segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Incêndios: ministro não se compromete a revelar restante relatório

Miguel Macedo sublinha que «ponderação tem de ser muito bem feita»

Por: tvi24 / CP | 2014-01-03 15:56

O ministro da Administração Interna disse que ainda quer «reler» a
segunda parte do relatório sobre os incêndios florestais de 2013, não
se comprometendo com a sua divulgação pública, como aconteceu com o
restante documento.

«Já li, mas ainda quero reler. E como as consequências dessa segunda
parte podem ter uma natureza completamente diferente daquele que foi
publicado, essa ponderação tem de ser muito bem feita», disse Miguel
Macedo, à margem de uma visita oficial a Arcos de Valdevez.

Na primeira parte do relatório encomendado pelo MAI, a equipa do
investigador Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia de
Coimbra, sublinha, entre outros aspetos, que os bombeiros devem ter
formação «em especial em situações extremas».

Essa parte do documento foi tornado público pelo Governo a 23 de
dezembro e acentua que mais formação permitirá aos bombeiros
«assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento
dos procedimentos de segurança no combate ao fogo».

Sobre o restante documento, Miguel Macedo diz que «deve haver sensatez
e ponderação», além de «calma» na sua análise, escusando-se a
especificar a «natureza» dessas conclusões, que envolvem incêndios em
que morreram onze pessoas, oito das quais bombeiros, em 2013.

Relatório culpa «formação de bombeiros» por mortes em incêndios

«Tem uma sensibilidade, até do domínio pessoal, diferente também.
Portanto, julgo que tem de ser tratado de uma forma também diferente
da primeira parte do relatório», admitiu o ministro, sem se
comprometer com a divulgação pública do documento.

Sobre as restantes «conclusões e recomendações» do relatório elaborado
pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, já conhecidas,
Miguel Macedo garante que serão retiradas «consequências».

Desde logo na preparação do próximo dispositivo de combate, mas também
no «ajustamento legislativo» ou em termos de formação dos bombeiros.

«Os Grandes Incêndios Florestais e os Acidentes Mortais Ocorridos em
2013 - Parte 1» identifica ainda a necessidade de sensibilidade dos
cidadãos para evitar situações de risco, «nomeadamente trabalhos
agrícolas, florestais ou outros e, muito em especial, o uso do fogo,
em dias de risco elevado, a fim de se reduzir o número de ignições».

Refere também que é necessário agir «no sentido de envolver mais a
população na vigilância, proteção e autodefesa, dotando as pessoas com
formação e recursos adequados a este fim», assim como melhorar o uso
«da previsão meteorológica à escala local» e do «planeamento da
estratégia geral de combate, incorporando elementos sobre a previsão
do comportamento do fogo».

A análise feita recomenda igualmente que é preciso melhorar «a
integração e articulação de todas as entidades envolvidas no sistema
nacional de defesa da floresta contra os incêndios, quer no âmbito
nacional, quer no local, promovendo ações e medidas de interligação
entre os recursos locais e os provenientes de outras áreas, para
melhorar a eficácia das ações».

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/miguel-macedo-bombeiros-incendios-tvi24/1524550-4071.html

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