segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Leiria vai ter um “pinhal tão descontínuo quanto possível"


22 jan, 2018 - 11:15

Ministro da Agricultura explicou, na Manhã da Renascença, os planos do Governo para aquela mata nacional que viu arder mais 80% da área em Outubro.

No dia em que o Governo apresenta o plano de reflorestação para o Pinhal de Leiria, o ministro da Agricultura garante que o pinheiro vai ser a árvore dominante nesta mata pública, mas de forma descontinuada.

"Será fundamentalmente um pinhal, porque ali a mata tem de ter uma função de fixação das dunas, que esteve aliás na sua génese, mas iremos procurar que seja um pinhal tão descontínuo quanto possível, intercalando folhosas e espécies resistentes ao fogo", começou por explicar.

Capoulas Santos diz que poderá haver "espaços agrícolas intermédios para garantir a sua descontinuidade", sendo a "formatação final aquela que a comissão científica e o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e Florestas], na sequência do trabalho que estão a desenvolver, nos apresentarem até ao final de Junho, como está previsto".

Os incêndios de 15 e 16 de Outubro devastaram mais de 80% do Pinhal de Leiria, mandado construir por D. Afonso III no sec. XIII para travar o avanço e degradação das dunas.

Para reflorestar toda a área afectada nas matas nacionais, o Estado vai precisar de cinco anos, no máximo. São 18 mil hectares. No terreno, já começou o corte de árvores queimadas.

"A primeira preocupação é naturalmente retirar o material lenhoso: o nobre em primeiro lugar, e propomos fazer essa operação nos próximos quatro meses. O material lenhoso que não tem interesse para a indústria será retirado nos próximos 18 meses", avançou o ministro na Manhã da Renascença, esta segunda-feira.

"Entretanto, já iniciámos a elaboração do plano de reflorestação das matas nacionais – está neste momento em curso e é um projecto que ficará concluído até finais de Junho, por forma a que no próximo Outono possam iniciar-se já em grande escala as operações de reflorestação, que entretanto, pontualmente, vão já começar nesta Primavera, num ou outro talhão", adiantou ainda.

Capoulas Santos anunciou também a criação de 30 parques para receber a madeira queimada nos incêndios do ano passado. O principal objectivo "é garantir que os preços não se aviltam e que nos próximos dois, três, quatro anos a indústria nacional não necessita de recorrer a qualquer tipo de importação".

"O Ministério da Agricultura está neste momento a concluir negociações com as organizações de produtores florestais, as organizações da indústria, as autarquias, para criar cerca de 30 parques onde essa madeira será recepcionada. O Estado irá apoiar os produtores florestais e as e as entidades que vão gerir estes parques", avançou o ministro da Agricultura.

Esta segunda-feira à tarde, Capoulas Santos acompanha o primeiro-ministro, António Costa, na visita ao Pinhal de Leiria e assiste à apresentação do plano de reflorestação do "Pinhal do Rei", na Marinha Grande.

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