domingo, 3 de dezembro de 2017

Outono deste ano foi o mais seco desde 1971

Valor médio da temperatura do ar durante o mês de Novembro é o mais alto desde que há registos.
PÚBLICO e LUSA 1 de Dezembro de 2017, 13:48 Partilhar notícia


O Outono deste ano foi o mais seco desde 1971 e o segundo mais seco desde que estas medições começaram a ser feitas, há 86 anos. Segundo os registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o valor médio da temperatura do ar durante o mês de Novembro foi o mais alto desde 1931.

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"O Outono de 2017 (Setembro, Outubro, Novembro) em Portugal continental foi quente e extremamente seco", lê-se na nota do IPMA, que sublinha a forte diminuição da chuva este ano: "O défice de precipitação agravou-se nos últimos meses, sendo Novembro o 8.º mês consecutivo com valores de precipitação inferiores ao normal."

Esses oito meses, entre Abril e Novembro deste ano, foram os mais secos desde que há registos, com cerca de 30% do valor normal de precipitação. "A actual situação de seca, no final de Novembro, em comparação com situações anteriores, é a que apresenta maior percentagem de território nas classes de seca severa e extrema (97% do território)", diz o IPMA.

Ainda assim, no final de Novembro "verificou-se um aumento da percentagem de água no solo, em particular nas regiões do litoral Norte e Centro", com valores acima dos 40% — mas em alguns locais do interior Norte e Centro, e também no Sul, "os valores de água no solo são ainda inferiores a 20%". No final de Novembro, 3% do território de Portugal continental estava em seca moderada; 46% em seca severa; e 51% em seca extrema.

Também em relação a Novembro, a temperatura média em Portugal continental foi "cerca de 0,5% superior ao normal", com uma maior variação na amplitude — a máxima foi a quinta mais alta desde 1931 e a mínima foi a quinta mais baixa dos últimos 17 anos.

Câmaras combatem desperdício
Entretanto, a agência Lusa reuniu as medidas anunciadas publicamente e respostas enviadas por câmaras municipais, abrangendo um total de 103 dos 278 municípios do continente português. De entre as dezenas de autarquias que responderam às questões colocadas, poucas são as que não iniciaram medidas especiais de contenção e de combate ao desperdício de água.

As medidas comuns à generalidade destes municípios são a diminuição da frequência das regas em jardins e canteiros, o encerramento de fontanários, repuxos e espelhos de água ornamentais que não funcionam em circuito fechado, a redução das lavagens de arruamentos e a racionalização do uso de água nos equipamentos municipais.

Estas eram medidas propostas num relatório de 30 de Outubro do grupo de trabalho de apoio à Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, criada pelo Governo.

Além destas medidas gerais, quase todos os municípios iniciaram campanhas de sensibilização para que as populações estejam mais atentas a rupturas e poupem água — nomeadamente com banhos mais curtos e evitando usar águas da rede em regas ou lavagem de carros.

A maioria das autarquias recorreu também a origens alternativas de águas, como poços e furos, para a agricultura e pecuária. Algumas autarquias instalaram ainda sistemas de telemetria inteligente para detectar fugas de água e reduzir as perdas e redutores de caudal.

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