quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Ambientalistas avisam: seca está a fazer disparar recurso a energia não-renovável



27 nov, 2017 - 14:36 • André Rodrigues

Associação Zero quer o país a procurar formas mais limpas de energia e lembra que o que ficou dos incêndios deste Verão pode ser alternativa.

A associação ambientalista Zero alerta que a baixa disponibilidade de água nas grandes barragens está a fazer disparar o recurso a fontes de energia não renováveis para produção de electricidade.

De acordo com os dados da associação ambientalista, entre Janeiro e Setembro deste ano, a geração de energia a partir do carvão e do gás natural produziu 24 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que representa mais 31% do que em igual período do ano passado.

Em declarações à Renascença, a dirigente da Zero Carla Graça diz que, no mesmo período, "a produção de electricidade com origem hídrica diminuiu 58% e a produção com recurso a carvão aumentou 61%, com emissões de gases com efeito de estufa muito superiores do que aquilo que estaria previsto que Portugal emitisse".

O país precisa, por isso, "de se adaptar já" a cenários de secas prolongadas e extremas "que serão cada vez mais recorrentes e cada vez mais dramáticas nas próximas décadas".

O caminho, diz Carla Graça, passa por "mais energia renovável, mas não necessariamente hídrica: eólica, fotovoltaica, microgeração e biomassa".

No pior ano da década em número de incêndios e de área ardida, Carla Graça aponta dá especial destaque à produção de energia com recurso a biomassa como "uma forma rentável e inteligente de utilizar os resíduos que se acumulam nos territórios florestais - sobretudo no interior do país - e que, face à seca extrema, são responsáveis por incêndios de dimensões dramáticas".

A dirigente da Zero lembra, contudo, que "não se deve cair na perversidade de plantar para depois cortar e ter fonte de energia".

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