.
3) Evolução da qualidade e gestão da cadeia de abastecimento.
4) Alterações funcionais e nutricionais no amadurecimento, senescência e conservação.
5) Exigências dos consumidores e indústria e sustentabilidade ambiental.


Reino Unido vai aplicar novo imposto sobre bebidas açucaradas



 17 Março 2016, quinta-feira  IndústriaIndústria alimentar

O ministro britânico das Finanças anunciou esta quarta-feira (16 de março de 2016) um novo imposto sobre as bebidas açucaradas que deverá gerar uma receita adicional de 520 milhões de libras (perto de 666 milhões de euros).
bebida
O Orçamento do Estado para 2016 do Reino Unido, entregue esta semana, pelo ministro britânico das Finanças, George Osborne, vai introduzir um novo imposto sobre as bebidas açucaradas.
Osborne estima que este novo imposto permita gerar receitas no valor de 520 milhões de libras (quase 666 milhões de euros), montante que deverá depois servir para duplicar o investimento público feito no desporto escolar.
Esta medida assinala o regresso ao tema das "fat taxes", que recaem sobre produtos nocivos à saúde, um tema em voga no Reino Unido especialmente pela vontade de combate à obesidade infantil.
George Osborne sustentou que, no Reino Unido, uma criança com cinco anos de idade come o seu peso em açúcar a cada ano.
No entanto, o ministro salvaguarda que o Governo britânico irá ainda fazer consultas sobre esta questão e lembra que a indústria desta área poderá escolher se fará, ou não, refletir este imposto no preço final.
Por outro lado, Osborne nota que este novo imposto deverá estar introduzido num prazo de dois anos, dando assim tempo aos produtores para de adaptarem e afiança que os sumos naturais de fruta vão ficar excluídos deste imposto.
Por fim, Osborne, declarando não estar disponível para nada fazer em relação ao problema da obesidade infantil, garante que a indústria deste setor poderá agir se for corretamente incentivada a melhorar os seus produtos.
Recorde-se que em Portugal, em 2014, o Governo chegou a admitir a introdução de uma taxa desta natureza – pelo menos uma parte do Executivo chegou a fazê-lo – numa altura em que os gregos estudavam uma medida análoga, por imposição da troika, mas acabou em Portugal por ser um tema com vida curta.
Fonte: Negócios

Itália quer supermercados a doarem alimentos não vendidos



 19 Março 2016, sábado  IndústriaIndústria alimentar
A lei que determina que os supermercados sejam proibidos de deitar fora os alimentos que não são vendidos deverá ser aprovada pelo parlamento italiano na próxima semana.
alimentos
Esta decisão surge na sequência de uma iniciativa semelhante que foi tomada pelo parlamento francês em fevereiro.
Contudo, explica o jornal italiano La Repubblica, há uma diferença entre as leis francesa e italiana.
A primeira prevê multas para os supermercados que desperdicem comida. A segunda não prevê multas, mas prevê incentivos, como redução de impostos, a quem optar por não desperdiçar e doar os alimentos aos mais necessitados.
«Punir quem desperdiça os alimentos não é útil. Esta lei é para encorajar as doações», disse ao jornal La Repubblica Maria Chiara Gadda, do Partido Democrático italiano.
Ainda segundo o mesmo jornal, Itália tem um grave problema de desperdício de comida cujo valor ronda os 1.200 milhões de euros.
O ministro da Agricultura italiano revelou que em 2015 foram recuperados 550 milhões de toneladas de comida desperdiçada.
«Em 2016 queremos chegar aos mil milhões«, vincou.

Moçambique: vem aí um «défice de cereais» devido à seca



 19 Março 2016, sábado  Cerealicultura

O Conselho de Ministros de Moçambique afirmou em Maputo que o país vai enfrentar um défice acentuado nos cereais, devido à seca, nas regiões sul e centro.
mocambique
Falando em conferência de imprensa após o final da sessão semanal do Conselho de Ministros, o porta-voz do órgão e vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, afirmou que o país irá produzir este ano apenas 66 mil toneladas de arroz contra necessidades de consumo de 243 mil toneladas, um défice de 85.
Em relação ao milho, o país vai alcançar uma produção de apenas 146 mil toneladas contra um consumo estimado de 472 mil toneladas, um défice de 07%, e no trigo o país vai produzir 12 mil toneladas contra 231 mil toneladas, disse Saíde.
O porta-voz do Conselho de Ministros declarou que a seca que se regista no sul e centro do país é a pior dos últimos anos, afetando 269.192 pessoas, tendo sido distribuídas 1.910 toneladas de alimentos nos primeiros 15 dias de março, prevendo-se a distribuição de 1.165 toneladas nos próximos 15 dias.
Enquanto as províncias do sul e centro do país são assoladas pela seca, o norte foi flagelado por inundações, que provocaram milhares de deslocados.
Fonte: Agrodigital

Copa-Cogeca pede que se tomem medidas perante protestos de milhares de agricultores

14-03-2016 
 

 
O Copa e a Cogeca apresentaram as medidas que consideram necessárias para resolver a crise agrícola da União Europeia e instam os ministros a tomarem as acções apropriadas na reunião desta segunda-feira.
 
O secrtário.geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, disse que «afectados por uma crise sem precedentes, mais de cinco mi agricultores manifestam-se esta segunda-feira, não apenas pela Finlândia, com 600 tractores, mas por toda a Europa, em particular, na Irlanda, Itália, França, Espanha, Escócia e em Bruxelas. Os agricultores e as cooperativas agrícolas têm pela frente sérios problemas de liquidez nas suas explorações e muitos vêm-se obrigados a deixar de produzir».
 
Pesonen refere que, efectivamente, depois de gravemente afectados pela perda do principal mercado de exportação, a Rússia. Valorizado em 5.100 milhões de euros, por motivos de política internacional, os preços das matérias-primas, em particular dos fertilizantes, dispararam e o afundamento dos preços do petróleo também incidiram para a baixa de preços das matérias-primas, mas sem afectar o valor dos fertilizantes. «A situação é totalmente inaceitável», reforça o responsável. O pacote de 500 milhões de euros liberados pela União Europeia (UE) em finais de Setembro foi insignificante para resolver a má situação dos mercados, e ainda mais grave, apenas foram pagos 25 por cento da ajuda. «A União Europeia deve tomar medidas imediatas, ou pelo contrário será impossível alimentar a crescente população no futuro», alertou Pekka Pesonen.
 
Os nossos presidentes reúnem com a presidência holandesa esta segunda-feira para insistir na adopção das reivindicações e no pacote de medidas apresentado à Comissão Europeia para que melhore esta dramática situação, insistiu Pesonen.
 
O pacote de medidas inclui a reabertura do mercado russo, o reforço das medidas de promoção e o recurso aos seguros de créditos à exportação, a luta contra as práticas desleais ao longo da cadeia alimentar, de forma que os agricultores possam conseguir melhores rendimentos pela sua produção e não devam cair sobre a injusta pressão da distribuição.
 
