sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

MADEIRA: Duplicar Produto Agrícola

Governo Regional quer passar das receitas de 100 milhões de euros para
os 200 milhões em 2020
A Região quer duplicar, até 2020, o valor do Produto Agrícola da
Região. O desígnio é assumido pelo secretário regional do Ambiente e
dos Recursos Naturais. Manuel António Correia quer passar dos 100
milhões de euros actuais para os 200 milhões de euros.
O secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, em
declarações ao JM, garante estarem criadas as condições para continuar
o crescimento de produção agrícola que a Região vem tendo na última
década, podendo os madeirenses apostar agora num novo desígnio:
duplicar, até 2020, o valor do Produto Agrícola da Região, passando
dos actuais 100 para os 200 milhões de euros.
Manuel António Correia releva o exponencial crescimento do Produto
Agrícola (estatisticamente demonstrado) registado na última década,
«que hoje ultrapassa claramente os 100 milhões de euros».
Papel decisivo de jovens agricultores

A propósito, o governante considera que, «nesse trajecto, terá um
papel decisivo a continuação da entrada de jovens agricultores, o
crescimento em área e em produção dos actuais agricultores, o
incremento da produção intensiva em locais adequados, nomeadamente em
estufa, o aumento do conteúdo técnico da produção e a introdução de
novas produções, ainda importadas».
Manuel António Correia sublinha igualmente que é fundamental
«disponibilizar ao sector o máximo de terras possíveis, para o que o
Governo Regional prepara as necessárias medidas legislativas,
obviamente respeitando a propriedade privada, mas criando condições
para a rentabilização económica e social das propriedades hoje
improdutivas».
Aproveitar as ajudas da União Europeia
Por outro lado, assume, «continuarão a ser aproveitadas todas as
ajudas da União Europeia ao investimento e ao rendimento dos
Agricultores», assim como tudo será feito «para a sua perpetuação após
2013».
O secretário regional do Ambiente acrescenta ainda que, «a título de
balanço do actual Quadro Comunitário, enquanto no Quadro 2000/2006
foram aprovados 707 projectos correspondentes a apoios de 124,3
milhões de euros, no Quadro actual, ainda longe da sua conclusão, já
foram aprovados 2.228 projectos, correspondentes à concessão de 139,5
milhões euros de apoio público». «Isto é, democratizou-se e
generalizou-se o acesso aos apoios que hoje são maiores e abrangem
mais agricultores», complementa.
Marca Madeira diferenciará produtos regionais
Manuel António Correia anuncia ainda importantes medidas ao nível da
comercialização de produtos agrícolas. O secretário regional do
Ambiente, neste sentido, refere que será dada continuidade à aposta
«na diferenciação dos produtos regionais, com especial destaque para a
utilização do selo "Marca Madeira"». Aliás, o governante diz mesmo que
a Região pretende ver a sua aplicação «alargada, cada vez mais, a
novos produtos».
«Com esta estratégia, o Governo Regional pretende aumentar a produção
agro-alimentar, devidamente orientada para a procura e, ao mesmo
tempo, diminuir a nossa dependência do exterior neste domínio, o que é
de uma importância vital para o sector e para a economia regional»,
releva.
Segundo Manuel António Correia, «o trabalho dos seus agentes e as
políticas públicas que têm vindo a ser executadas e as que estão a ser
desenhadas, deixam o Sector Primário preparado para aumentar a
importância do seu papel económico e social na sociedade Madeirense
nos próximos tempos».
Assim, acrescentou: «Não como sucedia antes da Autonomia, em que à
muita agricultura correspondia miséria e escravidão, mas sim num
modelo de crescimento assente na dignificação da qualidade de vida e
no aumento dos rendimentos dos activos, que se querem orgulhosos pelos
serviços prestados à sociedade e reconhecidos por esta».
Esperança e confiança pró-activa
Manuel António Correia diz que é num contexto de dificuldades, mas com
esperança e confiança pró-activa, que será preciso enfrentar e ganhar
o futuro, também na área do Ambiente e dos Recursos Naturais.
«Não vamos caminhar de cócoras como alguns procuram fazer crer, nem
acreditamos em antídotos milagrosos, como outros parecem ter
encontrado. O que se precisa, de facto, são soluções, práticas e
concretas», disse.
Manuel António Correia sublinha ainda que «vários especialistas, de
diferentes quadrantes, apontam o aumento da produção, acompanhado pelo
correspondente consumo de produtos locais, como uma das armas mais
eficazes de combater o actual momento económico».
«Não só pretendemos aumentar a produção, como insistimos num
crescimento da produção sustentado e sustentável nos diferentes
sectores de actividade económica da Região, explorando e maximizando,
nomeadamente, as simbioses entre áreas como a Agricultura, o Ambiente
e o Turismo, mas também com o comércio e com a Indústria», adianta.
Agricultura desempenha papel fundamental
Para o governante, «nesta estratégia, como facilmente se percebe, a
Agricultura desempenha um papel fundamental, gerando rendimentos para
os agricultores e, ao mesmo tempo, abastecendo os mercados, quer com
produtos agrícolas, quer com produtos transformados, ou derivados, o
que tem contribuído também para uma redução significativa das
importações». «Por outras palavras, ela é, cada vez mais, uma fonte
geradora de riqueza e uma almofada económica e social imprescindível e
cada vez mais importante perante as dificuldades de hoje»,
complementou. Manuel António Correia, a concluir, preconiza: «É essa
Agricultura, imbuída numa lógica empresarial, mas também social, que
pretendemos continuar a defender e a fomentar, dando continuidade a
uma política de apoios concretos no terreno, não só em termos
técnicos, mas também financeiros, com recurso primacial a fundos da
União Europeia, os quais tudo faremos para serem integralmente
executados, os que já nos foram destinados, e reforçados no futuro».
Miguel Angelo
http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=17&id=204216&sdata=2011-12-30

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