segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vinhos das Beiras geram 150 milhões

Vitivinicultura: Sector agrícola em expansão na região centro
Aconselham os especialistas que o leitão assado deve ser degustado na
companhia de um tinto ou espumante da Bairrada; que o cabrito
grelhado/assado de Viseu deve ser consumido com um vinho do Dão e que
o sortido de enchidos da raia tem outro sabor se regado com um vinho
da Beira Interior. Três regiões de produção de vinho, a mesma boa
qualidade – seja ele tinto, branco, rosé ou espumante. A produção de
vinho nas Beiras é em muitos casos a única fonte de rendimento de
milhares de famílias. Em 2010 gerou mais de 150 milhões de euros em
mais--valias económicas.

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Por:Luís Oliveira

Os vinhos das Beiras foram agora divididos em categorias e passaram a
chamar-se Beira Atlântico (Bairrada), Dão (Viseu) e Terras da Beira
(Guarda e Castelo Branco). As comissões são autónomas, mas estão
unidas na promoção e comercialização, sobretudo no mercado
internacional. Em 2010 a região produziu 931 082 hectolitros, sendo
que 22% é para exportar. Para este ano as perspectivas são
semelhantes, apesar dos prejuízos em algumas vinhas devido a factores
climatéricos.
A produção de vinho das Beiras está em expansão devido ao investimento
de empresários de outras áreas que viram na vitivinicultura "uma boa
oportunidade de negócio". É, de certa forma, o caso de Pedro
Figueiredo, de 42 anos, gestor, que lidera o projecto familiar da
Quinta da Falorca, Viseu, um vinho várias vezes premiado. "A minha
família sempre esteve ligada à viticultura", diz o empresário, que nos
13 hectares de vinha produz 50 mil garrafas de vinho. No entanto, nos
próximos anos vai reestruturar a área de produção com o objectivo de
duplicar a produção de vinho.
BAGA É CASTA DA MODA NA BAIRRADA
Os vinhos da Bairrada são produzidos em concelhos dos distritos de
Coimbra e Aveiro e considerados de boa qualidade, seja tinto, branco,
rosado ou espumante. Nos últimos anos os produtores têm apostado na
casta denominada de baga que, segundo especialistas, é "muito
taninosa" e tem características "positivas para a saúde" – quando
bebida com moderação.
O produtor Manuel Ferreira da Silva, residente em Ventosa do Bairro,
Mealhada, é um fervoroso adepto da baga. "O vinho da baga tem um sabor
uniforme e muito específico. Esta casta só se dá na nossa região e é
uma potencialidade a explorar", adianta o empresário que, no ano
passado, produziu 20 mil litros de vinho tinto, branco e espumante.
Desde 2001 que se tem assistido a excelentes vindimas em quantidade e
qualidade na Bairrada, excepção em 2006 onde os resultados foram
medianos. A qualidade dos vinhos também tem subido muito, sobretudo
devido à evolução das práticas e tratamentos das vinhas.
DISCURSO DIRECTO
"O DÃO VAI EXPANDIR A PRODUÇÃO": Arlindo Cunha, pres. Comissão
Vitivinícola do Dão
CM – Que importância tem a produção do vinho do Dão?
– É fundamental para muitas famílias e importante para a economia
local. Trata-se talvez do sector mais importante da agricultura da
região Centro.
– Os produtores adaptaram--se bem ao actual mercado?
– Sim, com muito esforço. O Dão é uma fileira que tem que ser
aprofundada, alargada e valorizada de forma a ocupar no contexto
interno a predominância de outros tempos.
– Quais são as principais potencialidades do Dão?
– É um vinho corpulento apreciado em todo o Mundo. Não se lhe fica
indiferente e acompanha bem a carne ou o peixe.
– A produção vai aumentar ou diminuir?
– Há sinais de que vai aumentar. Há novos investidores e os actuais
vão expandir a produção.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/vinhos-das-beiras-geram-150-milhoes

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