Adaptação das ferramentas para gerir os mercados chave das matérias-primas, como o aumento temporário de intervenção para o leite desnatado do pó (LDP) e a manteiga, tendo em conta o aumento dos custos de produção, extensão da ajuda ao armazenamento privado para os lacticínios, actualização das ferramentas de mercado para o sector das frutas e hortícolas e, me particular, revisão do preço de retirada.
 
Abertura de projectos-piloto que permitam o uso de gorduras não aptas para o consumo alimentar para a produção de biocombustíveis; redução dos custos das matérias-primas mediante a supressão das taxas de importação, em especial, dos fertilizantes, máquinas e outros factores de produção, bonificação da divida/empréstimos, ajudas de Estado e ajuste do tecto de ajudas mínimas, plena utilização das ferramentas que colocam à disposição da política de Desenvolvimento Rural da União Europeia e os regimes nacionais para ajudar os agricultores a melhorem gerirem o risco, medidas voluntárias que deem aos agricultores e cooperativas ferramentas apropriadas para organizar a sua produção dentro do sector e extensão do observatório do mercado do leite e outros sectores.
 
Fonte: Agrodigital

sábado, 19 de março de 2016

Moçambique: vem aí um «défice de cereais» devido à seca

 19 Março 2016, sábado  Cerealicultura

O Conselho de Ministros de Moçambique afirmou em Maputo que o país vai enfrentar um défice acentuado nos cereais, devido à seca, nas regiões sul e centro.
mocambique
Falando em conferência de imprensa após o final da sessão semanal do Conselho de Ministros, o porta-voz do órgão e vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, afirmou que o país irá produzir este ano apenas 66 mil toneladas de arroz contra necessidades de consumo de 243 mil toneladas, um défice de 85.
Em relação ao milho, o país vai alcançar uma produção de apenas 146 mil toneladas contra um consumo estimado de 472 mil toneladas, um défice de 07%, e no trigo o país vai produzir 12 mil toneladas contra 231 mil toneladas, disse Saíde.
O porta-voz do Conselho de Ministros declarou que a seca que se regista no sul e centro do país é a pior dos últimos anos, afetando 269.192 pessoas, tendo sido distribuídas 1.910 toneladas de alimentos nos primeiros 15 dias de março, prevendo-se a distribuição de 1.165 toneladas nos próximos 15 dias.
Enquanto as províncias do sul e centro do país são assoladas pela seca, o norte foi flagelado por inundações, que provocaram milhares de deslocados.

Fonte: Agrodigital

Jovens agricultores de Felgueiras apostam com sucesso na cultura de espargos

Março 17
14:58
2016

Jovens de Felgueiras estão a iniciar a actividade empresarial, na área agrícola, com a aposta na produção de espargos, um produto considerado de elevada rentabilidade.

Segundo Rui Pinto, vice-presidente da instituição, aquele vegetal é encarado no concelho como uma boa alternativa à produção de vinha ou kiwis, que predominam em Felgueiras.

O dirigente explicou que, actualmente, há cerca de 12 hectares de área de cultivo em várias freguesias, mas, durante este ano, previu que aquele número vai quase duplicar, o que traduz o sucesso daquela aposta.

O cultivo do legume no concelho começou em 2013, com o objectivo de completar outras culturas tradicionais em Felgueiras e chegar a novos mercados.

Face à aceitação dos consumidores, por ser um alimento muito apreciado na dieta mediterrânica, a produção de espargos foi aumentando, prevendo-se que possa crescer bastante nos próximos anos.

Segundo o dirigente, há cerca de duas dezenas de associados que entregam a sua produção na cooperativa, entidade à qual cabe a comercialização.

Os espargos são pouco calóricos e ricos em vitaminas e minerais, o que justifica a procura crescente, nomeadamente nos meios urbanos.

Para a promoção do potencial comercial do produto, a Cooperativa Agrícola de Felgueiras prepara-se para organizar provas de apanha e degustação de espargos.

Neste momento, o alimento pode ser encontrado à venda na loja de produtos tradicionais da Cooperativa Agrícola de Felgueiras.

LUSA

Capoulas Santos contrata 63 M€ de investimento direto


por Ana Rita Costa- 14 Março, 2016

O ministro da Agricultura contratou na passada semana cerca de 63 milhões de euros de investimento direto na agroindústria. O objetivo de Capoulas Santos é desbloquear as ações do Plano de Desenvolvimento Rural.

Numa nota enviada às redações, os responsáveis pela pasta da Agricultura explicam que em causa estão um total de 65 projetos integrados na medida 3.3.1. – Investimento na transformação e comercialização de produtos agrícolas. Em termos de distribuição geográfica, 21 projetos situam-se na Região Norte e representam um investimento de 19,5 milhões; 12 situam-se na Região Centro e valem 7,3 milhões de euros de investimento; 17 estão na Região do Alentejo e representam cerca de 13 milhões de investimento. A Região que concentra maior capacidade de investimento é Lisboa e Vale do Tejo, onde serão aplicados 23 milhões de euros, distribuídos por 15 projetos.

Para Capoulas Santos, "é muito relevante que a execução deste importantíssimo instrumento de apoio adquira ritmo". O objetivo da ação "é restaurar a confiança dos empresários agrícolas nas instituições e prosseguir a dinamização do setor agrícola nas suas diversas vertentes de atividade".

Herbicida perigoso retirado das ruas


19.03.2016 às 17h001
 
Substância potencialmente cancerígena pode ser utilizada em áreas agrícolas de proteção integrada.

ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

Glifosato BE apresentou proposta para proibir substância tóxica em Portugal. Ordem dos Médicos aplaude

Carla Tomás
CARLA TOMÁS

O vizinho resolveu pulverizar as silvas para abrir um caminho e quando Alice deu conta "já as couves estavam queimadas, com as folhas amarelas", conta a idosa apontando para a vegetação ao lado da casa onde vive em Alcaria, na Serra de Aire e Candeeiros. "Tive de deitá-las todas para o lixo, nem aos animais me atrevo a dá-las de comer", conta, lembrando que a filha a tem alertado para os perigos tóxicos dos herbicidas que contêm glifosato, uma substância química usada nos meios rurais para matar ervas daninhas em pomares, olivais e terrenos florestais.

Considerada potencialmente cancerígena pela Agência Internacional de Investigação para o Cancro (IARC) da Organização Mundial de Saúde, esta substância é utilizada generalizadamente no mundo. Em Portugal é usada não só por agricultores e proprietários rurais, mas também por autarquias no espaço urbano para eliminar vegetação em passeios e jardins.

Não faltam apelos para que se proíba a sua comercialização. O mais recente deu entrada esta semana, na Assembleia da República, pela mão do Bloco de Esquerda. Os bloquistas recomendam ao Governo que vote contra a renovação da licença de glifosato na União Europeia e proíba o seu uso em Portugal, seguindo o princípio da precaução. "Com esta resolução queremos trabalhar a transição para técnicas alternativas, tendo em conta que esta substância é cancerígena e é usada de forma intensiva e desregulada", sublinha o deputado Jorge Costa, lembrando que glifosato foi recentemente detetado em produtos alimentares e de higiene pessoal.

