domingo, 25 de outubro de 2015

Vacas à solta invadem estradas, propriedades e aldeia no Alentejo

22/10/2015, 16:49

Dezenas de vacas invadem com frequência vias públicas, terrenos e até uma aldeia no concelho de Crato, no Alto Alentejo, alertou hoje o presidente da junta de freguesia, que exige uma solução para o problema.

Dezenas de vacas, à solta, invadem com frequência vias públicas, terrenos e até uma aldeia no concelho de Crato, no Alto Alentejo, alertou hoje o presidente da junta de freguesia, que exige uma solução para o problema.

"Os animais invadem estradas e caminhos municipais, pondo em causa a segurança de quem circula nas vias", relatou à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Monte da Pedra, Marco Mendonça, explicando que os bovinos pertencem a uma exploração agrícola da zona, que tem as cercas danificadas.

Segundo o autarca, têm sido registadas "várias ocorrências", como "embates entre automobilistas e animais", que já foram reportadas a instâncias responsáveis, mas até hoje "a solução ainda não foi encontrada".

Assegurando que o dono dos bovinos está identificado pela população e pelas autoridades competentes [GNR, veterinária municipal do Crato e Direção-Geral de Alimentação e Veterinária], Marco Mendonça observou que os animais já entraram, por diversas vezes na aldeia de Monte da Pedra, situação que tem alterado o dia-a-dia dos moradores.

"As pessoas têm medo de andar nas ruas a pé, as suas caminhadas tiveram de ser alteradas, pessoas que gostam de fazer passeios de bicicleta já não os fazem. É um perigo constante", alertou.

Marco Mendonça lamentou que o diálogo com o proprietário dos animais continue a ser "difícil", no sentido de reparar as cercas das suas herdades.

"A GNR faz um trabalho imenso. Diariamente são chamados ao local, passam mais tempo a guardar e a bater as vacas das estradas e caminhos do que propriamente outro tipo de ocorrências", disse.

Dizendo que as vacas não têm controlo sanitário "há bastante tempo", o autarca confessou que a situação que o faz "mais temer" é a passagem de autocarros escolares pelas estradas, onde frequentemente os animais se encontram, havendo já registos de "travagens bruscas" para evitar acidentes.

Nas redondezas, os agricultores também estão desesperados, porque as vacas invadem os seus terrenos, há "vários anos", destroem as suas culturas e misturam-se com outros animais que cumprem as normas sanitárias.

João Mendes, de 82 anos, relatou à Lusa que as vacas destruíram o seu olival e considerou que o caso até parece uma "telenovela", uma vez que ainda não foram tomadas medidas para evitar este tipo de situações.

Recordando que já recebeu "duas visitas" dos bovinos na sua propriedade, outro agricultor da terra, Rui Luís, relatou que todos os dias tem de "correr" [observar) as suas cercas para ver se está tudo dentro da normalidade, considerando-se, com ironia, "vaqueiro" (guardador de gado bovino) do proprietário das vacas.

Rui Luís considerou que o dono das vacas está a dar um "mau exemplo", opinião partilhada por João Olho Azul, fornecedor de forragens, que se desloca frequentemente de Burgos (Espanha) até Monte da Pedra, para quem esta situação "não pode acontecer".

A Lusa contactou o proprietário dos bovinos, mas as várias tentativas efetuadas revelaram-se infrutíferas, ao passo que a veterinária municipal do Crato remeteu para os próximos dias esclarecimentos sobre a situação.

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