sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Xavier Viegas volta a defender que demora do socorro matou em Pedrógão


07.12.2017 18:08

Investigador da Universidade de Coimbra defendeu em seminário que país não está preparado.

Em Pedrógão Grande, houve pessoas que morreram devido ao atraso dos meios de socorro. Foi o que voltou a defender o investigador Xavier Viegas, coordenador do relatório sobre os incêndios de Junho encomendado pelo Governo. 

No seminário "As lições de Pedrógão Grande", em Coimbra, Viegas afirmou que existiu "demora no socorro e no tratamento médico". "Creio que algumas vítimas que acabaram por falecer talvez sobrevivessem" caso os meios tivessem chegado mais cedo, sustentou. 

O professor catedrático não compreende "que existam autarquias que não respeitam a lei e não fazem o seu trabalho". "Um plano pode ter o valor que tem, mas pelo menos representa que alguém se dedicou a pensar no problema e a colocar algumas linhas para ver como esse problema se pode minimizar ou resolver", explica. 

Quanto às condições climáticas verificadas durante os incêndios de 15 de Junho e 17 de Outubro, Domingos Xavier Viegas acredita que se podem repetir com frequência. "Neste momento, o nosso país ainda não está preparado. Se hoje ou amanhã tivermos as mesmas circunstâncias que tivemos em Junho e Outubro, que foram circunstâncias excepcionais, tenho receio de que continuemos a ter muitas casas não devidamente salvaguardadas, muitas aldeias não devidamente preparadas e muitas comunidades que não estão ainda defendidas para eventos destes", clarificou. 

Hoje, o Ministério da Administração Interna (MAI) enviou para o Parlamento o relatório de Xavier Viegas, acompanhado pela deliberação da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), sobre as regras de divulgação do capítulo seis. 

Esta parte tem os pormenores das mortes das 64 vítimas de Pedrógão Grande. O documento que está no Parlamento é a segunda versão, em que Viegas substituiu o nome das vítimas por números e letras.

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