A licença que permite usá-la no espaço comunitário expira a 30 de junho e a Comissão Europeia (CE) propôs renová-la até 2031. Porém, o comité de peritos dos 28 Estados-membros ainda não chegou a um consenso que permita esse prolongamento. França, Itália, Suécia e Holanda opõem-se e está marcada nova reunião em Bruxelas para 18 e 19 de maio.

GOVERNO INDECISO
Portugal ainda não decidiu como vai votar. Questionado pelo Expresso, o Gabinete do Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, diz que "o Governo está a estudar o assunto e a avaliar a informação disponível para tomar a sua posição".

Até agora, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) tem estado alinhada com a CE, que segue o defendido pela 'Glyphosate task force' (que junta mais de 20 empresas do sector). Em resposta ao Expresso, a DGAV desvaloriza as conclusões da OMS e sustenta que "exaustiva reanálise feita pela Agência Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) indica que o alegado potencial carcinogénico não está ligado ao glifosato, mas a um coformulante (taloamina) em certos produtos fitofarmacêuticos que evidenciou um potencial genotóxico".

Também a Sapec Agro — empresa que produz um herbicida vendido em Portugal — reitera que a substância ativa em causa "não é classificada ou proposta para classificação como carcinogénica pela EFSA e que, quando corretamente utilizada, é segura".

Na proposta de resolução, o Bloco salienta que a decisão da agência europeia "baseou-se em seis estudos científicos financiados por 23 empresas agroquímicas" e foi contestada por perto de uma centena de cientistas, que escreveram uma carta conjunta ao comissário europeu da Segurança Alimentar e Saúde, Vytenis Andriukaitis. O movimento ativista Avaaz reuniu cerca de 1,4 milhões de assinaturas numa petição contra a renovação da licença do glifosato.

João Dinis, dirigente da Confederação Nacional de Agricultores (CNA) é altamente crítico quanto à decisão de Bruxelas. "A UE não tem coragem para enfrentar a Bayer e a Monsanto que têm lóbis bem organizados", afirma desafiando "o senhor da Monsanto a beber um copo de Roundup para provar que aquilo é inócuo e não tóxico como ele diz".

Também o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, chama a atenção para a "toxicidade" e "as evidências dos riscos". Aplaudindo a iniciativa do BE, o bastonário sublinha que "o glifosato devia ser suspenso não só em Portugal mas em todo o mundo tendo em conta o seu potencial cancerígeno". Num artigo publicado na revista da Ordem, José Manuel Silva refere estudos que "demonstram a associação epidemiológica do glifosato e o aumento de patologias como a doença celíaca, infertilidade, malformações congénitas ou doença renal" e que "há uma relação entre a exposição a esta substância e o linfoma não Hodgkin detetado em agricultores".

COMPRA EXIGE CARTÃO E FORMAÇÃO
Os trabalhadores e os proprietários rurais que manuseiam estas substâncias têm de ter formação para saber como o fazer e que cuidados seguir. Desde novembro de 2015 houve uma corrida a estes cursos, pois sem eles não têm acesso ao cartão que lhes permite adquirir o herbicida. Pequenos proprietários rurais como José, de 80 anos, e a mulher, de 73, fizeram uma dessas formações "para poder comprar o produto e queimar as ervas no olival e no eucaliptal" que têm no maciço calcário da Serra de Aire. Já na horta que têm no quinta da casa "nada disto entra", asseguram.

Também Arlindo Augusto, fruticultor em Porto de Mós, fez uma destas formação "e mais algumas" em 30 anos de trabalho na terra. Mas ainda "facilita", esquecendo-se da máscara quando mistura o glifosato com água antes de pulverizar as ervas daninhas que rodeiam as filas de macieiras. "Este produto já não tem a caveira e por isso não é tão perigoso como outros e já não não faz mal às abelhas", julga. Passou o dia a pulverizar as ervas do pomar: "Se não o usasse tinha de cortá-las com uma roçadora, o que dava mais trabalho e despesa".

Nos terrenos argilosos onde Arlindo coloca o herbicida, "a concentração fica à superfície mas pode escorrer para as linhas de água se chover", explica Luísa Rodrigues, especialista em geomorfologia. Mais preocupante, alerta a investigadora, é o uso de herbicidas no maciço calcário da Serra de Aire, sob a qual se aloja um dos maiores lençóis freáticos nacionais. Tudo lá vai parar, sem que se saiba em que quantidades, pois o glifosato não faz parte da lista oficial de substâncias a analisar.



Comemorações Dia Internacional das Florestas


COMUNICADO


Governo celebra Dia Internacional das Florestas na próxima segunda-feira, no concelho de Mação


No âmbito das comemorações oficiais do Dia Internacional das Florestas, o Governo vai realizar um conjunto de ações de demonstração de técnicas de recuperação de áreas de pinheiro bravo, que terão lugar no concelho de Mação. Estas ações pretendem mostrar os benefícios da recuperação florestal e a sua contribuição para a valorização do pinhal.

Como se sabe, existem no país vastas áreas em que o pinhal tem regenerado após a ocorrência de incêndios. No entanto, essas áreas carecem de tratamento silvícola adequado para maximizar o seu aproveitamento e, deste modo, proporcionar rendimento para os proprietários, aumentando em simultâneo o seu valor ambiental. Ações de demonstração e divulgação como as que se vão desenvolver neste dia são fundamentais para transferir este conhecimento para os proprietários florestais e para os sensibilizar para a necessidade destas intervenções – floresta gerida é uma floresta protegida.

Do ponto de vista económico, este setor representa mais de 78 mil postos de trabalho, repartidos por 16 mil empresas florestais que dão origem a uma fatia de 9,1% das exportações nacionais.


Para o Governo trata-se de preservar um bem que é de todos, mas, acima de tudo, garantir a sua sustentabilidade. O Executivo estabeleceu como desígnio nacional para o setor a recuperação de 150 mil hectares de floresta nacional no espaço de uma década, uma tarefa que considera difícil mas possível de concretizar, sobretudo se soubermos contar com as novas gerações, cada vez mais conscientes da importância da floresta e da sua preservação. Para o Governo, é igualmente importante a valorização deste recurso económico, que assegura milhares e milhares de postos de trabalho e que contribui de forma extraordinária para o volume nacional de exportações.


A sessão contará com a presença do Primeiro-Ministro, da Ministra da Administração Interna, do Ministro da Educação, do Ministro do Ambiente e do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. Desta forma, fica evidenciado o compromisso ao mais alto nível para uma atuação concertada e focada na promoção da gestão florestal e no desenvolvimento do setor florestal, setor já muito relevante para a economia nacional, mas com potencial para crescer sustentadamente.


Ao final da tarde, o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural preside à cerimónia de lançamento do Prémio Floresta e Sustentabilidade, uma iniciativa da Cofina, que conta com o apoio do Ministério da Agricultura.

Os programas seguem em anexo.


