domingo, 25 de outubro de 2015

Produtores e cooperativas contra aumento da quota de importação de azeite da Tunísia

19-10-2015 
  
O Copa-Cogeca enviou uma carta à Comissão contra o plano de aumento significativo do contingente de importação livre de impostos do azeite da Tunísia para a União Europeia, insistindo que os efeitos sobre o mercado comunitário serão desastrosos e ameaçam o crescimento e o emprego nos Estados-membros do Sul.

O secretário-geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, declarou que «é totalmente inaceitável que a Comissão proponha que se dê à Tunísia um acesso adicional ao mercado da União Europeia (UE) com uma quota livre de impostos de 35 mil toneladas por ano, durante um período de dois anos, quando o mercado da UE está saturado e os preços de 2014 situam-se em 43 por cento abaixo dos de 2005».

Apesar da ligeira recuperação dos preços em 2015, o sector não conseguiu consolidar-se e os preços ao produtor caíram novamente desde que a Comissão anunciou a abertura ao azeite proveniente da Tunísia, livre de impostos, para um total de 91.700 toneladas, o qual equivale à produção de um país, como Portugal.

A organização considera tudo isto um «absurdo», sobretudo tendo em conta que a proposta inclui todos os tipos de qualidade de azeite, minando assim os esforços por parte dos produtores europeus para melhorar a qualidade da sua própria produção. Nem se justifica esta decisão quando ainda consiste em muito trabalho por parte da União Europeia para entrar, por exemplo, no mercado dos Estados Unidos de vido à burocracia e barreiras alfandegárias ao comércio.

Por outro lado, os Estados-membros do Sul dependem muito da produção de azeite como única fonte de rendimentos, pelo que esta proposta constitui uma grande ameaça para o crescimento e o emprego nestas regiões. O Copa-Cogeca manifesta-se ainda contra a proposta da Comissão em eliminar a gestão mensal das licenças de importação.

O actual sistema não impediu os operadores da Tunísia de realizarem as suas taxas quando queriam. Sem a gestão mensal das licenças de exportação, não é possível evitar os altos níveis de importação durante um curto período de tempo, o que irá resultar no colapso dos preços europeus durante o resto da campanha de comercialização. Este sistema melhora também a transparência de mercado na UE ao permitir que os operadores ajustem as suas estratégias económicas, afirmou Pesonen.

Em resumo, o responsável declarou que «a integração regional para o comércio dentro dos países Euromed é muito importante se queremos contribuir para a estabilidade económica e política desta região. Contudo, tendo em conta a importância do azeite para as economias como as dos Estados-membros do Sul».

Fonte: Agrodigital

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