29 de Abril, 2011
Um projecto agrícola, pioneiro a nível mundial, está a ser
desenvolvido por cerca de 500 agricultores portugueses, numa área de
27 mil hectares, com o objectivo de reduzir a emissão de dióxido de
carbono para a atmosfera.
Esta iniciativa, que é desenvolvida através de pastagens permanentes
ricas em várias espécies leguminosas, é hoje apresentada ao ministro
da Agricultura, António Serrano, numa das explorações agrícolas
aderentes, situada em Portalegre.
A partir das 10:00 e ao longo da manhã, segundo o Ministério da
Agricultura, decorrerá uma visita guiada a pastagens no âmbito do
projecto, para observação do seu desenvolvimento em diferentes solos e
modos de produção, com várias misturas de sementes, fertilizações e
maneio.
Este projecto, denominado «Terraprima - Fundo Português de Carbono»,
tem como objectivo contribuir para o cumprimento nacional do Protocolo
de Quioto.
Em declarações à Lusa, o responsável do projecto, Tiago Domingos,
explicou que este sistema de pastagens «é mais produtivo» e, por
consequência, permite uma «alimentação melhor» para os animais.
«O projecto constitui um exemplo pioneiro a nível mundial do
contributo da agricultura para o combate às alterações climáticas»,
acrescentou.
Lançada em 2009, a iniciativa das Pastagens Permanentes Semeadas
Biodiversas Ricas em Leguminosas (PPSBRL) está a ser aplicada em 27
mil hectares nas regiões do Alentejo, Ribatejo e Beira Interior.
A empresa Terraprima, que tem como missão «incentivar» a adesão dos
agricultores, pretende conseguir o sequestro de mais de 900 mil
toneladas de dióxido de carbono.
De acordo com Tiago Domingos, os agricultores aderentes ou que venham
a aderir à iniciativa têm ao seu dispor apoio técnico permanente e
recebem um pagamento pelo sequestro de carbono até 2012, na ordem de
150 euros por hectare.
«No fundo o agricultor tira duas vantagens deste investimento. Recebe
o pagamento do carbono, mas também passa a ter uma alimentação melhor
para os seus animais», sublinhou.
As PPSBRL são um sistema que utiliza misturas de sementes até 20
espécies ou variedades diferentes, constituindo a primeira aplicação
em larga escala, a nível mundial, do conceito de engenharia da
biodiversidade.
As leguminosas presentes nestas pastagens têm capacidade de ir buscar
azoto à atmosfera, constituindo assim uma fábrica natural de adubo
azotado, evitando o uso de adubos sintéticos.
Lusa/
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=17912
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