Em 30 de novembro de 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a resolução que declara o dia 21 de março de cada ano como Dia Internacional das Florestas. Os governos, e organizações e entidades que assim o entendam, são convidados a celebrarem este dia em eventos alusivos, com o objetivo de criar consciência na sociedade para a importância das florestas nas suas várias vertentes – social, económica e ambiental - para a sociedade e para os indivíduos. Em 1971 a FAO tinha já estabelecido o "Dia Mundial da Floresta", celebrado em Portugal desde 1974, ainda que a nível nacional já existisse tradição de festejar o "dia da árvore".


Lisboa, 18 de março de 2016


Abertura de Candidaturas apoio ao funcionamento das equipas de sapadores florestais (2016 a 2018)

Comunicado

Abrem no próximo dia 21 de março, dia em que o Governo celebra o Dia Internacional da Floresta, as candidaturas ao apoio financeiro para funcionamento das equipas de sapadores florestais, que se inserem no eixo de intervenção "Defesa da floresta contra incêndios", previsto no Regulamento do Fundo Florestal Permanente aprovado pela Portaria n.º 77/2015, de 16 de março.
O apoio a atribuir tem a duração de três anos e corresponde aos trabalhos de serviço público de gestão florestal e defesa da floresta a levar a efeito pelas equipas nos anos de 2016, 2017 e 2018, e referentes a seis meses, em cada ano, de funcionamento ao serviço do Estado, dando cumprimento ao disposto no Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio, que estabelece o regime jurídico aplicável à criação e funcionamento das equipas de sapadores florestais.
O período para apresentação de candidaturas é de 10 dias úteis, com início no dia 21 de março e fim no dia 4 de abril de 2016. Tota a informação disponível em www.icnf.pt.

16.03.2016
GABINETE DE IMPRENSA

Quercus em projeto europeu para a proteção da biodiversidade na vinha

A associação ambientalista Quercus, juntamente com a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense, vão participar num projeto europeu que prevê a proteção da biodiversidade na viticultura, foi hoje anunciado.

09:05 - 15/03/16
   
Em comunicado, a Quercus refere que a participação no projeto europeu surgiu após um convite da Global Nature Fund, fundação internacional sediada na Alemanha, e tem como objetivo fortalecer os conhecimentos e boas práticas do sector vitivinícola na proteção da biodiversidade, associada direta ou indiretamente a esta atividade.


A Quercus escolheu para parceiro em Portugal a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense, do cluster dos vinhos do Douro, que tem desenvolvido trabalho e investigação de destaque no que diz respeito à biodiversidade associada à vinha.

O objetivo da parceria entre as organizações dos diversos países prevê que os viticultores biológicos possam promover a biodiversidade ao trabalharem de uma forma próxima à da natureza, adaptando práticas vitícolas para que a biodiversidade seja protegida, enriquecida e promovida através do desenvolvimento de módulos de análise e de formação.

Segundo a Quercus, a perda de biodiversidade é, a par das alterações climáticas, um dos maiores desafios do nosso tempo, admitindo que "um enorme número de espécies está sob grande pressão e muitas delas estão ameaçadas de extinção".

De acordo com a associação ambientalista as organizações que participam no projeto têm experiencia no domínio da viticultura e biodiversidade indo partilhar experiências e métodos numa primeira fase e depois, desenvolver material informativo para apoiar os produtores na identificação de espécies características que se podem encontrar nas vinhas.

O projeto é financiado pelo Programa Erasmus+ e tem a duração de 36 meses, e irá decorrer entre 1 de setembro de 2015 e 31 de agosto de 2018. Além de Portugal participam no projeto a Alemanha, Espanha e Turquia.

CNA: Pairam todas as ameaças sobre a Pecuária Nacional – Leite e Carne.




Medidas ontem divulgadas em Bruxelas nem paliativos chegam a ser.
São até contrárias ao interesse nacional.


Ontem, 14 de Março, os Produtores de Leite ( e Carne) realizaram, em Matosinhos, uma das maiores manifestações agrícolas feitas na região norte - Matosinhos – Porto – concelhos limítrofes.  Foram cerca de 3 mil manifestantes, devidamente enquadrados por uma marcha de cerca de 300 tractores e outras máquinas agrícolas que convergiram e desfilaram na Senhora da Hora, em Matosinhos.

O objectivo principal foi o de reclamarem ao Ministro da Agricultura e a outros Órgãos de Soberania, UE incluída, medidas capazes de salvar a produção nacional de Leite  e Carne.

Saliente-se que nesse mesmo dia, e também com a situação do Leite e da Carne Suína em agenda, reunia, em Bruxelas, o Conselho Agrícola – o conjunto dos ministros da PAC - e o próprio Comissário Europeu para a Agricultura.

Duas das principais propostas e reclamações dos Agricultores e das Organizações promotoras da Manifestação – CNA – APPLC – APROLEP – FENALAC – centravam-se, uma delas, na reposição de um sistema público de controlo da Produção e do Mercado, tipo "quotas leiteiras" cujo fim (31 de Março, 2015) muito contribui para a situação de desastre em que se encontra a produção de Leite.

Outra é a regulação, por força de lei, da actividade especulativa, e até ilegal, dos Hipermercados que arrasam os Preços e a Produção Nacional de Leite e Carne  (de entre outras produções).


Ministro da Agricultura regressa de Bruxelas (14 de Março)
"Com uma mão cheia de vento e outra mão cheia de quase nada…"


E ainda a Manifestação, em Matosinhos, não tinha acabado, e já se conheciam algumas notícias da reunião do Conselho Agrícola, nomeadamente aquela das eventuais ajudas financeiras para a redução da produção nacional de Leite e de Carne Suína.

Da parte da CNA, reafirma-se que é mais um erro estratégico admitir Ajudas – pagas pelo Orçamento comunitário ou pagas pelo Orçamento nacional ( se houver Orçamento de Estado para isso…) - para reduzir a produção nacional. 




E, isto, apesar de se compreender que os Produtores Pecuários , individualmente considerados, aceitem essas Ajudas dada a situação de desespero em que se encontram - a perder muito dinheiro para produzir - pois está numa média de, apenas, 26 Cêntimos o litro de Leite à Produção, para custos de produção na ordem dos 34 Cêntimos o litro…

Aquilo que Portugal e os Produtores Pecuários mais precisam, é de Ajudas para continuarem a produzir mais e ainda melhor. Para assim defenderem a Soberania Alimentar do nosso País e para se não deitar a perder o enorme esforço, feito anos e anos a fio, em investimentos (públicos e privados) e em especialização produtiva, em especial nestes subsectores do Leite e da Carne Suína.

Sim, são necessárias outras políticas agrícolas e de mercados que permitam aumentar os Preços à Produção Nacional.

É pois nestes objectivos fundamentais que se devem concentrar, todos os dias e a todos os níveis, o Ministro da Agricultura e o Governo Português bem como outros Órgãos de Soberania.




