terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A água é um bem precioso que a Associação de Beneficiários do Roxo vai gerir com mais eficiência



28.01.2016 às 12h360
 
António Parreira, presidente da Associação de Beneficiários do Roxo, tem em mãos um projeto que obedece aos mais elevados padrões tecnológicos e trará modernização para a região

MARCOS BORGA

No quarto de 20 casos portugueses que estão a beneficiar dos fundos comunitários do programa 2020, perceba como a modernização do Perímetro de Rega do Roxo, junto ao Alqueva, pode fazer a diferença. Siga nas próximas semanas o projeto do Expresso e do BCP Capital

MIGUEL ÂNGELO PINTO

O Alqueva pode ser o empreendimento hidrográfico mais conhecido do país, mas ali perto já antes se faziam contas à necessidade de uma gestão e aproveitamento eficaz dos recursos disponíveis. Em 1968 nascia o Aproveitamento Hidrográfico do Roxo, que permitiu o estabelecimento de uma área de regadio com 5041 hectares para ver vídeo), que seria aumentada para os 8400 hectares com a ligação, então sim, ao sistema do Alqueva.

Servindo os concelhos de Aljustrel, Ferreira do Alentejo e Santiago do Cacém, esta área regista cerca de 422 proprietários e 791 prédios. Para assegurar uma melhor gestão deste sistema, foi criada a Associação de Beneficiários do Roxo, que lidera o processo de modernização do Perímetro de Rega do Roxo, um projeto que obedece ao mais elevados padrões tecnológicos, que conduzirão a uma das mais elevadas eficiências na distribuição de água para a agricultura.

€50 milhões 
Valor dos projetos candidatados a financiamento pela associação ao programa PDR 2020
De acordo com António Parreira, presidente da Associação de Beneficiários do Roxo, "os investimentos que conduzem a esta situação têm vindo a ser efetuados no âmbito dos anteriores quadros comunitários, continuando no atual, onde um total de 50 milhões de euros já foram candidatados para financiamento", frisando que o foco está na recuperação e modernização do Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo: "No sentido de aumentarmos a eficiência na distribuição da água e no consumo desta pelos agricultores, permitindo explorações mais sustentáveis e competitivas".



Em termos de produções agrícolas, o perímetro do Roxo passou de um núcleo de culturas tradicionais de regadio (como o milho, o tomate e o arroz), para um novo leque onde predomina o olival e o amendoal, assim como novas culturas de exploração intensiva, como a romã, figo, papoila, brócolos e abóboras. Esta diversificação visa o aumento da rentabilidade do setor agrícola de regadio, tendo-se fomentado a criação, e participação, na empresa Campos do Roxo, que se dedica à organização do setor produtivo.

Está previsto para a região, entre outras obras, a construção da mini-hídrica da Barragem do Roxo e a central fotovoltaica de apoio à estação elevatória de Montes Velhos
Está previsto para a região, entre outras obras, a construção da mini-hídrica da Barragem do Roxo e a central fotovoltaica de apoio à estação elevatória de Montes Velhos
MARCOS BORGA
Este esforço de inovação e modernização levou a que fosse apresentado um conjunto de intervenções, candidatas a financiamento do programa PDR2020. A modernização do Canal Condutor Geral do Roxo (obra orçada em 3,2 milhões de euros), dos blocos de rega da Barrada, Monte Novo e Vale do Zebro (41 milhões de euros, faseada em duas partes, com uma primeira etapa com um valor de candidatura de 27 milhões de euros) e o Sistema Integrado de Gestão da Distribuição de Água de Rega (230 mil euros), constituem assim o eixo fundamental dos financiamentos candidatados.

António Parreira lembra que, paralelamente aos projetos apresentados ao programa PDR 2020, têm "em carteira um conjunto de obras que visam essencialmente reduzir os custos energéticos na atividade de distribuição de água, procurando a diversificação de receitas". Insere-se aqui a construção da mini-hídrica da Barragem do Roxo, a central fotovoltaica de apoio à estação elevatória de Montes Velhos, o Parque Natureza do Roxo e a criação de um serviço de apoio ao regante. Tudo para promover um aumento da eficiência da utilização da água de rega.

Até 26 de fevereiro, o Expresso e o BCP Capital vão contar histórias de 20 empresas que já ganharam os fundos do Portugal 2020 e têm projetos para inovar e internacionalizar. E cinco guias práticos, às sextas, caso deseje candidatar-se aos fundos.



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