segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Crise leva Nobre a acabar com 30% dos seus produtos

Empresa de Rio Maior acabou com alimentos que vendiam pouco e alargou
oferta da gama de um euro. Com sucesso

Nobre ah«justa oferta à procura
D.R.
05/01/2014 | 17:07 | Dinheiro Vivo

Se com a crise os portugueses não compram certos produtos, alguns mais
caros, então não vale a pena tê-los à venda. Parece lógico, mas a
Nobre assume que foi um risco acabar com 30% dos produtos do seu
portfólio. "As marcas têm de se adaptar ou antecipar os movimentos dos
consumidores e do mercado", defende Rui Silva, CEO da Nobre.

Assim, mantendo o foco dos produtos na tradição, através do fiambre da
perna extra ou das salsichas tipo Frankfurt, a Nobre descontinuou
produtos que não tinham saída. E apostou em produtos com preços mais
em conta, alargando a gama de um euro, lançada em 2011. "Inicialmente,
havia dúvidas da parte do cliente [super e hipermercados], porque já
existiam as gamas de marca própria que cobriam a necessidade de preço
baixo", explica Rui Silva. Mas foi um sucesso enorme.

De tal modo que "é hoje uma percentagem muito relevante das nossas
vendas", diz, escusando-se a quantificar. "Arriscámos e ganhámos",
frisa o CEO da empresa, destacando que a estratégia surge na sequência
da experiência adquirida quando esteve na Pepsico na Irlanda. Aí,
conta, "a crise foi mais intensa, com o PIB a cair 15 pontos, enquanto
cá caiu 4 pontos."

Apesar disto, por cá, em casa onde há pouco dinheiro, as salsichas são
uma opção mais comum. A Nobre vende cerca de 70 milhões de latas de
salsichas por ano, o que dá sete latas por português.

No top 5 dos produtos mais vendidos, vem o fiambre da perna extra, com
a receita do senhor Cândido (funcionário mais antigo da companhia), os
fiambres de aves em forno de lenha, os enchidos e, por fim, as
refeições prontas.

Em 2012, a Nobre faturou 105 milhões de euros, menos um milhão face ao
ano anterior. Para este ano, a empresa de Rio Maior, com 650
trabalhadores espera cair, mas ficar acima dos cem milhões de euros.

Muito também graças à exportação. Detida pela Campofrio Food Group
(maior empresa de carne processada da Europa), exportava dez milhões
de euros em 2010. Hoje é o dobro. Os países islâmicos estão na mira da
Nobre, para atenuar perdas locais. Mas a empresa vende para 30 países,
entre eles os PALOP, onde Angola tem um grande peso nas vendas totais.

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO309631.html?page=0

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