Coimbra, 15 de Março de 2016
Pel´O Gabinete de Comunicação da CNA
(João Dinis)

quarta-feira, 16 de março de 2016

Beja debate "Valorização de Recursos Mediterrânicos"



 15 Março 2016, terça-feira  Agroflorestal

O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) recebe a 30 de março de 2016, no auditório da Escola Superior Agrária do IPBeja o seminário "Valorização de Recursos Mediterrânicos".
beja
O evento vai discutir as áreas das Plantas Aromáticas e Medicinais, Figo da Índia e Cogumelos Silvestres no Sul de Portugal.
O seminário pretende «dar a conhecer os resultados de uma estratégia de desenvolvimento dos recursos endógenos e valorização do território rural baseada no trabalho que tem vindo a ser realizado em rede entre instituições de ensino e I&DT, associações, empresas, produtores agrícolas e florestais», avançam os promotores.
E acrescentam: «estas entidades, trabalhando de modo concertado, têm vindo a promover iniciativas de investigação e desenvolvimento tecnológico ao nível da produção, transformação e comercialização de produtos inovadores e diferenciados para mercados de qualidade.
A inscrição é gratuita e obrigatória através do e-mail: tecnico@cevrm.pt

Évora debate Agricultura Biológica

 15 Março 2016, terça-feira  Agricultura BiológicaPolítica Agrícola

A 18 de março de 2016 terá lugar nos paços do concelho – sala dos Leões, em Évora, o Seminário "Agricultura Biológica. Cultivar uma PAC + verde".
biologica
O evento, que decorre entre as 18h00 e as 20h30, vai debater os seguintes temas: "Agricultura Biológica, conversão para a Agricultura Biológica" (com António Lopes, da Agrobio) e a Bolsa Nacional de Terras, Nuno Russo, coordenador nacional do projeto.
Comercialização de cereais de Agricultura Biológica e Comercialização e apoios à Agricultura Biológica no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) são outros assuntos em discussão.
A iniciativa é promovida pela Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (AGROBIO) e conta com o apoio da Câmara de Évora. 

Cortiça: um setor que ganha terreno no país


 15 Março 2016, terça-feira  Agroflorestal

A cortiça está cada vez mais na agenda dos estrangeiros que visitam Portugal.
cortica
Nos últimos tempos são vários os pedidos que chegam à Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) de agências de viagens e até mesmo de pessoas individuais e que pedem para visitar empresas e o montado de sobro.
Este facto demonstra que o reconhecimento deste produto nos mercados internacionais está a aumentar e que a cortiça já faz parte do roteiro do nosso país.
Segundo o Diário Económico, desde 2000, a Apcor tem vindo a promover visitas a Portugal convidando jornalistas, enólogos, líderes de opinião e retalhistas de todo o mundo a conhecer a fileira da cortiça.
Estas personalidades experienciam durante vários dias todos os aspetos inerentes à produção de uma rolha de cortiça ou de um produto da área dos materiais de construção e decoração.
O programa pretende ser intensivo e educacional – criando um momento de contacto de alto prestígio, gerador de conhecimento e de informação de qualidade, provocando impressões positivas -, apresentando o ciclo completo da cortiça, desde a produção à transformação.
Espera-se como resultado destas visitas a publicação de artigos de opinião em jornais e revistas, a veiculação de mensagens positivas sobre o setor da cortiça nas apresentações e conversas com outros líderes de opinião e, ainda, um maior equilíbrio no debate internacional sobre a temática da cortiça. 

terça-feira, 15 de março de 2016

Inspecção do Trabalho usa drone para detectar situações ilegais


RAQUEL MARTINS 15/03/2016 - 16:07

Utilização deste instrumento está em fase de testes e é muito criticada pelo sindicato dos inspectores.

 
A utilização deste equipamento tem como objectivo, por exemplo, auxiliar os inspectores em empresas na agricultura PAULO RICCA

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) está a testar o uso de aeronaves telecomandadas como complemento à actividade dos inspectores, sobretudo quando se trata de controlar actividades de mão-de-obra intensiva. A informação sobre a aquisição de um drone foi avançada pelos sindicatos num comunicado divulgado nesta terça-feira, em que exigem a substituição da actual direcção da ACT.

O presidente da ACT, Pedro Pimenta Braz, confirmou ao PÚBLICO a aquisição de uma aeronave telecomandada por 4800 euros, que está em fase de testes. A utilização deste equipamento, explicou, tem como objectivo auxiliar os inspectores em acções muito específicas, nomeadamente em empresas de mão-de-obra intensiva ou na agricultura.

"Imagine que temos um olival de mil hectares com 100 trabalhadores. O drone poderá ajudar os inspectores a detectar a localização dos trabalhadores, evitando que tenham de percorrer todo o terreno e que os trabalhadores entretanto desapareçam", precisou. "É um auxiliar precioso à actividade dos inspectores", realçou, afastando as críticas sobre as opções de gestão que tem tomado.

Por outro lado, Pedro Pimenta Braz adianta que o drone servirá também para a realização de vídeos técnicos sobre a prevenção de riscos, algo que tem vindo a ser desenvolvido. "Neste momento, estamos a fazer uma análise sobre o uso deste instrumento e, logo que estivermos em condições de aplicar esta metodologia, iremos contactar a Comissão Nacional de Protecção de Dados", garantiu.

Para Carla Monteiro, presidente do Sindicato dos Inspectores do Trabalho (SIT), a aquisição de um drone para complementar a actividades dos inspectores "é um contra-senso", tendo em conta a conjuntura de "contenção de custos". "Temos um plafond para combustíveis que foi diminuído em Janeiro, plafond para ajudas de custo. Não havendo dinheiro para o desenvolvimento corrente da actividade inspectiva, deviam-se gerir os recursos de outra forma", alerta.

O sindicato, que mudou de direcção recentemente, nota que a actual direcção "tem desestabilizado a casa pelas medidas de gestão que tem tomado", introduzindo perturbações no trabalho desenvolvido pelos inspectores. "Não é uma questão pessoal. Se as medidas de gestão mudarem, esta direcção pode continuar à frente da ACT por mais 10, 15 ou 20 anos", precisa.

No comunicado, o SIT e o Sindicato dos Trabalhadores para a Administração Pública (Sintap) referem ainda a intenção de se recorrer a inspectores infiltrados. Contudo, o presidente da ACT lembra que se trata de uma opinião própria sobre o recurso a este mecanismo que não foi nem poderá ser posta em prática. O objectivo, explicou, seria cumprir uma das atribuições da ACT que passa por controlar o destacamento de trabalhadores e as entrevistas profissionais.

Startup portuguesa lança plataforma de gestão para o setor pecuário dos bovinos


por Ana Rita Costa- 14 Março, 2016


A startup portuguesa Faarm lançou no passado dia 11 de março a Muu, uma plataforma de gestão colaborativa que pretende facilitar o trabalho de todos os que operam no setor da pecuária de bovinos.

De acordo com a startup, com a Muu "os produtores e as suas equipas, associações, veterinários, consultores e administração pública poderão partilhar a gestão, bem como comparar e ajustar o desempenho das explorações em que participam, em tempo real e em qualquer dispositivo, quebrando barreiras no acesso à informação, e acelerando os processos administrativos para que todos se possam focar em tomar boas decisões para o sucesso dos seus negócios."

