terça-feira, 27 de março de 2012

Efeito Nestum com mel: inovação está mais cara, mas ainda compensa

Indústria
26 Março 2012 | 17:58
Isabel Aveiro - ia@negocios.pt
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Nestlé facturou 84 milhões com novos produtos lançados nos últimos três anos.
"Alguém, hoje, imagina que o Mokambo esteve para deixar de ser
produzido, assim como o Nestum – ou mesmo que a Nespresso não se
conseguiu vender na década de 90?". António Reffóios,
administrador-delegado da Nestlé Portugal – dona das três marcas – fez
hoje a pergunta durante a conferência de imprensa para explicar que,
embora em moldes diferentes, a inovação continua hoje ser fundamental
à companhia alimentar.
Em 2011, uma fatia de 14% do volume de negócios consolidado pela
Nestlé Portugal foi proveniente de produtos lançados nos últimos três
anos. Foram assim 84 milhões de euros obtidos através da inovação, o
que, note-se, ultrapassa o peso das exportações no total (12,8%, ou 80
milhões de euros em 2011). De acordo com os dados hoje divulgados, em
2010 a inovação (produtos lançados pela companhia nos três anos
anteriores) tinha representado outros 14,3% das vendas consolidadas
dos 601,3 milhões de euros então obtidos pela companhia.

O exemplo da marca de papas Nestum, cuja fim da produção chegou a ser
equacionado pela Nestlé antes de ser introduzido o sabor mel, em 1971
- até hoje a variedade de Nestum mais vendida no País e líder de
vendas do segmento, foi sublinhado pelo administrador-delegado da
Nestlé. O grupo pretende aliás interromper este sucesso de mais de 40
anos com o lançamento o Nestum Bolacha Maria, criado em 2011.
O responsável recordou que o "Nestum é uma invenção portuguesa",
criada em 1958 por um quadro português da Nestlé no País, nomeadamente
na fábrica da companhia em Avanca. Unidade industrial esta, aliás,
fundada por outro português, médico e mais tarde premiado Nobel, Egas
Moniz.
Mas foi também mencionado por António Reffóios porque hoje, reconhece,
não há tanta capacidade das empresas em esperar pela demonstração de
rentabilidade dos produtos, como a Nestlé fez com o Nespresso, que
aliás a tornou numa "empresa de cafés", já que a maior parte do seu
volume de negócios já vem deste área, apesar da companhia só ter os
circuitos fechados de cápsulas – Nespresso e Dolce Gusto – nos últimos
15 dos seus 150 anos de existência.
Dentro da "tentação" que qualifica de "muito grande" de os "novos
conceitos serem suportados por marcas já existentes", António Reffóios
explicou ainda que "agora o 'streching' das marcas tem um limite":
"uns correm bem e outros correm muito mal".
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