sábado, 6 de fevereiro de 2016

«Afinal o que se passa com o PDR2020?», questiona a ANEFA



 05 Fevereiro 2016, sexta-feira  Agroflorestal
pdr2020
A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) considera que, «quem esteve atento aos meios de comunicação social, nas passadas semanas, não pode deixar de ficar alarmado com o que se passa com o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020)».
Em comunicado a associação refere que «há medidas cuja legislação ainda não foi sequer promulgada, e contudo os atuais governantes são perentórios em afirmar que 95% da verba destinada ao investimento se encontra esgotada».
«Depois de se festejar o sucesso do PRODER e de se garantir que haveria uma fase de transição que evitaria pela primeira vez a existência de hiatos na passagem entre quadros comunitários somos surpreendidos com as notícias de que 95% da verba destinada aos investimentos se encontra comprometida. A confirmar-se tal situação só nos resta perguntar para onde foi o dinheiro destinado ao investimento? Achar-se-á que o setor agrícola e florestal já não necessita de mais incentivo ao investimento? Terá sido o dinheiro todo encaminhado para as medidas agroambientais? Será que alguém acredita que com essas medidas vamos promover o desenvolvimento dos sectores ou não houve coragem para colocar um limite ao montante destinado a essas medidas?», questiona a ANEFA.
A direção da ANEFA acrescenta que «o desenvolvimento faz-se a partir do investimento, da inovação que cria empregos e gera riqueza, não a partir de pagamentos compensatórios. Durante os próximos quatro anos o que irá acontecer às empresas agrícolas e florestais nacionais que irão deixar de ter acesso aos fundos de apoio ao investimento? Estará o nosso país preparado para assumir o encerramento de centenas de empresas e a destruição dos postos de trabalho respetivos associados ao sector agroflorestal? Julgar-se-á que somos autossustentáveis e que está na hora de exportarmos as empresas?».
Como se isso não bastasse, adianta a associação, «existem rumores de que a floresta portuguesa sofrerá fortes alterações, falando-se mesmo na proibição de plantação de eucalipto e no apoio direto a culturas destinadas a produção de biomassa, desde que a mesma seja cortada até aos cinco anos de idade. Preocupa-nos desde logo que se proíba a plantação da principal espécie nacional quando a industria que possuímos não é auto-suficiente, mas preocupa-nos mais que se apoie a cultura de biomassa quando existe excesso da mesma espalhada pelo nosso país, em montes, sem destino e não havendo dinheiro para apoiar o investimento ainda se deem ajudas diretas a culturas que não só não fazem falta para já, como ainda irão certamente ocupar solos agrícolas que poderiam ser aproveitados para outras culturas. Afinal há ou não há dinheiro para apoiar o setor agroflorestal?», conclui o comunicado. 

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