A aplicação é gratuita para aqueles que pretendem manter os registos oficiais de pequenas explorações e tem um plano para profissionais com uma mensalidade de 19,90 euros.

APED diz que distribuição está disponível para dialogar com os produtores


por Ana Rita Costa- 15 Março, 2016

Os produtores de leite e de suínos voltaram esta segunda-feira (14 de março) a manifestar-se, pedindo a defesa da produção nacional e criticando as práticas comerciais da grande distribuição, que consideram "abusivas". A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) já reagiu às acusações e, numa nota enviada às redações, sublinha que "a atual conjuntura no sector da produção de leite e suínos em Portugal tem origem em questões relacionadas com o funcionamento do mercado nacional e europeu" e que a distribuição "não é o único player relevante na formação dos preços".

Segundo a APED, a formação dos preços "tem em conta vários vetores, desde a relação entre a oferta e a procura, à conjuntura europeia desfavorável que se tem acentuado ao longo dos últimos anos, o fortíssimo impacto do embargo russo na produção nacional – para o qual a APED desde há muito tem vindo a chamar a atenção – e o fim das quotas leiteiras".

Ainda assim, a associação que representa o setor da grande distribuição em Portugal diz que o "o setor da distribuição mantém-se como sempre disponível para dialogar com os produtores e apoiar a produção nacional."

Para além disso, demarca-se das acusações de "práticas comerciais abusivas", referindo que "o setor da distribuição cumpre a legislação em vigor quer a nível nacional, quer comunitário e em todos os domínios que têm a ver com a sua atividade. Pauta-se por um conduta de colaboração com as instituições públicas e privadas na definição e execução das boas práticas comerciais em vigor no sector."

Comissão Europeia aprova medidas excecionais de apoio aos agricultores europeus


por Ana Rita Costa- 15 Março, 2016

Os representantes da pasta da Agricultura nos vários Estados-Membros da União Europeia estiveram esta segunda-feira reunidos, em Bruxelas, num encontro durante o qual ficou decidida a ativação de um pacote de medidas excecionais de apoio aos agricultores europeus.

As medidas reconhecem a dimensão da crise vivida pelo setor e irão permitir "que os agricultores consigam resistir face à volatilidade dos mercados", segundo Phil Hogan, Comissário Europeu para a Agricultura.

"A resposta é abrangente, incluindo o máximo de propostas possíveis, dentro das limitações legais e orçamentais que se aplicam a todos nós. Eu acredito que este é um pacote de medidas que, quando tomado com a plena implementação do pacote de solidariedade de setembro [500 milhões de euros], pode ter um impacto significativo e positivo sobre os mercados agrícolas europeus e deve agora ser dada a oportunidade de ter sucesso", defendeu Hogan.

Os setores do leite, carne de suíno, frutas e vegetais são os principais visados pelas medidas de apoio agora apresentadas que pretendem responder, entre outras coisas, às preocupações que os agricultores e produtores pecuários têm apresentado nos últimos meses.

Uma dessas medidas irá criar a possibilidade, ainda que por um tempo limitado, de as organizações de produtores, organizações interprofissionais e cooperativas no sector leiteiro estabelecerem acordos voluntários sobre a sua produção e abastecimento. De acordo com a Comissão Europeia, esta "é uma medida excecional, que também deve salvaguardar o mercado interno da UE".

Para além disso, "a Comissão dará a sua plena consideração a uma aceitação temporária das ajudas aos Estados que permitirá aos Estados-Membros garantir até um máximo de 15 000 euros por agricultor por ano, não havendo limite máximo nacional aplicável."

Para o setor do leite, em particular, as medidas agora anunciadas incluem um aumento dos limites quantitativos para o leite em pó desnatado e manteiga colocada em intervenção de 109 000 toneladas e 60 000 toneladas, respetivamente, para 218 000 toneladas e 100 000 toneladas.

Já para o setor da carne de suíno, ficou decidido o estudo da introdução de um novo regime de ajudas à armazenagem privada de carne de suíno, assim como a criação de um Observatório do Mercado da Carne, à semelhança do que já foi feito com o mercado do leite.

Por outro lado, a Comissão Europeia considera que as campanhas de promoção são "um instrumento fundamental" para a entrada em novos mercados e decidiu que serão disponibilizados mais 110 milhões de euros este ano para "apoiar exclusivamente a promoção dos produtos agrícolas da UE no seio da UE e em países terceiros". Destes, 30 milhões de euros serão destinados especificamente para os setores da carne de suíno e produtos lácteos, um compromisso que, de resto, já tinha sido anunciado no ano passado.

Outra das novidades das medidas esta semana apresentadas, diz respeito aos instrumentos financeiros de apoio aos agricultores europeus. Nesse sentido, a Comissão Europeia diz que vai "priorizar o seu envolvimento com o Banco Europeu de Investimento, com vista ao desenvolvimento de instrumentos financeiros adequados para ajudar os agricultores e processadores a investir nas suas empresas e para melhorar a competitividade dessas empresas ou investir em fazer quaisquer ajustes estruturais necessários". Para além disso, está também em cima da mesa um regime de crédito à exportação, instrumento que, segundo a Comissão Europeia, poderia "complementar os regimes que os Estados-Membro estão a operar num esquema de base nacional".

Por fim, os responsáveis pela Agricultura nos 28 Estados-Membros da União Europeia acordaram que se deve ponderar "a prorrogação das medidas excecionais de Frutas e Legumes", decorrentes do embargo russo e que expiram a 30 de junho deste ano.

Ministro da Agricultura interpreta protesto «como manifestação de apoio» às suas posições em Bruxelas

14-03-2016 


 
O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse em Bruxelas que interpreta os protestos de produtores de leite e de carne em Portugal como «uma manifestação de apoio às posições» que leva à reunião de ministros da União Europeia.

À chegada ao Conselho de Agricultura, Capoulas Santos indicou que leva várias propostas, que preparou previamente com as organizações do sector, disse ter noção de que «não é uma tarefa fácil» a que terá pela frente, pois uma maioria dos Estados-membros da União Europeia (UE) defende outras soluções, mas garantiu que vai bater-se «pela defesa dos agricultores» portugueses, como sempre fez, pelo que entende os protestos em curso em Portugal como uma posição de apoio às propostas que leva a Bruxelas.

«Eu interpreto também o seu protesto como uma manifestação de apoio às posições que eu estou aqui a tomar, já que as posições que estou aqui a tomar são para os defender. E o facto de os agricultores estarem a protestar em Portugal, como estão hoje aqui a manifestar-se em Bruxelas, como se manifestaram em Helsínquia, como se manifestaram em Paris, como estão a manifestar-se noutros pontos na Europa, demonstra aos governos e à Comissão Europeia que há um problema e que esse problema tem de ser resolvido ou temos de encontrar soluções para pelo menos o suavizar», disse.

«Portanto, eu interpreto a posição dos agricultores portugueses como uma posição de apoio às minhas posições, já que estou aqui a defende-los», reforçou, quando questionado sobre uma manifestação agendada para esta segunda-feira em Portugal de produtores de leite e de carne, anunciada como «a maior alguma vez realizada pelo sector em Portugal».

