sábado, 6 de setembro de 2014

Produtores de frutas e hortícolas recebem 500 mil euros da UE para compensar embargo russo


 
A União Europeia vai pagar cerca de 500 mil euros a empresas portuguesas de frutas e hortícolas para as compensar pelo embargo da Rússia aos seus produtos, um valor que poderá vir a subir, disse hoje a ministra da Agricultura.

Para minimizar o impacto do embargo russo, a Comissão Europeia aprovou um pacote financeiro de 125 milhões de euros para compensar os produtores hortícolas europeus afetados pelo embargo de um ano decretado pela Rússia.
À saída do Conselho de Ministros da Agricultura, em Bruxelas, realizado para avaliar o impacto do embargo russo no setor agrícola europeu, Assunção Cristas disse que, na primeira fase de candidaturas a apoios financeiros, as empresas portuguesas do setor de frutas e hortícolas pediram apoios, no total, de cerca de 500 mil euros.
"No primeiro impacto, são as frutas e hortícolas [as mais impactadas pelo embargo] e foram essas que se candidataram a essa ajuda, com candidaturas de cerca de meio milhão de euros", disse a ministra da Agricultura aos jornalistas, acrescentando que o valor deverá ser aprovado e que será completamente financiado pelo orçamento comunitário.
A governante disse ainda que, se for necessário, mais fases de candidaturas se seguirão.
Nestes casos, a Comissão Europeia compra aos produtores os produtos que deveriam ir para o mercado russo, retirando-os do mercado. Em Portugal, esses produtos são depois distribuídos às famílias carenciadas através do Banco Alimentar.
Também hoje, a ministra disse que o embargo da Rússia a produtos europeus poderá ter um impacto direto de até 15 milhões de euros em Portugal: "Dos 50 milhões de exportações [anuais] que temos para a Rússia, apenas 15 milhões de euros é que têm impactos, uma vez que há vários setores, como vinho e azeite, que não estão abrangidos".
Assunção Cristas lembrou, no entanto, que o impacto pode vir a ser maior, tendo em conta os efeitos indiretos, que dependem também do tempo que o embargo demorar.
Mesmo empresas portuguesas que não exportam diretamente para a Rússia, podem ver os mercados em que estão saturados com produtos de produtores que exportavam para a Rússia e que agora tentam vendê-los ali, o que terá consequências negativas no negócio.
O setor da carne de porco, disse Assunção Cristas, será um dos que poderá vir a sofrer com a saturação do mercado europeu.
"A discussão hoje entre ministros foi sobre como aproveitar os mecanismos existentes e sinalizar [à Comissão Europeia] que é preciso ter muita atenção a todos os setores, para que se vierem a ter um impacto negativo virem a ser apoiados", afirmou.
Para a ministra, minimizar o impacto desse embargo passa também por os produtores procurarem novos mercados, assim como pelos consumidores preferirem produtos portugueses.
Sobre leite e laticínios, a ministra disse que as empresas que se considerem afetadas podem recorrer às ajudas da União Europeia para a armazenagem privada, que já existem.
O embargo da Rússia a produtos europeus é a represália de Moscovo pelas sanções da União Europeia pelas violações russas da soberania da Ucrânia.
Dinheiro Digital com Lusa

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