Capoulas Santos apontou que as propostas que leva a Bruxelas visam dar respostas «ao imediato» mas também a pensar no futuro, afirmando que, no caso das soluções mais urgentes para «uma crise conjuntural a que é necessário dar resposta», e única possível é haver «uma redução da produção em toda a Europa, já que o problema é um problema de excesso de oferta, que está a pressionar os preços em baixa», pelo que os agricultores «devem ser compensados pela redução da produção durante um determinado período e devem ser retirados do mercado os outros excedentes».

Depois, salientou, é necessário «encontrar soluções para estabilizar a produção no futuro, e isso passa por soluções politicas, como a normalização das relações com a Rússia, a abertura de novos mercados, na América Latina, na ásia, de forma a que excedentes europeus possam ser canalizados para fora da europa», defendeu.

«Eu sei que não é uma tarefa fácil aquela que nos espera hoje aqui. Infelizmente, uma maioria de Estados-membros continua a pensar que o mercado resolve todos os problemas e que aqueles que não conseguem competir neste mercado ferozmente competitivo devem ser pura e simplesmente lançados para o lixo. Não me conformo com essa posição. Sempre me bati e vou continuar a bater-me pela defesa dos nossos agricultores e pela defesa de uma ideia de uma política agrícola europeia», disse.

O ministro lamentou que muitos países considerem que a solução passa por «dar autorização aos governos para utilizarem dinheiros nacionais para apoiarem os seus agricultores», já que «isso é fácil para quem tem excedentes orçamentais», mas «é uma tarefa impossível» para quem, como Portugal, «vive ainda momentos de grande constrangimento».

Segundo Capoulas Santos, a solução tem de ser encontrada entre as três partes que integram a fileira, ou seja, a produção (agricultores), a indústria (que transforma os produtos) e a distribuição, com conjunto com o Governo e a União Europeia.

«No que me diz respeito, eu vou bater-me aqui hoje por encontrar soluções europeias, estou a preparar soluções nacionais, e espero também que, quando voltar a Portugal e voltar a reunir-me com o sector, que a indústria e a grande distribuição também apresentem as suas propostas para ajudarem a resolver este problema, que é de todos. Eu estou a fazer aquilo que me compete», concluiu.

Na agenda de trabalho do encontro desta segunda-feira dos ministros da Agricultura da União Europeia constam os temas que mais preocupam os produtores portugueses, nomeadamente, as crises europeias nos sectores do leite e da suinicultura.

Fonte: Lusa

Capoulas Santos lamenta adiamento de decisão sobre financiamento para reduzir produção de leite

 15-03-2016 
 


 
O ministro da Agricultura saudou o acordo, entre os 28 da União Europeia, sobre o princípio da necessidade de reduzir a produção de leite, mas lamentou que a decisão sobre a fonte de financiamento tenha ficado adiada.

Em conferência de imprensa, em Bruxelas, Luís Capoulas Santos referiu que os ministros europeus admitiram a necessidade de reduzir a produção, porque o mercado só se reequilibra «se houver uma redução do excesso de oferta enquanto novos mercados não forem abertos, ou enquanto mercados tradicionais, como é o caso do mercado russo não for reaberto».

«Foi dada a possibilidade aos estados-membros de poderem adoptar medidas nacionais para alcançarem este objectivo», explicou o ministro, acrescentando a possibilidade de apoios poderem ser financiados pelo orçamento comunitário.

Porém, a decisão sobre o financiamento foi «remetida para um momento posterior, uma vez que houve divisão dos Estados-membros sobre qual a fonte de financiamento a recorrer», disse. «Tenho muita pena que essa decisão não tenha sido tomada desde já», referiu.

O governante explicou que a Comissão Europeia vai verificar qual a margem orçamental e «no limite e, se necessário» poderá haver recurso à reserva de crise.

Foi também colocada a possibilidade de os países poderem recorrer ao Banco Europeu de Investimento (BEI) para «financiar a componente nacional dos seus Programas de Desenvolvimento Rural (PDR)», faltando, todavia, esclarecer contornos técnicos e jurídicos.

A confirmar-se a possibilidade, Capoulas Santos explicou que, assim, poderão ficar disponíveis meios do Orçamento Nacional alocados actualmente ao PDR.

«Foi também dada a possibilidade aos Estados-membros de aumentarem as ajudas de Estado para valores mais elevados», ao ser aumentada de 15 mil para 30 mil euros a denominada regra de minimis e oferecida a opção de outros 15 mil de caráter excepcional apenas para um ano.

Na lista das aprovações está também a duplicação dos apoios nas intervenções de leite em pó e manteiga: 109 mil toneladas e 100 mil toneladas, respectivamente.

Capoulas Santos informou ter ficado aberta a possibilidade, de durante 2016, ser lançada uma nova ajuda para a armazenagem privada à carne de porco.

Com estas decisões, o governante espera alavancar medidas nacionais, como uma linha de crédito até 20 milhões de euros ao setor da suinicultura.

«Há um conjunto de regras que nos ajudarão, mas que estão muito aquém do que achamos que seria desejável e o que considero mais importante é a garantia do financiamento comunitário para apoios que, nesta fase, os agricultores precisam e merecem», resumiu.

Fonte: Lusa

domingo, 13 de março de 2016

Tróia recebe em outubro Conferência Internacional sobre Leguminosas



 10 Março 2016, quinta-feira  Hortofruticultura & Floricultura

A II Conferência Internacional da Sociedade das Leguminosas, organizada pela Sociedade Internacional das Leguminosas e o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade Nova de Lisboa, terá lugar de 11 a 14 de outubro de 2016, em Tróia.
leguminosa
O evento irá dar especial atenção à promoção da interação de investigadores e programas de investigação com diferentes partes interessadas, incluindo os agricultores e associações de agricultores, as empresas produtoras de sementes e indústria de rações, agroIndústria e consumidores.
De acordo com a organização, a iniciativa tem como objetivo alertar para a necessidade cada vez mais premente de apostar numa «agricultura mais sustentável, na promoção da segurança alimentar e dietas mais saudáveis ​​optando pela cultura das leguminosas, cada vez mais em crescimento».
Um crescimento, salientam os promotores, que «é impulsionado pela crescente necessidade de proteína vegetal e de boas práticas agrícolas mais ambientalmente sustentáveis».
Recorde-se que a Assembleia Geral da ONU declarou 2016 o Ano Internacional das Leguminosas sob o lema "Sementes nutritivas para um futuro sustentável".
A intenção visa criar consciência dos seus benefícios, promover a sua produção e comércio e fomentar novos usos em toda a cadeia alimentar.

Rede europeia para divulgar inovação


Mar 09, 2016Destaque Home, Notícias0Like

Teve lugar no início de Março, em Bruxelas (Bélgica), a reunião de arranque da rede temática Eufruit, que reúne 21 parceiros de 12 países: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália, Lituânia, Reino Unido, Roménia, Suíça. Este projecto, financiado no âmbito do programa europeu Horizonte 2020, visa «facilitar o acesso a conhecimento e disseminar a investigação existente e o potencial de inovação, para benefício do sector de frutícolas frescos e dos consumidores».

O consórcio Eufruit vai focar a sua actividade em quatro áreas «cruciais para a competitividade e o potencial de inovação do sector frutícola europeu»: desenvolvimento de novas cultivares; minimizar resíduos nos frutos e no ambiente; optimizar o armazenamento e a qualidade da fruta; valorizar sistemas de produção sustentável. Assim, a Eufruit vai «actuar como uma plataforma de conhecimento, ao mesmo tempo que fornece oportunidades únicas de networking para investigadores, académicos, operadores frutícolas e decisores».

Com um orçamento total de 1,8 milhões de euros, a rede vai estabelecer nos próximos três anos «uma abordagem sistemática para recolha e disseminação de conhecimento». Além de um conjunto de entidades ligadas à investigação, do consórcio também fazem parte a Associação das Regiões Produtoras de Hortofrutícolas (Areflh) e a Associação Europeia de Frutas e Legumes (Freshfel).

Valorfito entrega os prémios de 2015


Mar 13, 2016Notícias0Like

No ano em que celebra uma década de existência, o Valorfito, sistema responsável pela retoma de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos em Portugal, atribuiu no dia 11 de Março, numa cerimónia em Cascais, os Prémios Valorfito 2015. O principal objectivo destes prémios é o reconhecimento público pela colaboração dos pontos de retoma na actividade do Valorfito.

Nos prémios regionais, foram galardoadas as seguintes empresas:

– Messinagro (Prémio Quantidade / Algarve e Ilhas)

– Marreiros (Prémio Crescimento / Algarve e Ilhas)

– Protejagro (Prémio Quantidade / Alentejo)

– Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches (Prémio Crescimento / Alentejo)

– Borrego Leonor e Irmão (Prémio Quantidade / Ribatejo)

– Orivárzea (Prémio Crescimento / Ribatejo)

– Neovale (Prémio Quantidade / Oeste)

– Cooperativa Agrícola de Peniche (Prémio Crescimento / Oeste)

– Mário Teixeira da Silva (Prémio Quantidade / Interior Norte)

– Zona Agro (Prémio Crescimento / Interior Norte)

– Casa Agrícola J. Oliveira & Domingues (Prémio Quantidade / Litoral Norte)

– Cooperativa Agrícola do Bebedouro (Prémio Crescimento / Litoral Norte)

O Prémio Nacional Cooperativa foi atribuído à Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches.

Foi ainda entregue o Prémio Nacional Missão Impossível, uma nova categoria, de «carácter extraordinário, cujos critérios e particularidades serão adaptados aos objectivos especificamente estabelecidos, em cada edição». O vencedor foi a Zona Agro.

Contando com cerca de 80 pontos de retoma nomeados, esta foi a quarta edição dos Prémios Valorfito. Por cada vencedor é doada uma quantia específica a uma instituição de solidariedade social seleccionada pelo mesmo. Assim, desde 2012 o Valorfito já atribuiu um total de 57 prémios e de 17.000 euros a instituições de solidariedade. O Valorfito também criou a Bolsa de Estudo Valorfito Armando Murta, tendo já patrocinado dez bolsas de estudo, no valor de 25.000 euros.

Ao entrar nos dez anos de actividade, o Valorfito já recolheu em Portugal 2.336 toneladas de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos e atingiu um total de 840 pontos de retoma. «Conseguimos ter um resultado que nos orgulha», afirmou António Lopes Dias, presidente do Valorfito, na cerimónia, referindo ainda que «isto é resultado de uma mudança de atitude» dos agricultores. Foram dez anos «centrados na dinâmica e na inovação» e o resultado é «um grande êxito», que não teria sido possível «sem o apoio, trabalho e colaboração dos pontos de retoma e dos agricultores».

No evento foram ainda divulgados os resultados de um questionário efectuado aos pontos de retoma no fim de 2015. As respostas indicam que a maioria considera positiva a Extranet Valorfito, o apoio do Valorfito e os levantamentos (neste ponto haverá melhorias a fazer). Quanto ao destino das embalagens não entregues, as respostas indicam que 44% são entregues noutro estabelecimento, 31% são queimadas, 23% são deitadas no lixo e 2% são enterradas. Os inquiridos também consideram que o Valorfito deve ser responsável por outros resíduos da agricultura, nomeadamente embalagens de adubos, correctivos e outros.

O Valorfito indica que os seus desafios futuros «passam por duplicar a taxa de retoma nacional para 60%, até 2017, e integrar na sua actividade a retoma das embalagens vazias de sementes e biocidas, alargamento para o qual aguarda licenciamento por parte da Agência Portuguesa do Ambiente».

Guia de Campo: Doença dos anéis vermelhos “Dothistroma Needle Blight - DNB”Guia de Campo

Municípios do Douro Superior celebram Amendoeiras em Flor



 11 Março 2016, sexta-feira  Hortofruticultura & FloriculturaAgroflorestal

Os municípios do Douro Superior (Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Moncorvo) e um da Guarda (Foz Côa) articulam as festividades das "Amendoeiras em Flor", em parceria com a Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS).
amendoeira
Neste contexto, a AMDS, em colaboração com os municípios preparou um cartaz festivo para as "Amendoeiras em Flor" em que as autarquias promovem os seus eventos em conjunto.
Música, gastronomia, desporto, e diversos certames de produtos tradicionais são os ingredientes para todo o mês março nos concelhos do Douro Superior.

Fundão promove estudo de viabilidade do Regadio Gardunha Sul



 12 Março 2016, sábado  AgroflorestalAgricultura

O município do Fundão está a promover um estudo de viabilidade do Regadio Gardunha Sul, nas freguesias compreendidas no perímetro Alpedrinha, Castelo Novo, Orca, União de Freguesias de Póvoa de Atalaia e Atalaia do Campo, Soalheira e União de Freguesias de Vale de Prazeres e Mata da Rainha.
gardunha
O regadio da Gardunha Sul pretende aumentar a capacidade hídrica da zona sul da Gardunha, disponibilizando água ou aumentando o seu caudal de fornecimento em terrenos com aptidão agrícola. 
«Conhecer o interesse e necessidade dos agricultores» é o que o município se propõe com a realização deste estudo de viabilidade para «melhor adaptar o projeto às conveniências dos proprietários/arrendatários», sustenta a autarquia em comunicado.
Os objetivos específicos deste processo visam «gerir de forma eficiente os recursos hídricos; adotar práticas agrícolas de maior escala; aumentar o valor e a produtividade da produção agrícola na zona sul da Gardunha; rentabilizar terras com potencial agrícola». 
Para manifestar interesse e "cadastrar" os terrenos todos os interessados devem deslocar-se à sua Junta de Freguesia ou à Divisão de Ordenamento, Planeamento e Qualidade de Vida da Câmara Municipal do Fundão.
Mais informações e esclarecimentos através dos contactos 275 779 060 e 961 946 676, ou através do e-mail: planeamento@cm-fundao.pt.